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TEORIA GERAL DO PROCESSO AULA 09

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
9a aula
		
	 
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	25/05/2018 21:46:18 (Finalizada)
	
	2018.1 EAD
	Disciplina: CCJ0169 - TEORIA GERAL DO PROCESSO 
	
	 
	Ref.: 201708832390
		
	
	 1a Questão
	
	
	
	
	Nos moldes da Constituição Federal de 1988, requer-se a imparcialidade do juiz, como um dos fundamentos do princípio do juiz natural, resguardando a decisão de pré-compreensões sobre o fato e sobre o direito e também a pessoa do magistrado que, impulsionado por condições pessoais, não decidiria pelo livre convencimento, trazendo uma decisão carregada de subjetividade formada durante a instrução. Assim sendo, assinale a alternativa INCORRETA:
		
	
	c) O artigo 5º, LIII, da Constituição Federal de 1988 estipula o princípio do juiz natural. Trata-se de vedação ao juiz ou tribunal de exceção e de obrigatoriedade de respeito à competência material e em razão da pessoa: ¿ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;¿. Assim, veda a criação de um juízo ou tribunal, unicamente para a apreciação de determinada causa, sendo que este deverá estar previamente constituído
	
	a) A imparcialidade, em primeiro lugar, decorre do sistema legal do processo, que adotou o chamado sistema acusatório, no qual são distintos o órgão acusador e o órgão julgador. Nesse sentido a imparcialidade decorre da equidistância do juiz em face das partes
	
	e) O direito de a parte recusar o juiz não está, necessariamente, condicionado à possibilidade ou à probabilidade de que ele esteja realmente propenso a prejudicá-la; basta apenas a ocorrência de uma causa legal que justifique a desconfiança sobre a sua imparcialidade, pois o que está em jogo, afinal, é a confiança depositada na justiça.
	 
	d) Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, em primeiro lugar, quando ele seja amigo íntimo de qualquer advogado das partes.
	
	b) O sistema processual é pautado no livre convencimento motivado, isto é, na liberdade que se defere ao juiz para a valoração da prova, neste sentido é extremamente difícil se estabelecer parâmetros atinentes a escolha da pertinência e do controle do material probatório, sem que se macule a liberdade e a independência do magistrado.
	
Explicação:
A suspeição apenas autoriza a recusa do juiz, que pode ser aceito pela parte, o que não impede que o juiz de ofício declare a própria suspeição. A sentença proferida por juiz suspeito não é nula nem rescindível.
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados.
O artigo 146 do NCPC regula o procedimento da alegação quer de impedimento, quer de suspeição. Observe-se, porém, que o impedimento pode ser arguido a qualquer tempo, não se submetendo ao prazo preclusivo de 15 dias. O juiz arguido de impedido ou suspeito não pode praticar ato algum no processo, até que o relator declare que o recebe sem efeito suspensivo ou sua rejeição pelo tribunal. Recebido o incidente sem efeito suspensivo, o processo, suspenso pela arguição de impedimento ou de suspeição, volta a correr e perante o juiz arguido de impedido ou suspeito. Observe-se que a tutela de urgência é requerida ao substituto legal apenas enquanto não declarado em que efeito foi recebido o incidente e quando recebido o incidente com efeito suspensivo.
	
	 
	Ref.: 201709016794
		
	
	 2a Questão
	
	
	
	
	(TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO) - É correto afirmar que o Ministério Público:
		
	
	não pode atuar num mesmo processo como parte e como fiscal da lei.
	
	deve estar presente como fiscal da lei em todos os processos em que o Estado estiver presente na relação processual.
	
	só pode juntar documentos e certidões quando estiver atuando como parte, não podendo fazê-lo como fiscal da lei.
	 
	pode recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, mesmo que não haja recurso da parte.
	
	pode, como fiscal da lei, ampliar os limites da lide, suscitando questões a respeito das quais a lei exige a iniciativa da parte.
	
Explicação:
Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis (art. 176 do CPC 2015).
Ademais, o Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais (art. 177 do CPC 2015).
No processo civil, o Ministério Público poderá atuar como:
Parte (ex: propondo uma Ação Civil Pública); ou
Fiscal da ordem jurídica (custos legis).
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único.A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
	
	 
	Ref.: 201708986439
		
	
	 3a Questão
	
	
	
	
	(TRT - 21ª Região (RN)/2015/ Juiz do Trabalho Substituto) Considerando os princípios gerais do processo civil, bem como a legislação atualmente aplicada, a doutrina e jurisprudência sobre o tema, assinale a alternativa correta:
		
	 
	O legislador consagrou o princípio da livre apreciação da prova pelo magistrado, devendo este, no entanto, indicar, obrigatoriamente, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.
	
