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ebook aposentadoria

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Prévia do material em texto

Aposentadoria: 
Faça seu 
próprio pé 
de meia
desenvolvido por Valter Police Jr
Conteúdo
Sobre o autor .................................................................................
Como será sua aposentadoria se não planejar ...................
Fazer meu pé de meia ..................................................................
Quando começar ..........................................................................
Rendimento das aplicações ......................................................
03
05
13
19
25
Sobre o autor 
Valter 
Police Jr
 
Engenheiro com especializações 
em administração, marketing, 
finanças pessoais e consultoria 
financeira
Police Jr. é consultor há mais de 20 anos e Planejador Financeiro 
Pessoal certificado CFP® desde 2008. Já auxiliou centenas de 
famílias na busca de soluções para questões financeiras. Em 
empresas como o Itaú, o Santander e a Porto Seguro, faz 
palestras, cursos, clínicas e treinamentos. Também é autor do livro 
“Meu Planejamento Financeiro” e atualmente está escrevendo 
um livro sobre aposentadoria.
A P O S E N TA D O R I A : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 3
Sabe como 
será sua 
aposentadoria 
se você não se 
planejar? 
Um desastre
A P O S E N TA D O R I A : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 5
T enho um amigo que é diretor de marketing de uma das maiores seguradoras do Brasil. Ele costuma dizer que, para 
vender seguro no país, é preciso haver um sinistro. Então sempre 
que a companhia decide veicular um comercial de seguro de carro 
na TV, com certeza haverá uma imagem de automóvel roubado 
ou amassado – de preferência com uma dose de humor para 
evitar baixo astral. “Só assim os brasileiros lembram que seguro é 
importante”, diz ele.
Acredito que o mesmo vale para sua aposentadoria. Não que eu 
ache necessário publicar junto a esse ebook imagens de idosos 
morando debaixo da ponte ou trabalhando até os 80 anos de idade 
na roça. Mas não posso negar os fatos. Se você não planejar sua 
aposentadoria, de preferência o mais cedo possível, é quase certo 
que sua vida financeira sera problemática quando você parar de 
trabalhar. 
Basta olhar os números para chegar a essa conclusão. O Brasil 
tem pouco mais de 32 milhões de aposentados e pensionistas que 
recebem benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). 
O valor médio das aposentadorias pagas aos trabalhadores da 
iniciativa privada é de apenas R$ 1.123, segundo dados disponíveis 
no site do antigo Ministério da Previdência. Agora pare e pense: você 
conseguiria manter seu atual padrão de vida se ganhasse apenas 
R$ R$ 1.123 por mês? 
Mas pode ser ainda pior do que isso. De acordo com a Cobap 
(Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), mais de 
70% dos aposentados e pensionistas da iniciativa privada ganham 
apenas um salário mínimo por mês. Ou seja, hoje eles ganham 
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A6
R$ 880 por mês e, se não tiverem outros investimentos nem possam 
contar com a ajuda dos filhos, ou vão ter que continuar trabalhando 
após a aposentadoria ou vão ter que levar uma vida espartana. 
Essa é uma das explicações para haver tantos idosos trabalhando 
no Brasil. Segundo uma pesquisa feita pelo SPC Brasil, 42,3% 
dos aposentados com 60 a 70 anos continuam a trabalhar para 
complementar a renda da família.
A pesquisa não traz esse dado, mas eu aposto que a maioria desses 
aposentados que continuam trabalhando gostariam de ter uma 
vida mais tranquila nessa fase da vida, você não acha? É lógico 
que alguns trabalham porque gostam, mas a maioria permanece 
desempenhando funções remuneradas somente porque não tem 
outra opção.
Talvez neste ponto você esteja pensando: como contribuo bastante 
com o INSS, quando eu me aposentar vou ganhar muito mais que 
um salário mínimo ou muito mais que a média. Eu diria que você está 
certo se for funcionário público. Os servidores públicos federais do 
Poder Legislativo possuem uma aposentadoria média de R$ 26.600, 
segundo estudo de Nilson Teixeira, economista-chefe do banco 
Credit Suisse no Brasil. Já os servidores inativos do Poder Judiciário 
ganham em média R$ 24.700. Realmente esses 210.000 servidores 
aposentados do Legislativo e do Judiciário não têm muito com o 
que se preocupar. Um pouco menos privilegiados são os servidores 
federais aposentados do Poder Executivo, que ganham em média 
R$ 7.500.
