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células intermediárias entre procariontes e eucariontes

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células intermediárias entre procariontes e eucariontes, o que com certeza dificulta a elucidação do aparecimento das células eucariontes. Embora as mitocôndrias e os cloroplastos tenham se originado de células procariontes, fica difícil imaginar a formação de uma célula eucarionte a partir da união entre duas células procariontes típicas. É bem provável que uma delas deve ter sofrido profundas modificações evolutivas que não foram conservadas nas células procariontes hoje conhecidas. Pensando em uma sequência cronológica, é possível que a evolução das células eucariontes tenha ocorrido.
Dessa forma, uma célula procarionte anaeróbica e heterotrófica, já apresentando um sistema DNA - RNA - Proteína funcionando, teria perdido sua parede celular e, lentamente, aumentado o seu tamanho e volume formado invaginações na membrana plasmática.
Nessas reentrâncias, teriam se acumulado enzimas digestivas que possibilitaram uma melhor digestão e aproveitamento das partículas de alimento. Posteriormente, algumas dessas invaginações teriam se desprendido da membrana plasmática, originando vesículas membranosas que originara o sistema lisossômico, às vesículas que antecederam o retículo endoplasmático, levando ainda para a parte mais profunda da célula o material genético (DNA) que estava preso à membrana plasmática.
Uma vez já estando a atmosfera tomada pela presença de oxigênio (O2), os peroxissomos devem ter surgido, justamente para proporcionar às células defesa contra a ação danosa dos radicais livres contendo oxigênio. Houve um aumento na molécula de DNA, ao mesmo passo em que se observou uma crescente complexidade celular, e esse DNA, organizado em longas fitas, foi concentrado em cromossomos, que por sua vês foram segregados dentro de um núcleo já delimitado por um envoltório nuclear com aspecto membranoso, originado a partir do material de mesma característica vindo da superfície celular. Da mesma forma se observou o desenvolvimento do citoesqueleto, com o surgimento de microtúbulos e um incremento na quantidade de microfilamentos.
À medida que se observou um incremento na quantidade de oxigênio na atmosfera, estas células que incorporaram procariontes aeróbios acabaram predominando por seleção natural, por duas simples razões (Junqueira & Carneiro, 2005):
1ª : A respiração realizada na presença de oxigênio é muito mais eficiente;
2ª : Além de ser mais eficiente, a respiração aeróbia gasta oxigênio, reduzindo a formação intracelular de radicais de oxigênio (radicais livres).
Os radicais de oxigênio são capazes de danificar macromoléculas, podendo ainda prejudicar o correto funcionamento das células. A simbiose intracelular (endossimbiose) de procariontes aeróbios deu origem às mitocôndrias, organelas que apresentam duas membranas, sendo a interna da bactéria precursora e a externa originada a partir da célula eucarionte que estava em formação. É bem provável que os cloroplastos se originaram de maneira semelhante, da mesma forma através da endossimbiose, entretanto a partir de bactérias fotossintéticas. 
Conforme relatado anteriormente, durante a evolução ocorreu a transferência de parte do genoma das mitocôndrias e cloroplastos para os núcleos celulares. Ainda assim, os cloroplastos transferiram menos DNA, quando em comparação com as mitocôndrias. Acredita-se que a endossimbiose das mitocôndrias tenha ocorrido anteriormente à que originou os cloroplastos
Evolução Dos Procariontes aos Eucariontes
Actualmente, a maioria dos biólogos considera que todos os seres vivos conhecidos na Terra podem ser divididos em dois grandes grupos: os seres procariontes e os seres eucariontes. O principal critério de distinção entre estes grupos é a sua organização celular. 
Ao longo de vários milhões de anos, os seres procariontes habitaram ambientes aquáticos e foram-se diversificando, sobretudo no que se refere ao seu metabolismo. Alguns desses seres unicelulares desenvolveram um processo metabólico que conduzia à libertação de oxigénio – a fotossíntese. O surgimento do oxigénio na atmosfera teve um impacto brutal na vida dos únicos habitantes da Terra (os procariontes). Este gás, muito reactivo, estabelece ligações com diversas moléculas, destruindo-as ou modificando-as drasticamente. Desta forma muitos grupos de procariontes foram extintos, envenenados pelo oxigénio. Contudo, alguns conseguiram sobreviver em ambientes que permaneciam anaeróbios. 
