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Tipos de regimes penais

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Direito Penal - Tipos de penas, suas aplicações e dosimetria 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A 
de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime 
fechado 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo 
o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de 
transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, 
desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos 
critérios previstos no art. 59 deste Código. 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do 
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do 
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 
Reclusão e Detenção 
Há profundas diferenças entre reclusão e detenção. A começar pelo fato de que somente os 
chamados crimes mais graves são puníveis com pena de reclusão, reservando-se a detenção 
para os delitos de menor gravidade. Como conseqüência natural do anteriormente afirmado, a 
pena de reclusão pode iniciar o seu cumprimento em regime fechado, o mais rigoroso de 
nosso sistema penal, algo que jamais poderá ocorrer com a pena de detenção. Somente o 
cumprimento insatisfatório da pena de detenção poderá levá-la ao regime fechado, através da 
regressão. Afora esses dois aspectos ontológicos que distinguem as referidas modalidades, há 
ainda a flagrante diferença nas conseqüências decorrentes de uma e outra, além da maior 
dificuldade dos apenas com reclusão em obter os denominados “ benefícios penitenciários”. 
Regimes Penais 
Os regimes são determinados fundamentalmente pela espécie e quantidade da pena e pela 
reincidência, aliadas ao mérito do condenado, num autêntico sistema progressivo. 
O regime fechado será executado em estabelecimento de segurança máxima ou média; o 
semi-aberto será executado em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; e, 
finalmente, o regime aberto será cumprido em casa de albergado ou em estabelecimento 
adequado. 
 
Recentemente, a Lei nº 10.792/03 instituiu o que denominou regime disciplinar diferenciado – 
a ser cumprido em cela individual -, que poderá ter duração máxima de 360 dias, sendo 
possível sua repetição, desde que não ultrapasse um sexto da pena. 
Regras do Regime Fechado: 
No regime fechado o condenado cumpre a pena em penitenciária e estará obrigado ao 
trabalho em comum dentro do estabelecimento penitenciário, na conformidade de suas 
aptidões ou ocupações anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena. Nesse 
regime o condenado fica sujeito ao isolamento durante o repouso noturno. 
Quem cumpre pena em regime fechado não tem direito de freqüentar cursos, quer de 
instrução, quer profissionalizantes. E o trabalho externo só é possível em obras ou serviços 
públicos, desde que o condenado tenha cumprido, pelo menos, um sexto da pena. 
Art. 34- O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame 
criminológico de classificação para individualização da execução. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso 
noturno 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões 
ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. 
§ 3º- O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas 
Regras do regime semiaberto 
No regime semiaberto não há previsão para o isolamento durante o repouso noturno. Nesse 
regime, o condenado terá direito de freqüentar cursos profissionalizantes, de instrução de 2º 
grau ou superior. Também ficará sujeito ao trabalho em comum durante o período diurno, em 
colônia agrícola, industrial ou em estabelecimento similar. Aqui, no regime semiaberto, o 
trabalho externo é admissível, inclusive na iniciativa privada, ao contrário do que ocorre no 
regime fechado. 
É bom esclarecer que o juiz da condenação, na própria sentença, já poderá conceder o serviço 
externo. Ou então, posteriormente, o juiz da execução poderá concede-lo desde o início do 
cumprimento da pena. A exigência de cumprimento de um sexto da pena verifica-se apenas 
quando tal benefício for concedido pela Direção do Estabelecimento Penitenciário, que 
dependerá também da aptidão, disciplina e responsabilidade do apenado. 
Art. 35- Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o 
cumprimento da pena em regime semi-aberto. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
Regras do regime aberto 
O regime aberto baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do apenado. O 
condenado só permanecerá recolhido (em casa de albergado ou em estabelecimento 
adequado) durante o repouso noturno e nos dias de folga. O condenado deverá trabalhar, 
freqüentar cursos, ou exercer outra atividade autorizada fora do estabelecimento e sem 
vigilância. 
 
