Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA CAMPUS JACOBINA Tecnologia Mecânica - Processos de Conformação Mecânica. Profo.: Dr. Tércio Graciano Machado Jacobina/2013 09 – Usinagem: Usinagem é o processo de fabricação que confere formato, dimensão e acabamento da superfície de uma peça, removendo-se o material excedente ou sobremetal. O sobremetal removido denomina-se cavaco. O cavaco é retirado de diferentes tipos de materiais, tais como: ferro fundido, aço, alumínio, bronze, plástico e outros, que são os mais utilizados pela indústria mecânica para fabricação de seus produtos. Ao ser submetida à usinagem, a peça já apresenta uma forma definitiva: blocos, tarugos, fios, chapas ou barras. O formato da peça bruta determina o processo de fabricação empregado, que pode ser: forjamento, laminação e trefilação. Esses processos, no entanto, não garantem a exatidão dimensional e a qualidade de superfície da peça executada. É a usinagem que gera a peça com essas características. A exatidão dimensional indica que as dimensões da peça executada devem variar segundo os intervalos de tolerância e as especificações técnicas previstas para seu uso e serviço. Já a qualidade de superfície refere-se ao tipo de acabamento final dado à peça, que deve estar de acordo com a finalidade a que se destina. Segundo a norma DIN 8580, o termo usinagem aplica-se a todos os processos de fabricação onde ocorre a remoção de material sob a forma de cavaco. A usinagem, portanto, é o processo de fabricação que, mediante a remoção do sobremetal, atende às exigências e qualidade estabelecidas por fabricantes e consumidores. Figura: Processo de usinagem. Os principais objetivos da usinagem são: Acabamento de superfícies de peças fundidas ou conformadas mecanicamente, de modo a obter-se melhor aspecto superficial e dimensões mais precisas de acordo com as especificações de fabricação; Obtenção de peculiaridades, impossíveis de conseguir pelos processos convencionais; Fabricação seriada de peças, a um custo mais baixo; Fabricação de uma ou poucas peças, praticamente de qualquer forma, a partir de um bloco de material metálico. 9.1 – Classificação dos Processos de Usinagem: 9.1.1 – Classificação quanto ao Processo de Remoção de Material O processo de remoção por usinagem pode ser dividido em duas grandes categorias: a) Processos Convencionais: São processos em que as operações de corte empregam energia mecânica na remoção do material, principalmente por cisalhamento, no contato físico da ferramenta com a peça. Esses processos podem ainda ser subdivididos em: a.1) Usinagem com Ferramenta de Geometria Definida: . Tornear; . Alargar; . Fresar; . Serrar; . Furar; . Plainar, dentre outros. . Rosquear; a.2) Usinagem com Ferramentas de Geometria não Definida: . Retificar; . Lixar; . Brunir; . Polir; . Lapidar; . Jatear; . Tamborear, dentre outros. b) Processos Especiais (Não-convencionais): São processos em que as operações se utilizam de outros tipos de energia de usinagem, não geram marcas-padrão na superfície da peça e a taxa volumétrica de remoção de material é muito menor que a dos processos convencionais. São exemplos desses processos: . Remoção térmica; . Remoção por ultra-som; . Remoção Química; . Remoção por jato d´água, outros. . Remoção Eletroquímica; 9.1.2 – Classificação quanto à Finalidade da Operação de Corte: Quanto à finalidade, as operações de usinagem podem ser classificadas em: . Operações de Desbaste, em que a usinagem, anterior a de acabamento, visa obter na peça a forma e dimensões próximas das finais. . Operações de acabamento, em que a usinagem é destinada a obter na peça as dimensões finais, ou um acabamento especificado, ou ambos. 