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ELESSANDRO ROMULO DA SILVA AVALIACÃO DO IMC E DAS HABILIDADES MOTORAS EM CRIANÇAS PARTICIPANTES DA ESCOLINHA DE FUTSAL DO MUNICÍPIO DE PAROBÉ, RS. Novo Hamburgo 2007 CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA AVALIACÃO DO IMC E DAS HABILIDADES MOTORAS EM CRIANÇAS PARTICIPANTES DA ESCOLINHA DE FUTSAL DO MUNICÍPIO DE PAROBÉ, RS. ELESSANDRO ROMULO DA SILVA Monografia apresentada ao Curso de Educação Física como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física. Orientadora: Profª Ms. Solange de Fátima Mohd Suleiman Shama Novo Hamburgo, novembro de 2007 A Comissão Examinadora, abaixo-assinada, aprova a Monografia AVALIACÃO DO IMC E DAS HABILIDADES MOTORAS EM CRIANÇAS PARTICIPANTES DA ESCOLINHA DE FUTSAL DO MUNICÍPIO DE PAROBÉ, RS. Elaborada por ELESSANDRO ROMULO DA SILVA Requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física no Centro Universitário Feevale COMISSÃO EXAMINADORA: Profª Ms. Solange de Fátima Mohd Suleiman Shama Prof. (Orientador(a)) RICARDO REUTER PEREIRA Prof. MAGALE KONRATH Prof. Novo Hamburgo, 2007 Homens caminham; O espírito voa. Homens sujam-se; O espírito é intocável Homens tombam; O espírito é eterno. Tudo que o espírito é... O homem pode ser. AGRADECIMENTOS A Deus, que permitiu concluir tudo que comecei até hoje, e fez mais vez com que esse dever fosse cumprido; As todas as pessoas que encontrei até hoje, que me ensinaram com exemplos, valores que levo comigo, aos que encontram obstáculos e convertem eles em vitórias, aos que me ensinaram a vencer, sem abrir mãos dos meus princípios; Para meu pai Gildo José da silva pela vida, pelo apoio em todos os sentidos até os dias de hoje e de sempre; Ao meu amor, Viviana Patrícia dos Santos, inúmeras vezes, primeiramente pelo amor e carinho que recebo todos os dias, segundo pela compreensão e paciência que teve e terá, pois várias vezes representei colocar certas metas em primeiro plano, porém, tudo pelo objetivo de nos unir de forma mais coesa e estável. Terceiro pela pessoa que é, de infinitos valores, me enchendo de orgulho e transmitindo segurança para poder enfrentar todos os acontecimentos da vida juntos; Aos grandes e eternos amigos Carlos Ramon, Fabio Colório, Ivan Martins, Larri Rodrigues, Lasiê Hilário, Rafael Apolo e Valmoci Passos, aos quais me privei da compainha durante muito tempo, mas não do companheirismo, a estes dedico grande homenagem, pois tenho nestes os melhores exemplos; e fonte de inspiração para o sucesso. A estes irmãos de tantas convivências, meus sinceros agradecimentos; A minha extraordinária em todos os sentidos, tia Edilia, a quem me espelho pelo caracter, pela sabedoria que leva consigo e pela maneira de conduzir sua vida; A inesquecível professora Deise da minha 1º série, que apostou muito em mim, quando eu precisei e a professora Maristela, que esteve ao meu lado quando encontrei enorme dificuldade em meus estudos. A estas duas, um grande agradecimento, pois deixaram exemplos a serem seguidos por mim. A todos os professores de karatê, Taekwondo e Judô, que tive até os dias de hoje, pois estas artes com certeza me fizeram uma pessoa melhor, sendo um aprendizado em especial com Sensei João Airton, José Iauri e Derli Stecker, este último propiciando o início de tudo. A orientadora Solange Shama, pela orientação, paciência e competência, meus sinceros agradecimentos, sobretudo pelo companheirismo; Aos colegas de graduação Ahmad Musleh, Ângelo Streck, Guilherme Kunzler, pelo ambiente saudável, camaradagem e por tudo que conseguimos aprender juntos; A todos os demais que, oportunizaram meu aprendizado e que tiveram um comportamento exemplar demonstrando profissionalismo, competência e responsabilidade ética. Considero-os, co-autores na minha formação. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Classificação de IMC para crianças e adolescente. Figura 2: Média geral dos alunos do Estudo Piloto (Peso, Estatura, IMC e EDM). Figura 3: Média da amostra total (Peso, Estatura, IMC e EDM). Figura 4: Média total do percentual de EDM do Estudo Piloto. Figura 5: Média Percentual de EDM da Amostra Total. Figura 6: Percentual de Sobrepeso Obesidade em relação amostra total 7 anos. Figura 7: Relação do EDM com Sobrepeso e Obesidade de 7 Anos. Figura 8: Percentual de Sobrepeso e Obesidade em relação amostra total 8 Anos. Figura 9: Relação do EDM com Sobrepeso e Obesidade de 8 anos. Figura 10: Percentual de sobrepeso obesidade em relação à amostra total 9 anos. Figura 11: Relação do EDM com sobrepeso e obesidade de 9 anos. Figura 12: Percentual de sobrepeso obesidade em relação à amostra total 10 anos. Figura 13: Relação do EDM com sobrepeso e obesidade de 10 anos. Figura 14: Percentual de sobrepeso obesidade em relação à amostra total 11 anos. Figura 15: Relação do EDM com sobrepeso e obesidade de 11 anos. Figura 16: Percentual de lateralidade em relação à amostra total de 7 anos. Figura 17: Percentual de lateralidade em relação à amostra total de 8 anos. Figura 18: Percentual de lateralidade em relação à amostra total do estudo piloto. Figura 19: Percentual de lateralidade em relação à amostra total de 9 anos. Figura 20: Percentual de lateralidade em relação à amostra total de 10 anos. Figura 21: Percentual de lateralidade em relação à amostra total de 11 anos. Figura 22: Média dos alunos de 84 meses (peso, estatura, IMC e EDM). Figura 23: Média dos alunos de 96 meses (peso, estatura, IMC e EDM). Figura 24: Média dos alunos de 108 meses (peso, estatura, IMC e EDM). Figura 25: Média dos alunos de 120 meses (peso, estatura, IMC e EDM). Figura 26: Média dos alunos de 132 meses (peso, estatura, IMC e EDM). Figura 27: Média alunos de 96 meses, estudo piloto (peso,estatura, IMC e EDM). Figura 28: Média alunos de 120 meses, estudo piloto (peso, estatura, IMC EDM). Figura 29: Percentual de EDM em relação à amostra total de 7 anos. Figura 17: Percentual de EDM em relação à amostra total de 8 anos Figura 19: Percentual de EDM em relação à amostra total de 9 anos. Figura 20: Percentual de EDM em relação à amostra total de 10 anos. Figura 21: Percentual de EDM em relação à amostra total de 11 anos. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS OMS: Organização Mundial de Saúde IMC: Índice de Massa Corporal EDM: Escala de Desenvolvimento Motor CMF: Coordenação Motora Fina CMG: Coordenação Motora Global OE: Organização Espacial OT: Organização Temporal EQ: Equilíbrio QMG: Quociente Motor Geral IC: Idade Cronológica IMG: Idade Motora Geral RESUMO Este estudo teve como objetivo avaliar as habilidades motoras e relacionar com o IMC das crianças do gênero masculino com as idades entre 7 e 11 anos, matriculados na escolinha de futsal do município de Parobé/RS, Brasil. A pesquisa foi realizada no ginásio municipal de desporto, desta cidade, e teve uma abordagem descritiva de delineamento transversal. Fez parte desta pesquisauma amostra de 96 alunos, sendo todos do sexo masculino. Esta amostragem foi estratificada por gênero e faixa etária. O instrumento utilizado foi o a escala de desenvolvimento motor de Rosa Neto (2002). Este estudo foi realizado, com crianças que estavam no local estabelecido em horários distintos aos das aulas. Depois de obtido o termo de consentimento livre e esclarecido, realizou-se a pesquisa. Através desta pesquisa concluiu-se que, os totais das crianças estudados estão com o IMC médio de 18,19 pertencendo ao grupo dos 9 anos, classificadas de acordo com a tabela da OMS e classificadas pela Escala de Desenvolvimento Motor – EDM (ROSA NETO, 2002), como 60,42% normal médio, 38,54% normal alto e 1,04% superior, ou seja, mesmo as crianças com sobrepeso e obesidade, alcançaram um bom nível de desenvolvimento motor Os resultados deste estudo demonstram uma precocidade na idade motora destas crianças. Palavras chaves: índice de massa corporal – habilidade motora - crianças. ABSTRACT This study had as objective evaluates the motive abilities and to relate with the children's of the masculine gender IMC with the ages between 7 and 11 years, enrolled in the school of futsal of the municipal district of Parobé / RS, Brazil. The research was accomplished in the municipal gym of sport, of this city, and she had a descriptive approach of traverse. He made part of this research a sample of 96 students, being all male one. This sampling was stratified by gender and age group. The instrument the Scale of Motor Development EDM (ROSA NETO2002).This study was accomplished, with children that were at the established place in schedules different to the of the classes. After having obtained the term of free and illustrious consent, he