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 7
Agora esses são os números de hoje. Se você tem hoje 20, 30 ou 
40 anos, pode ter certeza que esses benefícios dos servidores 
públicos e dos trabalhadores da iniciativa privada vão ter que 
encolher porque o país não terá recursos para sustentar essa conta. 
O grande problema é que a população brasileira vai envelhecer. As 
pessoas vão viver mais. Ao mesmo tempo, o número de nascimentos 
vai continuar diminuindo. Se hoje 12% da população brasileira são 
idosos, esse percentual deve crescer para 24% em 2040, segundo 
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Veja abaixo 
como deve evoluir a pirâmide demográfica brasileira entre 2013 e 
2060:
Aposentadoria média dos brasileiros
Aposentados e pensionistas do INSS R$ 1.123
Servidores públicos do Executivo federala R$ 7.500
Servidores públicos do Judiciário federal R$ 24.700
Servidores públicos do Legislativo federal R$ 26.600
Fonte: Credit Suisse e Ministério da Previdência
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A8
Olhando essas imagens, fica claro que o brasileiro médio vai 
envelhecer, não é mesmo? E você concorda que quem se aposentar 
daqui a 20, 30 ou 40 anos obrigatoriamente terá muito menos 
direitos do que os aposentados e pensionistas de hoje por absoluta 
falta de dinheiro nos cofres públicos? Você entende que se o 
governo não fizer ao menos uma reforma da previdência a cada 5 
ou 10 anos as contas vão parar de fechar e o país inteiro vai se ver 
à beira de um calote? Então pode apostar que antes de um jovem 
se aposentar, várias reformas virão por aí – e cada uma delas vai 
suprimir mais os nossos direitos.
O tema é importantissiomo e atual: o governo Temer está em meio a 
uma discussão sobre a reforma da previdência. É impossível prever 
o que será aprovado agora ou o que ficará para as futuras reformas. 
Mas essas são algumas coisas que acho possível que aconteçam em 
até 10 anos ou 15 anos:
• Serão rarissimos os brasileiros que irão conseguir se 
aposentar com menos de 65 anos – por mais que soe 
inacreditável, hoje muitos brasileiros se aposentam com 45 ou 
50 anos, às vezes até antes disso;
• Para ter direito ao benefício integral na iniciativa privada, 
provavelmente será necessário trabalhar até os 70 anos – ou 
seja, muita gente vai morrer antes de ter direito ao benefício 
integral;
• Os benefícios do INSS serão desvinculados do salário mínimo 
– logo, haverá aposentados recebendo menos que o mínimo;
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 9
• Será raríssimo ver alguém se aposentando na iniciativa 
privada recebendo mais de 2 salários mínimos – é isso 
mesmo, um benefício equivalente a R$ 2.000 por mês em 
dinheiro de hoje será um privilégio daqui a duas décadas;
• O tempo mínimo de contribuição ao INSS para ter direito a 
algum benefício será de 25 anos ou mais – contra 15 anos 
hoje;
Daqui 10 ou 20 anos, acredito que os benefícios do INSS possam 
ser tão irrisórios e o tempo a ser trabalhado para obtê-los possa ser 
tão longo que talvez, financeiramente, fosse mais interessante não 
contribuir - infelizmente não temos escolha.
Esseponto é importantíssimo para quem não tem um emprego 
formal. Hoje todos os trabalhadores com carteira assinada 
contribuem compulsoriamente. Então todos os meses eles pagam 
entre R$ 70,40 e R$ 570,88 por mês ao INSS – e vão continuar 
pagando porque o desconto disso já é feito na folha de pagamento 
pelas empresas.
Agora quem trabalha por conta própria – ou seja, é autônomo ou 
profissional liberal – está obrigado a contribuir para o INSS, mas, 
como é a própria pessoa a responsável por fazer os recolhimentos 
mensais à previdência, a maioria simplesmente opta por descumprir 
a lei e não fazê-lo.