9.2 – Histórico da Usinagem: Fabricar é transformar matérias-primas em produtos acabados, por uma variedade de processos. A ideia de fabricar teve início a milhares de anos, quando o homem pré- histórico percebeu que, para sobreviver, precisava de algo mais que pernas e braços para se defender e caçar. Sua inteligência logo o ensino que se ele tivesse uma pedra nas mãos, seu golpe seria mais forte e se a pedra tivesse um cabo esse golpe seria mais forte ainda. Se essa pedra fosse afiada poderia cortar a caça e ajudar a raspar as peles dos animais. Foi a partir da necessidade de se fabricar um machado que o homem desenvolveu as operações de desbastar, cortar e furar. Durante centenas de anos a pedra foi a matéria-prima, mas por volta de 4000 a.C. ele começou a trabalhar com metais, começando com o cobre, depois com o bronze e finalmente com o ferro para a fabricação de armas e ferramentas. Figura: Ferramentas de pedra lascada. A partir de 700 a.C., praticamente todas as ferramentas eram executadas em ferro, e a partir do século XVII foram descobertas constantes melhorias no processo de fabricação do ferro e na siderurgia do aço. No entanto, estudos sistemáticos sobre a tecnologia de usinagem só iniciaram no início do século XIX e levaram entre outros a descoberta de novos materiais de corte. No início de 1900, com a descoberta do aço-rápido, o americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915) determinou um passo marcante no desenvolvimento tecnológico da usinagem. Os pontos abaixo explicitam alguns fatos importantes no desenvolvimento da usinagem: . Na Idade Média - surgem as serras circulares, de funcionamento manual à manivela; . Séc.XVI –Torneamento ornamental – Jacques Benson; . Séc. XVII – Melhoria nos processos de fabricação de ferro e aço; . Séc. XVIII - Primeiras obras conhecidas sobre torneamento – Jacques Plumier - L’ART de TORNEUR. . Sec. XIX – Revolução industrial: Desenvolvimento da máquina a vapor – James Watts; Primeiras Máquinas-Ferramentas projetadas segundo princípios modernos; Fabricação em série; Aço ferramenta é o principal material de ferramentas de usinagem. . Séc. XX – Século da Tecnologia: 1900 – Taylor apresenta o Aço Rápido; 1930 – Vanner Bush inventa o primeiro computador analógico; 1935 – é desenvolvido o Metal Duro; 1946 – é desenvolvido o primeiro computador eletrônico digital – o ENIAC; 1947 – é desenvolvido o primeiro transistor nos Laboratórios Bell; 1950 – Primeira máquina-ferramenta numericamente controlada, utilizando um computador eletrônico EDSAC nos MIT-EUA; 1960 - Primeira LASER foi construído por Theodore Maiman, Laboratórios Hugue; 1968 Borroughs produz os primeiros computadores utilizando circuitos integrados; 1970 - BRIAN – Primeiras Pesquisas sobre usinagem de ultraprecisão; 1970 – Primeiras ferramentas Cermets – Japão; 1980 – Primeiras pesquisas sobre usinagem de alta-velocidade; 1990 – Ferramentas cerâmicas; 1990 – Ferramentas CBN, Diamante. Séc. XXI – Tendências para este século: Figura: Tendências para a usinagem no século XXI. 9.3 – Movimentos de Usinagem: Para atender ao propósito de uma máquina-ferramenta é necessário que se realizem movimentos relativos entre a peça e a ferramenta; Por convenção, os movimentos ocorrem supondo-se a peça parada, sendo portanto, todo o movimento realizado pela ferramenta; Os movimentos relativos entre peça e ferramenta podem ser classificados como ativos ou passivos, sendo considerados movimentos ativos aqueles que provocam remoção de material. Os tipos de movimento são: a) Movimento de Corte – Movimento entre a ferramenta e a peça que, sem a ocorrência concomitante do movimento de avanço, provocando a remoção do cavaco, durante uma única rotação do curso da ferramenta; b) Movimento de Avanço – Movimento entre a ferramenta e a peça que, juntamente com o movimento de corte, possibilita uma remoção contínua do cavaco, durante váriasrotações ou cursos da ferramenta; c) Movimento Efetivo de Corte – Movimento resultante dos movimentos de avanço e de corte, realizados simultaneamente. 