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar 
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período 
noturno e nos dias de folga. 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime 
doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente 
aplicada. 
Regras do regime disciplinar diferenciado 
O regime disciplinar diferenciado poderá ser aplicado na seguintes situações: 
1) Prática de fato previsto como crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina 
internas; 
2) Apresente alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade 
3) Quando houver fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em 
organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
Esse regime terá “duração máxima de trezentos e sessentas dias, sem prejuízo de repetição da 
sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada”; o 
preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol. 
Regime Inicial 
Conjugando-se o art. 33 e seus parágrafos e o art. 59, ambos do Código Penal, constata-se que 
existem circunstâncias em que determinado regime inicial é facultativo. Nesse caso, quando o 
regime inicial for “facultativo”, os elementos determinantes serão os do art. 59 do CP (art. 33, 
parágrafo 3º, do CP). O caput do art. 33 estabelece as regras gerais dos regimes penais, ou 
seja, a reclusão pode ser iniciada em qualquer dos três regimes, fechado, semiaberto e aberto; 
a detenção, somente nos regimes semiaberto e aberto, salvonecessidade da transferência ao 
regime fechado (regressão). Equivale dizer que pena de detenção jamais poderá iniciar o 
cumprimento de pena em regime fechado. 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e 
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste 
Capítulo. 
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se 
a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. 
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem 
como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência 
dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes sanções. 
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de 
custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. 
Progressão e Regressão 
Progressão 
Os regimes de cumprimento da pena direcionam-se para maior ou menor intensidade de 
restrição da liberdade do condenado, sempre produto de uma sentença penal condenatória. A 
sanção aplicada possibilita ao apenado progredir ou regredir nos regimes, ampliando ou 
diminuindo o seu status libertatis. O ponto propulsor de conquista ou de perda de maiores 
regalias no cumprimento da pena privativa de liberdade consiste no mérito ou demérito do 
condenado. 
O sistema progressivo de cumprimento da pena possibilita ao próprio condenado, através de 
seu procedimento, da sua conduta carcerária, direcionar o ritmo de cumprimento de sua 
sentença, co mais ou menos rigor. Possibilita ao condenado ir conquistando paulatinamente a 
sua liberdade, ainda durante o cumprimento da pena, de tal maneira que a pena a ser 
cumprida não será sempre e necessariamente a pena aplicada. 
Na progressão evolui-se de um regime mais rigoroso para outro menos rigoroso. Na regressão 
dá-se o inverso. Contudo, na progressão, além do mérito do condenado, é indispensável que 
ele tenha cumprido, pelo menos, 1/6 da pena no “regime anterior”, nos termos do art. 112 da 
Lei de Execução Penal. Isso quer dizer que o condenado não poderá passar direto do regime 
fechado para o regime aberto, sem passar obrigatoriamente pelo regime semiaberto. O 
inverso não é verdade, ou seja, o condenado que não se adequar ao regime aberto poderá 
regredir, diretamente, para o regime fechado, sem passar necessariamente pelo regime 
semiaberto. 
“Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de 
regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória”. 
Regressão 
É a transferência de um regime para outro mais rigoroso. O condenado que cumpre pena em 
regime aberto pode ser transferido para regime semiaberto ou fechado e o que cumpre em 
regime semiaberto poderá ser transferido para o regime fechado. 
Quando o condenado se encontra em regime aberto, poderá ocorrer a regressão também se 
frusta os fins da pena ou se, podendo, não paga a multa 
Requisitos da progressão 
a) Um sexto da pena: é a exigência de cumprimento de uma parcela da pena no regime 
anterior fixado em um sexto. 
b) Mérito do condenado: é a demonstração que o condenado deverá dar durante a execução 
da pena de que está apto para ser transferido para um regime menos rigoroso. 
c) Reparação do dano, quando se tratar de crime contra a administração pública. 
Exame Criminológico 
A realização do exame criminológico tem a finalidade exatamente de fornecer elementos, 
dados, condições, subsídios, sobre a personalidade do condenado, examinando-o sob os 
aspectos mental, biológico e social, para concretizar a individualização da pena através dessa 
classificação dos apenados. 
A Lei de Execução Penal optou por determinar a sua realização após o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória, ou seja, somente após declarada a culpa ou, se for o caso, 
periculosidade do agente. 
Consiste, pois, em apenas um meio de prova e a sua avaliação caberá sempre ao juiz da 
execução, que é livre ao apreciá-lo. Isso quer dizer que o juiz não fica vinculado à conclusão a 
que chegarem os elaboradores do exame criminológico. Poderá decidir contrariamente ao que 
foi recomendado pelo exame, desde que devida e suficientemente fundamentada a sua 
decisão. 
 
