Buscar

Teorias da Personalidade Hans Eysenck

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUVS – UNIVAS – FACIMPA 
CURSO DE PSICOLOGIA – 3o Período 
	 	Disciplina: Teorias da Personalidade II 
Profa Ms Marcia Maria Coutinho de Oliveira 
	Acadêmicos: 
	Bruna Kitéria Moreira Paiva – Deise Lopes Nunes Fernandes – Gracielle Rodrigues dos Santos – Júlia Santos de Faria – Rachel Silva
 
Hans Eysenck
(1916-1997) 
HISTÓRIA PESSOAL DE HANS EYSENCK
Hans Jurgen Eysenck nasceu em quatro de março de 1916, em Berlim, Alemanha. Nascido filho de celebridades do cinema e palco alemão. Contudo, seus pais divorciaram quando ele tinha apenas dois anos. Devido à ausência de seus pais, foi criado pela avó materna, na qual tinha uma relação muito próxima. Sua avó também era ligada ao teatro e a ópera, e era uma pessoa religiosa, contrariamente aos seus pais. Hans Eysenck cresceu num ambiente de tolerância e livre de qualquer compromisso religioso formal. Sua avó, por sua vez, possuía uma extensa biblioteca com os grandes clássicos da literatura alemã, inglesa e francesa, visto isso, H. Eysenck adorava passar muito do seu tempo a lê-los. 
Foi um excelente aluno. Como estudante, mantinha uma opinião crítica em relação aos conteúdos que eram ensinados e não hesitava em desafiar seus professores com seus conhecimentos intelectuais superiores. Após se formar no ensino médio, todavia, deixou a Alemanha em oposição ao regime nazista, visto que não comtemplava viver em um país sem liberdade e sem livre expressão. Além disso, sua vida corria perigo, já que era simpatizante dos judeus. 
Primeiramente, estudou Literatura e História na Universidade de Dijon, França. Logo após, mudou-se para Londres a fim de estudar física, na Universidade de Londres. Contudo, sua candidatura foi cancelada, pois carecia dos pré-requisitos necessários. Visto isso, decidiu ingressar-se no curso de Psicologia ainda na mesma universidade.
Desde aquela época, ele escreveu mais de 50 livros sobre temas diversos e parecia ter um interesse e experiência em tudo; dedicou-se também ao estudo da filosofia, sociologia, fisiologia e estatística. Era mais um teórico do que um pesquisador, e apesar de muita pesquisa ter apoiado suas teorias, há algumas que foram analisadas e acatadas.
Seu papel mais influente em termos do tratamento da doença mental desafiou a eficácia da psicoterapia. Ele argumentou que as abordagens de tratamento do tempo, especialmente a psicanálise, não eram melhores do que absolutamente nenhum tratamento. Enquanto isso, ele também desafiou muitos a testar suas teorias. Desde sua publicação, uma infinidade de investigação tem sido concluída, e mostra a psicoterapia sendo uma abordagem eficaz para o tratamento da doença mental.
Contudo, Hans Eysenck inspirou a pesquisa sobre os componentes biológicos da personalidade. Ele confirmou que a inteligência foi em grande parte herdada e apresentou seus conceitos de neuroticismo e extroversão, as duas dimensões básicas de personalidade, segundo seus estudos. Acreditava que todos os traços da personalidade poderiam ser resumidos por duas dimensões, que ele veio chamar de Supertraits.
O ódio que tinha pelo regime Nazista (extrema direita) o tornou simpatizante da política comunista da altura (extrema esquerda). No entanto, mais tarde, percebeu que ambos os extremos políticos eram (são) problemáticos. Esta vivência o propôs a existência de um traço de rigidez do pensamento. Hans Eysenck realizou diversas pesquisas e constatou que tanto os nazistas quanto os comunistas extremos possuíam o mencionado traço, assim como o de autoritarismo, egocentrismo, hostilidade, dentre outros. Estudos o levaram também a identificar a presença de alguns destes traços de personalidade nos doentes psicóticos e nos psicopatas. Estes traços remetiam para uma terceira dimensão de personalidade que o autor designou de Psicoticismo. 
