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TUTELA DE URGENCIA

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Medidas caracterizadas pelo periculum in mora 
 
 
Sob a denominação de tutelas de urgência, há que se entender aquelas medidas 
caracterizadas pelo periculum in mora. 
 
Assim, a tutela jurisdicional urgente tem por escopo neutralizar o perigo de dano 
decorrente da demora no processo e assegurar a tão proclamada efetividade do 
provimento final, que se traduz na utilidade que a tutela final representa para o titular do 
direito. 
 
Para evitar que a demora na entrega do provimento satisfativo comprometa sua 
efetividade, o legislador pátrio elegeu, segundo critérios de conveniência estabelecidos à 
luz das especificidades do direito material, duas técnicas processuais distintas, embora 
ambas baseadas em cognição sumária: 
 
 uma provisória e instrumental: a tutela sumária cautelar; 
 outra idônea a definir a relação material controvertida, satisfativa e com aptidão a 
se tornar imutável: a tutela sumária não cautelar. 
 
Constituem exemplo desta última em nosso ordenamento o mandado de segurança, o 
julgamento antecipado do mérito em razão da revelia (art. 355, II), o mandado de 
pagamento monitório (art. 701), a tutela possessória (arts. 554 e s.), entre outros. 
 
Por outro lado, a adoção da medida sumária de caráter provisório, seja ela de natureza 
conservativa, seja satisfativa, representa a opção que mais se coaduna com o nosso 
sistema constitucional, sobretudo em vista do embate entre duas importantes garantias: 
a segurança jurídica e a efetividade da jurisdição. 
 
 
 
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A fim de harmonizar esses dois valores fundamentais, que, a princípio, se revelam 
antagônicos – pois a segurança pressupõe cognição exauriente e contraditório pleno, 
e a efetividade relaciona-se, muitas vezes, à celeridade –, um dos mecanismos é a 
adoção de modalidade de tutela provisória. Tal tutela destina-se a dar solução imediata 
à situação de urgência apresentada ou à situação em que é evidente o direito postulado, 
apenas enquanto não houver elementos suficientes para a outorga da tutela definitiva. 
 
Essa solução, como já referida, não implica o completo afastamento do contraditório; 
este apenas é diferido para momento posterior, em razão das exigências apresentadas 
pela relação de direito material. 
 
O próprio legislador previu situações específicas nas quais se mostra necessária a 
concessão de medidas urgentes e provisórias, a fim de preservar o resultado útil do 
processo, v. g., o arresto, o sequestro, o arrolamento de bens etc. (art. 301).

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