No Brasil, quase 20% dos trabalhadores são autônomos, segundo 
o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Dentro desse 
grupo, há mais pessoas que não contribuem com a previdência do 
que pessoas que contribuem. De acordo com o Ipea, 62,6% dos 
brasileiros que trabalham por conta própria não pagam o INSS todos 
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A10
os meses, descumprindo a lei.
É lógico que boa parte dessas pessoas não contribui simplesmente 
porque acredita não ter renda para isso. A alíquota de contribuição 
da maioria dos autônomos é de até 20% - contra até 11% para os 
trabalhadores com carteira assinada. Na prática, as contribuições 
vão de R$ 176 a R$ 1.037,96 – o número varia de acordo com a renda 
mensal. 
É possível afirmar que muitos autônomos não contribuem porque não 
julgam ter dinheiro porque ao tomar essa decisão eles perdem direito 
a uma série de benefícios do INSS, como auxílio-doença, auxílio-
reclusão, aposentadoria por invalidez e aposentadoria.
Agora também existem os autônomos que fazem as contas e 
não contribuem com o INSS simplesmente porque acreditam 
que não vale a pena. Se um autônomo contribuir pelo teto (R$ 
1.037,96 mensais), poderá conquistar um benefício próximo à maior 
aposentadoria paga hoje pelo INSS aos trabalhadores da iniciativa 
privada: R$ 5.189,82. Mas para alcançar isso provavelmente um 
autônomo que tem hoje 20 ou 30 anos terá de contribuir por mais 35, 
40 ou até 45 anos pelo teto.
Se o autônomo decidesse fazer o pé de meia por conta própria, 
poupando o mesmo valor de sua contribuição, o que aconteceria? Se 
ele aplicar os R$ 1.037,96 mensais a uma taxa líquida de juros reais 
(acima da inflação e já descontado o IR) de 0,4% ao mês durante 45 
anos, terá ao final do período R$ 1.980.910 em dinheiro com o poder 
de compra de hoje (porque só foi considerada a taxa líquida de juros 
reais, ou seja, acima da inflação e já descontada do IR).
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 11
Se essa pessoa tiver R$ 1.980.910 e investir bem esse dinheiro, vai 
obter um retorno mensal muito superior a R$ 5.189,82, não é mesmo? 
Hoje é possível conseguir mais de R$ 20.000 por mês investindo 
esses quase R$ 2 milhões.
É por isso que o INSS tem dificuldade em trazer mais autônomos 
para a formalidade. E quanto mais direitos as futuras reformas da 
previdência suprimirem, menor será o incentivo para que essas 
pessoas regularizem sua situação.
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A12
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 13
Como 
começo a 
fazer meu 
pé de meia?
Ok, sou trabalhador da iniciativa privada – autônomo ou CLT – e 
quero poupar para engordar minha aposentadoria. O que devo 
fazer? O primeiro passo para um dia parar de trabalhar é começar a 
se planejar o mais cedo possível. E a partir do planejamento que for 
traçado, passar a poupar dinheiro com consistência todos os meses 
de forma a engordar a aposentadoria do INSS.
Talvez você ache chato ter de poupar porque terá de abrir mão 
de coisas que gosta agora. Eu costumo sugerir uma abordagem 
diferente para esse dilema. A não ser que você faça parte do ranking 
dos bilionários da Bloomberg, todos nós temos que fazer escolhas 
e eventualmente abrir mão de algumas coisas que não desejamos 
tanto para poder poupar, não é mesmo? A forma correta de encarar 
essa decisão é que você estará transferindo parte de seu dinheiro no 
tempo, ou seja, poupando um pouco hoje para ter mais no futuro. 
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A14
O importante é que os juros estarão a seu favor. Você pode ter uma 
vida um pouco menos confortável agora para ter uma vida muito mais 
confortável lá na frente. Isso faz sentido, não? Pensando na vantagem 
de receber juros fica mais fácil criar o hábito de poupar, concorda?
Convencido da necessidade de poupança, chega a hora de definir 
quanto será necessário poupar. Provavelmente aqui você já entendeu 
que se sonha ter uma renda de R$ 5.000, R$ 10.000 ou R$ 20.000 
por mês ao se aposentar, vai precisar guardar dinheiro.
