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Teoria Microeconômica II Professora Julia Taunay Perez Estrutura da aula 1. Teoria da Firma 1.1 Introdução 2. Tecnologia de Produção 2.1 Processo Produ@vo 2.2 Produção com um insumo variável 2.3 Produção com dois insumos variáveis 2.4 Subs@tuição entre insumos 2.5 Função de Produção 2.6 Rendimentos de Escala 3. Exercícios 1. Teoria da Firma 1.1 Introdução BYD anuncia inves6mento de R$ 200 milhões em fábrica em Campinas A montadora chinesa BYD anunciou hoje o plano de inves@r R$ 200 milhões na instalação de uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas, no interior de São Paulo. A empresa e a prefeitura do município assinaram hoje o protocolo de intenções que prevê o inves@mento em linhas de montagem não apenas de ônibus elétricos, mas também de baterias de fosfato de ferro e painéis solares — todas a par@r de conjuntos importados da China. A carroceria dos veículos, feita em alumínio, será desenvolvida com fornecedores locais, como Marcopolo e Caio. O projeto também engloba um centro de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de veículos elétricos, baterias e energia solar, assim como redes de transmissão de energia inteligentes e iluminação. A fábrica de Campinas, quando alcançar plena capacidade, terá condições de produzir entre 500 e mil ônibus elétricos por ano. Numa segunda fase de desenvolvimento no país, prevista para 2016, a BYD pretende erguer outra fábrica para produzir localmente as células de bateria e os chassis dos ônibus, elevando sua capacidade para perto de 5 mil unidades por ano. Contudo, ainda não há definição sobre onde esses componentes serão fabricados. Adalberto Maluf, diretor de marke@ng e relações governamentais da BYD no Brasil, diz que, hoje, o empreendimento é disputado entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A empresa tem como meta alcançar índice de nacionalização de 70% nos componentes u@lizados na fabricação dos ônibus. Em Campinas, as linhas serão instaladas em um galpão de 20 mil metros quadrados já alugado, com início da produção previsto para janeiro. O maquinário, diz Maluf, deve chegar a par6r de outubro. A ideia é vender os ônibus a preços similares aos de modelos nacionais movidos a diesel e alugar a bateria em contratos de leasing — modelo também adotado pela Volvo, que monta ônibus híbridos (que combinam motor tradicional a combustão com outro elétrico) — há dois anos em Curi@ba (PR). Segundo informações da Investe São Paulo, agência responsável por atrair inves@mentos ao Estado, 450 vagas de trabalho devem ser geradas na unidade da BYD em Campinas. Antes de anunciar a fábrica — sua segunda de ônibus elétricos fora da China —, a BYD fez testes com ônibus elétricos em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Palmas, Sorocaba e Piracicaba. Valor Econômico, 14/07/2014. 1. Teoria da Firma Ques@onamentos gpicos da firma: Quais as quan@dades de equipamentos e de trabalho deverão ser alocadas na linha de produção? Caso se queira aumentar a produção, qual será a melhor estratégia? Contratar mais funcionários? Construir nova fábrica? Devo produzir quais linhas de produto na minha fábrica? Quais os custos da minha operação? Como eles devem variar ao longo do tempo? Como são influenciados pelo nível de produção? 1.1 Introdução Necessário cons@tuir visão clara a respeito da tecnologia de produção: relação ksica entre insumo e produto, ou seja, o processo produ@vo em si. 2. Tecnologia de Produção 2.1 Processo Produ6vo Insumos/Fatores de Produção • Trabalho (l) • Capital (k) Processo de Produção • Q = f(k,l) Produto/Bem • Q A escolha da alocação dos insumos, envolve a observação de 2 pontos: 1 – Tecnologia de Produção; 2 – Restrições de Custos. 