took place the research. Through this research it was ended that, the studied children's total is with medium IMC 18,19 belonging to the 9 year-old group, classified in agreement with the table of OMS and classified by the Scale of Motor Development. EDM (ROSA NETO2002), as 60,42% normal medium, 38,54% normal high, and 1,04%, or even the children with overweight and obesity, achieved a good level of development motor The results of this study demonstrate a clear early age driving these children. Key words: gender IMC – motive abilities - children. SUMÁRIO RESUMO........................................................................................................................ ABSTRACT.................................................................................................................... INTRODUÇÃO...........................................................................................................13 1 Objetivos...............................................................................................................16 1.1 Objetivo geral.............................................................................................16 1.1.1 Objetivo específico..................................................................................16 1.2 Definição de termos...................................................................................16 2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................18 2.1 Obesidade............................................................................................................18 2.1.2 Conceito de Obesidade..........................................................................18 2.1.3 Classificação de Obesidade...................................................................19 2.1.4 Obesidade uma epidemia.......................................................................20 2.1.5 Causas da Obesidade............................................................................21 2.1.6 Fatores genéticos e Biológicos...............................................................22 2.1.7 Sedentarismo..........................................................................................23 2.1.8 A influência da obesidade no aspecto piscossocial................................24 2.2 Critério de avaliação de medidas.........................................................................25 2.2.1. Avaliando o protocolo de IMC................................................................25 2.2.2 Razões para medir uma criança.............................................................27 2.3 Desenvolvimento motor........................................................................................29 2.3.1 Fases do desenvolvimento motor...........................................................29 2.3.2 Habilidades motoras...............................................................................30 2.3.3 Habilidades motoras e conseqüência de seu déficit...............................32 2.3.4 Escala de desenvolvimento de habilidades motora de criança..............34 3 MÉTODO.................................................................................................................36 3.1 Delineamento da pesquisa...................................................................................36 3.2 População e amostra............................................................................................36 3.2.1 População...............................................................................................36 3.3 Instrumento de coleta de dados...........................................................................37 3.4 Plano de coleta de dados.....................................................................................38 3.4.1 Contato inicial.........................................................................................38 3.4.2 Estudo Piloto...........................................................................................38 3.4.3 Estudo Principal......................................................................................39 3.5 Tratamento estatístico..........................................................................................39 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...................................................... 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................50 REFERÊNCIAS..........................................................................................................52 APÊNDICE A – TERMO DE CONCORDÂNCIA........................................................57 APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO................58 APÊNDICE C – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA............................................59 APÊNDICE D – FICHA DE COLETA DE DADOS......................................................60 APÊNDICE E – RESULTADOS ESPECÍFICOS DA AMOSTRA TOTAL/ ESTUDO PILOTO (ALUNO, PESO, ESTATURA, IMC, CMF, CMG, EQ, EC, OE, OT e EDM)..........................................................................................................................61 ANEXO 1 – DISTRIBUIÇÃO DA IDADE CRONOLÓGICA CONVERTIDA................69 ANEXO 2 – ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR (EDM).............................69 ANEXO 3 – BATERIA DE TESTES MOTORES........................................................70 13 INTRODUÇÃO O sobrepeso e a obesidade são problemas de saúde pública e nos últimos anos vem acometendo cada vez mais pessoas, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos paísesem desenvolvimento. Vale ressaltar, que quanto maior a prevalência da gordura corporal excessiva na infância, maior será as chances de a criança ter dificuldade nas tarefas do cotidiano, atividades de lazer, desempenho em esportes, o que poderá acarretar em dificuldades motoras, além de problemas nas interações sociais. No que se refere ao movimento humano, o excesso de peso dificulta a motricidade, e, no entanto, a infância representa um período de crucial importância para o desenvolvimento humano. Um dos aspectos que tem merecido a atenção dos pesquisadores desta área é a avaliação do desenvolvimento motor, portanto, este é o objeto de estudo da educação física que tem no corpo algumas respostas para determinados problemas, considerando os conhecimentos e saberes vindo desta motricidade humana. Portanto, resgatar a “motricidade humana” nos parece ser o primeiro passo para a reintegração do “corpo”, e a Educação Física imbuída deste objetivo tornou- se um meio para as crianças vivenciarem as diferentes potencialidades motoras, aliadas os benefícios de socialização e integração em todas suas atividades de lazer. Segundo Moretti et all, apud Freire p. 42-43, Neste mundo capitalista, onde as crianças são alvos constantes de novidades alimentares e entretenimentos, e fonte certa de renda para consumos de produtos dos mais variados tipos colocados à disposição no mercado, juntamente com a falta de conscientização por parte dos pais, faz destas, vitimas de uma sociedade moderna, em que se perde de vista o movimento, o brincar, ou seja, o desenvolvimento da sua consciência corporal, o que é muito importante para que conheça seus próprios limites e capacidades, mesmo que inconscientemente. As brincadeiras envolvem diversas atividades motoras, é com elas que a criança começa a construir o seu conhecimento corporal. Segundo Oliveira et al. (2003) a população infantil é do ponto de vista psicológico, socioeconômico e cultural, dependente do ambiente onde vive que na maioria das vezes é constituído pela família, sendo que suas atitudes são freqüentemente, reflexos deste ambiente. Quando desfavorável, o ambiente pode 14 propiciar condições que levem distúrbios alimentares que, uma vez instalados, poderão permanecer, caso não aconteça mudanças neste contexto. Portanto, o conhecimento das influencias, fornece substratos ao desenvolvimento de programas que visem minimização, controle e erradicação do problema. Segundo Cunha, et all 2004, apud Ferreira Neto (1997), a modernidade começa a prejudicar o desenvolvimento motor da criança já que a cidade se caracteriza por uma pobreza de espaço livre, devido a uma urbanização acelerada (característica fundamental da vida moderna) provocando um atrofiamento nas possibilidades de expansão espacial da criança. Promover o aumento da atividade física e incentivar a aquisição de hábitos saudáveis seria provavelmente, os principais componentes de uma vida saudável entre as crianças. Para isso, o professor de educação física pode