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6. PSICOLOGIA FORENSE

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MEDICINA LEGAL
PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA FORENSE
Por Roberto Lobo
 
ATUALIZADO EM 16/05/2017[1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ]
PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA FORENSE
	CONCEITOS DE PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA FORENSE
A Psicologia Forense estuda os limites normais, biológicos, mesológicos e legais da capacidade civil e da imputabilidade penal. Quando analisa os limites e modificadores anormais e as doenças mentais, oligofrenias e as personalidades psicopáticas, será Psiquiatria Forense. 
Psicopatologia forense é o ramo da Medicina Legal que estuda as doenças, as deficiências e os distúrbios de natureza mental. Logo, preocupa-se com as desordens do psiquismo, relacionando a personalidade anormal com fins médico legais. É o conjunto ordenado de conhecimentos relativos às anormalidades da vida psíquica e da conduta, em todos os seus aspectos, inclusive as suas causas, consequências e os métodos empregados com o propósito correspondente. 
O psicopatologista forense pode ser chamado para elucidar desordens mentais relacionadas com a capacidade civil e com a imputabilidade penal, esclarecendo tecnicamente à autoridade judiciária, a quem não cabe fazer diagnóstico de ordem médica. Essa é a única perícia que não pode ser determinada pela autoridade policial (o exame de insanidade). Só o órgão jurisdicional é que pode determiná-la, de ofício, ou a requerimento do representante do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, do descendente, irmão ou cônjuge do réu.
IMPUTABILIDADE
Imputabilidade penal é o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de fato punível (Aníbal Bruno, Direito penal, Rio de Janeiro, Ed. Nacional, 1956, p. 39). É a capacidade para ser culpável. Imputável é, então, todo indivíduo mentalmente são e desenvolvido, dotado da capacidade de sentir-se responsável pelo ato praticado. 
Inimputabilidade é a incapacidade para apreciar o caráter ilícito do fato OU de determinar-se de acordo com essa apreciação (Fernando Diaz Palos, Teoría general de la imputabilidad, Barcelona, Bosch, 1965, p. 173-4). 
São causas da inimputabilidade a doença mental, o desenvolvimento mental incompleto, o desenvolvimento mental retardado (art. 26 do CP) e a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, § 1.º, do CP). Também tutelam a inimputabilidade o art. 27 do Código Penal, bem como o art. 45 da lei de drogas: 
Art. 26 (inimputabilidade) - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato OU de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Parágrafo único (redução de pena) - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Art. 27 (menores de 18 anos) - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 
Art. 28(..)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Art. 45 da lei 11.343 (inimputabilidade na lei de drogas) - É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.
Percebe-se que, para que o indivíduo seja considerado inimputável, além do comprometimento total da razão e do livre arbítrio, o ato deve ter relação com a doença mental constatada. Ou seja, o indivíduo tem de ter praticado o ato em função da doença, como manifestação ou sintoma desta.
CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO: é usado nos art. 26 e 28 do CP e no art. 45 da lei das drogas (perceba que não é usado no art. 27). Esses artigos são modificadores da imputabilidade.
Exemplos de Aspectos biológicos: Desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento mental retardado; perturbação da saúde mental, neuroses, psicopatias, epilepsia, etc, embriaguez resultante de caso fortuito ou força maior, pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos, dependência de drogas, sob efeito de drogas provenientes de caso fortuito ou força maior.
Exemplos de aspectos Psicológicos: É a alteração da capacidade de compreender o caráter ilícito do fato ou da capacidade de determinar-se de acordo com esse entendimento (domínio da própria vontade).
Lembrando-se: no Critério Biopsicológico, é indispensável que se comprove o nexo de causalidade entre os dois componentes (biológico e psicológico). 