Detração Penal 
Através da detração penal permite-se descontar, na pena ou na medida de segurança, o tempo 
de prisão ou de internação que o condenado cumpriu antes da condenação. Esse período 
anterior à sentença penal condenatória é tido como de pena ou medida de segurança 
efetivamente cumprida. 
Segundo o art. 42 do Código Penal, a detração penal pode ocorrer nas hipóteses de: 
a) Prisão provisória, no Brasil ou no Estrangeiro: prisão provisória é a prisão processual, ou 
seja, a prisão que pode ocorrer durante a fase processual, antes da condenação transitar em 
julgado. A prisão, em qualquer dessas hipóteses, deve ser descontada da pena aplicada. 
b) Prisão administrativa: não tem natureza penal, e pode decorrer de infração disciplinar, 
hierárquica, ou mesmo de infrações praticadas por particulares, nacionais ou estrangeiros, 
contra a Administração Pública. 
c) Internação em casas de saúde: a lei fala em internação em hospital de custódia e tratamento 
psiquiátrico. Fica claro, contudo, que a internação em casas de saúde, com finalidade 
terapêutica, também deve ser contemplada com a detração penal. 
Há entendimento respeitável de que, “por necessária e permitida interpretação analógica”, 
deve ser admitida a detração também das penas restritivas de direitos, como limitação de fim 
de semana e prestação de serviços à comunidade. 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de 
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em 
qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. 
Trabalho prisional 
A Lei de Execução Penal estabelece que o trabalho do condenado, “como dever social e 
condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva” (art. 28). 
Hoje é um direito-dever do apenado e será sempre remunerado (art. 29 LEP). A jornada 
normal de trabalho não pode ser inferior a 6 nem superior a 8 horas diárias, com repouso aos 
domingos e feriados (art. 33 LEP). Não poderá ter remuneração inferior a ¾ do salário mínimo 
e estão assegurados ao detento as garantias e todos os benefícios da previdência social, 
inclusive a aposentadoria. 
A remuneração obtida com o trabalho prisional tem destinação prevista na própria Lei de 
Execução Penal, a saber: a) indenização dos danos causados pelo crime; b) assistência à 
família; c) pequenas despesas pessoas; d) ressarcimento do Estado pelas despesas realizadas 
com a manutenção do condenado; e) o saldo restante, se houver, deve ser depositado em 
caderneta de poupança para formação do pecúlio, que será entregue ao condenado quando 
sair da prisão. 
O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho, nem o preso provisório, mas, 
se trabalharem, terão os mesmos direitos dos demais presos. 
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da 
Previdência Social, 
Remição pelo trabalho e pelo estudo 
Remir significar resgatar, abater, descontar, pelo trabalho realizado dentro do sistema 
prisional, parte do tempo de pena a cumprir. 
 