Mas quanto é preciso juntar por mês antes de parar de trabalhar? Essa 
pergunta é difícil de responder porque depende de diversas variáveis 
e também das incertezas em relação ao ambiente macroeconômico, 
que se aprofundam quando falamos do longo prazo.
Mesmo assim, podemos fazer uma boa aproximação, que poderá 
nos levar a resultados bem similares aos que a futura realidade nos 
mostrará. Os fatores a serem levados em conta são:
• Prazo do investimento (entre o momento atual e a data a partir 
da qual se pretende aposentar);
• Prazo em que os recursos serão utilizados após você se 
aposentar (a partir do momento da aposentadoria até uma 
determinada data ou mesmo para sempre);
• Renda desejada à época da aposentadoria;
• Renda estimada vinda do INSS;
• Rendas advindas de outras fontes;
• 
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 15
• Rentabilidade líquida e real dos investimentos (rentabilidade 
líquida significa a rentabilidade já descontado o Imposto de 
Renda e a rentabilidade real significa já descontada a inflação. 
Sempre faça suas contas com a rentabilidade líquida real 
porque é esse dinheiro que estará disponível para você);
• Valor já disponível hoje para o objetivo da aposentadoria;
Com esses parâmetros fixados, é possível calcular quanto será 
necessário guardar periodicamente. Nesse ponto, recomendo a 
utilização da planilha de cálculo para aposentadoria, que você 
recebeu junto com esse ebook. Nela você irá colocar os dados 
mencionados acima: qual é o valor pretendido para a renda na 
aposentadoria, qual é sua idade atual, com qual idade você pretende 
se aposentar, qual valor já possui guardado para esse fim e a taxa de 
juros líquida e real ao ano.
Eu costumo utilizar a taxa de 4% ao ano, já descontado o Imposto de 
Renda e a inflação. Existem planejadores financeiros que são mais 
conservadores e utilizam 3% enquanto outros são mais agressivos e 
utilizam até 5%.
Você pode utilizar a taxa que quiser para as simulações. Quanto 
mais baixa a taxa de juros escolhida, maior será o esforço necessário 
para chegar lá, mas você poderá arriscar muito pouco em seus 
investimentos.
Já quanto mais alta a taxa, menor será a necessidade de esforço de 
poupança, mas mais competente você precisará ser na administração 
de suas aplicações. Essa taxa de juros deverá ser a média obtida por 
todos seus investimentos financeiros voltados para a aposentadoria.
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A16
Além disso, você deve colocar na planilha outras rendas esperadas 
como a aposentadoria oficial do INSS, alugueis de imóveis, etc. Esses 
valores serão subtraídos do valor pretendido, já que virão de outras 
fontes.
A partir daí a planilha irá fazer duas simulações:
Uma na qual os recursos serão utilizados a partir da idade colocada 
como meta para a aposentadoria e acabarão quando você completar 
100 anos.Nessa opção, mês a mês serão sacados recursos advindos 
dos juros, da correção monetária e também uma parte do “principal”, 
que são os recursos em si, até que se esgotem aos 100 anos. A 
escolha de uma idade tão avançada quanto 100 anos se deu por dois 
motivos:
1. O aumento da expectativa de vida, que vem crescendo em ritmo 
acelerado no Brasil e já é muito maior em países desenvolvidos;
2. O necessário conservadorismo quando se trata deste assunto – 
afinal, não haverá muito o que fazer se o dinheiro acabar quando 
você tiver 88 ou 89 anos, não é mesmo?
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 17
Jorginho Guinle: o 
playboy foi dono do 
Copacabana Palace, 
acreditava que viveria até os 75 anos 
de idade e foi gastando todos os 
milhões que tinha. O problema é que ele 
só morreu aos 88 anos de idade e, nos 
últimos anos de vida, teve de aprender 
a se virar com a aposentadoria de 
R$ 1.588 por mês e chegou a morar de 
favor num apartamento de uma de 
suas ex-mulheres
A segunda opção, mais conservadora, calcula que só serão utilizados 
os juros oriundos dos valores investidos, não mexendo na correção 
monetária nem no principal. Isso significa que o dinheiro nunca 
acabará, preservando ainda o poder de compra esperado.
