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CEFALOMETRIA RADIOGRÁFICA Profª Poliana Souza A cefalometria radiográfica corresponde às mensurações da imagem radiográfica da cabeça (ossos, dentes e tecidos moles), que comparadas a valores determinados como “normais e tolerância para idade e sexo” nos permite calcular o desvio e interpretá-los para chegarmos a um diagnóstico objetivo. �1931 - marco na história da cefalometria radiográfica: Hofrat e Broadbent publicaram simultaneamente artigos descrevendo os dois primeiros cefalostatos para utilização em cefalometria radiográfica. �Estes dispositivos permitiam estabilizar, de um modo passível de reprodução, a posição da cabeça, em relação ao Rx e ao filme, antes das exposições. � Iniciava-se então , o caminho para o desenvolvimento da CEFALOMETRIA RADIOGRÁFICA � As radiografias cefalométricas podem ser obtidas em norma lateral ou frontal. NORMA FRONTAL restrita NORMA LATERAL + utilizada ortodontia • Crânio • Base do crânio • Maxila • Mandíbula • Dentes Critérios para aceitação: � Boa visualização dos tecidos duros e moles da face; � Perfil esqueletal paralelo à margem direita do filme; � Lábios relaxados; � Dentes em oclusão cêntrica. APLICAÇÕES: � Diagnóstico ortodôntico; � Avaliar crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares e faciais; � Diagnosticar anomalias e alterações encontradas nas várias regiões do crânio; � Reavaliações durante e após o tratamento; � Documentação legal visando a salvaguarda do ortodontista no aspecto profissional. Deve conter um mínimo de detalhes que permitam o traçado dos planos de orientação e uma visualização clara do padrão cefalométrico a ser estudado. DESENHO ANATÔMICO A importância do conhecimento da anatomia óssea do complexo craniofacial, que implica no conhecimento da morfologia geral dos ossos do crânio e da face, está relacionada na facilitação da visualização da imagem radiográfica destes ossos e suas estruturas anexas. Estruturas anatômicas cefalométricas 1- Sela Túrcica � Osso esfenóide; � Aloja a hipófise; � Separa a parte anterior da parte posterior da base do crânio. 2- Base do crânio � Compreende a parte anterior dos ossos occipital, corpo do esfenóide (clivus), etmóide e frontal. 3- Glabela � Terço inferior do osso frontal, interrompe-se na altura da sutura fronto-nasal até contorno dos ossos próprios do nariz. 4- Órbita � Base inferior da órbita; � Quando existe duplicidade de imagens, os desenhos de ambas devem ser feitos. 5- Meato acústico externo � Atrás do côndilo mandibular; � Forma ovalada; � O osso temporal às vezes impede a visualização perfeita do meato acústico externo. 6- Fissura ptérigo-maxilar � Limite posterior da tuberosidade maxilar ao limite anterior da apófise pterigoidea do esfenóide; �Semelhante a uma gota invertida. 7- Maxila � Espinha nasal posterior até espinha nasal anterior; � Espinha nasal anterior até o limite cervical da palatina do Incisivo superior 8- Mandíbula � Totalidade de seu contorno; � Face vestibular da sínfese mentoniana até o contorno do côndilo. 9- Incisivos e molares � Incisivo superior: mais vestibularizado, com sua coroa e raiz, seguindo o longo eixo do dente; � Incisivo inferior: idem ao superior; �Primeiros molares: suas coroas e raízes. 10- Perfil mole � Revestimento cutâneo da fronte, lábio e mento. PONTOS CEFALOMÉTRICOS 1- Sela (S) � No centro da sela túrcica. 2- Násio (N) � Conjunção do osso frontal com o osso nasal. 3- Orbitário (Or) � Mais inferior da margem infraorbitária. 4- Pório (Po) � Mais superior na borda externa do meato acústico externo. 5- Pterigóide (Pt) � Mais superior e posterior da imagem da fissura pterigomaxilar 6- Básio (Ba) � Mais inferior e posterior da base do crânio 7- Articular (Ar) � União da borda posterior do ramo mandibular e contorno inferior da base do crânio. 8- Espinha nasal anterior (ENA) � Ponto mais anterior da maxila 9- Ponto A � Ponto mais profundo da concavidade anterior da maxila. A 10- Mentoniano (Me) � Ponto mais inferior do contorno da sínfise mentoniana. 11- Pogônio (Pog) � Ponto mais proeminente do mento ósseo. 12- Ponto B � Ponto mais profundo da concavidade anterior da mandíbula. 13- Gnátio (Gn) �Ponto mais ântero-inferior do contorno do mento ósseo. B LINHAS E PLANOS � Linha S-N � Linha N-A � Linha N-B � Linha S-Gn DIREÇÃO DO CRESCIMENTO • Plano SNGn = 67º±3 DIREÇÃO DO CRESCIMENTO � Plano SNGn: 67º±3 � tendência de crescimento vertical, padrão dólicocefálico. � tendência de crescimento horizontal, padrão braquicefálico. RELAÇÃO MAXILO- MANDIBULAR Plano SNA = 82º ± 2 �Plano SNA = 82º ± 2 � Posição da maxila no sentido ântero-posterior em relação a base anterior do crânio. � Protrusão maxilar < Retrusão maxilar Plano SNB = 80º± 2 �Plano SNB = 80º± 2 � Posição da mandíbula no sentido ântero-posterior em relação a base anterior do crânio. > Protrusão mandibular < Retrusão mandibular Plano ANB = 2º±2 � Indica o relacionamento entre maxila e mandíbula. � O valor é dado pela diferença entre os ângulos SNA e SNB. > Tendência Classe II < Tendência Classe III MEDIDAS LINEARES 1-NA = 5mm± 2 � É a distância linear entre o incisivo superior e a linha NA. > Incisivos superiores protruídos < Incisivos superiores retruídos 1-NB = 4mm± 2 � É a distância linear entre o incisivo inferior e a linha NB. > Incisivos inferiores protruídos < Incisivos inferiores retruídos DIAGNÓSTICO EXEMPLO: SNGn: 72º (67º ±3) SNA: 85º (82º ±2) SNB: 74º (80º ±2) ANB: 11º (2º ±2) 1-NA:10mm (5mm ±2) 1-NB:3mm (4mm ±2) Pct Padrão dólicocefálico, crescimento vertical, prognatismo maxilar, retrognatismo mandibular, Classe II esquelética, incisivos sup. protruídos e incisivos inf. bem posicionados.