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Sugestão de Gabarito ALUNOS PAs 6 a 15

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Sugestão de Gabarito – Parte final de IED – 2018.1
ALUNOS
PA 6
 
Os índices de violência e de criminalidade avançam das grandes cidades em direção ao interior do nosso país de maneira vertiginosa. Com o objetivo de contribuir de forma efetiva com a campanha nacional do desarmamento, o doutor Astrogildo Maguaribe, Prefeito do Município de Tribobó do Agreste, no interior da Bahia, pretende apresentar projeto de lei visando proibir, no âmbito do município, a comercialização de armas de pequeno e grande porte. O projeto ainda prevê que a fiscalização sobre o cumprimento da medida será exercida por funcionários da prefeitura, que poderão multar os estabelecimentos comerciais no caso de descumprimento da proibição. Contudo, antes de apresentar o projeto de lei, o prefeito, sabendo que você está cursando Direito na Estácio de Sá, lhe faz uma consulta a respeito da viabilidade de tal projeto.  Responda:
 1)      À luz da teoria do ordenamento jurídico, do devido processo legislativo, e da repartição de competências entre os entes federativos, qual seria o seu parecer acerca da viabilidade desse projeto de lei? O aluno deverá apontar a inviabilidade do projeto, tendo em vista que a pretensão legifernate do Prefeito esbarra na repartição de competências, referente à matéria. No caso, compete a União autorizar e fiscalizar a produção e  o comércio de material bélico, conforme se verifica pelo inciso VI, do artigo 21, da CRFB/88. (Ver ainda inciso XXI, artigo 22, da CRFB/88)  
 2)      De acordo com a hierarquia normativa, qual norma tem o condão de estabelecer as competências dos entes federativos no Brasil?
A Constituição Federal de 1988.
3)      O que vale mais: as regras ou os princípios?
 Ambos valem e valem muito, só que possuem especificidades. As normas se exprimem por meio de regras ou princípios. As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin). Quando duas regras colidem, fala-se em "conflito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc.. Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como "mandados de otimização" que são (Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente dois ou mais deles).
QUESTÕES OBJETIVAS
1 - D
Seguem, as justificativas de cada item:
I Historicamente, o poder constituinte originário representa a ocorrência de fato anormal no funcionamento das instituições estatais, geralmente associado a um processo violento, de natureza revolucionária, ou a um golpe de estado. - CORRETO - De acordo com o professor de Direito Constitucional João Trindade, é reconhecido que o poder constituinte originário tem caráter excepcional, sendo quase sempre fruto de uma revolução ou processo violento. Além disso, é importante ressaltar que ele nunca se extingue, ficando adormecido (ou em estado latente) tão logo uma nova Constituição seja promulgada ou outorgada.
II O poder constituinte originário é inicial, autônomo e incondicionado. - CORRETO - Dentre outras caraterísticas, pode-se dizer que o poder constituinte originário é inicial (por introduzir uma nova ordem jurídica, derrubando todo o ordenamento anterior), autônomo (por ter a liberdade de tratar de quaisquer matérias que julgue necessárias em seu CONTEÚDO) e incondicionado (por não se submeter a quaisquer FORMAlidades previamente estabelecidas). É importante ressaltar que a característica que o define como INICIAL está ligada ao CONTEÚDO e o fato de ser o poder constituinte originário INCONDICIONADO está ligado à FORMA de produção da nova carta magna.
III O poder constituinte originário retira o seu fundamento de validade de um diploma jurídico que lhe é superior e prévio. -  INCORRETO. Não há vinculação ou obrigação de se buscar validade de nova constituição em qualquer documento anterior. Daí tem-se o fato de ser o poder constituinte originário qualificado como (juridicamente) ilimitado, por não haver qualquer norma jurídica à qual ele esteja submetido.
IV O poder de reforma é criado pelo poder constituinte originário, que lhe estabelece o procedimento a ser seguido e as limitações a serem observadas. - CORRETO - O enunciado é auto-explicativo.
V Quem tenta romper a ordem constitucional para instaurar outra e não obtém adesão ou sucesso na empreitada não exerce poder constituinte originário e pode vir a se submeter a processo criminal pela prática de crime. - CORRETO -Igualmente auto-explicativa, derivada da primeira explanação.
A quantidade de itens certos é igual a  4 (itens I, II, IV e V).
2 - D
PA 7
Leia a notícia publicada em 20/12/2017 no jornal Expresso de Notícias:
  CENA DE SANGUE NUM BAR DA AVENIDA BRIGADEIRO LIMA E SILVA. 