Entretanto, só algumas décadas mais tarde é que Hans Eysenck reuniu os suportes empíricos essenciais para considerar em definitivo o Psicoticismo como terceira dimensão fundamental da personalidade, no denominado modelo P-E-N.
No pós-guerra, em 46, H. Eysenck passou a integrar o Departamento de Psicologia do restabelecido Instituto de Psiquiatria do Hospital de Maudsley (Londres), desempenhando as funções de psicólogo investigador. E em 47, tornou-se diretor do Departamento de Psicologia, substituindo Lewis. Contudo, este departamento viria a sofrer graves problemas de financiamento, o que obrigou H. Eysenck a procurar um novo emprego. Foi então que Lewis persuadiu a Universidade de Londres a abrir no Instituto de Psiquiatria o denominado University Postgraduate Federation, com o objetivo de formar profissionais na área clínica. Lewis convidou H. Eysenck para liderar todo o projeto de formação e de especialização no domínio da Psicologia Clínica, profissão que não existia na Grã-Bretanha naquela época. 
Em seu ponto de vista, os princípios e os conhecimentos da Psicologia Clínica não eram aplicados naqueles centros, uma vez que: existia uma subserviência da Psicologia Clínica à Psiquiatria e aos modelos médicos; os diagnósticos clínicos eram elaborados sem recurso à avaliação psicológica (apenas com a utilização de técnicas projetivas); ao nível da intervenção, eram aplicados os modelos terapêuticos psicanalíticos; entre outros problemas.
Para ele, a aplicação da Psicologia Clínica deveria: seguir as leis da Psicologia académica, que se baseiam nas conclusões provenientes dos estudos experimentais e estatísticos sobre as características do comportamento patológico; ser independente da prática dos outros profissionais, sob pena de originar uma inevitável adoção dos seus conceitos e valores em detrimento dos seus próprios; desenvolver novas técnicas de terapia comportamental, em alternativa aos modelos terapêuticos psicanalíticos, na medida em que os pressupostos teóricos da Psicanálise não tinham sido cientificamente comprovados (o mesmo em relação à sua eficácia terapêutica). Naquela época, nenhum destes requisitos era cumprido. Por isso, a intenção de os implementar foi completamente revolucionária e levaram H. Eysenck a travar uma “batalha” com o sistema psiquiátrico britânico.
Em 1950, H. Eysenck introduziu um novo método estatístico – a análise de critério- para examinar as diferenças quantitativas e qualitativas de dois grupos distintos. Esse método derivou da aplicação do método hipotético-dedutivo à análise fatorial e foi desenvolvido com o objetivo de analisar grupos clínicos.
Durante sua ida aos Estados Unidos, Hans Eysenck foi acompanhado por Sybil Bianca Giuliett Rostal, uma psicóloga quantitativa especializada na construção e validação de instrumentos de avaliação da personalidade que dava aulas na Universidade de Londres. Da qual veio se casar e ter três filhos e uma filha. 
Quando regressou dos Estados Unidos, H. Eysenck abriu o Departamento de Psicologia da Universidade de Londres e, em 1955, tornou-se Professor de Psicologia daquela universidade. A partir desta altura, e até ao fim da sua carreira académica, foi incrivelmente produtivo, desenvolvendo um vasto programa de investigação que abrangia diversas áreas da Psicologia (experimental, clínica, comportamental, social, psicométrica). O Departamento de Psicologia por si criado tornou-se primeiro centro de formação clínica e de investigação da personalidade (avaliação e genética do comportamento). 
Em 1981, a lista de publicações cientifica de H. Eysenck passava de 650, entre artigos, livros e capítulos de livros. Não dava sinal de moleza. A ampla abrangência dos interesses de investigação o levava, muitas vezes, a assumir posições impopulares por tentar, com base em experiências empíricas, derrubar os dogmas existentes. 