ser bastante útil, já que, domina técnicas recreativas de fazer uma criança movimentarem-se brincando, o que é bastante apreciado para esta idade, não esquecendo o aspecto educacional. Segundo Moretti et all, apud Neira e Mattos, 2002, p.29, Falando na interação desses fatores, podemos citar o ato de brincar, isso porque quando a criança brinca ou se movimenta por meio de atividades motoras, ela obtém conquistas no plano da coordenação e precisão dos movimentos. Porém, se ela ainda não estiver desenvolvida no aspecto maturacional para praticar uma atividade que lhe é exigida, esta situação poderá gerar frustrações que desencadearão falta de motivação e repulsa àquela atividade, podendo ter repercussões em futuras práticas motoras. Com atuação profissional em escolinhas de futsal para crianças e adolescentes, minha atenção foi despertada para seus hábitos, comportamentos, motricidades, e a grande diferença de estatura e peso entre as crianças de uma mesma idade, dando origem a este estudo. Sendo o futsal, um dos esportes mais praticados por crianças das mais diversas camadas sociais, em que o contato com a bola exige velocidade, agilidade, força, etc, isso instigou a curiosidade em relação ao assunto, já que encontramos tantos profissionais incapacitados trabalhando neste setor, com falta de informação mais aprofundada de um conhecimento corporal de uma criança. Através deste estudo, encontraremos dados que é de extrema importância ao Professor de Educação Física, pois poderá melhor direcionar suas aulas, assim como, orientar pais e familiares sobre a importância de adotar hábitos saudáveis, contribuindo para o controle do crescimento físico-motor da criança, evitando o 15 sobrepeso e obesidade, diminuindo conseqüentemente os riscos de doenças futuras e demonstrando elementos básicos da motricidade de uma criança e sua importância. Esta pesquisa esta voltada para questões e estudos que envolvem o sobrepeso e obesidade e seus efeitos sobre o domínio motor das crianças, acreditando que fazer o seu diagnóstico nos alunos de escolinhas de futsal de Parobé, é de extrema importância para professores e demais interessados pelo esporte desta cidade, pois para que a intervenção traga resultados positivos é preciso conhecer o indivíduo, que é a finalidade de qualquer avaliação e, especialmente neste estudo, onde proposta é a avaliação motora e a influência da obesidade no desenvolvimento motor de crianças. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi, por meio de provas motoras, avaliar o desenvolvimento motor de crianças participantes da escolinha municipal de futsal de Parobé/ RS, no turno da manhã e através da Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto (2002), relacionar as Idade Motora às respectivas Idade Cronológica. 1. OBJETIVOS 1.1 Objetivo geral Avaliar as habilidades motoras e relacionar com o IMC das crianças do gênero masculino com idades entre 7 e 11 anos, matriculadas nas escolinhas de futsal do município de Parobé, RS. 1.1.1 Objetivos específicos - Avaliar a estatura e peso corporal desses indivíduos. - Avaliar o nível de habilidade motora, e comparar com as tabelas relativas às diferentes idades. - Relacionar a prevalência de IMC, com a habilidade motora. - Relacionar a interferência do sobrepeso sobre as atividades das crianças 1.2 Definição de termos Saúde: Bem estar físico, mental, social e não apenas a ausência de doenças (MCARDLE; KATCH; KACHT, 2003). Atividade Física: caracteriza todos os tipos de movimentos humanos, associados à vida, trabalho e ao lazer (POWERS, 1997). Exercício Físico: Atividade física planejada, estruturada, repetitiva por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. (GUEDES, 2003). Obesidade: A obesidade é definida como um acúmulo excessivo de gorduras corporal e está relacionada a vários fatores e disfunções, podendo coincidir com um aumento de peso ou não (GUEDES 2003, p.21). Sobrepeso: É tido como aumento excessivo do peso corporal total, em conseqüência de modificações em apenas um de seus constituintes (gordura, músculos, ossos e água), ou em conjunto (GUEDES 2003, p.22).Índice de Massa Corporal (IMC): de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) obesidade é classificada pelo índice de massa corporal (IMC), definido 17 como o peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura, em metros (kg/m²) (OMS). Composição corporal: É a divisão da massa magra e massa gorda usada para estudar as diferentes características de crescimento entre os sexos e a maturação (BARBANTI, 1996). Antropometria: É o estudo das medidas do corpo humano através da determinação das dimensões do corpo, normalmente para estabelecer a freqüência de ocorrência entre as raças, sexos, grupos de idades, culturas, etc. (BARBANTI, 1996 p. 186). 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 OBESIDADE 2.1.2 Conceito de Obesidade Obesidade é o excesso de gordura no organismo, causada basicamente pela ingestão energética de alimentos maior que o gasto calórico do organismo. É uma doença multifatorial que envolve fatores genéticos, psicológicos, psicossociais, hábitos e cultura (sobretudo o nível de atividade física e as atividades sedentárias) (OLIVEIRA, 2000). De acordo com McArdle e Katch e Kacht (1996), a obesidade pode ser considerada como a relação entre dimensão e o número de células adiposas. O processo na qual ocorre um aumento na dimensão das células adiposas já existentes é denominado hipertrofia, ocorrendo com maior freqüência na fase adulta. Já quando há um aumento no número de células adiposas, este processo denomina-se de hiperplasia e acontece na infância e na adolescência. Guedes (2003) afirma que toda criança que apresentam hiperplasia tem dificuldades de manter o controle do peso na idade adulta. Pollock e Wilmore (1993), explica que em um Indivíduo considerado não obeso ocorre uma combinação de hipertrofia normal, do nascimento a maturidade, nós chegamos em torno de 30 a 50 bilhões de células de gordura em seu organismo, já no individuo obeso chega a 60 a 100 bilhões de células de gordura, ou seja, duas vezes mais. Segundo Fisberg (1995), a obesidade pode ser definida como acúmulo de tecido adiposo regionalizado ou generalizada e pode ter inicio em qualquer idade, desencadeada por vários fatores como o desmame precoce, introdução inadequada de alimentos, distúrbios de comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração de crescimento. Conforme Bouchard (2003), a obesidade se diferencia do sobrepeso, sendo que a primeira diferença caracteriza-se por um excesso significativo de peso, particularmente de tecido adiposo, uma porcentagem maior de massa corporal gorda a segunda é que o balanço energético positivo, e sustentado por um período mais longo de tempo no individuo obeso, e a terceira relaciona-se ao gasto energético, 19 por serem mais pesados, os obesos gastam mais energia, sua taxa metabólica em repouso é mais alta, resultante de uma massa maior de tecido respiratório e apresentam um gasto energético maior, acima do gasto energético de uma pessoa com peso normal, isso se deve ao motivo do obeso ter que movimentar uma “massa maior”. Costa (2000) define sobrepeso, como aqueles valores de massa corporal que se encontram entre a massa tida como normal e a obesidade, podendo ocorrer em função de excesso de gordura corporal ou de valores elevados de massa magra. O sobrepeso pode ser conceituado como o peso que excede o padrão normal, ou o peso estabelecido para uma pessoa em particular, já que a obesidade está muito acima destes padrões. 