Como é mais conservadora, essa opção exigirá valores maiores 
de poupança, mas permitirá deixar um legado financeiro a seus 
herdeiros ou alguns luxos na velhice. Na prática, além de se garantir, 
você também vai garantir uma condição financeira confortável a seus 
filhos e parentes ou terá uma gordura para queimar nos últimos anos 
de vida.
Como a taxa de juros indicada já é considerada real, ou seja, já 
desconta a inflação, os resultados indicarão os valores a serem 
aportados todos os meses para que se atinja a renda desejada. 
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A18
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 19
Começar 
antes é 
bem melhor
Infelizmente definir qual deve ser o valor mensal poupado é apenas o 
primeiro passo para garantir uma aposentadoria confortável. A planilha 
pode e vai lhe ajudar muito neste momento. Mas admito que duro 
mesmo é ter disciplina suficiente para cumprir o plano traçado à risca, 
poupando o valor definido todos os meses, sem esmorecer nem deixar 
para depois.
A verdade é que a maioria dos brasileiros só começa a pensar em 
aposentadoria depois dos 40 anos de idade, quando já costuma ser 
tarde demais. Em fases anteriores da vida, outros objetivos parecem 
mais importantes, como adquirir um veículo ou mesmo a tão sonhada 
casa própria. Viagens, estudos próprios e dos filhos e uma infinidade 
de outras questões se colocam como prioritárias e a aposentadoria vai 
sendo empurrada adiante.
Esse comportamento também guarda alguma relação com o histórico 
econômico do país, sempre tão volátil. Vivemos épocas como a 
hiperinflação, os infindáveis planos econômicos, confiscos, fraudes, 
além do nosso crescimento econômico com perfil de voos de galinha. 
Isso faz com que seja dificílimo planejar o longo prazo. Assim, muitos 
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A20
pensam que o planejamento não surtirá os efeitos desejados, de forma 
que é melhor deixar para depois mesmo.
Essa atitude tão comum leva a situações muito preocupantes porque os 
fatores que mais influenciam no acúmulo de recursos são o tempo e a 
disciplina de guardar periodicamente.
Se você acredita que não vale a pena se preocupar por ora, eu gostaria 
de propor um exercício de finanças para provar que você deveria agir 
diferente. Esse exemplo vai mostrar como começar a se planejar agora 
e que poupar o mais cedo possível vai fazer toda a diferença.
Imagine a situação em que você planeja se aposentar com uma renda 
de R$ 10.000 por mês, sendo que R$ 1.000 virão do INSS e os outros 
R$ 9.000, de suas reservas. As premissas usadas no cálculo abaixo 
são que você vai obter uma taxa líquida de juros reais (ou seja, já 
descontando a inflação e o Imposto de Renda) de 4% ao ano e que vai 
querer ter reservas que durem até completar 100 anos de idade.
O gráfico abaixo mostra que se você quiser se aposentar aos 50 anos, 
vai precisar ter acumulado R$ 2.360.000. Já se quiser parar aos 75 
anos, precisará ter um valor muito menor: R$ 1.720.000. 
2,36 2,28 2,18 2,05
1,9
1,72
0
0,5
1
1,5
2
2,5
50 55 60 65 70 75
Quanto preciso poupar para me aposentar?