Pablo Bittar, vulgo  Vanusa Helleny, esfaqueou seu amante Godofredo Orlandio de Tal durante uma cena de ciúme, num bar localizado nos arredores do Bairro Vila Operária, em Duque de Caxias/RJ. Em depoimento, Pablo(Vanuza) justificou seu desvairado ato pelo fato de ter descoberto que o seu ?Godo?, com quem mantinha uma relação estável durante mais de três anos, era casado e tinha oito filhos, sendo  que o mais novo de apenas dois meses de idade recebera o seu nome de batismo.?
 a)    A notícia veiculada na matéria jornalística acima trata, entre outras, de uma relação homoafetiva. Esta é uma relação social comum ou jurídica? 
O § 3º do Art. 226 da CRFB estabelece que: Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.  A interpretação literal da norma constitucional, portanto, exclui  a possibilidade de incluir no conceito de união estável a união formada por pessoas do mesmo sexo. Entretanto, no que diz respeito às uniões homo afetivas, não obstante a inexistência de lei que regule as relações de pessoas do mesmo sexo, modernamente, a jurisprudência tem reconhecido efeitos jurídicos às referidas uniões. Tal reconhecimento importa em ultrapassar a zona limítrofe entre as relações sociais comuns e  relações jurídicas.  A Atribuição de efeitos jurídicos às relações homo afetivas tem fundamento na ponderação de valores, bem como no princípio da dignidade da pessoa.
b)    Identifique as relações jurídicas existentes no caso narrado:
No caso narrados, são relações jurídicas:
1. A relação entre agressor e vítima. (Pablo e Godofredo)
2. A relação entre pai e filhos.(Godofredo e os filhos)
3. A relação entre marido e mulher.(Godofredo e a esposa)
4. A relação homoafetiva entre Pablo e Godofredo.
 
c)    Pode um namoro vir a ser considerado como uma relação jurídica?
  Pode, na medida em que dessa relação social decorram fatos que tenham respaldo no ordenamento jurídico. Como por exemplo se um dos namorados ofenda a honra do outro ou venha a se valer dessa intimidade para cometer contra o outro  qualquer ilícito civil ou até mesmo penal.
QUESTÃO OBJETIVA
1 - C
PA 8
CASO CONCRETO - Laísa..... atenção a resposta abaixo faz alusão a uma professor mas tb se aplica ao enunciado da questão que foi apresentada, observem o direito contido nos argumentos...
 RR-2112-83.2012.5.12.0026(http://www.conjur.com.br/2016-set-07/professora-demitida-fase-pre-aposentadoria-indenizada
Uma professora demitida na fase pré-aposentadoria receberá R$ 150 mil de indenização por dano moral após comprovar que a dispensa foi discriminatória. A 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso do colégio contra a decisão condenatória, que, com base na prova testemunhal, concluiu que a demissão ocorreu, única e exclusivamente, porquea professora estava prestes a se aposentar.
Na reclamação trabalhista, a professora afirmou que, depois de 25 anos de dedicação à instituição, foi demitida quando faltavam dois anos para se aposentar. A dispensa foi informada verbalmente no Natal de 2011, e oficializada em fevereiro de 2012. Reputando o ato discriminatório, pediu indenização por dano moral de 50 vezes o último salário.  
Em primeira instância, a sentença reconheceu que a demissão foi discriminatória e condenou a escola ao pagamento de indenização de 25 salários da professora, equivalentes a um salário por ano de serviço ou fração mais o ano que faltava para aposentar. Em recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), a instituição de ensino disse que pagou corretamente as verbas rescisórias e apenas utilizou seu poder diretivo, sem praticar qualquer ilicitude. Segundo a escola, a dispensa não teve relação com a proximidade da aposentadoria, pois tem empregados aposentados que permanecem trabalhando.
O TRT, porém, manteve a condenação, assinalando que o direito potestativo não pode ser exercido de forma arbitrária nem discriminatória e, no caso, os depoimentos confirmaram a ilicitude do ato.
QUESTÕES OBJETIVA
1- LETRA  C
2- LETRA  D
PA9
CASO CONCRETO
Sugestão de gabarito: Aqui é um caso clássico de costume CONTRA LEGEM. Apesar de estar no Código Penal, ninguém vai preso porque fez uma corrente de oração pela cura de um amigo ou o pastor da igreja que vende o óleo que faz milagre da fortuna. Se bem que, vamos e venhamos, bem que deveria...
Em que pese a questão trazer artigo do Código Penal (teoria do crime, crime habitual, por exemplo, etc) e a possibilidade do debate sobre liberdade religiosa, o objetivo aqui é refletir sobre o uso do costume no Direito, em especial costume CONTRA LEGEM. 