2.1.3 Classificação da obesidade A Organização Mundial (OMS) propôs a classificação de crianças, baseada no peso e altura, como uma escala padrão de obesidade, esta relação se denomina Índice de Massa Corporal (IMC). FIGURA 1 - Classificação de IMC para crianças e adolescente pelo Índice de Massa Corporal da Organização Mundial da Saúde. Fonte: OMS (Organização Mundial da Saúde) Idade Baixo peso Normal Sobrepeso Obeso 7 anos Abaixo de 14,4 14,4 - 17,5 17,5 - 18,2 Acima de 18,2 8 anos Abaixo de 14,3 14,3 - 18,0 18,0 - 19,1 Acima de 19,1 9 anos Abaixo de 14,6 14,6 - 19,0 19,0 - 19,9 Acima de 19,9 10 anos Abaixo de 15,0 15,0 - 19,8 19,8 - 198 Acima de 19,8 11 anos Abaixo de 15,1 15,1 - 21,5 21,5 - 22,5 Acima de 22,5 12 anos Abaixo de 15,7 15,7 - 21,7 21,7 - 23,7 Acima de 23,7 20 2.1.4 Obesidade: uma epidemia A obesidade na infância e na adolescência está se tornado um problema cada vez mais freqüente, nota-se nas ruas, escolas, parques de nossas cidades, o aumento do número de crianças com sobrepeso. A obesidade nesta fase da vida tende a persistir na vida adulta, ou seja, a criança tem maior probabilidade de virem a ser adultos obesos, contribuindo significativamente para desencadear outras doenças causando um problema epidemiológico. Conforme Monteiro (1998 p.15-30) é fundamental investir na reeducação dos hábitos alimentares e de atividades física na população infantil. “A educação é o instrumento mais valioso e eficaz para bloquearmos este aumento na incidência da obesidade e suas complicações, de forma a evitarmos que se realize a previsão de que 35% da população adulta brasileira estarão obesas em duas décadas”. Por outro lado, podemos reverter estas projeções, através de estudos, pesquisas e conscientização de nossas crianças, adolescentes e familiares, para que os indivíduos mantêm um estilo de vida em que se realiza atividade física de forma regular, alimentação adequada entre outras tão importantes reivindicações, os benefícios por serem mais ativos resultarão em uma melhor qualidade de vida e uma redução da mortalidade geral por todas as causas. A falta de atividade física ou inatividade é uma importante causa de morte, doença e incapacidade. Dados preliminares de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) a respeito de fatores de risco sugerem que a inatividade, ou estilo de vida sedentário é uma das dez principais causas mundiais de morte e incapacidade. Estudos epidemiológicos sugerem que a inatividade física exerce uma forte influência no desenvolvimento de obesidade em crianças, os excessos de gordura, outrora considerado um privilégio dos riscos, atualmente não tem sido associado, tão somente a um problema estético e também de saúde. Segundo Viuniski (2000), as causas da obesidade infantil podem ser didaticamente divididas em genéticas e ambientais. O estilo de vida atual, estresse, alimentação rica em gorduras e pobre em fibras, violência nas ruas, televisão e videogames são os fatores que estão transformando a obesidade infantil em epidemia.21 Estudos comprovam que o sedentarismo esta se tornando comum em todas as faixas etárias, com grande prevalência em crianças e adolescentes. Um estilo de vida fisicamente inativo e um fator de risco para o ganho de peso; além disso, indivíduos obesos são, em geral, muitos sedentários, já que o excesso de massa corporal é um obstáculo para a adoção de um estilo de vida fisicamente mais ativo. (BOUCHARD, 2003). O Brasil esta entre os quatro paises que apresentam uma rápida elevação de prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes, quando avaliados pelo IMC. (MCARDLE, 2006), 2.1.5 Causas da obesidade Nas ultimas décadas, as crianças tornaram-se menos ativas, incentivadas pelos avanços tecnológicos, a inatividade, porém um país continente, não há apenas uma resposta para a causa de um possível problema de sobrepeso, Brasil e um resultado de uma grande diversidade de características populacionais, e isso envolve diversos fatores, há grandes diferenças sociais, econômicas, culturais, étnicas, e seria necessário pesquisar detalhadamente cada uma delas em cada região de nosso país. Já Pimenta (2001), diz que não se sabe com precisão a origem da obesidade. Acredita-seque seja devido a fatores biológicos, comportamentais. É difícil afirmar que uma criança é obesa, porque seus pais também são obesos, por outro lado, parece ser mais aceito que a ausência de atividade física e a má alimentação estão fortemente associadas à obesidade. Bouchard (2003) destaca a infância como um período crítico para desenvolver atitudes saudáveis e modelos de comportamento, seleção de alimentos e prática de atividades físicas, enfoca a questão do modelo biopsicosocial dentro da família e sua interferência no controle da obesidade, ocasionando mudanças no estilo de vida pessoal, por meio do qual o comportamento, o balanço de energia e a comunicação entre os membros podem melhorar aspectos fisiológicos e psicosociais. Os hábitos de vida da família têm um papel essencial e preponderante para desenvolver um estilo de vida nas crianças, muitas crianças com idade de 07 a 11 já 22 desenvolveram conceitos incorretos de alimentação, e, portanto, erram na escolha de um alimento saudável. 2.1.6 Fatores genéticos e biológicos Conforme McArdle (2006), 25% das crianças obesas tem como fator determinante a genética. Quanto à hereditariedade, na opinião de Bouchard 2003, apud Birch et al. (1997), estima-se que é de 30% a 50% a variação da adiposidade atribuída a fatores genéticos sem determina outros fatores comportamentais. Conforme Carrol (1995) o ritmo em que os depósitos de gordura formam-se no organismo durante idade de crescimento varia muito. A época do nascimento, a gordura constitui cerca de 15% do peso total da criança. Aos seis meses de idade, essa porcentagem pode subir para 26% e mais tarde diminuir, à medida que a criança adquire maior mobilidade. Por volta dos seis anos, cerca de 15% do peso da criança é constituído de gordura; pouco antes da puberdade, esse número pode chegar a 20%. Na mulher jovem, após a puberdade, a porcentagem gira em torno de 25% e no homem jovem, apenas 13%. A importância de um controle nesta idade é fundamental, pois crianças e pré-adolescentes obesos provavelmente serão adultos obesos. Bouchard (2003) identificou três períodos, durante a infância, que são críticos para o desenvolvimento da obesidade: o período intra-uterino; o período entre as idades de 4 e 6 anos, e quando pode ocorrer um retorno da adiposidade na adolescência. A obesidade frequentemente se inicia na infância e, ocorrendo isso, as chances para que se torne um adulto obeso são três vezes maiores, se comparadas com as de uma criança com massa corporal normal (MCARDLE; KATCH e KATCH, 1996). Entender o crescimento infantil é importante para perceber as modificações em cada etapa da infância, puberdade e adolescência, através destas citações, percebemos que o crescimento é um processo contínuo, desde a concepção até a idade adulta, porém em determinados períodos mais lentos e outros mais rápidos. 23 2.1.7 Sedentarismo O sedentarismo é o principal problema em nossa sociedade moderna, e torna-se um desafio para os profissionais da saúde, ele atinge todas as faixas etárias e os costumes de um indivíduo sedentário são repassados de geração em geração. Desde os tempos da revolução industrial, com tecnologia avançando a uma velocidade assustadora, até hoje, observam-se transformações notáveis de uma sociedade acostumada aos trabalhos pesados, com uma estrutura basicamente rural e fisicamente ativa, para uma população de cidadãos urbanos ansiosos e estressados com poucas ou nenhumas oportunidades para envolvimento em atividades físicas. Estes avanços na tecnologia moderna permitiram á atuais sociedades uma vida de relativo conforto (POLLOCK; WILMORE, 1993). Disciplinar uma criança entre atividade física muito importante, porém para evitar o sedentarismo, é necessário controlar e dosar o seu tempo gasto com entretenimentos que não exijam uma movimentação corpórea. Quando comparamos as atividades de lazer das nossas crianças, hoje, com as brincadeiras das gerações anteriores, percebemos que os passeios de bicicleta, bate-bola no fundo de casa, pula-corda, amarelinha, pega-pega, brincadeira de roda e inúmeras outras foram substituídas pela TV, videogames e computadores. Nada imobiliza mais uma criança saudável do que a televisão (VIUNISKI, 2000). Não nos damos de quanto somos vitimas da modernidade tecnologia, controles remotos para televisão, vídeo, aparelhos de som, portões automáticos, vidros elétricos, etc. Todos os dias deixamos de nos movimentar, fazendo com que nos acomodamos cada vez mais e se não bastar nas horas de folga para aliviar a tensão mental, ficamos ociosos em nossas residências com a família. A necessidade de mudar este estado de sedentarismo é crucial para evitar patologias relacionadas à obesidade, como diabetes, cardiopatias entre outras inúmeras doenças. Praticar exercícios físicos de forma regular traz benefícios a curto, médio e longo prazo, e proporciona uma melhor qualidade de vida para nossas famílias. Monteiro (1998), afirma que o grande número de pesquisas que envolvem a distribuição de gordura corporal e sua relação com doenças vem fornecendo evidencias claras de que existe uma ligação entre o aumento da gordura abdominal 24 e o da morbidade e mortalidade por causas cardiovasculares, sendo esta, utilizada como índice de predição de problemas cardiovasculares, os diabetes, a hipertensão. Isso tudo vem acarretar o sedentarismo, que é a inatividade física, e com ela vem uma grande leva de problemas de saúde, tornando as crianças vitimas inocentes destes hábitos. 