Idade da aposentadoria (em anos)
Po
up
an
ça
 a
cu
m
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s 
de
 R
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APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 21
A diferença entre os valores aos 75 anos e aos 50 anos é de quase 
40%. Fica claro que quanto mais tempo você trabalhar, menos terá 
de guardar. Na tabela abaixo eu gostaria de mostrar isso de outra 
forma. A tabela cruza os dados de idade do início do período de 
poupança e idade do início da aposentadoria, imaginando que você 
está começando do zero:
Idade de início da 
poupança / Idade 
em que vou me 
aposentar 50 anos 55 anos 60 anos 65 anos 70 anos 75 anos
20 anos R$ 3.400 R$ 2.500 R$ 1.900 R$ 1.400 R$ 1.000 R$ 700
25 anos R$ 4.600 R$ 3.300 R$ 2.400 R$ 1.800 R$ 1.300 R$ 900
30 anos R$ 6.500 R$ 4.500 R$ 3.200 R$ 2.300 R$ 1.600 R$ 1.200
35 anos R$ 9.700 R$ 6.300 R$ 4.300 R$ 3.000 R$ 2.100 R$ 1.500
40 anos R$ 16.100 R$ 9.300 R$ 6.000 R$ 4.000 R$ 2.800 R$ 1.900
45 anos R$ 35.700 R$ 15.500 R$ 8.900 R$ 5.600 R$ 3.700 R$ 2.500
50 anos - R$ 34.400 R$ 14.800 R$ 8.400 R$ 5.200 R$ 3.400
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A22
Veja como essa tabela é interessante. Imagine que seu objetivo seja 
se aposentar aos 65 anos. Você vai precisar poupar R$ 1.400 ao 
mês se começar aos 20 anos, R$ 2.300 ao mês se começar aos 30 
anos, R$ 4.000 ao mês se começar aos 40 anos e R$ 8.400 ao mês 
se começar aos 50 anos. Note que os valores são muito menores 
conforme antecipamos o início da implantação do plano, o que faz 
com que precisemos de um esforço muito menor. Veja a seguir a 
representação gráfica dos valores extraídos da tabela acima:
1400 1800
2300
3000
4000
5600
8400
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
20 25 30 35 40 45 50
Quanto preciso poupar para me aposentar?
Início do período de poupança (em anos)
Po
up
an
ça
 a
cu
m
ul
ad
a 
 
(e
m
 R
$ 
po
r m
ês
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APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A 23
É muito difícil poupar R$ 8.400 por mês, não é mesmo? Dependendo 
de nossas escolhas, podemos fazer um esforço para poupar R$ 1.400 
desde os 20 anos de idade ou R$ 8.400 se iniciarmos somente aos 
50. Na maioria dos casos, o esforço aos 50 será impossível de ser 
realizado. Talvez aos 20, devido à renda mais baixa pelo início de 
carreira, não seja possível iniciar com valores ainda altos para essa 
fase da vida, mas pode-se começar com valores menores e depois 
ajustar, conforme a renda for aumentando.
Uma boa estratégia é poupar 10% da renda ao começar a trabalhar 
e, cada vez que houver aumento de renda, aumentar também o 
percentual, até atingir um nível entre 15% e 20%, conforme suas 
escolhas pessoais. A partir daí, basta manter. Assim, seu padrão 
de vida não será prejudicado por esses investimentos e a sua 
aposentadoria estará bem encaminhada.
Note que se escolhermos iniciar aos 30, teremos que poupar apenas 
27% do que precisaríamos se iniciássemos aos 50. A diferença 
é considerável. Qual é a idade ideal para começar e para parar 
é uma escolha individual, mas agora você já sabe quais são as 
consequências das decisões que tomar. Então, tomeboas decisões.
APOSENTADOR IA : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A24 A P O S E N TA D O R I A : FAÇ A S E U P R Ó P R I O P É D E M E I A24
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T alvez você esteja achando que conquistar a aposentadoria dos sonhos é muito difícil ou que poupar R$ 1.400 por mês dos 20 
anos aos 65 anos, por exemplo, é missão praticamente impossível. 
Existe uma forma de tentar reduzir drasticamente o esforço de 
poupança para a aposentadoria: aprender a investir muito bem.
Sabemos que a renda fixa no Brasil é sempre um bom negócio porque 
os juros são muito altos em relação aos patamares internacionais. Mas 
a verdade é que em determinados momentos da economia, você terá 
excelentes chances de acelerar o ritmo de multiplicação de capital, 
batendo inclusive a renda fixa.
Vou dar dois exemplos. Quem comprou imóveis no início dos anos 
2000 e vendeu em 2013 ficou rico. E quem comprou ações na 
Bovespa em 2002 e vendeu em 2007 também ganhou muito dinheiro. 
Admito que hoje não há nenhuma grande barbada no mercado: os 
imóveis estão caros, as ações também estão com múltiplos esticados 
e talvez a oportunidade mais óbvia esteja mesmo na renda fixa.