Observe trecho de matéria da revista VEJA: (Disponível em : http://veja.abril.com.br/ciencia/acredita-em-simpatias-a-ciencia-explica-o-porque/)
? As simpatias fazem parte da vida da maioria dos brasileiros. Vestir-se de branco na noite de Réveillon, colocar um vaso de sete ervas em casa, tomar banho de sal grosso e amarrar fitinhas no braço são alguns dos exemplos mais conhecidos. Segundo André Souza, pós-doutorando em psicologia na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, a principal contribuição dos estudos é mostrar que o processo cognitivo usado em rituais é algo geral da natureza humana. ?O que leva uma pessoa no Brasil a fazer uma simpatia e uma nos Estados Unidos e não fazer é um processo cultural. Mas a partir do momento em que alguém faz uma simpatia ou outro ritual, o que a leva a acreditar naquilo ou não é universal?, afirma. O segundo estudo foi publicado em agosto da revista Cognitive Science, e será apresentado em fevereiro do próximo ano, durante a 15.ª reunião anual da Sociedade de Personalidade e Psicologia Social, em Austin, nos Estados Unidos.?
O costume desempenha três funções ao direito: a de inspirar o legislador a normatizar condutas, a de suprir as lacunas da lei e a servir de parâmetro para a interpretação da lei. Os partidários da Escola Histórica do Direito, a exceção de Savigny, admitem o costume contra legem, a ponto de exclamarem "a revolta dos fatos contra os códigos". Em sua obra Pluralismo Jurídico, Antônio Carlos Wolkmer, afirma que quanto mais tensos, politicamente fragmentados são os espaços sociais, mais o direito necessita de novos procedimentos novas formas do agir comunicativo e do entendimento. É desta forma  que aparecem novas situações capazes de introjetar direitos que não passam nem pela positivação estatal nem pelas instituições representativas convencionais. Claro que a desordem e a insegurança jurídica não ficam autorizadas.
 QUESTÕES OBJETIVA
1- LETRA  - E
2- LETRA - A 
PA 10
SUGESTÃO DE GABARITO
Mariana levou sua avó para a consulta de rotina no cardiologista. Enquanto aguardava o atendimento na recepção do consultório, começou a folhear distraidamente um jornal muito antigo e se deparou com a seguinte notícia:
O GLOBO Sábado, 04 de dezembro de 2004, p.1.
Manchete: FISCALIZAÇÃO DE INSULFIM NÃO REPROVARÁ VEÍCULOS
Os motoristas do Rio não precisarão mais correr para retirar o insulfilm irregular de seus veículos. O presidente do Detran, Hugo Leal, decidiu ontem estender por tempo indeterminado o caráter apenas educativo da verificação da transparência das películas. Com isso, mesmo os veículos que estiverem fora dos índices de transparência estabelecidos pela norma do Conselho Nacional de Trânsito não serão reprovados na vistoria de 2005. Pelo menos por enquanto, os motoristas estarão livres da multa de R$ 127,90.
     A decisão foi tomada depois da reunião, anteontem, no Departamento Nacional de Trânsito, em Brasília, da qual participaram presidentes de todos os Detrans do país e autoridades municipais de trânsito. Segundo Hugo Leal, ainda não houve consenso sobre a aplicação da norma. O presidente do Detran do Rio decidiu que só aplicará a multa ao final das discussões nacionais (...).
A movimentação da sociedade no sentido de instalar película insulfilm nos veículos, com o fim de garantir sua segurança, é um fato social de prática reiterada, de aceitação comum e de conhecimento de todos, porém contrária à lei.
Diante do caso narrado, responda:
 a)    Apesar da lei proibir tal uso, os motoristas do Rio de Janeiro, até o ano de 2005 teimavam em usar insulfim em seus carros. Esse costume recebe uma denominação. Que denominação é essa? Defina-a.
 Costume contralegem. Os costumes contra legem caracterizam-se pelo fato de a prática social contrariar as normas de direito escrito. (Paulo Nader, p.154). Estabelecem normas contrárias às estabelecidas pela lei ou que tornam usual a não aplicação de uma lei (desuso). O costume contrário à lei, no sistema em que a lei é a fonte principal do direito, como o brasileiro, não tem juridicamente validade. (Paulo Dourado de Gusmão, p. 121).
b)   É correto dizer que nos idos de 2004, o costume dos motoristas de usar insulfim revogou a lei que proibia tal uso? Por quê?