A remição se faz na base de 3 dias de trabalho por um de pena, desde que a jornada de 
trabalho não seja inferior a seis horas diárias, que também não deverá ser superior a oito. Os 
efeitos da remição são considerados tanto para fins de livramento condicionalcomo indulto. 
Contudo, o condenado que for punido por falta grave perderá o tempo remido. 
Somente terão direito à remição os condenados que efetivamente realizarem o trabalho 
prisional, nos termos estabelecidos na legislação específica. No entanto, por todas as razões 
que o estudo se justifica, acrescidas do fato de evitar a ociosidade do preso, por construção 
pretoriana aliada ao entendimento doutrinário, a dedicação ao estudo no interior das prisões 
também justifica a remissão, nas mesmas condições do trabalho. 
Penas Restritivas de Direitos 
Cominação e aplicação das penas alternativas 
A possibilidade de substituir a pena privativa de liberdade está estabelecida no Código Penal 
brasileiro e à disposição do juiz para ser executada no momento da determinação da pena na 
sentença (art. 59, IV CP), já que, por sua própria natureza, requer a prévia determinação da 
quantidade da pena a impor. E, como na dosagem da pena o juiz deve escolher a sanção mais 
adequada, levando em consideração a personalidade do agente e demais elementos do artigo 
citado e, particularmente, a finalidade preventiva, é natural que nesse momento processual se 
examine a possibilidade de substituir a pena privativa de liberdade. Ao determinar a 
quantidade final da pena de prisão, se esta não for superior a 4 anos ou se o delito por 
culposo, o juiz, imediatamente, deverá considerar a possibilidade de substituição. 
O limite de duração das penas restritivas será o mesmo que teria a pena privativa de liberdade 
substituída (art. 55 CP). 
Requisitos ou pressupostos necessários à substituição 
As penas restritivas de direito não podem ser suspensas. Como referida sanção já é uma 
medida alternativa à pena de prisão, não teria sentido suspendê-la. 
A aplicação da pena restritiva de direitos em substituição à pena privativa de liberdade está 
condicionada a determinados pressupostos, que devem estar presentes simultaneamente. São 
eles: 
1º) Requisitos objetivos 
a) Quantidade de pena aplicada – pena não superior a quatro anos – reclusão ou detenção – 
independentemente da natureza do crime –doloso ou culposo – pode ser substituída por pena 
restritiva de direitos. Essas penas – restritivas de direitos -, apesar de autônomas, não perdem 
seu caráter de substitutivas ou “alternativas”, pois, além de não serem contempladas nos tipos 
penais da parte especial, como as demais, limitam-se àqueles crimes dolosos que receberem in 
concreto pena privativa de liberdade não superior a quatro anos ou aos crimes culposos, 
independentemente da pena aplicada. 
b) Natureza do crime cometido – já, em relação à natureza do crime, privilegiam-se os de 
natureza culposa, pois, para estes, permite-se a substituição da pena privativa de liberdade 
independentemente da quantidade de pena aplicada. 
Quando a condenação não for superior a um ano de prisão, pode ser substituída ou por multa 
ou por restritiva de direitos, ou uma ou outra, nunca pelas duas cumulativamente. 
 
Para penas superiores a um ano, o julgador tem um elenco variado de sanções para eleger a 
que melhor se adapte à situação e atenda a ordem jurídica bem como as exigências de 
prevenção geral e especial. Contudo, se a pena privativa de liberdade, for indispensável, ou, 
pelo menos, for recomendável, nas circunstâncias, contará ainda com a possibilidade de 
determinar sua execução em “regime aberto”. 
c) Modalidade de execução: sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
2º) Requisitos subjetivos 
 
a) Réu não reincidente em crime doloso: dessa forma, aumenta-se a liberalidade, pois basta 
que um dos crimes seja culposo e não haverá reincidência dolosa. A própria reincidência em 
crime doloso, agora, não é fator de impedimento absoluto, pois, “em face de condenação 
anterior”, a medida (substituição) poderá ser “socialmente recomendável” 
 
Substituição nas penas de até um ano de prisão 
 
A multa substitutiva, isoladamente, como regra geral, destina-se a condenações não 
superiores a um ano, ampliando-se consideravelmente a sua abrangência, na medida em que o 
rol de infrações penais cominados com esse limite de penas é imenso. Ela assume, 
definitivamente, a função e natureza de pena alternativa à privativa de liberdade, com o 
caráter de substitutiva (art. 44, parágrafo 2). 
 
A previsão que permite aplicar a multa substitutiva para pena não superior a um ano não 
impede, contudo, a possibilidade, abstratamente considerado, de efetuar-se a substituição por 
pena restritiva de direitos, isto é, a possibilidade de substituir por multa não exclui ipso facto a 
possibilidade de substituir-se por pena restritiva de direitos. Ou uma ou outra dessas duas 
alternativas, para essa quantidade de pena (não superior a um ano), nunca as duas. 
 