Em 1983, H. Eysenck aposentou-se da Universidade de Londres e dos Hospitais de Maudsley e Bethlehem Royal (de Londres), com os quais colaborou durante várias décadas. Em virtude da sua notável carreira científica a Universidade de Londres atribuiu-lhe o título de Professor Emérito.
 	Mesmo estando aposentado, H. Eysenck dedicou-se à investigação, publicando trabalhossobre a inteligência, a criatividade e a terapia comportamental.
	Em setembro de 1997, aos 81 anos, acabou por falecer em uma casa de repouso em Londres. 
VISÃO GERAL DA TEORIA DOS TRAÇOS E DOS FATORES
	Qual a melhor maneira de avaliar a personalidade? Por meio de testes padronizados? Observações clínicas? Julgamentos de amigos e conhecidos? Os adeptos da teoria dos fatores utilizaram todos estes métodos e mais alguns. Uma segunda questão é: quantos traços ou disposições pessoais uma única pessoa apresenta? Dois ou três? Meia dúzia? Algumas centenas? Mais de mil? Ao longo dos últimos 25 a 45 anos, vários indivíduos e várias equipes de pesquisadores adotaram a análise dos fatores para responder essas questões. Atualmente, grande parte dos pesquisadores que estuda traços da personalidade concorda que cinco, apenas cinco e não mais do que cinco traços dominantes continuam a emergir das técnicas da análise fatorial – procedimento matemático para isolar traços de personalidade a partir de uma infinidade de dados de teste.
	No entanto, os teóricos mais antigos como Raymond B. Cattell, descobriram muitos outros e Hans J. Eysenck insistia em apenas três grandes fatores podem ser discernidos com uma abordagem de análise fatorial. A abordagem de senso comum de Gordon Allport produziu de cinco a dez fatores centrais na vida de cada indivíduo. Contudo, a grande contribuição de Allport para a teoria de traços pode ter sido sua identificação de aproximadamente 18 mil nomes de traços de personalidade em um dicionário de língua inglesa completo. Estes nomes de traços foram a base para o trabalho original de Cattell e continuam a proporcionar os fundamentos para os estudos recentes da teoria da análise fatorial.
	A técnica analítico-fatorial de Eysenck forneceu três fatores bipolares ou tipos gerais – extroversão/introversão, neuroticismo/estabilidade e psicotiscismo/superego. A Teoria dos Cinco Fatores inclui neuroticismo e extroversão; mas também compreende a abertura a experiências, sociabilidade e consciência da relevância das tarefas. 
TEORIA DOS FATORES DE EYSENCK
Na teoria da personalidade de Hans Eysenck existem fortes componentes psicométricos e biológicos. No entanto, Eysenck defendia que a sofisticação psicométrica isolada não é suficiente para medir a estrutura da personalidade humana e que as dimensões da personalidade a que se chegou por meio dos métodos de análise fatorial são estéreis e pouco significativas, a menos que elas tenham demonstrado uma existência biológica.
CRITÉRIOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES
Eysenck listou quatro critérios para a identificação de um fator. 
Primeiro critério → Estabelecimento da evidência psicométrica da existência do fator. O fator deve ser confiável, replicável e ser identificado de forma consistente. 
Segundo critério → Deve possuir hereditariedade e se adequar a um modelo genético estabelecido. O critério elimina características aprendidas, como a capacidade de imitar as vozes de pessoas conhecidas ou uma crença religiosa ou política. 
Terceiro critério → Deve fazer sentido a partir de uma visão teórica. Eysenck empregou o método dedutivo de investigação, começando com uma teoria e depois reunindo dados que são logicamente coerentes com essa teoria. 
Quarto critério → Deve possuir relevância social, isto é, deve ser demonstrado que fatores derivados matematicamente possuem uma reação (não necessariamente causal) com variáveis relevantes, como uso de drogas, tendência a lesões involuntárias, desempenho excepcional nos esportes, comportamento psicótico, criminalidade, entre outras.