Apesar de haver divergência doutrinária quanto à sua validade, é pensamento predominante o de que a lei só pode ser revogada por outra. (Paulo Nader, 154). Dois argumentos sustentam a permanência em vigor das leis em razão dos costumes contra legem: um de caráter político e outro fundado na hierarquia das fontes formais do direito. Em relação ao primeiro, o costume contra legem seria uma forma de participação do povo na elaboração da ordem jurídica funcionando como válvula moderadora. O segundo garante primazia à lei sobre os costumes uma vez que é princípio incontestável decorrente da organização política atual que a lei só se revoga por outra lei. (Paulo Nader, 160/161). O fundamento legal para a defesa de tais idéias é o artigo 2° da LICC. Pode-se afirmar que a problemática do costume contra legem é de natureza política e não jurídica, pois se trata de uma questão de colisão de poderes.
Apesar de na sociedade moderna se reconhecer expressamente nas legislações de quase todos os sistemas jurídicos a impossibilidade de se admitir o costume derrogatório (contra legem), bem como de tal fato ser afirmado pela doutrina, não se deve esquecer que na realidade social, tal fato ocorre, não sendo aconselhável ao estudioso do direito negar tal realidade. (J. M. Leoni Lopes de Oliveira, p. 175).
PA 11
SUGESTÃO DE GABARITO - CASO CONCRETO:
 (Fonte : CONJUR . Disponível em : http://www.conjur.com.br/2013-mai-13/leia-acordao-stf-autoriza-interrupcao-gravidez-anencefalo)
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio afirmou que anencefalia e vida são termos antitéticos. O ministro afirmou que existe, no caso, um conflito apenas aparente entre direitos fundamentais, já que não há qualquer possibilidade de o feto sem cérebro sobreviver fora do útero da mãe. O que estava em jogo, disse Marco Aurélio, é saber se a mulher que interrompe a gravidez de feto em caso de anencefalia tem de ser presa. Os ministros decidiram que não.
O ministro Gilmar Mendes votou pela descriminalizaçãoda prática, mas considerou, sim, que se trata de aborto. Para o ministro, o aborto de feto anencéfalo pode se encaixar nas hipóteses de exceção previstas no Código Penal em que o aborto não é considerado crime ? em caso de risco à saúde da mãe e no de estupro.
O aborto de fetos anencéfalos está certamente compreendido entre as duas causas excludentes de ilicitude, já previstas no Código Penal, todavia, era inimaginável para o legislador de 1940. Com o avanço das técnicas de diagnóstico, tornou-se comum e relativamente simples descobrir a anencefalia fetal, de modo que a não inclusão na legislação penal dessa hipótese excludente de ilicitude pode ser considerada uma omissão legislativa não condizente com o espírito do próprio Código Penal e também não compatível com a Constituição?, afirmou Gilmar Mendes.
Os ministros Ricardo Lewandowski: e Cezar Peluso votaram contra a ação. Lewandowski argumentou que o tema é assunto para o Legislativo, não para o Supremo Tribunal Federal. Já o ministro Cezar Peluso considerou que não se pode admitir que o feto anencéfalo não tenha vida. ?Nessa postura dogmática, ao feto, reduzido, no fim das contas, à condição de lixo ou de outra coisa imprestável e incômoda, não é dispensada, de nenhum ângulo, a menor consideração ética ou jurídica, nem reconhecido grau algum da dignidade jurídica e ética que lhe vem da incontestável ascendência e natureza humanas?, disse Peluso, que presidiu o julgamento.
( Trechos do Voto do Relator Ministro Marco Aurélio de Mello ) 
(http://s.conjur.com.br/dl/acordao-interrupcao-gravidez-anencefalo.pdf)
O tema é de uma delicadeza ímpar. E o é porque perpassa pelas nossas convicções e crenças - ou descrenças - mais profundas, e nos remete de alguma forma à questão básica existencial que nos angustia e acompanha neste voo no tempo que somos desde que nascemos (Menotti del Picchia), efêmeros e precários, poeira das estrelas, na imagem do físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser.
O pedido deduzido, nesta ação de controle concentrado, é de interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, dos arts. 124, 126, caput, e 128, incisos I e II, do Código Penal ? Decreto-lei 2848, de 1940 -, à compreensão de que inconstitucional a exegese que enquadra no crime de aborto a interrupção da gravidez de feto anencéfalo.
(...)
Para a clareza da exposição, é possível enfrentar o tema por três enfoques: (i) atipicidade da antecipação terapêutica do parto, em caso de anencefalia, quanto ao crime de aborto; (ii) vontade do legislador na retirada da anencefalia do rol das excludentes de ilicitude; e (iii) ponderação de valores entre liberdade, dignidade e saúde da mulher e a vida do feto anencefálico. A sopesar, ainda, à luz da causa de pedir aberta própria dos processos objetivos, o fundamento adicional trazido da tribuna, qual seja, o de que a criminalização da interrupção da gestação de feto anencéfalo, ou de feto sem viabilidade de vida extrauterina, implica violação de direito fundamental da mulher no tocante aos chamados direitos reprodutivos.