9.4 - Ferramentas de Corte: O sobremetal pode ser removido manualmente, com o auxílio de uma ferramenta de corte, como é o caso da limagem. A remoção do sobremetal também pode ser feita mecanicamente, por exemplo, na furação. As ferramentas de corte são classificadas em monocortantes e multicortantes. As ferramentas monocortantes, conhecidas por bit ou bite, apresentam barras com extremidades adequadamente afiadas para o tipo de operação e de material a ser trabalhado. Os elementos que compõem a cunha de corte de uma ferramenta de usinagem são diretamente responsáveis pela qualidade do acabamento e pela própria vida útil da ferramenta. As partes construtivas de uma ferramenta de corte são: a) Parte de corte: Parte ativa da ferramenta constituída pelas suas cunhas de corte. A parte ativa da ferramenta é construída ou fixada sobre um suporte ou cabo da ferramenta, através do qual é possível fixar a ferramenta para a construção, afiação, reparo, controle e trabalho. ƒ. Cunha de corte – É região da ferramenta delimitada pelas superfícies de saída e de folga. . Ponta de corte – É a parte da cunha de corte onde se encontram as arestas principal e secundária de corte. A ponta de corte pode ser a intersecção das arestas, ou a concordância das duas arestas através de um arredondamento, ou o encontro das duas arestas através de um chanfro. Figura: Representação de uma ferramenta de corte monocortante – Bit. Figura: Ferramenta de corte monocortante – bite: a) Aplainamento e b) Torneamento. Figura: Ferramenta de corte multicortante – fresa. a) b) Figura: Ferramenta de Corte multicortante – Broca. Figura: Ferramentas de corte: a) Fresa (várias arestas de corte); b) Broca (duas arestas de corte). 10 – Máquinas Ferramentas O conjunto mecânico responsável pelos movimentos destinados à remoção do sobremetal recebe a denominação de máquina operatriz ou máquina-ferramenta. Existe, na indústria, uma variedade de máquinas operatrizes. A escolha de uma ou outra máquina depende das especificações técnicas exigidas da peça tais como formato do produto, acabamento superficial e exatidão dimensional. Portanto, com o auxílio das máquinas operatrizes, é possível obter superfícies com formatos diversos, isto é, planas, curvas, cilíndricas, cônicas e outras, como mostra a figura a seguir. Figura: Peças confeccionadas por máquinas operatrizes. a) b) 10.1 – Torneamento Mecânico O torneamento é o processo empregado para obter produtos com superfícies cilíndricas, planas e cônicas de diâmetros diversos. Figura: Peças confeccionadas no torno mecânico. O processo de torneamento abrange os seguintes passos: 1. A peça a executar é presa à placa do torno (máquina operatriz); 2. A ferramenta de corte é presa ao porta-ferramenta; 3. A peça, acoplada ao torno, gira ao redor do eixo principal de rotação da máquina e desenvolve o movimento de corte; 4. A ferramenta de corte se desloca simultaneamente em sentido longitudinal ou transversal à peça, realizando o movimento de avanço; 5. A partir do movimento sincronizado da peça e da ferramenta de corte são obtidas superfícies planas, cilíndricas e cônicas com diâmetros sucessivamente menores. As principais operações realizadas no torneamento são: a) Torneamento Longitudinal-Externo. b) Torneamento Longitudinal - Interno. c) Faceamento. d) Sangramento. e) Rosqueamento – helicoidal. f) Torneamento de Formas. g) Torneamento de superfícies cônicas. h) Aberturas de Furos – centro e cilíndricos. Além dessas operações, também é possível furar, alargar, recartilhar, roscar com machos ou cossinetes, mediante o uso de acessórios próprios para a máquina-ferramenta. Figura: Operações de torneamento: a) Furar; b) Alargar; c) Recartilhar; d) Roscar com Macho – Rosca Interna; e) Roscar com Cossinete – Rosca externa A figura abaixo ilustra o perfil de algumas ferramentas usadas no torneamento e suas respectivas aplicações. a c b d e Figura: Ferramentas usadas no torneamento. 