1. Tecnologia de produção Se refere à forma pela qual insumos são transformados em produção. Ex: Venda de café expresso Insumos/Fatores de Produção: l – Atendente K – Máquina de café e café em grão 2. Restrições de Custo Todo fator de produção precisa ser remunerado análise do PREÇO dos insumos: l – Atendente -‐ salário K – custo de aquisição da matéria prima + juros da máquina 2. Tecnologia de Produção Se a tecnologia de produção representa a forma pela qual se irá combinar fatores de produção de modo a produzir uma quan@dade de bem, podemos representá-‐la por meio de uma função de produção: Função de produção: mostra o máximo de produção que uma empresa pode obter para cada combinação específica de insumos/fatores de produção Q = f(k,l) A função de produção deve levar em consideração o horizonte temporal Curto prazo: qtde de um ou mais fator de produção não se altera Q= f(k, l) Longo prazo: qtde de todos os fatores podem variar Q = f(k, l) Q= quan@dade de cafés servidos por hora K = no. máquinas de café L = no. de atendentes 2. Tecnologia de Produção Imagine que você precisa definir quantos atendentes deverá alocar para vender café expresso, uma vez que têm 2 máquinas instaladas. Para tanto, você deverá observar a forma como a quan6dade de trabalho altera a quan6dade produzida. 2.2 Produção com um insumo variável L k Produto Total (Q) PMeL PMgL 0 2 0 -‐ -‐ 1 2 10 10 10 2 2 30 15 20 3 2 60 20 30 4 2 80 20 20 5 2 95 19 15 6 2 108 18 13 7 2 112 16 4 8 2 112 14 0 9 2 108 12 -‐4 10 2 100 10 -‐8 • Produto Médio do Trabalho: quanto cada unidade de trabalho gera, na média, de produto. PMeL = (Produto Total)/(qtde de L) = Q/L • Produto Marginal do Trabalho: quanto de produto se gera a mais a medida que se eleva em uma unidade a quan@dade de trabalho no processo produ@vo PMgL = (Variação Produção Total) / (Variação da qtde de L) = ∆Q/∆L 2 medidas levam em consideração a variação da quan@dade de um insumo produ@vo. São elas: 2. Tecnologia de Produção 2.2 Produção com um insumo variável Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 164 Gráfico (a) traz os volumes de produção para cada nível de emprego (qtde. Trabalho) Gráfico (b) traz as curvas de Produto Médio do Trabalho (PMeL) e Produto Marginal do Trabalho (PMgL) Pontos: A: PMeL < PMgL: média está crescendo trajetória ascendente do PMeL. B: ponto máximo do PMgL Curva de Produto total está na inclinação máxima! C: PMgL = PMeL a par@r de então, a adição de trabalhadores faz cair o produto médio. Note que nesse ponto, PMeL alcançou seu ponto máximo (E). D: PMgL se torna nega@vo produção começa a cair 2. Tecnologia de Produção 2.2.1 Lei dos Rendimentos Decrescentes Lei dos Rendimentos Decrescentes: conforme se eleva a u@lização de um determinado insumo no processo produ@vo, coeteris paribus, a produção ADICIONAL diminui Necessário supor que pelo menos um dos insumos está sendo man@do fixo Necessário supor que não há qualquer @po de diferenciação na qualidade do insumo. Por exemplo, não vamos supor que um atendente possa ser melhor que outro. “(...) os rendimentos decrescentes resultam de limitações no uso dos demais insumos man@dos inalterados (como máquinas) e não do declínio da qualidade dos trabalhadores” (Pindyck, 1999, p. 195) 2.2.2 Impacto dos Avanços tecnológicos A Produ@vidade da mão de obra pode aumentar se houver avanços tecnológicos haverá um deslocamento da curva de produto total 2.2 Produção com um insumo variável Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 166 2. Tecnologia de Produção 2.3 Produção com dois insumos variáveis A análise de longo prazo envolve supor que todos os fatores de produção podem variar. É possível expandir capacidade de produção por meio da