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Estado e Território

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MAGALY - ESTADO/TERRITÓRIO
1 – Quais as formas de nascimento do Estado?
R: Originário, secundário e o derivado.
Originário é aquele em que o Estado nasce do próprio meio onde se estabelece a sociedade, nasce diretamente do povo, sem qualquer influencia de fatores externos.
Secundário é aquele que o Estado nasce da união ou da divisão de Estados. União de Estado seria o caso da confederação, de federação, da união real e da união pessoal. Divisão de Estado quando essa divisão for nacional o sucessorial.
Derivado é aquele que decorre de movimentos exteriores, quais sejam, colonização, concessão dos direitos de soberania e ação de um governo estrangeiro.
2 – Como o Estado se extingue? Explicar e fundamentar.
R: A extinção dos Estados pode se dar tanto por causas gerais como por causas específicas, por fusão, unificação, reunificação ou agregação. As causas gerais ocorrem quando falta algum de seus elementos constitutivos, quais sejam população, território e governo. Esses são os três elementos caracterizadores dos Estados e na falta de um deles não se pode mais falar em Estado. Pode ser extinto por meio de conquistas como ocorria muito na Idade Antiga. Nela ocorre a ocupação do território e conquista da população por outro Estado. Pode ser extinto por meio de emigração, ou seja, quando um povo emigra totalmente do seu território, devido a uma variedade de fatores, como clima, falta de alimentos, religião. Pode ser extinto por expulsão, quando o Estado é invadido e os conquistadores exigem a expulsão dos povos primitivos. Pode ser extinto por renuncia aos direitos de soberania, é uma maneira de desaparecimento espontâneo, essa se dá quando uma sociedade renuncia aos seus direitos de autodeterminação em benefício de outro Estado mais forte.
3 – O que é território? É elemento constitutivo do Estado?
R: O território é a base geográfica do Estado. É dizer aquela parcela do globo terrestre que se encontra sob sua jurisdição. É elemento material, sem dúvida, essencial ao Estado onde ele exerce a sua soberania. Não se conhece nenhum ente estatal sem território.
4 – Que espécie de direito tem o Estado sobre o território? Explicar e fundamentar.
R: Para a corrente que defende a relação de domínio do Estado sobre seu território, haveria um direito real de natureza pública, distinto do direito relativo à propriedade privada. Outra posição, dentro dessa mesma corrente, sustenta que esse direito seria um direito real institucional.
Para a corrente que entende que o Estado tem poder sobre as pessoas, e por meio destas é que exerce poder sobre o território, o direito do Estado sobre o território é reflexo, ou seja, o domínio do Estado sobre seu território é expressão de seu ius imperium.
Para a corrente que entende que o poder do Estado é exercido sobre tudo o que se encontra em seu território, isto é, pessoas ou coisas, o direito do Estado sobre seu território é expressão de seu ius imperium, tomado no sentido mais amplo.
5 – Quais são as teorias que procuram explicar a natureza jurídica do território? Enumerar e explicar cada uma.
R: Inúmeras teorias que intentam determinar a natureza jurídica do território. As quais são: teoria do território-patrimônio; teoria do território-objeto; teoria do território-espaço e teoria do território-competência.
Teoria do território-patrimônio: é uma teoria medieval de cunho patrimonial que toma o território por objeto da propriedade eminente dos senhores feudais e, depois, como propriedade do Estado. Essa teoria não faz diferenciação entre império e domínio (poder de imperium e poder de dominium), concebendo o poder do Estado sobre o território exatamente como o direito de qualquer proprietário sobre o imóvel.
Teoria do território-objeto: nesta teoria os juristas viam o território como objeto de um direito das coisas públicas ou de um direito real de caráter público. Para os adeptos dessa corrente o direito do Estado sobre o seu território é direito espacial, eminente, soberano. É o território posto na sua exterioridade. Território estaria para o Estado do mesmo modo que a coisa está para o proprietário, e a soberania territorial seria no direito público aquilo que no direito civil é o direito de propriedade.