(...)
Para concluir, ao enfoque da teoria da proporcionalidade, o quociente da divisão das razões em favor da liberdade da mulher em cotejo com a proteção do feto anencefálico por meio da omissão do Estado e da declaração de inconstitucionalidade da leitura que inclui a interrupção, ou a antecipação terapêutica do parto, em caso de comprovada anencefalia, presentes as certezas empíricas sobre a afetação da esfera de atuação de cada um dos princípios em jogo, é maior que um. Há, portanto, de ser preservada a liberdade da grávida, quando se vê diante de tão doloroso dilema, de optar sobre o futuro da sua gestação de feto anencéfalo. Enfim, seja do ponto de vista epistemológico, seja por meio de análise histórica, seja a partir da hermenêutica jurídica, e forte ainda nos direitos reprodutivos da mulher, todos os caminhos levam ao reconhecimento da autonomia da gestante para a escolha, em caso de comprovada anencefalia, entre manter a gestação ou interrompê-la. A postura contrária não se mostra, data venia, sustentável em qualquer dessas perspectivas, o que enseja a procedência da presente ação de descumprimento de preceito fundamental para dar interpretação conforme aos artigos 124 e 126 do Código Penal, excluindo, por incompatível com a Lei Maior, a interpretação que enquadra a interrupção da gravidez, ou antecipação terapêutica do parto, em caso de comprovada anencefalia, como crime de aborto. É como voto.
QUESTÃO OBJETIVA:
1- LETRA - E
PA 12
SUGESTÃO DE GABARITO - CASO CONCRETO:
Determinado indivíduo costumava utilizar-se da internet para a prática da pedofilia. Utilizando a sala de bate-papo, trocava com outro pedófilo, material pornográfico, envolvendo crianças e adolescentes. Descoberta a ação do pedófilo, este foi preso em flagrante. A conduta e prisão se deram na vigência da antiga redação do artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente: fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena reclusão de 1(um) a 4 (quatro) anos.
A defesa do internauta?sustentou que o cliente, ao trocar arquivos na internet, o fez em uma sala de bate-papo reservadíssima, com acesso restrito, e com apenas uma pessoa, o que não corresponderia ao verbo ?publicar? exigido pelo tipo penal.
OBS.: O caput (cabeça)  do artigo 241 do ECA (Lei nº 8.069/90) possui hoje a seguinte redação: ?apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar, ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores, ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente: Pena ? reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa?. 
Você, na qualidade de juiz da causa, utilizando-se da hermenêutica e interpretação das leis, como decidiria esta questão?
Sugestão de Gabarito:  Aqui bastou utilizar uma interpretação gramatical da norma já que de direito penal. Publicar significa tornar público. 
Mas, para que possa desenvolver o tema juntamos o voto  do então Ministro Relator Joaquim Barbosa.
 INFORMATIVO 364 (HC-84561) DO STF.
 
Crime pela Internet: Publicação de Cenas de Sexo Envolvendo Crianças e Adolescentes (Transcrições)
HC 84561/PR*
RELATOR : MIN. JOAQUIM BARBOSA
VOTO: O cerne da questão em debate é saber se a conduta praticada pelo paciente na vigência da antiga redação do art. 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente corresponde ao núcleo do tipo, o verbo "publicar".
Transcrevo a antiga redação do dispositivo em comento, para melhor compreensão:
"Art. 241. Fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena - reclusão de um a quatro anos."
Sustenta o impetrante que o paciente, ao trocar arquivos pela internet, o fez em uma sala de bate-papo reservadíssima (acesso restrito) e com apenas uma pessoa, o que não corresponderia ao verbo "publicar" exigido pelo tipo.
Assim não me parece.
O verbo constante do tipo do art. 241 do ECA está intimamente ligado à divulgação e reprodução das imagens de conteúdo sexual ou pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, no sentido de torná-las públicas. Qualquer meio hábil a viabilizar a divulgação dessas imagens ao público em geral corresponde ao que o legislador almejou com a utilização do verbo "publicar".
Neste sentido, já dizia Nélson Hungria que publicar significa "tornar público, permitir o acesso ao público, no sentido de um conjunto de pessoas, pouco importando o processo de publicação" (Comentários ao Código Penal. Rio de Janeiro: Forense, 1958. Vol. VII. p. 340). 
Não resta dúvida de que a internet é um veículo de comunicação apto a tornar público o conteúdo pedófilo das fotos encontradas, o que já demonstraria, em tese, a tipicidade da conduta. 