Rendimento 
das 
aplicações
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Só que o plano de aposentadoria sempre deve ser encarado como 
algo de longo prazo. Daqui a 5 anos, por exemplo, o Brasil pode viver 
um novo boom das ações ou dos imóveis. Eu não estou dizendo que 
isso vai acontecer daqui a 5 anos. Mas daqui até sua aposentadoria é 
muito provável que aconteça em algum momento. Então é importante 
que você aprenda a investir bem para estar preparado para pegar 
esse bonde quando ele passar novamente.
Porém, não posso enganar ninguém. A verdade é que o brasileiro 
médio investe muito mal. No Brasil há gente que poupa dinheiro 
no cofrinho ou no colchão – ou seja, tem que poupar muito mais 
que precisaria apenas por não saber que o investimento ajuda a 
multiplicar a poupança.
Você até pode achar que ninguém mais usa aqueles cofres de 
porquinho, mas há outras formas de poupar sem ganhar nada com 
isso. Uma forma de investimento que não gera fruto são os consórcios 
– e milhões de pessoas contratam esse produto. Quem entra num 
consórcio fica na expectativa de logo ser sorteado para poder 
comprar o bem desejado. Quando isso não acontece rapidamente, 
a pessoa fica poupando sem colher os juros como aconteceria em 
qualquer outra aplicação – ou seja, está fazendo muito mais esforço 
de poupança do que precisaria.
Também há pessoas que poupam com a caderneta de poupança, que 
muitas vezes paga um retorno inferior à inflação. Ou seja, seu retorno 
real é negativo. Ou seja, a poupança pode fazer com que a pessoa 
empobreça à medida que o tempo passa porque o dinheiro perde 
poder de compra.
Existem ainda investimentos que são melhores que a caderneta de 
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poupança, mas que ficam muito aquém dos produtos mais rentáveis 
do mercado. Aqui estamos falando de CDB, LCI e LCA de banco 
grande; da maioria dos fundos de investimento distribuídos pelos 
maiores bancos; de quase todos os VGBL; de títulos de capitalização; 
etc. Se você investe nesses produtos, está jogando um dinheirão fora 
e colocando seus sonhos a perder.
Para que você tenha uma ideia de como é importante investir bem, a 
tabela abaixo mostra quanto você teria de poupar para ter uma renda 
de R$ 10.000 por mês após a aposentadoria aos 65 anos de idade, 
começando aos 30. Vários cenários de rentabilidade real líquida ao 
mês são considerados: 0 a 0,5%, tanto para o período de acúmulo 
quanto para o período de uso. 
Rentabilidade Valor mensal
Taxa 0 R$ 10.000
Taxa 0,1% R$ 6.572
Taxa 0,2% R$ 4.321
Taxa 0,3% R$ 2.842
Taxa 0,4% R$ 1.870
Taxa 0,5% R$ 1.231
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Percebeu que investindo bem você vai ir muito mais longe com bem 
menos esforço? 
Agora como faço para conseguir aumentar a rentabilidade de 
meus investimentos e possivelmente chegar a uma taxa real líquida 
R$10.000 
R$6.572 
R$4.321 
R$2.842 
R$1.870 
R$1.231 
R$0
R$1.000
R$2.000
R$3.000
R$4.000
R$5.000
R$6.000
R$7.000
R$8.000
R$9.000
R$10.000
Taxa 0 Taxa 0.1% Taxa 0,2% Taxa 0,3% Taxa 0,4% Taxa 0,5%
Ax
is 
Ti
tle
Quanto preciso 
poupar para me 
aposentar?
Rentabilidade Valor mensal
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de 0,5% ao mês? O que escolho: renda fixa, Bolsa, produtos de 
previdência, o fundo de pensão da empresa onde trabalho, imóveis, 
fundos imobiliários ou outros fundos de investimento?
E depois que for feita a primeira alocação, como acompanho se a 
carteira continua adequada? Faço rebalanceamentos periódicos? 
É preciso mudar algo à medida que vou envelhecendo? E depois 
que paro de trabalhar, que investimentos serão os mais adequados? 
Como planejo a transmissão de bens para meus herdeiros depois 
que eu morrer? Como fazer um bom planejamento sucessório?
Não vamos abordar investimentos e planejamento sucessório 
nesse ebook. Mas em breve eu voltarei com uma novidade que vai 
responder a essas dúvidas.

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