Teoria do território-espaço: essa teoria entende que o território é a extensão espacial da soberania do Estado. A base dessa concepção é a ideia de que o Estado tem um direito de caráter pessoal, implícito na idade de império. TEORIA ACEITA.
Teoria do território-competência: essa teoria é obra dos juristas austríacos da chamada Escola de Viena. A Escola de Viena passa a ver no território simplesmente um elemento determinante da validez da norma: trata-se de um meio de localização da validez da regra jurídica. É o território onde o Estado tem competência para aplicar suas leis. No conceito desta teoria o território é um elemento constitutivo do Estado.
6 – A perda temporária do território faz desaparecer o Estado? Explicar e fundamentar.
R: No momento de sua constituição, o Estado integra um conjunto indissociável, entre outros elementos, um território, de que não se pode ser privado sob pena de não ser mais Estado. A perda temporária do território, não desnatura o Estado, que continua a existir enquanto não se tornar definitiva a possibilidade de se reintegrar o território com os demais elementos. O mesmo ocorre com as perdas parciais de território, não havendo qualquer regra quanto ao mínimo de extensão territorial.
7 – Existe um tamanho mínimo para que uma porção do globo terrestre seja considerado território?
R: A ideia de território vincula-se apenas à superfície do solo. Não há duvida ser esta sua base essencial. A ela acrescenta, ainda, o espaço que lhe vem acima, assim como aquele, que desce às profundezas da terra. Este último encontra o seu limite nas próprias possibilidades tecnológicas de exploração. O território tem seus componentes, sendo: solo, subsolo, rios internos, lagos internos, bacias, portos, águas territoriais (mar territorial), espaço aéreo sobre a área compreendida pelas fronteiras estatais. As fronteiras naturais e artificiais são sede de representação diplomática por “ficção recíproca”, belas-naves (embarcações) e aeronaves militares em qualquer lugar.
8 – Em que consiste o princípio da territorialidade?
R: Num dado território, só vige uma ordem jurídica. É o chamado princípio da territorialidade. Hoje o ente estatal submete todos que se encontrarem no seu território ao seu próprio direito. O principio da territorialidade não sofre restrição pelo só fato de o Estado, por vezes, preferiu a aplicação de um direito estrangeiro em detrimento do seu próprio. É que, ainda aqui, a força cogente do direito nacional não é negada, uma vez que é pela sua própria vontade que se dá preferência à Lei de outro país.
9 – Dissertar sobre o princípio da extraterritorialidade.
R: O princípio da extraterritorialidade consiste na possibilidade de aplicar a Lei penal brasileira em crimes ocorridos no exterior. Neste sentido, acerca da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, podemos afirmar que, se um funcionário público a serviço do Brasil praticar na Itália crime de corrupção passiva (art. 317 do CP) ficará sujeito a lei penal brasileira.
10 – O Estado pode assujeitar alguns indivíduos mais que os outros?
R: Já se foi o tempo, anterior a consolidação do Estado, em que numa mesma área geográfica conviviam pessoas leais a diferentes ordens jurídicas. Hoje, o ente estatal submete todos que se encontrem no seu território ao seu próprio direito. Isso não quer dizer que ele não se assujeite mais acentuadamente uns do que outros. 
11 – Qual o direito do Estado sobre as Embaixadas e as Repartições Diplomáticas?
R: Há uma tolerância dos Estados em reconhecer as Embaixadas e as Repartições Diplomáticas em geral, assim como as belonaves, como uma extensão do próprio território a que pertencem. Por força desse reconhecimento, aplica-se sobre elas o direito dos países a que se vinculam e não o daqueles em que se encontram.Esta analogia é sempre relativa, não havendo condições para ser levada às suas últimas consequências. Uma Embaixada, por exemplo, nunca chega a fazer parte integrante do território a que pertence. É certo, no entanto, que dentro dela não se aplica o direito local.

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