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Profº Robert Maurício de Oliveira Araújo Email: robpi202@gmail.com Conceito de Método “É o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando a decisão do cientista.” Lakatos e Marconi (2010, p.65) Todas as ciências se caracterizam pela utilização de métodos científicos; Nem todos os ramos de estudo que empregam esses métodos são ciências; “Não há ciência sem o emprego de métodos científicos” Para Refletir Conceito de Ciência “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”. Trujillo (1974, p. 8) ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO Problema ou lacuna Explicação Não explicação Colaboração precisa do problema Procura de conhecimento ou instrumentos relevantes Tentativa de solução Satisfatória Inútil Invenção de novas idéias ou produção de novos dados empíricos Obtenção de uma solução Prova da solução Satisfatória Não satisfatória Conclusão Início de novo ciclo MÉTODO INDUTIVO Cobre conduz energia Zinco conduz energia Cobalto conduz energia Ora, cobre, zinco e cobalto são metais. Logo, (todo) metal conduz energia Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contidas nas partes examinadas. FASES DO MÉTODO INDUTIVO Observação dos fenômenos – observação e análise com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação; Descoberta da relação entre eles- por meio de comparações busca-se aproximar os fatos ou fenômenos afim de descobrir relações constantes entre eles; Generalização da relação – são generalizadas as relações da etapa anterior Certificar-se de que é verdadeiramente essencial a relação que se pretende generalizar (acidental X essencial); Assegurar-se de que sejam idênticos os fenômenos ou fatos que se pretende generalizar uma relação; Considerar o aspecto quantitativo dos fatos ou fenômenos “nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos” “o que é verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de um sujeito, é verdade para todo esse sujeito universal” Formas de Indução Completa ou formal (Aristóteles)- ela não se induz de alguns casos, mas de todos. Incompleta ou científica ( Galileu – Francis Bacon) – não deriva de seus elementos inferiores, enumerados ou provados pela experiência, mas permite induzir, de alguns casos adequadamente observados aquilo que se pode dizer dos restantes da mesma categoria. os casos particulares devem ser provados e experimentados na quantidade suficiente; É necessário analisar a possibilidade de variações provocadas por circunstâncias acidentais. MÉTODO DEDUTIVO Todo mamífero tem um coração Ora, todos os cães são mamíferos. Logo, todos os cães têm um coração. DEDUTIVO INDUTIVO Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira Toda informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente nas premissas. A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas. ARGUMENTOS DEDUTIVOS Argumentos condicionais Afirmação do antecedente Se p, então q. Ora, p. Então, q. Se uma criança for frustrada em seus esforços para conseguir algo, então reagirá através da agressão. Ora, esta criança sofreu uma frustração. Então, reagirá com agressão. Negação do consequente Se p, então q. Ora, não q. Então, não p. Se a água ferver, então a temperatura alcançou 100º. A temperatura não alcançou 100º . Então, a água não ferverá. MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Popper) Conhecimento Prévio Teorias existentes Lacuna, contradição ou problema. Conjecturas, soluções ou hipóteses Consequências falseáveis/ Enunciados deduzisos Técnicas de Falseabilidade Testagem Análise dos resultados Avaliação das conjecturas, soluções ou hipóteses Refutação (rejeição) Corroboração Nova Teoria Nova lacuna, contradição ou problema MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO Proposto por Popper, séc. XX, tem por princípio colocar os conhecimentos já existentes em questionamento, para surgirem novos conhecimentos. Consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: quando os conhecimentos existentes sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas hipóteses. Das hipóteses formuladas deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Bunge) 1. Colocação do problema: Reconhecimento dos fatos – exame, classificação preliminar e seleção dos fatos relevantes; Descoberta do problema – encontro de lacunas ou incoerências no saber existente; Formulação do problema 2. Construção de um modelo teórico: Seleção dos fatores pertinentes – invenção de suposições plausíveis que se relacionem a variáveis supostamente pertinentes; Invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Bunge) 3. Dedução