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MELHORAMENTO DAS ESPÉCIES ZOOTECNICAS Prof. Márcio Cinachi Pereira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Centro de Ciências Agrárias Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Florianópolis, junho de 2014 Cenário da Produção do leite Produção mundial de leite: mais de 578 bilhões de litros (2008) Cenário da Produção do leite Países asiáticos: China, Filipinas, Tailândia e Vietnã Países do Leste Europeu Na América do Sul: Argentina, Peru e Uruguai Brasil: taxa projetada de crescimento anual é de 2,96%. Segundo estimativas da Fapri – Food and Agricultural Policy Research Institute Previsão de aumento de consumo per capita de leite e derivados nos próximos anos. Cenário da Produção do leite Analisar o tamanho do rebanho dos países produtores. Cenário da Produção do leite Analisar o tamanho do rebanho dos países produtores. 2º Maior Rebanho Mundial Cenário da Produção do leite Analisar o tamanho do rebanho dos países produtores. EUA Maior produtor de leite do mundo, possuem apenas o 4º maior rebanho Cenário da Produção do leite Analisar o tamanho do rebanho dos países produtores. EUA Alta Produtividade Cenário da Produção do leite Analisar o tamanho do rebanho dos países produtores. EUA 9,34 t/cab/ano = 31 litros/vaca/dia Cenário da Produção do leite Brasil: crescimento de 5,5% 2007 a 2008 Cenário da Produção do leite Brasil: Índice de produtividade baixos Cenário da Produção do leite Vaca brasileira produz por dia pouco mais de 4 litros de leite Cenário da Produção do leite Vaca brasileira: 7,5 vezes menos do que nos EUA Cenário da Produção do leite Vaca brasileira: 20% do que uma vaca francesa produz. Cenário da Produção do leite Cenário da Produção do leite Cenário da Produção do leite Sudeste como maior produtor, com mais de 10 bilhões de litros 36% da produção nacional Cenário da Produção do leite Região Sul: com 8 bilhões de litros produzidos 29% do total do país. Cenário da Produção do leite Região Sul e Sudeste: 65% da produção brasileira Cenário da Produção do leite Região Sul: elevado crescimento entre 2007 e 2008 10% de aumento na produção o dobro da média nacional (5,5%) São duas as opções de utilização dos recursos genéticos: Raças especializadas Seus cruzamentos A definição do recurso genético a ser utilizado: Aspecto do ambiente Aspectos do sistema de produção ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Importação das raças européias e indianas necessidade Aumento da produção de alimentos de origem animal Substituição as raças ibéricas trazidas pelo colonizadores ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Raças européias (Bos taurus): Oriundas do continente europeu Primeiras raças a serem melhoradas para produção de leite Em função da sua elevada produtividade foram amplamente disseminadas ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Raças européias (Bos taurus): Mais comuns: Holandesa, Jersey e Pardo- Suiça Distribuídas em todo o território nacional: principalmente Sul e Sudeste Sul/Sudeste: apresenta os melhores desempenhos produtivos e reprodutivos Condições de ambiente semelhantes aos que foram selecionados ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Raças indianas (Bos indicus): Não foram selecionadas para características reprodutivas – motivos religiosos Após introduzidas no Brasil adaptaram-se às condições ambientais ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Raças indianas (Bos