10.1.1 – Torno Mecânico A máquina que faz o torneamento é chamada de torno. É uma máquina-ferramenta muito versátil porque, como já vimos além das operações de torneamento, pode executar operações que normalmente são feitas por outras máquinas como a furadeira, a fresadora e a retificadora, com adaptações relativamente simples. O torno mais simples que existe é o torno universal. Estudando seu funcionamento, é possível entender o funcionamento de todos os outros, por mais sofisticados que sejam. Esse torno possui eixo e barramento horizontais e tem a capacidade de realizar todas as operações que já citamos. Figura: Torno Universal. Figura: Torno Universal. Figura: Torno Universal e acessórios. Figura: Torno CNC. Assim, basicamente, todos os tornos, respeitando-se suas variações de dispositivos ou dimensões exigidas em cada caso, são compostos das seguintes partes: 1. Corpo da máquina: barramento, cabeçote fixo e móvel, caixas de mudança de velocidade. 2. Sistema de transmissão de movimento do eixo: motor, polia, engrenagens, redutores. 3. Sistemas de deslocamento da ferramenta e de movimentação da peça em diferentes velocidades: engrenagens, caixa de câmbio, inversores de marcha, fusos, vara etc. 4. Sistemas de fixação da ferramenta: torre, carro porta-ferramenta, carro transversal, carro principal ou longitudinal e da peça: placas, cabeçote móvel. 5. Comandos dos movimentos e das velocidades: manivelas e alavancas. Figura: Partes/componentes de um torno mecânico universal. Figura: Constituintes de um torno universal. Essas partes componentes são comuns a todos os tornos. O que diferencia um dos outros é a capacidade de produção, se é automático ou não, o tipo de comando: manual, hidráulico, eletrônico, por computador etc. Antes de iniciar qualquer trabalho de torneamento, deve-se proceder à lubrificação das guias, barramentos e demais partes da máquina conforme as orientações dos fabricantes. Com isso, a vida útil da máquina é prolongada, pois necessitará apenas de manutenções preventivas e não corretivas. Antes de iniciar qualquer operação no torno, lembre-se sempre de usar o equipamento de proteção individual (EPI): óculos de segurança, sapatos e roupas apropriados, e rede para prender os cabelos, se necessário. Além disso, o operador de máquinas não pode usar anéis, alianças, pulseiras, correntes e relógios que podem ficar presos às partes móveis da máquina, causando acidente. 10.1.2 – Tipos de Tornos a) Torno Universal ou Convencional . Baixo grau de automação; . Fabricação de pequenos lotes; . Uso em oficinas e ferramentarias; . Grande dependência do operador; . Baixas velocidades e avanços. Figura: Torno Universal ou convencional. b) Torno Revólver . Grau de automação médio - principalmente mecânica; . Fabricação de pequenos e médios lotes; . Uso em produção; . Grande dependência do operador; . Baixas velocidades e avanços. Figura: Torno Revólver. c) Tornos Copiadores . Alto grau de automação mecânica / eletrônica; . Fabricação de pequenos e médios lotes; . Uso em produção; . Grande dependência do operador; . Baixas velocidades e avanços. Figura: Torno Copiador. d) Tornos Automáticos . Alto grau de automação mecânica / eletrônica; . Fabricação de grandes lotes; . Uso em produção; . Pouca dependência do operador; . Médias velocidades e avanços. Figura: Torno Automático. e) Tornos CNC . Alto grau de automação eletrônica; . Fabricação de pequenos e médios lotes; . Uso em produção; . Baixa dependênciado operador; . Altas velocidades e avanços. Figura: Torno CNC. 10.2 – Fresamento É o processo de remoção de cavaco com movimento de corte circular da ferramenta. A ferramenta de corte apresenta-se com um ou vários gumes atuando simultaneamente para a geração de superfícies, sendo denominada