2.1.8 A influência da Obesidade no aspecto psicossocial O desprezo ao obeso começa na infância, são alvos de preconceitos e enfrentam inúmeras dificuldades no convívio com outras crianças. Segundo Bruch (1969) a maior parte dascrianças obesas é triste. Elas são tímidas e tem vergonha de sua figura deformada e são capazes de escondê-la. Onde quer que vá, atraem as atenções por que são desajeitadas, feias e lentas. Seus corpos mal formados e seu comportamento indolente aparecem em contraste agudo com a graça e vivacidade das crianças normais. A obesidade é um prejuízo serio na vida social da criança, e mais ainda para um adolescente. Prejudica sua inter-relação com os outros em atividades compartilhadas. A obesidade não tem a dignidade das outras doenças e nem sempre é levada a sério, mesmo pelos adultos muitas vezes é considerada cômica. Ainda segundo Bruch (1969) além dos prejuízos psicológicos, o peso excessivo pode também ser um prejuízo para o bem estar físico de uma criança. Com grau de obesidade, podem estar presentes dispnéia e sonolência. Mesmo as crianças moderadamente obesas podem sentir falta de ar durante a prática de exercícios ou simplesmente andando, ou podem sofrer de várias perturbações e de dores de origem ortopédica. Isto pode gerar uma inatividade secundária, e, portanto uma criança pode tornar-se mais pesada simplesmente porque tem um prejuízo por ser obesa; a obesidade demonstra uma tendência definida a tornar-se progressivamente pior. A infância e a adolescência é um período de muitas turbulências emocionais e a preocupação com a auto-imagem ou imagem corporal, esta se tornando cada vez mais precoce, a obesidade é um estado indesejável de existência para uma criança, e mais ainda para um adolescente e isso acarreta problemas que inevitavelmente atinge as famílias. 25 Accioly (2002) cita que a discriminação sofrida pelos obesos na sociedade, diminui a auto-estima e leva-os a uma maior vulnerabilidade a depressão e maior busca pelo alimento, muitas vezes utilizadas para reduzir os sentimentos de privação emocional que estão presentes na infância. Ela se sente incapaz de realizar qualquer atividade física em que tenha que expor o corpo, pois quase sempre é motivo de gozação para as outras crianças. Essa rejeição começa na idade pré- escolar, fazendo com que estas crianças tenham um auto-conceito negativa sobre si mesma. Podemos dizer que, mesmo alguns quilos a mais podem trazer prejuízos aos nossos adolescentes, pois vivemos em uma sociedade, escravizadas ao culto do corpo magro e “perfeito”. Seria importante incentivar a prática de atividade física dessas crianças, ainda mais se houvesse preferência por atividades recreativas e não competitivas, pois as crianças obesas não teriam dificuldades em participar e, portanto não seriam excluídas pelos demais colegas. 2.2 CRITÉRO DE AVALIAÇÃO DE MEDIDAS 2.2.1 Avaliando o protocolo de medida do IMC Existem vários métodos para verificar a gordura corporal como: pesagem hidrostática, densitometria óssea, bioimpedância elétrica, medidas das dobras cutâneas, etc. Porém, estes métodos acabam por se tornar caros e demorados, pois exigem locais adequados e pessoas treinadas e isso não se adequou a grandes pesquisas onde se necessita uma medida rápida, barata e simples, porém confiável. Lambert Adolfhe Jaques Quetelet (1786-1874), é considerado o pai da antropometria cientifica, por ter aplicado em 1841, métodos estatísticos nos estudos dos seres humanos, abandonando padrões subjetivos e adotando a análise cientifica. Quetelet mostrou através de estudos científicos de aplicabilidade da teoria da curva normal de Gauss para estudar fenômenos biológicos. Foi possível então a distribuição das medidas em forma de sino, podendo-se estudar esta forma as medidas antropométricas. Em 1871 a partir de seus achados ele criou o que hoje conhecemos como índice de massa corporal (IMC) (MATHEUS, 1986). 26 Segundo Guedes e Guedes (1997, p52), o índice de Quetelet (Calculado pelo peso em quilos dividido pela altura em metros elevada ao quadrado) também chamado de “índice de Massa Corporal” vem sendo o recurso mais utilizado na determinação da relação peso/ estatura em estudos que procuram analisar o crescimento somático de crianças e adolescentes. O IMC fornece o estado nutricional do indivíduo, classificando-o em: abaixo do peso, peso ideal (eutrofia), sobrepeso e obesidade. Porém, esta relação pode não ser verdadeira em atletas, pois superestimas o seu estado nutricional que ira apresentar geralmente sobrepeso. A partir do inicio dos anos 80, do aumento da prevalência da obesidade, principalmente nos Estados Unidos e Europa, passou-se a utilizar o Índice de Quetelet, que foi quem o propôs originalmente no século 19. O Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido um dos melhores métodos para obter informações sobre obesidade, de fácil aplicação para obter as medidas, além de ser um método não evasivo, acaba sendo o mais aplicado em pesquisas de grande quantidade de pessoas. A Organização Mundial da Saúde Recomenda a utilização do IMC ou índice de Quetelet como critério para diagnosticar a obesidade na infância sob a apresentação dos índices em forma de escores. Apesar da avaliação por IMC, não discriminar os componentes gordo e magro da massa corporal total, este é o método mais prático para avaliar o grau de risco associado á obesidade. Podemos verificar que o IMC ser considerado um índice prático, porém seu resultado não é fidedigno para crianças, principalmente se esta for baixa ou alta para a sua idade, porque esse protocolo de medida é baseado em uma estatura estável. Também pode classificar algumas crianças normais como obesas e vice-versa, pois subestimar a massa magra, por não considera variações na musculatura e de gordura. Apesar das restrições ao uso do IMC, este índice tem sido amplamente utilizado em estudos epidemiológicos e se revelado valido para estudar a prevalência da desnutrição e da obesidade e as suas relações com a morbidade, bem como para avaliar tendências seculares (MONTEIRO, 1998) Porém o IMC esta sendo cada vez mais usado para avaliar a normalidade do peso corporal em pacientes individuais. Deve se ter em mente que o IMC é um indicador do peso e só indiretamente da gordura corporal 27 Foi através destas considerações que escolhemos o IMC, como protocolo de avaliação da medida corporal em nosso estudo, acreditando ser o mais correto para aplicar as crianças das escolinhas de futsal de Parobé. 2.2.2 Razões para medir uma criança As crianças, em comparação com os adultos, têm mais tendência a lesões por sobrecarga principalmente nas regiões das articulações, qualquer pessoa pode ter lesão principalmente se estiver acima de seu peso, pois pode sobrecarregar suas articulações causando uma lesão mais grave. Um estudo do IMC pode auxiliar na planificação do treinamento, que por sua vez contribui para o desempenho deste indivíduo. Mathews (1986, p. 1) disse – Uma criança e extremamente complexa em sua formação e capacidade e, decididamente única em muitos aspectos. Ela tem aptidões variáveis nas numerosas habilidades físicas e mentais delas requeridas pela cultura que herdou e tem certas limitaçõesfisiológicas, como pode o Professor selecionar o programa próprio para cada aluno? Ele faz isso por meios de técnicas de avaliação e medição. Segundo Guedes (2003) obter informações sobre composição corporal é fundamental, pois destas informações poderemos salientar os programas de controle de peso corporal tendo acompanhamento mais criterioso quanto ao aconselhamento nutricional e a prescrição de exercício físico. Para Matheus (1986 p.1) “a avaliação é primordial para se ter estimativas, classificações e interpretações quanto ao processo educacional como um todo, registros, pesquisas, listas de chamadas, boletins e questionários, todos podem ser usados para definir valores - padrões de um indivíduo”. Realmente uma avaliação reduz os erros nas prescrições de atividades físicas, salientando que fazer uma avaliação traz um dos vários meios para um determinado objetivo e não a solução deste, ainda mais em plano de natureza tão complexa que é uma criança, a qual esta em constante mudança fisiológica, e isso fazem com que acreditemos na possibilidade estar aplicando métodos de aulas às escuras, ou seja, inadequados a determinadas faixas etários, ou faixa cronológica. Segundo Guedes (1997), desde o nascimento ate a idade adulta passamos por diferentes estagio de crescente maturação. A maturação biológica refere-se às 28 modificações que o corpo humano passa durante a vida. Porém, nem sempre o crescimento, corresponde à idade biológica de uma criança, ou até mesmo a sua idade