indicus): Grande participação no efetivo bovino nacional Principais raças: Gir, Guzerá e Sindi Distribuídos principalmente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Principais aspectos de interesse pelo Zebu: Resistência ao calor Capacidade de utilizar com efeito alimentos de baixa qualidade nutricional Resistência a endo-ectoparasitos ESCOLHER O RECURSO GENÉTICO Raça mais especializada para a produção de leite Raça mais difundida no mundo RAÇA HOLANDESA Desenvolvida e selecionada na Holanda Introduzida no Brasil em 1896 Presente em todos os estados brasileiros, principalmente SC, SP, RS, MG, PR e RJ – 90% RAÇA JERSEY Selecionada na Ilha de Jersey Entre Inglaterra e França 2ª raça leiteira mais importante no Mundo Considerada a raça mais antiga e está presente em toda a Europa RAÇA PARDO-SUIÇA Primeiras importações entre 1902 e 1906 – EUA e Alemanha RAÇA CARACU Destaca-se por ser de origem européia adaptada ao clima tropical e subtropical Distribuído em todo território nacional, principalmente no Sudeste e Centro-Oeste RAÇA GIR Desenvolveu no Sul da Índia Introduzida no Brasil em 1911 Distribuído principalmente no Sudeste e Nordeste RAÇA GUZERÁ Originária no Norte da Índia Introduzida no Brasil no final do Século XIX Média produção de leite: 1.700 kg Implementação do Programa de Melhoramento Embrapa, ABCSindi e ABCZ RAÇA SINDI LEMBRETE: Não existe uma raça melhor que a outra. Existe raças mais adequadas para determinados sistemas de produção ou mais adaptadas a determinados ambientes Raças européias (Bos taurus): Oriundas do continente europeu Primeiras raças a serem melhoradas para produção de leite Em função da sua elevada produtividade foram amplamente disseminadas PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 1 - Altura da Garupa 150 cm 136 cm 122 cm 9 5 1 2 - Perímetro Torácico 209 cm 175 cm 149 cm 9 5 1 3 - Comprimento do Corpo 126 cm 102 cm 75 cm 9 5 1 4 - Comprimento da Garupa 54 cm 40 cm 32 cm 9 5 1 5 - Largura entre os ísquios 28 cm 18 cm 12 cm 9 5 1 6 - Largura entre os íleos 64 cm 48 cm 33 cm 9 5 1 7 - Ângulo da Garupa 1 5 9 Inclinada Intermediária Reta 8 - Ângulo dos Cascos 1 5 9 Alto Intermediário Baixo 9 - Posição das Pernas - Curvatura (Vista Lateral) 1 5 9 Curvas Intermediárias Retas 10 - Posição das Pernas - Jarretes ( vista por trás) 1 5 9 Arqueadas Normais Ganchudas 11 - Úbere Anterior (Ligamento - Firmeza) 1 5 9 Forte Intermediário Fraco 12 - Úbere Posterior - Altura 1 5 9 Comprido Intermediário Curto 13 - Úbere Posterior - Largura 1 5 9 Largo Intermediário Estreito 14 - Profundidade do Ùbere 1 5 9 Profundo Intermediário Raso 15 - Comprimento das Tetas 1 5 9 Compridas Intermediárias (7,5 cm) Curtas 16 - Diâmetro das Tetas 1 5 9 Grossas Intermediárias (3,3 cm) Finas 17 - Facilidade de Ordenha 1 5 9 Muito Dura Normal Muito Macia 18 - Temperamento 1 5 9 Muito Brava Normal Muito Mansa Herdabilidade das Características Característica h 2 Característica h 2 Comprimento corporal 0,25 Comprimento de tetas 0,44 Perímetro torácico 0,27 Altura de úbere 0,48 Comprimento de garupa 0,24 Diâmetro de tetas 0,25 Altura da garupa 0,62 Largura entre íleos 0,31 Temperamento 0,13 Largura entre ísquios 0,31 Facilidade de Ordenha 0,20 Ângulo de casco 0,10 Estimativas de herdabilidade (h2)das características de conformação e manejo A importância do Controle Leiteiro Geração e coleta dos dados Tratamento dos dados Análises estatísticas Publicação e divulgação das avaliações Uso dos resultados Melhoramento animal