Ademais, a denúncia formulada foi clara em registrar que qualquer pessoa que acessasse o servidor de arquivos criado pelo paciente teria à disposição esse material, conforme se depreende do trecho a seguir transcrito (fls.58-59):
"Do mesmo modo, igualmente restou comprovado que Michel Neme Neto criou um servidor de arquivos na Internet usando do protocolo I.R.C (conversa pela internet), com o programa MIRC e os scripts 'the 7 deadly sins' e 'ninja' onde publicou, no período de 28.10.00 à 17.01.01, nesta cidade de Londrina-PR, fotos de conteúdo pornográfico e de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes, conforme demonstram as inúmeras fotos impressas na Informações em anexo.
Foi constatado que tal servidor de arquivos mantinha as fotos na internet à disposição de qualquer pessoa, durante o tempo em que o denunciado estivesse conectado ou que desejasse manter ligado o servidor. Esse 'file server' funcionava na base de 'escambo' de arquivos, com as trocas ocorrendo automaticamente com as pessoas que o acessassem. Foi localizado no computador do denunciado aproximadamente 485 (quatrocentos e oitenta e cinco) arquivos com fotos, quase todos com conteúdo pedófilo, conforme comprovam as Informações em anexo." 
Por outro lado, a discussão referente ao advento da Lei 10.764/2003 não foi ventilada - e muito menos apreciada - no recurso em habeas corpus interposto no Superior Tribunal de Justiça, motivo por que não conheço do writ nessa parte, para evitar supressão de instância.
Evidente que à época da redação do dispositivo original (1990), o legislador não teria como prever o surgimento dessa nova tecnologia, daí por que já se decidiu ser o tipo do art. 241 aberto. Não foi outra a razão de a doutrina e a jurisprudência terem assinalado que qualquer instrumento hábil a tornar público o material proibido estaria incluído na compreensão do verbo "publicar". Por isso não se pode falar em interpretação prejudicial ao paciente nem em aplicação da analogia in malam partem. 
Esta Corte já se posicionou nesse sentido, no julgamento do HC 76.689 (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 06.11.1998), cuja ementa transcrevo:
"'Crime de Computador': publicação de cena de sexo infanto-juvenil (E.C.A., art. 241), mediante inserção em rede BBS/Internet de computadores, atribuída a menores: tipicidade: prova pericial necessária à demonstração da autoria: HC deferido em parte. 
1. O tipo cogitado - na modalidade de 'publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente' - ao contrário do que sucede por exemplo aos da Lei de Imprensa, no tocante ao processo da publicação incriminada é uma norma aberta: basta-lhe à realização do núcleo da ação punível a idoneidade técnica do veículo utilizado à difusão da imagem para número indeterminado de pessoas, que parece indiscutível na inserção de fotos obscenas em rede BBS/Internet de computador. 
2. Não se trata no caso, pois, de colmatar lacuna da lei incriminadora por analogia: uma vez que se compreenda na decisão típica da conduta criminada, o meio técnico empregado para realizá-la pode até ser de invenção posterior à edição da lei penal: a invenção da pólvora não reclamou redefinição do homicídio para tornar explícito que nela se compreendia a morte dada a outrem mediante arma de fogo. 
3. Se a solução da controvérsia de fato sobre a autoria da inserção incriminada pende de informações técnicas de telemática que ainda pairam acima do conhecimento do homem comum, impõe-se a realização de prova pericial."
Assim, não estamos diante de flagrante atipicidade da conduta que tenha o condão de trancar a ação penal por ausência de justa causa. "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que não se tranca a ação penal quando a conduta descrita na denúncia configura, em tese, crime" (cf. HC 83.184, rel. min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 03.10.2003). E ainda: "não cabe o trancamento de ação penal, por falta de justa causa, se os fatos narrados na peça acusatória configuram fato típico, havendo a exposição das suas circunstâncias e da autoria. Tal medida seria viável somente na hipótese de fato evidentemente atípico. Precedentes" (HC 82.782, rel. min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 09.05.2003). 
Ressalto que o trancamento da ação penal via habeas corpus, por ausência de justa causa, apesar de perfeitamente possível, é tido como medida de caráter excepcional, conforme entendimento pacífico desta Corte:
"HABEAS CORPUS - PRETENDIDO TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL - ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA - SITUAÇÃO DE ILIQUIDEZ QUANTO AOS FATOS SUBJACENTES À ACUSAÇÃO PENAL - EXISTÊNCIA DE CONTROVÉRSIA QUANTO À MATÉRIA FÁTICA - PEDIDO INDEFERIDO. 