CRITÉRIO BIOLÓGICO: é usado no art. 27 do CP. Ou seja, se o sujeito tem menos de 18 anos, ele é inimputável (aqui não se pergunta como está cabeça do menor de idade; não interessa). A idade é um limitador da imputabilidade. Tendo menos de 18 anos é inimputável; tendo mais de 18 anos é imputável (≠ dos artigos vistos acima, onde pode haver uma modificação da imputabilidade);
Não se deve confundir imputabilidade com responsabilidade:
	IMPUTABILIDADE
	RESPONSABILIDADE
	Atribuição pericial, através de diagnóstico ou prognóstico de uma conclusão médico-legal. Deve estar presente no momento da infração.
	Fato da competência judicial, o qual será analisado juntamente com outros dados processuais.
LIMITADORES E MODIFICADORES DA CAPACIDADE CIVIL E DA IMPUTABILIDADE PENAL
Delton Croce elenca os seguintes:
Vamos tratar dos mais importantes:
MENORIDADE
O cérebro não está totalmente desenvolvido. Consequentemente, o psiquismo também não está. Como vimos, adota-se o critério puramente biológico. Até 18 anos os menores são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos aos preceitos de lei especial (ECA). Os de idade entre 12 e 18 anos sofrem processo especial e o menor de 12 anos fica excluído do direito repressivo.
SEXO
Quanto ao sexo, homens e mulheres são tratados igualmente na esfera criminal, no tocante à imputabilidade. Não se admite o sexo, portanto, como modificador da imputabilidade penal. A excepcionalidade apontada no infanticídio não é beneplácito concedido especificamente à condição da mãe criminosa ser mulher, mas, sim, por encontrar-se mentalmente perturbada durante o parto ou logo após.
EMOÇÃO E PAIXÃO
O Código Penal em vigor, em seu art. 28, I, não considera a emoção ou a paixão excludentes de imputabilidade penal, porém reconhece atenuação da pena ao agente. Também assim dispõeo art. 121, § 1.º, e os arts. 129, § 4.º, e 65, III, c, desde que a ação delituosa resulte da “violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima”.
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:  
I - a emoção ou a paixão;  
Quanto à agonia, seu estudo interessa mais para o âmbito civil, portanto, passemos ao próximo:
SONO
O sono normalmente não é modificador da imputabilidade. Há casos, no entanto, de indivíduos nervosos e sugestionáveis que, sob influência de sono e sonhos anormais, cometem inconscientemente atos de várias espécies, até mesmo violentos. O sono anormal poderá ser invocado como atenuante ou dirimente, quando for possível alegar a favor do agente as circunstâncias previstas no art. 26 e seu parágrafo do Código Penal.
Sono patológico: sono é um estado fisiológico normal, periódico, caracterizado pela redução da atividade corporal, relaxamento natural dos órgãos dos sentidos e do tono muscular, postura horizontal e, muita vez, semissentada, e suspensão do estado consciente. O sono patológico compreende o sonambulismo e o hipnotismo. 
a) Sonambulismo — Sintoma de perturbação mental, mais comum na infância que na idade adulta, é um sonho que se executa durante o sono. O sonambulismo é fase inconsciente enquadrada entre o sono natural e o patológico, verdadeiro estado de dissociação mental similar ao transe histérico, com obnubilação de alguns sentidos, conservando, no entanto, o indivíduo atividade locomotora. Assim é que, embora dormindo, levanta-se do lugar onde repousa, e, com os olhos abertos, guiado pelo sentido da visão, deambula evitando os objetos interpostos em seu caminho.
b) Hipnotismo — É um processo para produzir, por sugestão, um estado de transe que submete o hipnotizado, até certo ponto, à influência do hipnotizador. Cuida-se de um desdobramento da personalidade obtido sob influência de sugestões verbais, sons monótonos prolongados ritmicamente, compressão de zonas histerógenas, fixação de objeto em movimento pendular, fixação de objeto luminoso (reflexo de Braid), com variados estados de sono. É o sonambulismo provocado.