Avaliações genéticas Por que fazer Controle Leiteiro? Permite alimentar melhor as vacas mais produtivas concentrado - vaca que produz mais, come mais Permite conhecer de fato a produção de leite de uma vaca Permite a realização da avaliação genética das vacas e de seus pais Permite a seleção e o descarte de animais Auxilia na comercialização dos animais COMO AFERIR A PRODUÇÃO ? Realizar a pesagem rotineira do leite Freqüência mais comum é a mensal Medir a produção em um período de 24 horas Ex: Ordenha da tarde às 3 horas no dia X Pesagem do leite da manhã no dia X + 1 Pesagem do leite da tarde no dia X + 1 às 3 horas Importante : A 1ª vaca ordenhada na tarde do dia X tem que ser a 1ª na tarde do dia X + 1. 12 h E 12 h 1ªP 2ªP 2 Ordenhas 8h E 1ªP 2ªP 3 Ordenhas 8h 8h 24 horas 24 horas 3ªP Por que fazer controle leiteiro durante toda a lactação ? Efeito da Duração da Lactação Controle Mensal Vaca A Vaca B 1º 14 kg 12 kg 2º 16 kg 12 kg 3º 14 kg 11 kg 4º 10 kg 10 kg Média 10,7 kg 8,3 kg Efeito da Duração da Lactação Controle Mensal Vaca A Vaca B 1º 14 kg 12 kg 2º 16 kg 12 kg 3º 14 kg 11 kg 4º 10 kg 10 kg 5º 8 kg 9 kg 6º 2 kg 8 kg 7º - 7 kg 8º - 5 kg 9º - 4 kg 10º - 2 kg Média 10,7 kg 8,3 kg Duração da lactação 180 dias 300 dias Produção na lactação 1926 kg 2490 kg Diferença - 564 kg Prejuízo R$ 282,00 340,00 Efeito da Duração da Lactação Parto Parto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Vaca A Produziu Só Gastou Vaca B Produziu Só Gastou Parto Parto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Vaca A Produziu Só Gastou Vaca B Produziu Só Gastou SÓ GASTOU SÓ GASTOU Por que pesar o leite de todas as vacas ? Controle leiteiro não seletivo A aferição de todas as fêmeas (primíparas) é essencial para a qualidade das avaliações Touro A B C Média geral Filha 2800 2300 2300 Filha 1900 2000 2200 Filha 1300 1700 2000 Média 2000 2000 2167 2056 Média 2 2800 2100 2167 2356 Desvio 2 +444 -256 -189 Efeito na Avaliação das Vacas Vacas T305C 2x Média Desvio Média S/E Novo Desvio A 4000 +1140 + 675 B 3800 + 940 + 475 C 3000 2860 + 140 3325 - 325 D 2500 - 360 - 825 E 1000 - 1860 Efeito na Avaliação do Touro Controle das melhores filhas (%) Erro na estimativa do valor genético (kg) 100 0 80 + 300 60 + 520 40 + 815 20 + 1.265 h² 0,25; Rep. 0,50 ; I.1ºP. 3 anos; I.P. 1 ano Número de Medidas Confiabilidade Impacto Ganho Genético Anual (%) 1 0,50 100 2 0,57 92 3 0,61 81 4 0,63 72 5 0,64 64 10 0,67 59 Precisão e Ganho Genético Anual com Medidas Repetidas no Mesmo Indivíduo Conclusões 1. Apenas o controle leiteiro rotineiro permite conhecer o potencial de produção de um rebanho 2. Apenas a estimativa do mérito genético dos pais permite predizer o potencial dos(as) filhos(as) 3. A melhor maneira de se estimar o mérito genético de uma vaca é através das suas lactações 4. A melhor maneira de se estimar o mérito genético de um touro é através das produções de suas filhas Aumento da quantidade/ qualidade de informações e do conhecimento para avaliar os indivíduos STA Características -2,5 -2 -1 0 +1 +2 +2,5 Altura da garupa a - 132,3 133,3 135,1 137,4 138,1 - Perímetro torácico a - 170,6 171,8 172,8 176,3 179,6 180,7 Comprimento corporal a 96,8 99,2 100,4 101,1 102,8 104,3 105,1 Comprimento da garupa a - 37,8 38,3 39,6 40,5 41,3 - Largura entre íleos a - 44,8 45,0 46,7 48,0 49,6 - Largura entre ísquios a - 17,5 17,6 17,8 18,8 19,0 19,3 Ângulo de casco b - 42,0 43,1 44,0 44,5 44,6 - Altura de úbere a - - 59,2 61,6 62,7 64,7 - Comprimento de tetas