cronológica, podendo alterar conforme chegar à chamada fase do desenvolvimento acelerado, o chamado “estirão”. Para o mesmo Guedes (1997) diz, O crescimento corresponde a alterações físicas nas dimensões do corpo como um todo ou de partes especificas, em relação ao fator tempo. Já desenvolvimento caracteriza-se pela seqüência de modificações evolutivas nas funções do organismo. Ainda a respeito à idade cronológica e maturação biológica, para o mesmo Guedes e Guedes (1997), durante as duas primeiras duas décadas de vida, a principal atividade do organismo humano é “crescer” e “desenvolver”, pois esses fenômenos ocorrem juntos sendo que dependerá do nível maturacional e individual de cada criança e pelas experiências vivenciadas por elas. Assim sendo, se não fizermos uma investigação mais aprofundada nas mudanças biológicas e cronológicas em uma criança corremos o risco de estar equivocados quanto à capacidade e aptidão física de uma criança, pois tendo como parâmetro esses conceitos se constata que nem todos nascem com a mesma capacidade fisiológica e que o segredo da preparação física esta em fatores genéticos, e biológicos levando em conta a capacidade motora em que o aluno em questão se encontra. Cada ser humano possui características individuais que são determinadas pela carga genética dos mesmos, o que implica em diferentes níveis de adaptação aos estímulos do exercício (HERNANDES, 2000). Para Weineck (2000 p. 246), “Um dos principais motivos para a adversidade biológica esportiva de crianças e adolescentes, quando comparado aos adultos, é dado pelo fato que as crianças e adolescentes ainda se encontram na fase de crescimento, onde surgem inúmeras alterações e particularidades físicas, psicológicas e psicossociais”, Pode-se verificar através destas citações cada vez mais a importância de estudos de composição corporal para o aperfeiçoamento e prescrição de atividades físicas adequadas às crianças. Segundo Barbanti (1996), o treinamento físico é um processo onde se faz o uso propositado de exercícios para se desenvolver e aprimorar as capacidades motoras que ajudam a melhorar o nível de desempenho em atividades musculares especifica, visando não só a melhora do rendimento físico, mas também a melhora 29 no rendimento nas diferentes habilidades motoras. Com isso, o treinamento físico contribui para uma melhora dos aspectos morfológicos, possibilitando o equilíbrio harmônico das estruturas anatômicas fisiológicas destes indivíduos potencializando suas capacidades físicas. Segundo Frissele (1999), estruturar adequadamente as capacidades físicas durante o processo de formação do futebolista é de extrema importância, pois o atleta passa por etapas de crescimento biológico que deve ser respeitado. 2.3 DESENVOLVIMENTO MOTOR 2.3.1 Fases do desenvolvimento motor Segundo Gallahue, apud Cauduro 2002, o desenvolvimento motor dividiu-se em quatro fases: � Fase do desenvolvimento reflexivo (4 meses a 1 ano) Estágio de decodificação da informação e codificações Alta por Óbito: Se morte do paciente durante o tratamento e independente da causa; � Fase do movimento rudimentar (1 a 2 anos) caracteriza-se como estágio de inibição do reflexo e estagio do pré- controle; � Fase do movimento fundamental onde dos 2 aos 3 anos a crianças encontra-se no estagio inicial, dos 4 aos 5 anos ela está no estagio elementar e dos 6 aos 7 ela então encontra-se no estágio maduro; � Fase do movimento relacionado ao esporte, onde dos 8 aos 10 anos a criança encontra-se no estágio geral, dos 11 aos 13 anos no estágio especifico e aos 14 anos ela se encontra no estágio especializado; Percebe-se que a criança que esta com 11 anos encontrarem-se na fase do movimento relacionado ao esporte, talvez esta fase justifique um pouco a preocupação dos professores, quanto ao domínio motor dos alunos desta idade, justamente para se trabalhar a iniciação desportiva durante os 14 anos. 30 2.3.2 Habilidades motoras Conforme Cauduro (2002), habilidades são as condições do individuo para as tarefas funcionais, em processo, de uma nova conduta de atitude ou movimento, as quais devem ser adquiridas. Schimidt e Craig (2001) referem-se à potencialidade para produzir um resultado de desempenho com máxima certeza, mínimo de energia ou tempo mínimo, desenvolvido como um resultado da prática. Para Cauduro (2001), apresenta-se o significado de cada uma delas: � Esquema Corporal: representa o conhecimento das partes do corpo, organizadas a partir das sensações motoras, este conhecimento é sistematizado no sistema nervoso central; � Direção: é para onde meu corpo se locomove e é espacial. � Lateralidade: Indica a predominância de um dos lados do corpo. Representa a predominância neurológica de um dos hemisférios (sistema nervoso central) sobre o outro � Coordenação: é o equilíbrio entre ritmo interno e o ritmo externo que está sendo proposto nas atividades, deve-se cuidar para que a criança não queime etapas em sua evolução psicomotora e é por isso que a criança deve vivenciar determinadas atividades. � Ritmo: existe em tudo, é o ritmo natural, biológico espontâneo; � Equilíbrio: é a capacidade de sustentar o corpo em qualquer posição, contra a lei da gravidade. Infecções de ouvido podem interferi no equilíbrio. � Espaço-Tempo: refere-se às noções de espaço referente à dinâmica, a orientação e à estrutura espacial, refere-se em situar o presente em relação a um antes e um depois, lento e rápido.31 Especificando cada uma delas: � Motricidade fina: refere-se à capacidade de controlar um conjunto de atividades de movimento de certos segmentos do corpo, com emprego de força mínima, a fim de atingir uma resposta precisa à tarefa. São aquelas que requerem um controle dos músculos pequenos do corpo, a fim de atingir-se uma execução bem sucedida. Geralmente envolve o controle das mãos e dos dedos, coordenados com a visão e requerem um alto grau de precisão. Exemplos de algumas habilidades motoras finas: escrever, desenhar, encaixar e pegar objeto pequeno com a ponta dos dedos e tocar piano. (Gallardo apud Marcelo Farias, 2003). � Motricidade global: envolve a habilidade de controlar as contrações dos grandes músculos corporais na geração de movimentos amplos. Conforme Gomes, (1995) apud Marcelo Farias (2003) a motricidade envolve movimentos amplos com todo o corpo, e desse modo é colocado grupos musculares diferentes em ação simultânea para que os movimentos sejam executados em perfeita harmonia. � O equilíbrio: é a capacidade do organismo de assumir e sustentar qualquer posição contra a força da gravidade, de forma que todas as forças que agem sobre este corpo são anuladas. Para Negrine (1987) apud Marcelo Farias (2003) o equilíbrio estático é o que apresenta mais dificuldade, sendo mais abstrato e exigindo muita concentração, porém seu controle é importante para uma futura e adequada aprendizagem. Sua forma de ação refere-se à capacidade de sustentar em diferentes situações, mesmo as mais difíceis, com os olhos fechados, sobre um pé, sobre um plano inclinado e de cócoras. Seu domínio implica o domínio da postura. � O esquema corporal: refere-se à capacidade de discriminar com exatidão as partes corporais, sustentar ativamente todos os gestos que o corpo realiza sobre si mesmo e sobre os objetos exteriores e organizar as partes do corpo na execução de uma tarefa. Para Neto (2002) é a organização das sensações relativas ao próprio corpo, das posturas e atitudes com as sensações relativas e os dados do mundo exterior. Para uma boa elaboração do esquema corporal, é necessário que a criança receba o máximo de estímulos que levem a perceber e sentir o corpo. Para Cauduro (2002), um esquema 32 corporal mal estruturado acarreta transtorno nas áreas motoras, como: lentidão coordenação deficiente e má postura. � Organização espacial: é o conhecimento das dimensões corporais, tanto o espaço do corpo como o espaço circundante, e a habilidade de avaliar com precisão a relação entre corpo e o ambiente. Entende-se a organização espacial como a tomada de consciência da situação das coisas entre si. É ter noção de direção (acima, abaixo, à frente, atrás, ao lado), de distancia (longe, perto, curto e comprido) em integração com o corpo. (FARIAS, 2003) � Organização temporal: refere-se à consciência do tempo que se estrutura sobre as mudanças percebidas e caracteriza-se pela ordem, distribuição cronológica, e pela duração dos eventos. Os aspectos relacionados à percepção do tempo evoluem e amadurecem com a idade. No tempo psicológico, organizamos a ordem dos acontecimentos e estimamos sua duração, construindo, assim, nosso próprio tempo. À noção de tempo se acrescenta inevitavelmente a de velocidade, e suas relações são circulares; o tempo e a duração são avaliados em função de um movimento cuja velocidade é constante, organizando progressivamente as relações do tempo (NETO, 2002). 