Como não há consciência, encontra-se ausente um dos elementos do dolo, não podendo haver responsabilização criminal. Apesar de Delton Croce citar como modificador da imputabilidade, esta não chegará sequer a ser analisada, posto que não há fato típico, por ausência de consciência da conduta.
SURDO-MUDO
 A ausência de sensações auditivas afeta o contato com o meio exterior e a aquisição de noções que dependem da linguagem falada, comprometendo o discernimento, principalmente quando a deficiência for de nascença. No entanto, a surdo-mudez, por si só, não é suficiente para determinar a inimputabilidade de alguém. Podem ser considerados inimputáveis, semi-imputáveis ou com a plena capacidade de responder pelo fato.
AFASIA
É a impossibilidade de falar. É a perda total ou completa da fala. Conforme Dejerine, “o afásico é o indivíduo que, não sendo demente, nem tendo nenhuma alteração do órgão fonador (portanto, nem áfono, nem disártrico), nem cego, nem surdo, é incapaz de exprimir-se por meio de palavras ou da escrita, ou incapaz de compreender a palavra falada ou escrita”. A afasia resulta de parada de desenvolvimento ou de grave lesão congênita ou adquirida, podendo, ainda, ser dependente de patologias nervosas ou mentais.
Embora as legislações vigentes não façam referência expressa aos afásicos, evidentemente eles são enquadráveis no art. 26, no âmbito criminal, e nos arts. 3.º, II, 228, 1.767, II, 1.772 e 1.776, do Código Civil, sendo a afasia, portanto, estado mórbido modificador da capacitas civilis e da capacitas de imputatio poenalis. Há, no entanto, casos raros de afásicos, civilmente capazes, que podem exprimir conscientemente a sua vontade.
PRODIGALIDADE
Sua relevância é no tocante à capacidade civil. Pródigo é que, sem justificativa, esbanja insensatamente os seus bens e haveres. O CC art. 4 impõe aos pródigos incapacidade relativa a certos atos ou a maneira de os exercer. Não lhes cerceia, contudo, a capacidade para exercer atos de mera administração ou de casar e exercitar os demais direitos de esposo e pai.
Art. 4º - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  (...)
IV - os pródigos.
#ATENÇÃO - Embriaguez e toxicomanias nós estudamos na FUC de Toxicologia forense.
SILVÍCOLAS
São os habitantes das matas brasileiras, cujo passo de aculturação ainda é incipiente. Quando se tratar de um índio que teve pouco ou nenhum contato com o homem civilizado, terá que ser totalmente inimputável. À medida que for tomando conhecimento das normas da vida civilizada, sua capacidade de entendimento quanto à ilicitude da conduta irá aumentando. Daí concluir-se que pode chegar a ser semi-imputável ou totalmente imputável. 
Segundo o parágrafo único do art. 4 do CC: Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES DELINQUENTES
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
III - ter o agente 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
Aqueles que forem presos em fragrante serão processados individualmente pelo ilícito, mas a pena será reduzida. 
Quanto aos modificadores psiquiátricos, estudaremos em tópico próprio, pois possuem maior importância para nossas provas:
MODIFICADORES PSIQUIÁTRICOS
DOENÇA MENTAL
Não existe uma definição para doença mental, deve-se atentar às manifestações que refletem anomalias do pensamento, do sentimento e da conduta. O pensamento racional está deformado, comprometendo o juízo valorativo das alternativas existentes para a ação. 
Inimputável é o indivíduo que, pela ausência total de entendimento do caráter ilícito do fato, realiza uma conduta criminosa que tem relação com seu estado mental, isto é, a conduta é mero sintoma da doença.
São consideradas doenças mentais as demências, as psicoses, o alcoolismo crônico (já estudado na aula de toxicologia) e as toxicomanias graves (também já vistas na aula de toxicologia).
Demência - é o relaxamento de todos os setores do psiquismo, tendo como exemplos: demência senil, Alzheimer, trauma craniano... 