a - 6,0 6,8 7,3 7,7 8,5 8,9 Diâmetro de tetas a - 3,1 3,2 3,5 3,6 3,8 4,0 Temperamento c - 2,4 2,5 2,6 2,9 3,0 3,1 Facilidade de ordenha c - 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0 Valores médios, das medidas das progênies, correspondentes às STAs dos touros, quando acasalados com vacas médias do rebanho a Medido em centímetros b Medido em graus c Avaliado em escores de 1 a 5 (1 = muito mansa ou muito fácil, 5 = muito brava ou muito dura) Como Interpretar os Resultados CARACTERÍSTICA STA -3 -2 -1 0 1 2 3 XXXX Altura da Garupa -1,803 NOME DO TOURO Perímetro Torácico -1,065 Comprimento Corporal 0,025 PTAL = 143 kg CONF 0.89 Comprimento da Garupa -2,533 PTAG = 10.2 kg CONF 0.86 Largura entre Íleos 0,884 PTA %G = 0.10 CONF 0.70 Largura entre Ísqueos -0,029 Ângulo de Casco -0,607 Altura de Úbere -0,825 Comprimento de Tetas -1,978 Diâmetro de Tetas -1,133 Temperamento -0,426 Facilidade de Ordenha -0,540 Tempo estimado para se obter a avaliação genética de um touro pela produção de suas progênies Vacas por touro Sêmen dos touros jovens ( 30 meses) Gestação ( 09 meses) Nascimento das Filhas ( 30 meses) Filhas em idade de reprodução Acasalamento Gestação ( 09 meses) Parto das Filhas e Início da lactação Lactação (10 meses) Fim da lactação Tempo total = 30 + 9 + 30 + 9 + 10 = 88 (= 7 anos e 4 meses) ( 05 anos) Programas de Melhoramento Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite Raça Jersey – Região Sul PNMGL O PNMGL iniciou-se em 1985 com o teste de progênie Embrapa, ABCGil, ABCZ Avaliar de 5 a 10 touros por ano Inicialmente inúmeras dificuldades: viabilidade da raça Gir para produção de leite operacionais: baixa utilização IA Financeira: custo elevado Inúmeras viagens para distribuição de sêmen, coleta mensal de dados zootécnicos em um país de dimensões continentais como o Brasil. Bovinos de Leite – PNMGL - Embrapa Bovinos de Leite – PNMGL - Embrapa Disponíveis na internet PNMGL PTA = DEP Kappa-caseína: A kappa caseína é uma das proteínas coaguláveis do leite. Atua estabilizando as micelas de caseína e determina a qualidade do coalho. Na fabricação de queijos, é a principal responsável pela velocidade de retração e firmeza do coágulo. O alelo B tem sido associado, em taurinos, à coagulação mais eficiente e maior rendimento na produção de queijos, sendo o mais desejável quando o leite é destinado à indústria queijeira. Tem sido também associado a aumento na concentração de proteína no leite. Beta-lactoglobulina (LGB): É uma proteína do soro do leite. Alelo A (em taurinos): •relacionado ao aumento na produção de leite •aumento do teor de proteína •redução na concentração de caseínas do leite Alelo B: •associado ao aumento da quantidade de caseínas •retenção de maior quantidade de gordura no coágulo •aumento da estabilidade térmica do leite •maior conteúdo de matéria seca nos queijos • maior rendimento de queijos industriais. Desta forma, o “melhor” genótipo depende da utilização do leite: o alelo B é mais desejável se destinado para a indústria queijeira e o A para leite líquido. Na raça como um todo é importante manter ambos alelos.PNMGuzL O PNMGuL iniciou-se em 1994 Embrapa, CBMG (Centro Brasileiro de Melhoramento do Guzerá), ABCZ Realiza o Teste de Progênie Inúmeras viagens para distribuição de sêmen, coleta mensal de dados zootécnicos em um país de dimensões continentais como o Brasil. PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL PNMGuzL
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