HIERAQUIA DA ORGANIZAÇÃO COMPORTAMENTAL
Eysenck reconheceu uma hierarquia em quatro níveis de personalidade. No nível inferior, estão as respostas específicas, tais como falar diante da classe em uma ocasião isolada. No segundo nível, estão as respostas habituais, que incluem comportamentos frequentes ou recorrentes, como falar diante da classe com regularidade. O terceiro nível é o dos traços, que são definidos em termos de conjuntos intercorrelacionados de respostas habituais. Uma pessoa sociável, por exemplo, fala diante da classe, gosta de conversar com outras pessoas, gosta de ir a festas, e assim por diante. No nível superior de generalidade, estão os tipos, que, por sua vez, são definidos como conjuntos intercorrelacionados de traços.
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
No Hospital e Instituto de Psiquiatria Maudsley, da Universidade de Londres, Eysenck passou grande parte da sua carreira conduzindo pesquisas sobre mensuração de personalidade. O teórico concordava com Cattell que a personalidade é composta de traços, ou fatores, deduzidos a partir do método de análise fatorial. No entanto, foi um crítico da análise fatorial e das pesquisas de Cattell devido à potencial subjetividade na técnica e à dificuldade de reprodução dos resultados alcançados. Embora utilizasse a análise fatorial para revelar os traços de personalidade, suplementava o método com testes de personalidade e estudos experimentais que levavam em consideração uma ampla gama de variáveis. 
Eysenck e sua esposa, Sybil (Ph.D. pela Universidade de Londres), desenvolveram vários dos questionários utilizados em sua pesquisa. O Inventário de Personalidade de Eysenck exigiu 12 anos de pesquisa conjunta e 20 análises fatoriais. 
O resultado de seus esforços é uma teoria de personalidade baseada em três dimensões, definidas como combinações de traços ou fatores. Podemos pensar nas dimensões como sendo “superfatores” (Eysenck, 1990a, 1990b; Eysenck e Eysenck, 1985). As três dimensões de personalidade são:
E – Extroversão versus introversão;
N – Neuroticismo versus estabilidade emocional;
P – Psicoticismo versus controle de impulso (ou funcionamento do superego). 
EXTROVERSÃO
NEUROTICISMO
PSICOTICISMO
Eysenck apontou que as dimensões de extroversão e neuroticismo são reconhecidas como elementos básicos da personalidade desde a época dos filósofos da Grécia. Sugeriu também que formulações das mesmas dimensões podiam ser encontradas em praticamente todos os métodos de avaliação de personalidade já desenvolvidos. 
As pesquisas constataram que os traços e dimensões propostos por Eysenck tendem a permanecer estáveis ao longo da vida, desde a infância até a idade madura, apesar das diferentes experiências sociais e ambientais vividas por nós. Nossa situação pode se modificar, mas as dimensões mantêm-se consistentes. Uma criança introvertida, por exemplo, tende a permanecer introvertida quando for adulta. 
Eysenck também conduziu importantes pesquisas sobre inteligência. Não a considerava uma dimensão da personalidade, mas sim uma influência importante sobre a personalidade. Ele observou que uma pessoa com 120 de QI provavelmente terá uma personalidade mais complexa e multidimensional do que uma com 80 de QI. Apresentou evidências segundo as quais cerca de 80% de nossa inteligência é herdada, o que deixa apenas 20% como produto de forças sociais e ambientais.
Referências Bibliográficas: 
Cloninger, S. C. (2000). Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes. 
Feist, J.; Feist, G. J. & Robert, T. (2008). Teorias da Personalidade. 6ª Ed. São Paulo: MC Graw-Hill. 
Schultz, D. P. & Schultz, S. E. (2011). Teorias da Personalidade. São Paulo: São Paulo: Cengage Learning. 
 
 
	2. A Teoria da Personalidade de Erik Erikson (1902-1994) 
	1 
 
	2. A Teoria da Personalidade de Erik Erikson (1902-1994) 
	1 
 
	2. A Teoria da Personalidade de Hans Eysenck (1916-1997) 
	1

Continue navegando