Psicose – é a ruptura total ou parcial com realidade circundante, alterando a conduta social do indivíduo. Inclui a psicose maníaco-depressiva (distúrbio bipolar), as psicoses epilépticas, pré-senil, senil, puerperal, esquizofrênica...
Psicose maníaco depressiva (distúrbio bipolar): Grave distúrbio primário do humor. Ocorrem períodos de extrema depressão, intercalados por períodos de extrema euforia. 
Psicose esquizofrênica: Desordem profunda nos processos psíquicos. Possui diversas formas, sendo mais comum a paranoide, que leva a uma desagregação do pensamento, alucinações auditivas, delírios de perseguição. 
Psicose epiléptica: As alterações graves do psiquismo se assemelham às da esquizofrenia, mas as alucinações são visuais, sendo comuns também as gustativas e olfativas. 
OLIGOFRENIA (RETARDO MENTAL) 
Indica desenvolvimento mental incompleto de natureza congênita ou sobrevindo por causas patológicas no primeiro período de vida extrauterina, antes do término da evolução das faculdades psicointelectivas, com acentuado déficit da inteligência. 
No desenvolvimento mental retardado há comprometimento do primeiro nível da imputabilidade, que diz respeito à capacidade de entender o caráter ilícito do fato.
Retardo mental é o funcionamento intelectual geral subnormal, que pode ser evidente no nascimento, ou surgir durante a infância. As oligofrenias se manisfestam precocemente: dificuldade de sugar o mamilo materno, gritos e choros impertinentes, lentidão de movimentos, atardamento da deambulação e da palavra, dificuldade de raciocinar, planejar ou construir. 
Apesar de ambos tratarem de capacidade de intelecto, faz-se importante diferenciarmos oligofrenia e demência:
	OLIGOFRENIA
	DEMÊNCIA
	Manifesta-se logo nos primeiros momentos do desenvolvimento.
	Manifesta-seapós o desenvolvimento mental normal, ocorrendo preferencialmente na idade adulta, depois de desenvolvidas as faculdades cognoscitivas.
Antigamente, utilizavam-se alguns termos para classificar o retardamento: idiota (idade mental inferior a 3 anos), imbecil (idade mental entre 3 a 7 anos), débil (para idade mental acima de 8 anos). 
No entanto, hodiernamente, o grau de retardamento é medido pelo CI (Coeficiente de Inteligência): 
Limítrofe (68 até 85)
Leve (52 até 67)
Moderado (36 até 51)
Grave (20 até 35)
Profundo (<20)
Dependendo do grau de retardo, são penalmente inimputáveis, por serem, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
#CAIUEMPROVA – Na prova de escrivão da PC-AL/2012, foi considerada CORRETA a seguinte afirmativa: No âmbito penal, os adultos portadores de retardo mental leve são considerados semi-imputáveis, enquanto os portadores de retardo mental moderado e profundo são considerados inimputáveis. 
NEUROSES E PERSONALIDADES PSICOPÁTICAS
Entre a normalidade e a doença mental existe uma fronteira com limites imprecisos onde se encontram os indivíduos com perturbação da saúde mental. Inclui a neurose e personalidades psicopáticas (condutopatias, sociopatias, pesicopatias).
I. NEUROSES
São distúrbios da saúde mental relacionados à angústia e à ansiedade. O indivíduo tem noção de que está doente, mas não consegue reagir. 
No tocante à imputabilidade penal, os neuróticos fora de suas crises, devem ser considerados imputáveis. Por outro lado, durante as crises, se for detectado defeito na inibição de seus atos, poderão ser considerados semi-imputáveis. Na psiquiatria forense, os casos de maior destaque nas neuroses são: 
	Neurose histérica
	Neurose obsessivo-compulsiva
	Neurose fóbica
	Representada por sintomas orgânicos e mentais que levam à simulação semiconsciente de doença. A avaliação da responsabilidade penal na histeria é complexa, podendo variar de completa, atenuada, até a irresponsabilidade absoluta.
