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Tecnologia Mecânica II Prof. Hamilton Funes Junior email: hamilton.funes@facens.br 2°Semestre / 2015 Aula - 01 Módulo II Ensaio de Dureza Sumário 1. Definição de dureza 2. Porque realizar o ensaio de dureza 3. Ensaio de dureza 4. Padronização dos ensaios 5. Fatores que influenciam a dureza 6. Durômetros 6. Classificação dos ensaios 7. Métodos de medição de dureza 8. Seleção dos ensaios Introdução O que é dureza? • Dureza é uma propriedade mecânica que mede a resistência de um material a uma deformação plástica localizada. O termo dureza também pode ser associado a resistência à flexão, risco abrasão ou corte. Introdução • Muitos materiais quando, estão em serviço, estão sujeitos a forças ou cargas: um exemplo é a liga de alumínio a partir da qual a asa de um avião é construída e o aço no eixo de um automóvel. • Em tais situações, torna-se necessário conhecer as características do material e projetar o membro do qual ele é feito, de tal maneira que qualquer deformação resultante não seja excessiva e não ocorra a fratura. Introdução Estrutura Metálica Asa de Avião Eixo de Automóveis Introdução Porque devemos realizar o ensaio de dureza? • Conhecimento da resistência ao desgaste; • Controle de qualidade de tratamentos térmicos e termoquímicos; • Controle de qualidade em processos de conformação plástica, soldagem dentre outros. Ensaio de Dureza • O ensaio de dureza consiste na impressão de uma pequena carga feita na superfície do material pela aplicação de pressão com uma ponta de penetração. Ensaio de Dureza O ensaio de dureza é amplamente utilizado na indústria de: • Componentes mecânicos; • Tratamentos superficiais; • Vidros e laminados. Fornecem dados quantitativos das características de resistência à deformação permanente das peças produzidas. Penetradores Padronizados • Os penetradores utilizados nos ensaios de dureza são padronizados conforme tipo. Fatores que Influenciam a Dureza • A dureza de um material depende diretamente das forças de ligações entre átomos íons ou moléculas, assim como da resistência mecânica. • Nos sólidos moleculares, como os plásticos, as forças atuantes entre as moléculas são baixas e eles são macios. Fatores que Influenciam a Dureza • Nos sólidos moleculares, como os plásticos, as forças atuantes entre as moléculas são baixas e eles são macios. • Os sólidos metálicos e iônicos, devido a natureza mais intensa das forças de ligação, são mais duros, enquanto os sólidos de ligação covalente são os mais conhecidos de maior dureza. • A dureza dos metais pode também ser aumentada por tratamentos especiais, como adição de soluto, trabalho a frio, endurecimento por precipitação ou tratamentos térmicos específicos. Equipamentos de Medição de Dureza • As máquinas que realizam a medição de dureza nos laboratórios são denominadas durômetros, podendo ter finalidades específicas para cada um dos métodos, Brinell, Rockwell e Vickers. • Durômetros universal permitem a execução de ensaios pelos três métodos. Métodos de Dureza Os métodos utilizados para a medição de dureza nos materiais são: • Risco (escala de Mohs) • Ressalto ou choque (método shore) • Penetração (Brinell, Vickers e Rockwell). Dureza por Risco Dureza (Mohs) • Esse método de dureza é pouco utilizado para materiais metálicos, sua maior utilização é na área de mineralogia. • A dureza Mohs é a mais conhecida e consiste numa escala de 10 minerais padrões onde o mais duro é o diamante e risca todos os demais minerais. • O mais mole (dureza 1) é o silicato de magnésio (talco), este não contém condições de riscar nenhum material. Dureza por Risco Escala de Mohs Dureza por Risco • Um exemplo de avaliação de dureza relativa é o teste da lima, onde uma lima de material temperado com uma determinada dureza é friccionada na superfície do material a ser testado. Caso a lima deslize sobre a superfície do material sem morder ou riscar o material é mais duro que a lima. Caso contrário, o material é menos duro que a lima. Dureza por Ressalto (Shore) • A impressão na superfície do material é causada pela queda livre de um êmbolo com uma ponta padronizada de diamante; • O equipamento de dureza shore é leve e portátil, sendo adequado à determinação de dureza de peças grandes; • Indicado para a medição de dureza em borrachas, polímeros e elastômeros. Ensaio de Dureza por Penetração Os métodos de medição de dureza por penetração utilizados nos materiais são: • Rockwell (metais) • Brinell (metais) • Vickers (metais, cerâmicas) Dureza Rockwell Ensaio de dureza Rockwell: • Os testes de medição de dureza Rockwell, são os mais utilizados, permitem a avaliação de todos os tipos de metais e ligas desde o mais duro ao mais macio. • Neste ensaio de dureza utiliza-se a profundidade da impressão causada por um penetrador sob a ação de uma carga como indicador da medida de