Entre os sobreviventes, contam-se indivíduos que desenvolveram a capacidade de resistirem ao oxigénio. Entre eles, houve um grupo, que à semelhança das actuais mitocôndrias, era capaz de aproveitar este gás para oxidar os compostos orgânicos, obtendo assim uma grande quantidade de energia. 
Apesar destas capacidades, fotossíntese e respiração, a simplicidade dos organismos procariontes limitava os processos metabólicos que podiam ser realizados simultaneamente. Alguns grupos de procariontes evoluíram e aumentaram a sua complexidade, tendo, muito provavelmente, estado na origem dos organismos eucariontes. 
Fundamentalmente, existem duas hipóteses que tentam explicar a origem dos seres eucariontes a partir dos procariontes: 
- Hipótese Autogénica e a Hipótese Endossimbiótica. 
Segundo a Hipótese Autogénica, os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual dos seres procariontes. Numa fase inicial, as células desenvolveram sistemas endomembranares resultantes de invaginações da membrana plasmática. Algumas dessas invaginações armazenavam o DNA, formando um núcleo. Outras membranas evoluíram no sentido de produzir organelos semelhantes ao retículo endoplasmático. 
Posteriormente, algumas porções do material genético abandonaram o núcleo e evoluíram sozinhas no interior de estruturas membranares. Desta forma, formaram-se organelos como as mitocôndrias e os cloroplastos. 
Esta hipótese pressupõe que o material genético do núcleo e dos organelos (sobretudo das mitocôndrias e dos cloroplastos) tenha uma estrutura idêntica. Contudo, tal não se verifica. O materiao que com o material genético presente no núcleo.l genético destes organelos apresenta, geralmente, uma maior semelhança com o das bactérias autónomas, d
Esta e outras observações levaram ao desenvolvimento de um outro modelo ou hipótese – a Hipótese Endossimbiótica. 
Esta hipótese parece reunir um maior consenso entre a comunidade científica. Esta hipótese, largamente desenvolvida por Lynn Margulis da Universidade de Massachusetts, defende que os seres eucariontes terão resultado da evolução conjunta de vários organismos procariontes, os quais foram estabelecendo associações simbióticas entre si. O termo endossimbiótica resulta do facto de algumas células viverem no interior de outras, numa relação de simbiose. 
Embora este modelo admita que os sistemas endomembranares e o núcleo tenham resultado de invaginações da membrana plasmática, as mitocôndrias e os cloroplastos seriam, até à cerca de 2100 M.a., organismos autónomos. Nessa altura, algumas células de maiores dimensões (células hospedeiras) terão capturado células mais pequenas, como as ancestrais das mitocôndrias e dos cloroplastos. Alguns destes ancestrais conseguiam sobreviver no interior da célula procariótica de maiores dimensões, estabelecendo-se relações de simbiose. 
A íntima cooperação entre estas células conduziu ao estabelecimento de uma relação simbiótica estável e permanente. A evolução conjunta destes organismos terá levado ao surgimento das células eucarióticas constituídas por vários organelos, alguns dos quais foram, em tempos, organismos autónomos. 
Assim, as primeiras relações endossimbióticas terão sido estabelecidas com os ancestrais das mitocôndrias. Os ancestrais das mitocôndrias seriam organismos que tinham desenvolvido a capacidade de produzir energia, de forma muito rentável, utilizando o oxigénio no processo de degradação de compostos orgânicos.
Por outro lado, outro grupo de procariontes, semelhante às actuais cianobactérias, tinha desenvolvido a capacidade de produzir compostos orgânicosutilizando a energia luminosa. A associação das células procarióticas de maiores dimensões com estes seres, ancestrais dos cloroplastos, conferia-lhe vantagens evidentes. 
Mas nem todas as células eucarióticas possuem cloroplastos. Este facto é explicado, segundo a Hipótese Endossimbiótica, pelo estabelecimento de relações simbióticas de forma sequencial. Isto é, as primeiras relações endossimbióticas terão sido estabelecidas com os ancestrais das mitocôndrias e, só posteriormente, algumas dessas células terão estabelecido elações de simbiose com os ancestrais dos cloroplastos.

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