	As ideias obsessivas se impõem ao indivíduo, levando-o à ação. Podem apresentar compulsões irresistíveis para provocar incêndio ou outros delitos. Como exemplos, temos a cleptomania (mania de furtar), a loucura da dúvida (medo de se contaminar ao tocar objetos), cibomania (compulsão por jogos)...
	Manifestada por terror paralisante projetado sobre pessoas, coisas, situações ou atos. Como exemplos, temos a síndrome do pânico (sentimento de ameaça iminente), a claustrofobia (medo mórbido de lugares fechados)...
Importante diferencias a neurose da psicose, que vimos anteriormente. Nas neuroses, as alterações têm por base as violências dolorosas do passado, enquanto nas psicoses a patologia mental é fruto da mente. 
II. PERSONALIDADES PSICOPÁTICAS
São as condutopatias, sociopatias, psicopatias. Também são chamadas de inferioridade psicopática, loucura lúcida, cegos morais, anestesiados de senso moral, semi-loucos, transtorno de caráter, etc. 
Os sociopatas, também conhecidos como fronteiriços:
São egoístas, insensíveis, impulsivos, incapazes de sentir culpa ou de aprender com a experiência ou castigo
Culpam os outros por suas condutas ou buscam racionalizações plausíveis para justifica-las
A memória e a percepção estão íntegras. Não apresentam delírios, nem alucinações. 
Não sofrem com as consequências, não se arrependem
Fazem mal pelo simples fato de fazê-lo
Dificilmente possuem relacionamentos significativos
Sempre satisfeitos consigo próprios
Praticam crimes ferozes, violentos, com frieza, sem remorso
Ritualizam a cena do crime
Uma vez presos, têm comportamento exemplar. No entanto, a punição não os modificam.
Essas pessoas devem ser enquadrados no parágrafo único do art. 26 do CP. Isso porque a anomalia consubstanciada em personalidade psicopática NÃO SE INCLUI NA CATEGORIA DAS DOENÇAS MENTAIS, lato sensu, e, sim, numa modalidade de irregularidade psíquica, que se manifestou ao cometer o delito, DESPIDA DE QUALQUER FORMAÇÃO ALUCINATÓRIA OU DELIRANTE, capaz de gestar a psicose ou a neurose que torna o indivíduo inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Os seus portadores são responsáveis, mas com menor culpabilidade em função de sua menor capacidade de discernimento ético-social ou de autoinibição criminal. 
Podem ter base esquizofrênica ou epiléptica:
	ESQUIZOFRÊNICA
	EPILÉPTICA
	Desconfiados, rancorosos, tendentes ao isolamento, distantes das normas e convenções sociais.
	Explosivos, impulsivos, desrespeitadores de normas e convenções sociais.
	Ambos podem apresentar transtornos sexuais, como impotências, frigidez, pedofilia, sadomasoquismo, exibicionismo, etc.
Vejamos as diferenças entre neuroses e personalidades psicopáticas:
	Neuroses
	Personalidades Psicopáticas
	Com conflito interno
	Sem conflito interno
	Agressividade voltada a si
	Agressividade voltada à sociedade
	Gratifica-se por fantasias
	Alivia tensões internas por meio de ações criminosas
	Admite seus impulsos e os reconhece como seus
	Atribui seus impulsos ao mundo exterior
	Desenvolve relações emocionais positivas
	Desenvolve defesas emocionais
	Socialmente ajustado
	Comportamento dissocial
	Reage à passividade e dependência com sofrimento, mas admite a situação
	Procura negar a passividade e a dependência com atitudes agressivas
	Caráter normal
	Caráter deformado (dissocial)
BIBLIOGRAFIA
Esse material é uma fusão das seguintes fontes:
-  Med Leg DC. Delton Croce & Delton Croce Júnior Manual de Medicina Legal 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
- Medicina Legal e Noções de Criminalística – Neusa Bittar – Editora Juspodivm
- Livro de Genival Veloso França
- Anotações pessoais de aulas.

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