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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHPECÓ – UNOCHAPECO ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS - ACEA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA COMPONENTE CURRICULAR: FARMACOLOGIA II PROFESSORA: SABRINE MARANGONI ACADÊMICA: TAIS MARTINELLI Manejo Terapêutico na Insuficiência Renal Aguda Os objetivos do tratamento clínico convencional da Insuficiência Renal Aguda (IRA) são corrigir as deficiências hemodinâmicas existentes e em curso, aliviar o volume hídrico e as anormalidades bioquímicas e eliminar as toxinas urêmicas até que a lesão renal existente seja reparada ou ocorram às adaptações compensatórias. A fluidoterapia permanece como o fundamento do tratamento clínico da IRA nos animais. O objetivo terapêutico é normalizar o equilíbrio hídrico, resolver as inadequações hemodinâmicas e promover a formação de urina. O volume estimado de déficit deve ser corrigido por via intravenosa com salina isotônica ou soluções poliônicas balanceadas em 2 a 4 horas de tratamento. Soluções salinas hipotônicas intermediárias e glicose 2,5% podem ser usadas como solução de reposição para animais com hipernatremia discreta e perdas excessivas de água ou perdas hipotônicas associadas com vômito ou diarreia. O diurético mais usado é a furosemida em doses de 2 a 8 mg/kg, três vezes ao dia, pela via endovenosa. No entanto, foi demonstrado que a furosemida exacerba a toxicidade da gentamicina, devendo ser evitado o seu uso em animais com IRA causada por uso de aminoglicosídeos. O uso de manitol ou da dopamina em combinação com a furosemida será mais eficaz que o uso deste agente isoladamente no que se refere à indução da diurese. O manitol, como agente osmótico, diminui a tumefação das células tubulares, aumenta o fluxo tubular e ajuda a evitar a obstrução ou colapso tubular, além de ser um vasodilatador renal fraco, ele é utilizado numa solução de 10% a 20% na dose de 0,5 a 1,0g/kg endovenoso como um bolo lento ao longo de 15 a 20 minutos. A dopamina é usada frequentemente para estimular a produção urinária quando pacientes não respondem a outro tratamento. Uma infusão de doses baixas de dopamina causa dilatação da vasculatura renal e aumento da produção urinária. A combinação de dopamina e furosemida pode ser usada em pacientes hiperhidratados em substituição aos agentes osmóticos e pode ser efetiva quando a diurese osmótica falha. Durante a reidratação, as condições de equilíbrio ácido-básico e eletrolítico do animal devem ser avaliadas e quaisquer anormalidades tratadas adequadamente. Acidose metabólica e hiperpotassemia são comuns em animais com IRA oligúrica, a acidose em geral é parcialmente compensada por alcalose respiratória. A terapia com bicarbonato deve ser reservada para animais com pH sanguíneo de 7,15 ou menos. Entretanto, tal terapia deve ser administrada com cuidado, porque a terapia excessiva com bicarbonato de sódio pode ocasionar déficit de cálcio ionizado e excesso de sódio, o que pode contribuir para o desenvolvimento de hipervolemia em um animal oligúrico. Nos casos de uremia aguda comumente observam-se distúrbios gastrointestinais como náusea, vômito, anorexia, hematemese, diarréia e ulcerações orais. Nestes casos recomenda-se a administração tópica de compostos com lidocaína para o alivío da dor. A anorexia e vômito são frequentemente decorrentes da gastrite ulcerativa ou hemorragia secundárias a uremia ou a hipergastrinemia e hiperacidez gástrica causadas pela IRA. Recomenda-se o tratamento com cimetidina ou ranitidina ou omeprazol visando o controle do vômito causado pela gastrite. Como o vômito também é resultante de estimulação direta da zona de disparo dos quimiorreceptores por toxinas urêmicas, o uso da metoclopramida também é recomendado. No entanto, a metoclopramida é um antagonista dos receptores de dopamina e por isto não deve ser administrada durante a infusão de dopamina. A diálise é a indicação mais comum em cães e gatos com IRA. Sem diálise, os animais com insuficiência renal grave em geral morrem por causa das complicações da uremia antes que ocorra a reparação renal. A diálise aumenta a expectativa de vida desses animais, permitindo recuperação potencial. A diálise peritoneal é um procedimento aparentemente simples, no qual o dialisado é instilado na cavidade abdominal e, por meio do transporte converctivo e difusivo, os catabólicos urêmicos e o excesso de fluído são transferidos do plasma para equilibrar com o dialisado através da barreira limitante da serosa peritoneal. A hemodiálise é conceitualmente similar à diálise peritoneal, exceto em que uma membrana artificial substitui o revestimento peritoneal como superfície de troca, o sangue é interposto diretamente com o dialisado através da membrana, e o processo dialítico ocorre fora do corpo do animal, os solutos catabólitos e a excessiva carga de água são removidos do animal de forma análoga à sua excreção pelos rins sadios. O transplante renal em cães e gatos não-relacionados tem se tornado bem- sucedido e constitui-se em uma alternativa para os animais que apresentam dano renal irreversível. Em cães e gatos, o prognóstico é afetado pela gravidade da disfunção renal, pela resposta ao tratamento, pela extensão da lesão histológica e evidência de regeneração tubular e pela capacidade de lidar com os problemas associados a outros sistemas do organismo. REFERÊNCIAS: RIBAS, Cecília Ton. Insuficiência Renal Aguda (IRA). Curitiba, PR. 2017. Disponível em:< http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/04/INSUFICIENCIA-RENAL- AGUDA-IRA.pdf>. Acesso em 06 de maio de 2018. PEREIRA, Tálita Souza; PEREIRA, Tálita Souza; et al. Insuficiência Renal Aguda Em Pequenos Animais. Itapeva. Disponível em: < http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/5r9uNnEC9fDkFLU_2015 -2-3-16-11-33.pdf>. Acesso em 06 de maio de 2018. PALUMBO, Mariana Isa Poci; MACHADO, Luiz Henrique de Araújo; et al. Manejo Da Insuficiência Renal Aguda Em Cães E Gatos. Umuarama, v. 14, n. 1, 2011.
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