de Fresa. a) b) c) d) a) Fresa Cilíndrica; b) Fresa cilíndrico-frontal; c) fresa de disco; d) Fresa prismática. e) f) g) h) e) Fresa frontal de ângulo; f) Fresa de forma; g) Fresa Cabeçal; h) fresa Circular. i) e j) l) e m) i) Fresa de topo; j) Fresa oval; l) Fresa de rasgo oblíquo; m) Fresa de Ranhuras. Figura: Tipos de Fresas. Os materiais comumente utilizados na confecção das fresas estão especificados no quadro abaixo. Quadro: Materiais empregados na confecção das fresas. É um processo utilizado na geração de superfícies que não são de revolução, como as produzidas no torneamento, onde o movimento de corte transcorre de forma normal ou oblíqua à direção de rotação da ferramenta. É usado para obter superfícies com formatos: • planos, paralelos ao eixo de rotação da ferramenta; • planos, perpendiculares ao eixo de rotação da ferramenta. O fresamento também é empregado para obter formas combinadas desses dois tipos de superfície. 10.2.1 – Tipos de Superfícies Obtidas por Fresamento a) Superfícies Planas b) Superfícies Circulares e Cilíndricas c) Obtenção de Roscas d) Superfícies Perfiladas e) Cópias de Superfícies f) Fresamento Composto g) Fresamento Tangencial de Encaixes “Rabo-de-andorinha” h) Fesamento Frontal de canaletas com Fresa de Topo i) Fresamento Tangencial de Perfil Em relação ao deslocamento da mesa em relação ao sentido de giro da fresa, a operação de fresagem pode ser Concordante, Discordante ou Concordante/Discordante. Figura: Operação de Fresamento. 10.2.2 - Tipos de Fresadora As fresadoras podem ser classificadas de diversas formas, sendo que as principais levam em consideração o tipo de avanço, a estrutura, a posição do eixo-árvore em relação à mesa de trabalho e a sua aplicação. a) Quanto ao Avanço: - Manual; - Automático (hidráulico ou elétrico). b) Quanto à Estrutura: - De oficina, também chamada de ferramenteira (maior flexibilidade); - De produção (maior produtividade). c) Quanto à posição do eixo-árvore: - Horizontal (eixo-árvore paralelo à mesa de trabalho); - Vertical (eixo-árvore perpendicular à mesa de trabalho); - Universal (configurada para vertical ou horizontal); - Omniversal (universal com a mesa que pode ser inclinada); - Duplex (dois eixos-árvore simultâneos); - Triplex; - Multiplex; - Especiais. d) Quanto à Aplicação: - Convencional; - Pantográfica (fresadora gravadora); - Chaveteira (específica para fazer chavetas internas e/ou externas); - Dentadora (específica para usinar engrenagens); - Copiadora (o apalpador toca o modelo e a ferramenta o reproduz na peça); As fresadoras são, na maioria dos casos, classificadas de acordo com a posição do seu eixo-árvore em relação à mesa de trabalho. Os principais componentes de uma fresadora universal são: Figura: Fresadoras- a) Horizontal e b) Vertical. Figura: Fresadora Universal. a) Base: É o componente responsável por suportar toda a máquina e, muitas vezes, funciona também como reservatório de fluido refrigerante; b) Coluna: É a estrutura principal da máquina. Costuma ser o alojamento do sistema de acionamento e também dos motores. Possui as guias (barramento) do movimento vertical. c) Mesa: Desliza pelas guias da sela superior realizando o movimento horizontal. a) b) TIPOS DE FRESADORAS Fresadora Paralela Fresadora Universal Fresadora Horizontal Fresadora Vertical Fresadora de Mesa Circular Fresadora Copiadora 10.3 – Aplainamento O aplainamento é uma operação de desbaste. E dependendo do tipo de peça que está sendo fabricada, pode ser necessário o uso de outras máquinas para a realização posterior de operações de acabamento que dão maior exatidão às medidas. É o processo utilizado para obter peças com superfícies planas, paralelas, perpendiculares e inclinadas. O aplainamento apresenta grandes vantagens na usinagem de réguas, bases, guias e barramentos de máquinas. A passada da ferramenta é capaz de