	A inclusão do direito fundamental à razoável duração do processo, no texto constitucional, deu nova feição ao princípio do impulso oficial no âmbito do processo civil permitindo aos magistrados de forma ampla a liberdade de condução do processo, produzindo provas e conhecendo de ofício questões úteis à célere pacificação social através da prestação jurisdicional, ainda que não suscitadas pelas partes.
	
	O duplo grau de jurisdição é considerado prerrogativa processual da Fazenda Pública, incidindo automaticamente sempre que esta for parte processual.
	
	Cabe ao juiz decidir por equidade quando as normas de direito material impliquem em decisão injusta, segundo o seu entendimento.
	
	As regras de direito processual são instrumentais às de direito material, razão pela qual alterações legislativas de natureza processual não se aplicam a processos futuros, mantendo-se para as pretensões deduzidas em juízo, a legislação processual vigente, ao tempo da propositura da demanda
	
Explicação:
Ensinam Cintra, Grinover e Dinamarco que o princípio do livre convencimento, abordado em sua obra como princípio da persuasão racional, ¿regula a apreciação e avaliação das provas existentes nos autos, indicando que o juiz deve formar livremente sua convicção. Situa-se entre o sistema da prova legal e o julgamento secundumconscientiam¿.
Com relação à prova legal, ao juiz cabe aplicá-la de forma automática, sendo que a esta é atribuído valor estável e prefixado. De acordo com o julgamento secundum conscientiam, o juiz pode decidir com base na prova dos autos, mas também sem prova ou até mesmo contra a prova (CINTRA, GRINOVER e DINAMARCO).
Neste sentido, importante o comentário de Nery Júnior ¿O juiz é soberano na análise das provas produzidas nos autos. Deve decidir de acordo com o seu convencimento. Cumpre ao magistrado dar as razões de seu convencimento. Decisão sem fundamentação é nula pleno jure (CF 93 IX). Não pode utilizar-se de fórmulas genéricasque nada dizem. Não basta que o juiz, ao decidir, afirme que defere ou indefere o pedido por falta de amparo legal; é preciso que diga qual o dispositivo de lei que veda a pretensão da parte ou interessado e porque é aplicável no caso concreto.¿
O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência firmada de que o sistema do livre convencimento motivado é que predomina em nosso país. Vejamos:
¿Vige em nosso sistema o princípio do livre convencimento motivado ou da persuasão racional, segundo o qual compete ao Juiz da causa valorar com ampla liberdade os elementos de prova constantes dos autos, desde que o faça motivadamente, com o que se permite a aferição dos parâmetros de legalidade e de razoabilidade adotados nessa operação intelectual. Não vigora mais entre nós o sistema das provas tarifadas, segundo o qual o legislador estabelecia previamente o valor, a força probante de cada meio de prova¿ (RHC 91.161, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe 25.4.2008).
Segundo o que nos ensina Didier Jr (2011, p. 40), o juiz, não obstante aprecie as provas livremente, não segue as suas impressões pessoais, mas tira a sua convicção das provas produzidas, ponderando sobre a qualidade e a força probante destas; a convicção está na consciência formada pelas provas.
Didier Jr (2011) destaca ainda que a liberdade na apreciação das provas está sujeita a certas regras quanto à convicção, que fica condicionada: a) aos fatos nos quais se funda a relação jurídica; b) às provas destes fatos colhidas no processo; c) às regras legais de prova e às máximas de experiência; d) e aos critérios da racionalidade (não podendo decidir com base em questões de fé, por exemplo).
 
 
	
	 
	Ref.: 201709018260
		
	
	 4a Questão
	
	
	
	
	O Juiz será considerado suspeito quando:
		
	
	quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive
	
	de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão
	 
	amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados
	
	quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive
	
	em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha
	
Explicação: Artigo 145, I do CPC. As demais hipóteses são de impedimento, conforme artigo 144.
	