2.3.3 Habilidades motoras e conseqüências de seu déficit O desenvolvimento motor vem sendo utilizado para entender o desenvolvimento humano, desde o nascimento até o final da vida adulta e um dos problemas mais incômodos para o professor de Educação Física é como lidar, com a tendência dos alunos de serem “diferentes” uns dos outros. Como eles são diferentes, isto exigi do professor diferentes estratégias de ensino de forma a tornar a prática e eficiente para todos, no entanto, muitas contribuições têm sido feitas ao entendimento do desenvolvimento motor do ser humano por meio de estudos que apontam similaridades nos padrões. Para Gallahue (2001), as “diferenças entre crianças” fazem lembrar do principio de individualidade de todo aprendizado. A seqüência de progressão ao longo dos estágios iniciais, elementar e amadurecido é a mesma para maioria das crianças. O ritmo, entretanto, variará, dependendo dos fatores ambientais quanto 33 fatores hereditários. O fato de uma criança atingir ou não o estágio amadurecido depende basicamente do ensino, e das oportunidades para a prática. Quando esses elementos estão ausentes, as diferenças normais entre crianças serão aumentadas. O desenvolvimento equilibrado das habilidades motoras por meio do movimento favorecerá a criança no decorrer de sua vida em todos os aspectos, propiciando melhor qualidade de vida. Constituem-se como habilidades motoras as variáveis: ritmo, equilíbrio, esquema corporal, direção, coordenação, espaço-tempo, lateralidade e tonicidade. (CAUDURO 2001). Já vimos aqui que a obesidade na infância é causa uma série de problemas relacionados à saúde na vida adulta, e existem evidências de que o desenvolvimento psicomotor de crianças obesas é prejudicado, causando certos transtornos no esquema corporal da criança, já que, quando a criança obesa quando participa de um jogo ou exercício, sua atividade é acentuadamente mais baixa do que a de uma criança com peso normal sob as mesmas condições. Também é comprovado que toda a atividade física representa um esforço muito maior para a criança obesa, isso reduz o prazer da atividade. Estudos afirmam que este atraso pode ser causado pelo estado de obesidade, dificuldade para realização de atividades, vergonha da exposição de sua aparência corporal, demarcada pela insegurança em relação, e este é um fator característico e freqüente na criança obesa: a redução da atividade motora e a falta de interesse pelo exercício físico. Este cuidado para não se expor, faz com que a criança obesa à escolha de atividades menos intensas, pois muitos jovens obesos têm um sentimento de exclusão em suas atividades diárias e acabam muitas vezes por abandonarem hábitos de vida saudáveis e que geralmente nessa faixa etária, está muitas vezes relacionado com as atividades desportivas em grupos. Assim, ao invés desta criança estar participando de escolinhas desportivas e outras atividades, ela passa a não exercer atividades físicas, e ficam em casa, jogando videogame, assistindo desenho animado, internet, entre outras atividades que não exigem praticas motora. O professor deve incentivar principalmente os alunos que tem dificuldades, e elogiá-los constantemente pelos seus esforços, respeitar e aceitar as diferenças sem deixar é claro a evolução dos exercícios. Evitando atividades competitivas e dando preferências a aulas mais democráticas e recreativas, talvez até mudando regras para permitir uma melhor atuação dos menos preparados. 34 Para Cauduro (2001), as crianças que não apresentarem“coordenação” para executar os desportos, ou outras atividades não podem ser excluídas da aula por estes motivos. Estas crianças, certamente não tiveram oportunidades de serem resgatadas em tempo hábil e então se distanciaram da Educação Física e, muitas vezes, até com “ódio” da disciplina. Infelizmente é enorme o numero de professores que só querem trabalhar com “bem dotados”. 2.3.4 Escala de desenvolvimento de habilidades motora de crianças Para Rosa Neto (2002), avaliação motora é o ponto de partida para uma intervenção educacional, pois permite analisar alguns problemas estabelecidos; diferenciar alguma debilidade. O desenvolvimento motor das crianças esta em continua alteração, isso faz com que necessitamos avaliar, com objetivo de saber em qual idade biológica e cronológica encontra-se esta aquisição de habilidades de acordo com a faixa etária motora. Estudos sobre a motricidade infantil, em geral, são realizados com objetivo de conhecer melhor as crianças e de poder estabelecer instrumentos de confiança para avaliar, analisar e estudar o desenvolvimento de alunos em diferentes etapas evolutivas (ROSA NETO, 2002). As formas de avaliar o desenvolvimento motor de uma criança podem ser diversas, no entanto, nenhuma é perfeita nem engloba holisticamente todos os aspectos do desenvolvimento. Nesta perspectiva, Rosa Neto (2002) propõe uma Escala de Desenvolvimento Motor composta por uma bateria de testes para avaliar o desenvolvimento motor de crianças dos 2 aos 11 anos de idade. As habilidades motoras evoluem durante o crescimento e o desenvolvimento da criança, para tanto, o professor deve saber em que estágio de seu desenvolvimento motor a criança se encontra, para poder estruturar melhor experiências motoras que facilitem o progresso evolutivo, proporcionando atividades bem pensadas e numa seqüência organizada (CAUDURO, 2002). Uma das maneiras de representar este estágio de desenvolvimento é através de exames motores, ou seja, uma bateria de testes de avaliação das habilidades motoras, a qual permitirá identificar alguns problemas de falta de adaptação que a criança possa apresentar. 35 A Escala de Desenvolvimento Motor proposta por Rosa Neto (2002) compreende um conjunto de provas muito diversificadas e de dificuldade graduada, conduzindo a uma exploração minuciosa de diferentes setores do desenvolvimento, permitindo avaliar o nível de desenvolvimento motor da criança de acordo com a Idade Cronológica, considerando êxitos e fracassos. Esta escala compreende testes motores nos seguintes componentes: motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal. Nesta escala de teste motor é entendido como uma prova específica que permite medir uma determinada característica motora de um indivíduo e comparar seus resultados com os de outros indivíduos. Prova motora é definida como um instrumento que designa um conjunto de atividades marcadas para uma determinada Idade Cronológica. Os resultados de uma prova motora permitem determinar o avanço ou atraso motor de uma criança naquele aspecto avaliado. O conjunto de testes ou de provas utilizadas para avaliar várias características motoras de um indivíduo é chamado bateria motora. 3 MÉTODOLOGIA 3.1 Delineamento da pesquisa A presente pesquisa caracteriza-se por um estudo quantitativo, exploratório descritivo; as crianças foram submetidas a uma avaliação antropométrica (peso e estatura), além de uma bateria de testes motores - Rosa Neto (2002), no período de 10 a 30 de novembro de 2007, sendo as variáveis analisadas: Idade Cronológica (IC); Idade Motora Geral (IMG); Motricidade Fina (IM1); Motricidade Global (IM2); Equilíbrio (IM3); Esquema Corporal (IM4); Organização Espacial (IM5); Organização Temporal (IM6), estes foram os instrumentos utilizados para a pesquisa. Os nomes utilizados para identificação das crianças foram numéricos e os testes foram aplicados a partir de sua idade cronológica atual, até alcançar o seu limite individual, sendo que, as avaliações tiveram seu início a partir das medidas de peso e estatura seguidos da avaliação motora, conforme a ordem da EDM, (Rosa Neto, 2002). Conforme Gil (1999), o método quantitativo, como o próprio nome indica, caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto das modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Já as pesquisas descritivas, Gil (1999), têm como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo. 3.2 População e amostra 3.2.1 População A população da presente pesquisa caracterizar-se-á por um público infantil, na faixa ataria de 07 a 11 anos de idade, do sexo masculino, matriculados na escolinha municipal de futsal do turno da manhã, da cidade de Parobé, RS. As crianças e suas famílias estão classificadas em sua maioria como classe média, moradoras, de bairros localizados próximos a o ginásio municipal localizado no município de Parobé/RS. 37 3.3 Instrumentos de coleta de dados A coleta de dados