retirar material em toda a superfície da peça. Nas operações de aplainamento, o corte é feito em um único sentido. O curso de retorno da ferramenta é um tempo perdido. Assim, esse processo é mais lento do que o fresamento, por exemplo, que corta continuamente. Por outro lado, o aplainamento usa ferramentas de corte com uma aresta cortante que é mais barata, mais fáceis de afiar e com montagem mais rápida. Isso significa que o aplainamento é em geral, mais econômico que outras operações de usinagem que usam ferramentas com mais de uma aresta de corte. O aplainamento é feito na máquina-operatriz denominada Plaina Limadora ou Plaina de Mesa auxiliada por uma ferramenta monocortante. O aplainamento das superfícies é obtido por meio de movimentos retilíneos alternados desenvolvidos pela peça ou ferramenta. A ferramenta executa o movimento de corte e, a peça, o movimento de avanço na plaina limadora. Figura: Operações de Aplainamento: a) Superfície; b) Guias; c) Rasgo de Chavetas. Figura: Operações de Aplainamento: a) Superfícies de revolução; b) Ranhuras em T. 10.3.1 – Plaina Limadora Plaina Limadora é uma máquina cujo movimento principal é retilíneo e alternativo. As principais operações são destinadas a produzir superfícies planas, rebaixos, perfís, cunhas, rasgos de chavetas, rasgos em T, dentre outros. A plaina limadora apresenta três tipos de movimentos durante suas operações: O movimento principal, o movimento de avanço e o movimento de ajuste. O movimento principal é o movimento executado pela ferramenta, subdividido em curso útil e curso em vazio. O cavaco é retirado da peça durante o curso útil e a ferramenta a) c) b) b) a) volta para o início do curso sem retirar cavaco durante o curso em vazio. O movimento de avanço é movimento realizado pela mesa, onde a peça esta fixada, perpendicular ao movimento principal. E o movimento de ajuste é um movimento vertical feito pela ferramenta ou pela mesa e serve para regular a espessura do cavaco. a) Movimento de Corte: executado pela ferramenta de aplainar é divido entre curso útil e curso vazio, que juntos constituem o curso duplo. b) Curso vazio: como o nome diz é a parte do curso que a ferramenta volta sem arrancar cavacos. c) Movimento de Avanço: gera a espessura do cavaco. Semelhante ao movimento de profundidade no torneamento. d) Movimento Lateral: Deslocamento da peça para aplainamento no sentido transversal. A base da máquina suporta a mesa, o cabeçote e os mecanismos de acionamento principal e de avanço. Os principais componentes de uma plaina limadora são: a) Cabeçote: O cabeçote da plaina limadora é o componente onde esta localizada o porta ferramenta que esta sobre uma placa com charneira (duas peças com eixo comum em torno do qual uma pelo menos é móvel). Isto significa que em uma operação qualquer, no curso útil a placa articulada é comprimida pelo esforço de corte contra o suporte enquanto no curso em vazio, a placa é levantada um pouco em função da sua articulação com charneira, assim, evitando qualquer dano à ferramenta e à superfície que esta sendo usinada. Nocabeçote também esta localizada a espera do porta-ferramenta que é ajustável para o aplainamento de superfícies inclinadas e com esta finalidade esta dotada de uma escala graduada. b) Torpedo ou Trenó; c) Mesa; d) Acionamento Principal: O acionamento principal é responsável por produzir o movimento retilíneo alternativo do movimento principal. O movimento de rotação do motor é transformado para movimento retilíneo alternativo através de um balancim oscilante com uma castanha deslizante. O motor imprime ao volante e a manivela, através de um mecanismo de engrenagens em movimento de rotação uniforme, no volante esta localizada uma manivela onde se encontra o pino da manivela, com uma porca que pode deslocar-se em direção ao centro por meio de um fuso, este pino transporta a