	 
	Ref.: 201709016811
		
	
	 5a Questão
	
	
	
	
	(MPE/SE 2009 - FCC - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO) - Intervindo o Ministério Público como fiscal da lei no processo,
		
	
	não poderá requerer a produção de provas, se as partes também não houverem requerido.
	 
	terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos.
	
	somente será intimado da sentença, para fins de interposição de eventual recurso.
	
	não poderá requerer diligências, se as partes delas se desinteressarem, mas poderá requerer a produção de provas
	
	terá vista dos autos antes das partes, sendo intimado de todos os atos do processo.
	
Explicação: fundamento - art. 179, inciso I do Novo CPC
	
	 
	Ref.: 201709026979
		
	
	 6a Questão
	
	
	
	
	Assinale a alternativa que corresponde à modalidade de tutela de urgência que apresenta natureza instrumental, voltando-se para um processo de conhecimento ou para um processo de execução, não possuindo cunho satisfativo:
		
	 
	Tutela cautelar.
	
	Tutela satisfativa.
	
	Tutela coletiva.
	
	Tutela antecipatória.
	
	Tutela de evidência.
	
	 
	Ref.: 201709024823
		
	
	 7a Questão
	
	
	
	
	Segundo previsões do Código de Processo Civil, leia as assertivas abaixo sobre 'sujeitos do processo' e assinale a proposição incorreta.
		
	
	Entre os princípios que devem reger a atuação do Estado-Juiz na solução do litígio, podemos citar o livre convencimento do juiz.
	
	Essenciais à administração da Justiça e indispensáveis ao exercício são as atividades exercidas pela Advocacia Pública, formada por bacharéis em Direito, inscritos no quadro de advogados da OAB, que se dedicam judicial e extrajudicialmente à defesa da União, dos Estados e dos Municípios.
	
	O defensor público é indispensável à função jurisdicional e desempenha funções de grande interesse público e utilidade social, em vista da importância fundamental de sua atividade voltada ao amparo jurídico dos hipossuficientes.
	
	O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem pública, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indispensáveis.
	 
	O juiz não poderá requisitar às repartições públicas as certidões necessárias à prova das alegações das partes.
	
	 
	Ref.: 201708850356
		
	
	 8a Questão
	
	
	
	
	Modernamente, em ocorrendo a convergência de interesses antagônicos, ou um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida (caracterizando-se então a lide), em princípio o direito impõe que, se se quiser pôr fim a essa disputa, seja provocado o Estado-juiz, que tem como vocação constitucional a prerrogativa de dizer, no caso concreto, qual a vontade do ordenamento jurídico (declaração) e, se for o caso, fazer com que as coisas se disponham, na realidade prática, conforme essa vontade (execução). A nossa legislação permite a autotutela (legítima defesa, etc), sendo que uma de suas características está melhor representada na alternativa:
		
	
	A presença de um terceiro para decidir o conflito.
	
	A presença de um juiz para decidir a resolução do conflito.
	 
	A ausência de julgador distinto das partes e a decisão por parte do mais forte.
	 
	A imposição de uma decisão por parte do Estado.
	
	A intermediação do Estado na solução do conflito.
	
Explicação:
A imparcialidade do juiz é uma garantia de justiça para as partes e, embora não esteja expressa, é uma garantia constitucional. Por isso, tem as partes o direito de exigir um juiz imparcial; e o Estado que reservou para si o exercício da função jurisdicional, tem o correspondente dever de agir com imparcialidade na solução das causas que lhe são submetidas.
A doutrina tradicional visando impor limites à participação do juiz no processo costuma afirmar que, na medida em que este pudesse atuar ex officio(seja determinando provas, seja concedendo uma medida antecipatória, seja condenando uma das partes nas penas previstas para o litigante de má-fé, impondo multas coercitivas e de apoio às medidas executivas e mandamentais), estaria abrindo mão de sua imparcialidade, já que fazendo isso estaria privilegiando uma parte em detrimento da outra. Por esta razão, aqueles que são contrários ao ativismo judicial, afirmam que o juiz não deve ter uma atuação muito ativa porque estaria a comprometer o princípio da imparcialidade.
Imparcial é o juiz que não tenha interesse no objeto do processo nem queira favorecer uma das partes, mas isso não quer dizer que não tenha o magistrado interesse (dever) que sua sentença seja justa e que atue com esse compromisso.

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