dureza. Não há relação com a área de impressão. Dureza Rockwell Os penetradores incluem esferas de aço endurecidas de diâmetro: • 1/16 (1,588 mm) • 1/8 (3,175 mm) • 1/4 (6,350 mm) • 1/2 (12,7 mm) Um indentador cônico de diamante é utilizado para os materiais mais duros. Dureza Rockwell • No ensaio de dureza Rockwell, utilizam-se pré carga de 10 kgf e força total de 60 kgf, 100 kgf 150 kgf. • Para dureza superficial, pré carga de 3 kgf e força total de 15 kgf, 30 kgf e 45 kgf. • A aplicação da pré carga é necessária para eliminar a ação de eventuais defeitos superficiais e ajudar na fixação do corpo-de-prova no suporte, além de causar pequena deformação permanente, eliminando erros causados pela deformação elástica. Características técnicas do ensaio de dureza Rockwell: Dureza Rockwell • A norma brasileira é a NBR-6671 e a norma internacional é a ASTM E-18-94. • O penetrador e o suporte devem estar limpos e bem assentados. • Não deve ocorrer impacto na aplicação das cargas. • O tempo de aplicação da pré carga deverá ser menor que 3 segundos, sendo recomendados períodos de 1 a 8 segundos para aplicação da carga total • O espaçamento entre as impressões deve ser no mínimo 3 vezes o diâmetro da penetração e 2,5 vezes o diâmetro para a distância da borda para o corpo de prova. Características técnicas do ensaio de dureza Rockwell: Dureza Brinell Ensaio de dureza Brinell • O ensaio de dureza Brinell consiste em comprimir uma esfera de aço temperado ou de carbeto de tungstênio de diâmetro D contra a superfície do material ensaiado. 22(.).( .2 .102,0 dDDD PHB −− = pi Onde: D = diâmetro do penetrador (mm) d = diâmetro da impressão (mm) Dureza Brinell Características técnicas do ensaio de dureza Brinell: • O penetrador deve ser polido e isento de defeitos na superfície, e o corpo-de-prova deve estar liso isento de sujeiras e óleos. • É o único Indicado para materiais com estrutura interna não uniforme, como por exemplo o ferro fundido cinzento. • Não é adequado para caracterizar peças que tenham sofrido tratamento superficiais, como por exemplo cementação. A penetração pode ultrapassar a camada cementada gerando erros no valores. • A norma brasileira para a realização deste ensaio é a NBR – 6394, e a norma internacional é a ASTM E10-93. Dureza Brinell • O tempo de aplicação da carga é de 10 a 15 segundos, utilizam-se com maior frequência esferas com diâmetro de 10 mm; • Materiais com dureza Brinell de até 450 HB, utiliza-se uma carga de 3000 kgf. • Materiais moles, utiliza-se cargas de 500 kgf, para evitar a formação de uma impressão muito profunda. • Materiais muito duros (dureza entre 450 e 650 HB) utiliza-se esfera de carbeto de tungstênio para evitar deformação na esfera padronizada. Características técnicas doensaio de dureza Brinell: Dureza Brinell Ensaio de Dureza Vickers • É um método semelhante ao ensaio de dureza Brinell, já que também relaciona carga aplicada com a área superficial da impressão. O penetrador padronizado é uma pirâmide de diamante com base quadrada e com um ângulo de 136º entre faces opostas. ( ) 2 2/..2.102,0 d senP HV Θ= Onde: P = carga (N) d = comprimento da diagonal (mm) ɵ = 136° Ensaio de Dureza • A norma brasileira para realização dos ensaio é a NBR- 6672. • Impressões extremamente pequenas. • É de utilização industrial limitada, em função da demora do ensaio e de utilização ampla em pesquisa. • Exige cuidadosa preparação do corpo de prova para o caso de ensaio com microcarga. • Aplica-se a qualquer espessura do corpo de prova, desde que não haja ocorrência de deformação no lado oposto da superfície ensaiada. Características técnicas do ensaio de dureza Vickers: Ensaio de Microdureza • Em algumas situações práticas ocorre a necessidade da determinação da dureza de pequenas áreas do corpo- de-prova. • Superfícies cementadas, tratadas termicamente (têmpera por indução) e a determinação da dureza individual de microconstituintes de uma estrutura metalográfica são alguns exemplos destas situações. • O ensaio de microdureza produz uma impressão microscópica e utiliza penetradores de diamante e cargas menores que 1 kgf. Ensaio de Microdureza • Os ensaios de microdureza requerem uma preparação cuidadosa do corpo-de-prova, e são recomendáveis o polimento eletrolítico da superfície de análise e o embutimento da amostra em baquelite. Ensaio de Microdureza Ensaio de Microdureza Seleção do Método de Ensaio Os principais fatores a considerar para a correta seleção dos métodos dos ensaios são: • Tipo de material a testar: metal, borracha, aspectos de tamanho de grão etc. • Forma: tamanho, espessura do corpo etc. • Dureza estimada: aço endurecido, plástico ou borracha, a categoria do material; • Tratamento térmico: profundo, superficial, localizado, etc. • Volume de produção: se a medição é por amostragem ou inspeção;
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