criação de novas fábricas, da compra de novos maquinários, etc. Isoquanta: curva que mostra todas as combinações possíveis de insumos que geram o mesmo volume de produção 1 2 3 4 5 1 20 40 55 65 75 2 40 60 75 85 90 3 55 75 90 100 105 4 65 85 100 110 115 5 75 90 105 115 120 K L L 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 K q1 = 55 q2 = 75 q3 = 90 Mapa de Isoquantas Como observar a lei dos rendimentos decrescentes a par6r desse gráfico?? Fonte: adaptado de Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 164 2. Tecnologia de Produção Isoquanta: traz as possíveis combinações de fatores de produção que produzem a mesma quan@dade de produto conceito similar à curva de indiferença. Inclinação Curva Indiferença TMS Inclinação da Isoquanta Taxa Marginal de Subs@tuição Técnica (TMST): “quan@dade na qual um insumo pode ser reduzido quando uma unidade adicional do outro insumo é u@lizada, masntendo-‐se o produto constante.” 2.4 Subs6tuição entre Insumos Isoquanta também é convexa e nega@vamente inclinada TMST decrescente Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 172 2. Tecnologia de Produção 2.4 Subs6tuição entre Insumos TMST decrescente reflete Produto Marginais: PMgL = ∆Q/∆L, daqui temos: Para mantermos constante o produto total, teremos que reduzir a quan@dade de capital na função de produção Ou seja, para mantermos constante a produção, ou seja, para observar o comportamento da isoquanta, a elevação da produção gerada pela adição de trabalho tem que ser compensada pela redução da mesma em função da diminuição do capital (∆Q = 0): Essaequação final mostra que a TMST = razão entre os produtos marginais dos insumos! 2. Tecnologia de Produção 2.5 Função de produção 2.5.1 Insumos Subs6tutos Perfeitos Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 173 2. Tecnologia de Produção 2.5 Função de produção 2.5.2 Função de Produção de Proporções Fixas Nesse caso, é impossível subs@tuir um insumo por outro: sempre é necessário que um trabalhador opere uma máquina, por exemplo. Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 174 2. Tecnologia de Produção 2.5 Função de produção 2.5.3 Exemplo – Uma função de produção para o trigo Produção de trigo pode ser: intensiva em capital intensiva em trabalho Isoquanta da produção de alimentos é baseada na seguinte função de produção: q = 100(K0,8L0,2) , onde q = total produzido em um ano em bushels de trigo, K = qtde anual de horas que as máquinas ficam em uso; L = qtde anual de horas de trabalho. Atualmente: ponto A (L = 500; K = 100). Administrador pondera: e se reduzirmos as horas de u@lização de máquina, quantas horas de trabalho teremos de adicionar? Ponto B L = 760; K = 90 Ou seja, para diminuir 10 horas de uso de máquinas, será necessário u@lizar mais 260 horas de trabalho TMST = -‐∆K/∆L = -‐(-‐10)/260 = 0,04 Como TMST é substanciamente menor do que 1, chega-‐se a conclusão de que as horas de capital são muito mais produ@vas do que as de capital. Só compensará se níveis de salários forem muito baixos Decisão não leva em consideração apenas a alocação. Falta entender como esses fatores se traduzem em CUSTO. 2. Tecnologia de Produção 2.5 Função de produção 2.5.3 Exemplo – Uma função de produção para o trigo Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 175 2. Tecnologia de Produção 2.6 Rendimentos de Escala No longo prazo, todos os insumos são variáveis: não basta observar como um subs@tui o outro! Necessário definir qual a melhor maneira de se elevar a produção total Como a escala de produção alterará na medida em que eu variar na mesma proporção TODOS os insumos de produção? ∆Q mediante ∆K e ∆L Ex: Um fazendeiro (L) trabalha com uma colheitadeira (K) em um acre de terra (T) Q = 100 bushels de trigo. Se @vermos dois fazendeiros operando duas colheitadeiras em dois acres de terra Q = ? Rendimentos de escala: “taxa de crescimento do produto à medida que os insumos crescem proporcionalmente” 2.6.1 Rendimentos Crescentes de Escala Ao dobrar a u@lização dos insumos, produto cresce mais do que o dobro. Causas: Especialização permite maior escala (ou seja, tamanho da fábrica influencia a produ@vidade). Ex: linha de montagem da indústria automobilís@ca. Implicações: Concentração de mercado. 