de consequências particulares: Procura de suportes racionais – dedução de consequências particulares que, no mesmo campo, ou campos contíguos, possam ter sido verificadas; Procura de suportes empíricos – tendo em vista as verificações disponíveis ou concebíveis, elaboração de predições ou retro dições, tendo por base o modelo teórico e dados empíricos. MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Bunge) 4. Teste das Hipóteses: Esboço da prova – planejamento para pôr à prova as predições e retrodições; Execução da prova – realização das operações planejadas e nova coleta de dados; Elaboração dos dados – procedimentos de classificação, análise, redução e outros; Inferência da conclusão – à luz do modelo teórico, interpretação dos dados já elaborados. MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (Bunge) 5. Adição das conclusões na teoria Comparação das conclusões com as predições e retrodições - confronto entre o resultado das provas e a consequências deduzidas do modelo teórico; Reajuste do modelo Sugestões para trabalhos posteriores. MÉTODO DIALÉTICO Na Grécia, o conceito de dialética era equivalente ao de diálogo; Heráclito de Éfeso (540-480 a. C.) – conceito de mudança, a partir da constatação de que é por meio do conflito que tudo se altera; Parmênides – a essência profunda do ser era imutável, sendo superficial a mudança. (Metafísica X Dialética); Hegel ajudado pelos progressos científicos e sociais, compreendeu que no universo nada está isolado, tudo é movimento e mudança, tudo depende de tudo (pretende apreender o real em sua totalidade); Sendo um idealista, Hegel dá uma importância ao espírito ao considerar que são as mudanças do espírito que provocam as da matéria. Para Marx e Engels, a importância primeira é dada à matéria: o pensamento e o universo estão em perpétua mudança, mas não são as mudanças de idéias que determinam as das coisas, mas, “[...] pelo contrário, estas que nos dão aquelas, e as idéias modificam-se porque as coisasse modificam” (POLITZER, 1979, p. 195). Leis da Dialética Ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”; Mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”; Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa; Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários. 1-Ação Recíproca O mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na aparência estáveis, passam por mudanças ininterruptas de devir e decadência gerando um desenvolvimento progressivo; As coisas não são analisadas como um objeto fixo, mas em movimento; o fim de um processo é sempre o começo de outro; As coisas não existem isoladas, destacadas umas das outras e independentes, mas como um todo unido, coerente. Nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, quando encarado isoladamente, fora dos fenômenos circundantes. 2 – Mudança Dialética Todas as coisas implicam um processo, e toda extinção das coisas é relativa, limitada, mas seu movimento, transformação ou desenvolvimento é absoluto; Todo movimento, transformação ou desenvolvimento opera-se por meio das contradições ou mediante a negação de uma coisa; A negação de uma coisa é o ponto de transformação das coisas em seu contrário; Tese – antítese – síntese ... 3 – Passagem da quantidade à qualidade Em certos graus de mudança quantitativa, produz-se, subitamente, uma mudança qualitativa; A mudança das coisas não pode ser indefinidamente quantitativa: transformando-se em determinado momento sofrem mudanças qualitativas. 4 – Interpenetração dos Contrários Qual o motor da mudança, da transformação da quantidade em qualidade ou de uma qualidade para outra nova? Os objetos e os fenômenos da natureza supõem contradições internas, porque todos têm elementos que desaparecem e elementos que se desenvolvem; a luta desses contrários, a luta entre o velho e o novo, entre o que morre e o que nasce, entre o que parece e o que evolui, é o conteúdo interno do processo de desenvolvimento, da conversão das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas. Características da Contradição A contradição é interna; A contradição é inovadora; Ex: Primeiro a criança e contra ela que cresce o adolescente; é no adolescente e contra ele que amadurece o adulto. Unidade dos contrários A contradição encerra dois termos que se opõem: para isso, é preciso que seja uma unidade, a unidade dos contrários. A unidade dos contrários é condicionada, temporária, passageira, relativa. Referências Bibliográficas LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ______ . Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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