realizou-se no ginásio municipal de desporte da cidade de Parobe/RS, onde as crianças foram coletadas as medidas de peso e estatura e bateria de testes motores , seguindo as regras e procedimentos padrões, citados por Stolarczyk, 2000. Os instrumentos usados foram: � Ficha de coleta de dados. � Para coleta da estatura: Uma trena fixa na parede, com precisão 0,1mm. � Para coleta da massa corporal: Uma balança de equilíbrio marca Welmmy; modelo 110, com precisão de 100 gramas. Para a avaliação motora: instrumento a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002), (anexo 4), bem como uma bateria de testes desenvolvida para testar os elementos básicos da motricidade (anexo B), como: coordenação motora fina (óculo manual); coordenação motora global; equilíbrio (postura estática); esquema corporal (imitação de postura, rapidez); organização espacial (percepção do espaço); organização temporal (linguagem, estrutura temporais) e lateralidade (mãos, olhos e pés). Os valores obtidos para a classificação dos resultados da Escala (EDM) serão comparados com a classificação dos resultados de acordo com a tabela (anexo C). � Foram necessários alguns materiais auxiliares para a realização das provas: � Motricidade fina: 6 cubos de 2,5cm; linha nº60; agulha de costura (1cmx1mm); um cordão de sapatos de 45cm, cronômetro sexagesimal; papel de seda; bola de borracha ou bola de tênis de campo de 6cm de diâmetro; cartolina branca; lápis nº2; borracha e folhas de papel branco. � Motricidade global: banco de 15 cm de altura; corda de 2m; elástico; suporte para saltar; uma caixa de fósforos e uma cadeira de 45 cm de altura. � Equilíbrio: banco de 15 cm e cronômetro sexagesimal. � Esquema corporal: lápis nº2 e cronômetro sexagesimal.38 � Organização espacial: tabuleiro com três formas geométricas; palitos de 5 e 6 cm de comprimento, 1 retângulo e 2 triângulos de cartolina, 3 cubos de cores diferentes e figuras de boneco esquematizado. � Organização temporal: cronômetro sexagesimal e lápis nº2. � Lateralidade: bola, tesoura, cartão de 15cmx25 cm com furo no centro de 0,5cm de diâmetro e tubo de cartão. 3.4 PLANO DE COLETA DE DADOS 3.4.1 Contato Inicial Como já havia exercido atividades profissionais nesta instituição, facilitou o acesso e a negociação, que ocorreu através de uma conversa informal com o Diretor de Desporto, junto com os demais professores de Educação Física de escolinha, onde se esclareceu a pesquisa e a aprovação da mesma. 3.4.2 Estudo Piloto Fizeram parte do projeto piloto desta pesquisa, 06 (seis) alunos da escolinha de Futsal do Sesi de Parobé, escolhidos de forma acidental, isto é, determinada em função da presença dos sujeitos num lugar em um momento preciso. Os testes se daram no ginásio do próprio Sesi. Segundo Lakatos e Marconi (1995) “o projeto piloto tem como uma das principais funções, testar o instrumento de coleta de dados”. Por esse motivo se recomenda à utilização, do projeto piloto, podendo se verificar as reações das variáveis e comportamento da “amostra” perante a escala de desenvolvimento motor utilizada e a tabela de IMC. Outro motivo importante do projeto piloto é verificar a adequação do tipo de amostragem escolhida. Este projeto é sempre aplicado para uma amostragem reduzida, cujo processo de seleção é idêntico ao previsto para a execução da pesquisa, mas os elementos utilizados não poderão figurar na a mostra final para evitar “contaminação”. 39 3.4.3 Estudo Principal Após a realização do projeto piloto foi desenvolvido o estudo principal, onde o processo metodológico foi idêntico ao projeto piloto. Participaram desta fase da pesquisa 105 alunos, do sexo masculino, na faixa etária de 07 a 11 anos de idade, participantes do turno da manhã. A coleta de dados baseia-se na aplicação da EDM (Escala de Desenvolvimento Motor) de Rosa Neto (2002), para verificar os elementos básicos da motricidade infantil: coordenação motora fina (óculo manual); coordenação motora global; equilíbrio (postura estática); esquema corporal (imitação de postura, rapidez); organização espacial (percepção do espaço); organização temporal (linguagem, estrutura temporais) e lateralidade (mãos, olhos e pés). E também na medição de estatura e pesagem corporal, comparando com a tabela de IMC (Índice de Massa Corporal), de Bouchar (2003). A aplicação deste teste será nos meses de agosto a novembro. Os testes aplicados seguiram a ordem descrita anteriormente. Foi necessária o auxilio dos dois instrutores estagiários de educação física, que ministram as aulas diariamente para aplicar os testes, pra não prejudicar o andamento normal das aulas. 3.5 Tratamento estatístico Foi utilizada a estatística descritiva. Daí a partir disto, pode traçar-se um histograma dos elementos básicos da psicomotricidade infantil e do Índice de Massa Corporal (IMC), que serão os instrumentos desta pesquisa. 40 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS FIGURA 2 - Média geral alunos estudo piloto (peso, estatura, IMC e EDM). FIGURA 3 – Média da amostra total (peso, estatura, IMC e EDM). Na FIGURA 2, temos a média de da amostra total, que foi detalhada nas tabelas em apêndice (FIGURA: 22; 23; 24; 25; 26), onde pode-se verificar os dados atingidos por cada criança, estabelecendo um critério individual por idade e por aluno. A partir da tabela 1.8, temos o índice médio de todas as crianças de 7 anos, verificamos que a média de peso destes alunos esta dentro do normal, se compararmos com a altura e o IMC avaliado, e relacionando com a Figura 1 (pág. 19), foi usada para classificação os critérios da OMS, para peso e estatura. O mesmo aconteceu com os alunos de 8 e 9 anos, onde peso e estatura resultaram em um IMC normal. Na avaliação dos alunos de 10 e 11 anos encontramos índices que também se enquadraram dentro do normal. Vemos então que a amostra total atingiu a classificação normal de peso, estatura e IMC, em concordância com os estudos de GONÇALVES (2001), mas saliento a importância de consideramos as tabelas individuais por idade, pois nelas verificamos a existência de sobrepeso e obesidade em determinados indivíduos, Nº Alunos Kg Altura IMC CMF CMG EQ EC OE OT 7 anos 20 alunos 25,50 1,24 16,53 92,10 98,10 102 89,70 90 91,20 8 anos 20 alunos 27,41 1,29 16,61 104,1 108,9 116,1 107,1 106,2 103,1 9 anos 20 alunos 32,66 1,34 18,06 115,2 118,2 123,3 117,3 117,9 116,7 10 anos 15 alunos 37,93 1,42 18,65 124,8 128 128,8 126,8 124,8 124,4 11 anos 21 alunos 43,40 1,43 21,10 130,6 131,4 131,7 132 131,1 130,8 Média/ Geral 96 alunos 33,38 1,34 18,19 113,4 116,9 120,4 114,6 114 113,2 Nº Alunos Kg Altura IMC CMF CMG EQ EC OE 8 anos 2 alunos 25,20 1,31 14,70 102 108 120 102 102 10 anos 4 alunos 32,35 1,37 17,32 127,5 127,5 132 130,5 129 Média/ Geral 6 alunos 28,77 1,34 16,01 114,75 117,75 126 116,25 115,5 41 provavelmente por fatores ambientais e genéticos, conforme revisão bibliográfica, este foi o mesmo motivo apresentado por na ROMAN, (2004, pág. 83). No quesito escala de desenvolvimento motor relacionado com a idade de 7 e 8 anos, (convertido em meses), a CMF atingiu índices dentro da idade cronológica, ultrapassando 8 meses a partir da idade inicial (7 anos e 8 anos), de acordo com a tabela de idade cronológica (anexo B pág. 50). Já na CMF de 9 anos aconteceu uma média superior a 7 meses a partir da idade inicial (9 anos). A crianças de 10 anos ficaram com 4 meses, acima de sua idade inicial (10 anos) e por ultimo as crianças de 11 anos curiosamente não alcançaram a sua idade cronológica motora, ficando 18 meses abaixo. Pode se explicado este resultado pelo fato da EDM de Rosa Neto (2002), ter em seu limite os 11 anos (132 meses), dando assim menor tolerância ao erro, já que se qualquer dificuldade apresentada pela criança será suficiente para regredir na escala, que segue seqüência de 6 em 6 meses. Por fim a média total atingiu os 9 anos e 4 meses. Na EDM, relacionado à CMG, as crianças de 7 anos ultrapassaram em 14 meses a sua idade inicial (7 anos), já as crianças ultrapassaram em 12 meses a sua idade cronológica (8 anos). As crianças de 9 anos possuíram 10 meses acima a partir da idade inicial (9 anos). A mesma superioridade podemos observar nas crianças de 10 anos, porém excedendo em 8 meses. Entretanto as crianças de 11 anos novamente não atingiram sua idade cronológica, provavelmente pelo motivo explicado anteriormente. Por fim a média total atingiu os 9 anos e 8 meses. Aqui saliento a semelhança de idade motora encontrada na CMF e CMG, estabelecendo uma ligação direta com o treinamento realizado na pratica do desporto de futsal, já que não se atingi uma boa CMG, sem
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