2.6.2 Rendimentos Constantes de Escala Produção aumenta na mesma proporção da u@lização dos insumos (no caso citado, dobraria) Ex: Agência de viagens. Serviços oferecidos por clientes pode ser o mesmo. 2. Tecnologia de Produção 2.6 Rendimentos de Escala 2.6.3 Rendimentos Decrescentes de Escala Elevação da produção é menos do que proporcional do que a elevação da u@lização dos insumos. Dificuldade de organização e gerenciamento da produção de larga escala 2.6.4 Descrição dos Rendimentos de Escala Rendimentos de escala podem variar à medida que se varia a quan@dade produzida Fonte: Pindyck & Rubinfeld (2006), p. 177 3. Exercícios 1. O que é uma função de produção? Em que uma função de produção de longo prazo difere de uma função de produção a curto prazo? 2. Por que o produto marginal do trabalho tende a apresentar uma elevação seguida de uma diminuição a curto prazo? 3. Suponha que um fabricante de cadeiras esteja produzindo a curto prazo, situacão em que o equipamento é fixo. O fabricante sabe que à medida que o nº de funcionários u@lizados no processo produ@vo eleva-‐se de 1 para 7, o nº de cadeiras produzidas varia da seguinte forma: 10, 17, 22, 25, 26, 25, 23. a) Calcule o produto marginal e o produto médio do trabalho para essa função de produção. b) Esta função apresenta rendimentos decrescentes de escala para o trabalho? Explique. c) Explique, de forma intui@va, qual poderia ser a razão de o produto marginal do trabalho se tornar nega@vo. 4. O Produto Marginal do Trabalho é sabidamente superior ao Produto Médio do Trabalho para um determinado nível de emprego. Será que o Produto Médio estaria aumentando ou diminuindo? Explique. 5. Preencha os espaços em branco na tabela a seguir: 6. Desenhe uma isoquanta representa@va para cada exemplo dado: a) Uma empresa descobre que pode sempre trocar duas unidades de trabalho por uma unidade de capital, mantendoo mesmo nível de produção. b) Uma empresa precisa exatamente de dois funcionários em período integral para operar cada máquina de sua fábrica. L Q PmgL PMeL 0 0 -‐ -‐ 1 150 2 200 3 200 4 760 5 150 6 150 3. Exercícios 7. Uma empresa tem um processo produ@vo no qual os insumos de produção são perfeitamente subs@tuíveis no longo prazo. Você poderia dizer se a TMST é alta ou baixa ou precisaria de mais informações para responder? Discuta. 8. O Produto Marginal do Trabalho na produção de chips de computadores é de 50 chips por hora. A TMST de horas de trabalho por horas de máquina é de ¼. Qual o produto marginal do capital? 9. A Acme construiu uma estrada de ferro entre duas cidades. Se u@lizar um trem diariamente, ela produz 2.000 toneladas por quilômetro por dia. Se ela adquirir e usar um segundo trem por dia, produzirá 4.000 toneladas por quilômetro por dia. Nesses montantes, ela estará tendo rendimentos crescentes, constantes ou decrescentes de escala? 10. Desenhe um gráfico com isoquantas onde tanto o produto marginal do trabalho (PMgL) como o produto marginal do capital (PMgK) são decrescentes. Explique o gráfico. 11. Desenhe o gráfico de um mapa de isoquantas que apresenta isoquantas com rendimentos inicialmente crescentes de escala e finalmente decrescentes.
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