- A extinção anômala do processo penal condenatório, embora excepcional, revela-se possível, desde que se evidencie - com base em situações revestidas de liquidez - a ausência de justa causa. O reconhecimento da inocorrência de justa causa para a persecução penal, embora cabível em sede de habeas corpus, reveste-se de caráter excepcional. Para que tal se revele possível, impõe-se que inexista qualquer situação de iliquidez ou de dúvida objetiva quanto aos fatos subjacentes à acusação penal. - Havendo suspeita fundada de crime, e existindo elementos idôneos de informação que autorizem a investigação penal do episódio delituoso, torna-se legítima a instauração da 'persecutio criminis', eis que se impõe, ao Poder Público, a adoção de providências necessárias ao integral esclarecimento da verdade real, notadamente nos casos de delitos perseguíveis mediante ação penal pública incondicionada. Precedentes"
(HC 82.393, rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 22.08.2003)
A conduta do paciente, ao que tudo indica, amolda-se ao tipo penal do artigo 241 do ECA, razão pela qual a alegação de ausência de justa causa para a continuidade do persecutio criminis não procede.
Igualmente improcedente a alegação de que o paciente está sendo processado por um único fato ocorrido após a sua maioridade, pois, conforme consta do escorreito parecer da Procuradoria-Geral da República (fls. 465):
"Embora o impetrante alegue a existência de um único fato ocorrido em 21/11/2000, a denúncia ofertada pelo Ministério Público federal às fls.58/60, evidencia que mesmo após a maioridade, o indiciado permaneceu realizando condutas consideradas delituosas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, estando a denúncia descrita com fundamento na existência de fatos ocorridos no período de 28/10/2000 a 22/01/2001."
De todo o exposto, conheço parcialmente do presente habeas corpus e, na parte conhecida, denego a ordem requerida.
É como voto.
QUESTÕES OBJETIVAS:
1- LETRA - A
2- LETRA - B
PA 13
SUGESTÃO DE GABARITO - CASO CONCRETO:
Informativo STF - Nº 481.Brasília, 24 a 28 de setembro de 2007 
PLENÁRIO
EC 41/2003: Critérios de Aposentadoria e Direito Adquirido
O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta ajuizada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP contra o art. 2º e a expressão "8º", contida no art. 10, ambos da Emenda Constitucional 41/2003, que tratam dos critérios para a aposentadoria e revogam o art. 8º da Emenda Constitucional 20/98. Salientando a consolidada jurisprudência da Corte no sentido da inexistência de direito adquirido a regime jurídico previdenciário e da aplicação do princípio tempus regit actum nas relações previdenciárias, entendeu-se não haver, no caso, direito que pudesse se mostrar como adquirido antes de se cumprirem os requisitos imprescindíveis à aposentadoria, cujo regime constitucional poderia vir a ser modificado. Asseverou-se que apenas os servidores públicos que haviam preenchido os requisitos previstos na EC 20/98, antes do advento da EC 41/2003, adquiriram o direito de aposentar-se de acordo com as normas naquela previstas, conforme assegurado pelo art. 3º da EC 41/2003 ("Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até a data de publicação desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos para obtenção desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente."). Esclareceu-se que sóse adquire o direito quando o seu titular preenche todas as exigências previstas no ordenamento jurídico vigente, de modo a habilitá-lo ao seu exercício, e que as normas previstas na EC 20/98 configurariam uma possibilidade de virem os servidores a ter direito, se ainda não preenchidos os requisitos nela exigidos antes do advento da EC 41/2003. Assim, considerou-se não haver óbice ao constituinte reformador para alterar os critérios que ensejam o direito à aposentadoria por meio de nova elaboração constitucional ou de fazê-las aplicar aos que ainda não atenderam aos requisitos fixados pela norma constitucional. Vencidos os Ministros Carlos Britto, Marco Aurélio e Celso de Mello, que julgavam o pleito procedente. 
Precedentes citados: ADI 3105/DF e ADI 3128/DF (DJU de 18.2.2005); RE 269407 AgR/RS (DJU de 2.8.2002); RE 258570/RS (DJU de19.4.2002); RE 382631 AgR/RS (DJU de 11.11.2005).
ADI 3104/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 26.9.2007. (ADI-3104)
 
Ainda no mesmo sentido ( NOTÍCIA CONJUR ):
(Disponível em : http://www.conjur.com.br/2014-mar-14/servidor-publico-nao-direito-adquirido-beneficio-foi-extinto )
SERVIDOR NÃO TEM DIREITO ADQUIRIDO A BENEFÍCIO EXTINTO
Benefícios que integram remuneração de servidor público podem ser extintos e modificados sem gerar direito adquirido, desde que não resultem na redução do valor nominal total do salário. Com esse entendimento, a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, reunida em Brasília na última quarta-feira (12/3), negou pedido apresentado por militar de Sergipe que cobrava uma parcela denominada adicional de inatividade.