castanha deslizante. A castanha desliza na guia do balancim, em função do movimento de rotação do volante, o balancim, que tem seu centro de rotação na base a maquina oscila com o seu extremo livre para um lado e para outro (movimento retilíneo alternativo), uma articulação transmite ao cabeçote este movimento oscilante. Figura: Plaina Limadora Como pode ser visto na ilustração, essa máquina se compõe essencialmente de um corpo (1), uma base (2), um cabeçote móvel ou torpedo (3) que se movimenta com velocidades variadas, um cabeçote da espera (4) que pode ter sua altura ajustada e ao qual está preso o porta ferramenta (5), e a mesa (6) com movimentos de avanço e ajuste e na qual a peça é fixada. Figura: Plaina Limadora. Na plaina limadora é a ferramenta que faz o curso do corte e a peça tem apenas pequenos avanços transversais. Esse deslocamento é chamado de passo do avanço. O curso máximo da plaina limadora fica em torno de 900 mm. Por esse motivo, ela só pode ser usada para usinar peças de tamanho médio ou pequeno, como uma régua de ajuste. 10.3.2 – Operações de Aplainamento Quanto às operações, a plaina limadora pode realizar estrias, rasgos, rebaixos, chanfros, faceamento de topo em peças de grande comprimento. Isso é possível porque o conjunto no qual está o porta-ferramenta pode girar e ser travado em qualquer ângulo. Figura: Inclinação do porta-ferramenta. a) Aplainar horizontalmente superfície plana e superfície paralela: Produz superfícies de referência que permitem obter faces perpendiculares e paralelas. b) Aplainar superfície plana em ângulo: O ângulo é obtido pela ação de uma ferramenta submetida a dois movimentos: um alternativo ou vaivém (de corte) e outro de avanço manual no cabeçote porta-ferramenta. c) Aplainar verticalmente superfície plana: Combina dois movimentos: um longitudinal (da ferramenta) e outro vertical (da ferramenta ou da peça). Produz superfícies de referência e superfícies perpendiculares de peças de grande comprimento como guias de mesas de máquinas. d) Aplainar estrias: Produz sulcos, iguais eqüidistantes sobre uma superfície plana, por meio da penetração de uma ferramenta de perfil adequado. As estrias podem ser paralelas ou cruzadas e estão presentes em mordentes de morsas de bancada ou grampos de fixação. e) Aplainar rasgos: Produz sulcos por meio de movimentos longitudinais (de corte) e verticais alternados (de avanço da ferramenta) de uma ferramenta especial chamada de bedame. Como a ferramenta exerce uma forte pressão sobre a peça, esta deve estar bem presa à mesa da máquina. Quando a peça é pequena, ela é presa por meio de uma morsa e com o auxilio de cunhas e calços. As peças maiores são presas diretamente sobre a mesa por meio de grampos, cantoneiras e calços. 10.3.3 – Tipos de Plainas Limadoras Os principais tipos de plainas limadoras são: a) Plaina Vertical: A principal diferenciação da plaina vertical das demais, fato que inclusive gera sua denominação é a posição vertical do torpedo e a direção do movimento alternativo de vaivém do carro porta-ferramenta. Este tipo de plaina é geralmente empregado na usinagem de superfícies interiores e na confecção de rasgos, chavetas e cubos. Figura: Plaina Vertical. b) Plaina de Mesa: Esta variação de máquina executora de aplainamentos possui como principal característica, e distinção de outros tipos, o elemento de movimentação. Neste caso, é a peça a ser usinada que executa os movimentos de vaivém. A ferramenta de corte, por sua vez, faz um movimento transversal correspondente ao passo do avanço. A operação desta plaina se dá através do movimento horizontal e retilíneo da peça fixada sobre guias prismáticas dispostas em uma mesa. Figura: Plaina de mesa. A principal aplicação desta configuração de plaina é a usinagem de peças de grandes e de difícil usinagem em plainas limadoras, por exemplo.
Compartilhar