O pagamento desse adicional foi abolido dos proventos dos militares da reserva, por força da Medida Provisória 2.131/2000, que observou o prazo de cinco anos para prescrição. O autor do pedido alegava que possuía direito adquirido a regime jurídico, argumento que havia sido aceito pela Turma Recursal de Sergipe.
A União, no entanto, disse que o acórdão diverge do entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, que reconhecem a liberdade do legislador para estabelecer nova fórmula de composição remuneratória, uma vez que não haveria direito adquirido a regime jurídico.
Segundo o juiz federal Paulo Ernane Moreira Barros, relator do processo na TNU, a jurisprudência das Cortes Superiores é pacífica no sentido de verificar problema apenas na mudança que diminua o valor nominal. Não evidenciado que a parte autora sofreu decréscimo nominal em seus proventos (...), não há se falar em ilegalidade do ato de supressão do chamado adicional de inatividade. Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Conselho da Justiça Federal .
Processo 0504647-64.2010.4.05.8500
QUESTÕES OBJETIVAS:
1- LETRA - B
2- LETRA - C
3- LETRA - C
PA 14
SUGESTÃO DE GABARITO - CASO CONCRETO:
(NOTÍCIAS - STF ) 
Ação de investigação de paternidade e superação da coisa julgada material
( Disponível em :  http://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/destaquesNewsletter.php?sigla=newsletterPortalInternacionalJurisprudencia&idConteudo=195011)
 
O Tribunal, em votação majoritária, deu provimento a recurso extraordinário para afastar o óbice da coisa julgada e permitir o prosseguimento de nova ação de investigação de paternidade. Na espécie, a primeira ação investigatória fora ajuizada em 1989, porém, em razão das escassas condições financeiras da mãe do autor, não se realizara o exame de código genético - DNA, tendo sido a demanda julgada improcedente por ausência de provas. Com a edição da Lei Distrital nº 1.097/1996, que assegurou a realização gratuita desse exame às pessoas reconhecidamente necessitadas, a referida genitora ajuizara a demanda atual, mas o processo fora extinto sem julgamento de mérito em respeito à coisa julgada material. Prevaleceu o voto do Ministro Dias Toffoli, relator, que entendeu que, no caso, a coisa julgada deveria ser relativizada em face do direito personalíssimo de todo o ser humano ao conhecimento da verdade sobre sua origem biológica. Asseverou tratar-se simplesmente de reconhecer que houve evolução nos meios de prova para a aferição da paternidade e que a defesa do acesso à ?informação sobre a paternidade? deveria ser protegida porque se insere no conceito de direito da personalidade. O relator considerou que, na situação dos autos, esse direito fora obstaculizado pelo fato de o Estado haver faltado com seu dever de assistência jurídica (Constituição Federal, artigo 5º, inciso LXXIV), uma vez que não custeara o exame à época da ação anterior. Os demais Ministros que deram provimento ao recurso ressaltaram que a espécie envolveria o cotejo entre a coisa julgada e o princípio da dignidade da pessoa humana, consubstanciado no direito à informação genética.
Processo/Proceso: RE 363889/DF.
 
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos 5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux. Falou, pelo recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente).
PA 15
SUGESTÃO DE GABARITO - CASO CONCRETO:
a) Não. Atualmente há Defensoria Pública instalada em todos os Estado brasileiros. Ocorre que A Defensoria pode não estar estruturada em todas as localidades. Nestes casos, haverá a nomeação de um advogado dativo pela OAB local ou pelo Tribunal, a fim de que possa o Réu ter a sua defesa técnica. Dependendo da localidade, este advogado dativo ( defensor dativo ) poderá vir a receber um valor a título de ?pro labore?, mas que será um valor módico, dado a sua indispensabilidade e a função social que exerce ( art. 133, CF c/c art. 2.ª Lei nº 8.906/94 ? Estatuto da Advocacia e da OAB ) 
b) A função do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. Para isso, tem autonomia administrativa e financeira garantidas pela Constituição Federal. No entanto, podemos analisar criticamente há três fatores que devem ser levados em consideração por quem pretenda valer-se do trabalho dos instrumentos estatais da justiça: a incerteza do direito, a lentidão da máquina estatal e o alto custo do funcionamento do aparato judiciário. Esses fatores podem levar a algumas consequências como: a falta de realização ou a realização tardia, muitas vezes ineficaz, dos ideais da justiça; um sentimento de desconfiança da opinião pública em relação à efetividade da tutela jurisdicional.
c)   Funções Essenciais à Justiça são : Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública. 
QUESTÕES OBJETIVAS:
1- LETRA - E
2- LETRA - C

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