A segunda hipótese de multa substitutiva será somente para condenações superiores a um 
ano de pena e, nessa hipótese, sempre cumulada com uma pena restritiva de direitos e nunca 
isoladamente (destina-se, indiferentemente, tanto para os crimes dolosos quanto para os 
culposos). 
 
Substituição nas penas de até seis meses de prisão 
 
O limite de seis meses de pena não poderá ser substituída por prestação de serviços à 
comunidade. Essa pena restritiva de direitos somente será aplicável a penas superiores a seis 
meses. 
 
Espécies de penas restritivas 
 
Prestação pecuniária 
 
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou 
privada com destinação social de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 salário mínimo 
nem superior a 360 salários mínimos (art. 45, parágrafo 1º). 
 
Preferencialmente, o montante da condenação, nesta sanção, destina-se à vítima ou a seus 
dependentes. Só, excepcionalmente, em duas hipóteses, o resultado dessa condenação em 
prestação pecuniária poderá ter como destinatário: se não houver dano a reparar ou não 
houver vítima imediata ou seus dependentes. Nesses casos, e somente nesses casos, o 
montante da condenação destinar-se-á a “entidade pública ou privada com destinação social”. 
 
Perda de bens e valores 
 
A outra nova pena, “restritivas de direitos”, é a perda de bens e valores pertencentes ao 
condenado, em favor do Fundo Penitenciario Nacional, considerando-se – como teto- o 
prejuízo causado pela infração penal ou o proveito obtido pelo agente ou por terceiro (aquele 
que for mais elevado) (art. 45, parágrafo 3º). 
 
O confisco apresenta dois limites: 1º) limitação do quantum a confiscar – estabeleceu-se, 
como teto, o maior valor entre o montante do prejuízo causado ou do proveito obtido com a 
prática do crime; 2º) limitação em razão da quantidade de pena aplicada – esta sanção 
somente pode ser aplicada na hipótese de condenações que não ultrapassem o limite de 
quatro anos de prisão. E somente caberá essa pena de “perda de bens e valores” quando for 
possível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos (art. 45). 
 
Prestação de outra natureza 
 
Se houver concordância do “beneficiário”, a pena de “prestação pecuniária” pode ser 
substituída por “prestação de outra natureza” (art. 45, parágrafo 2º). Somente a prestação 
pecuniária é autorizada a ser “convertida” em “prestação de outra natureza”. As outras duas 
sanções pecuniárias – pena de multa e perda de bens e valores - não recebem essa mesma 
“faculdade”. 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, 
quando 
 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for 
culposo; 
 
II – o réu não for reincidente em crime doloso;III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem 
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente 
 
§ 1o (VETADO) 
 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por 
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face 
de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se 
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime 
 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade 
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo 
mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão 
 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução 
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado 
cumprir a pena substitutiva anterior. 
 
Limitação de fim de semana 
 
Consiste na obrigação de o condenado permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas 
diárias, em casa de albergado ou em estabelecimento adequado, de modo a permitir que a 
sanção penal seja cumprida em dias normalmente dedicados ao descanso, sem prejudicar as 
atividades laborais do condenado, bem como a sua relação sociofamiliar. 
 
A execução propriamente dita iniciará com o primeiro comparecimento do apenado ao 
estabelecimento determinado. Nada impede que a pena seja cumprida em horários diversos, 
como noturno, diurno, vespertino ou matutino, adaptando-se às disponibilidades do 
estabelecimento, desde que também e, principalmente, não prejudique as atividades 
profissionais do albergado. Este deverá, igualmente, ser advertido de que a pena será 
convertida em privativa de liberdade se deixar de comparecer ao estabelecimento nas 
condições estabelecidas ou se praticar falta grave ou, de qualquer forma, descumprir, 
injustificadamente, as restrições impostas. 
 
Essa pena, dita restritiva, tem uma preocupação notadamente educativa, prevendo que 
durante o seu cumprimento o albergado poderá receber cursos, palestras ou, ainda, realizar 
quaisquer outras atividades educativas. 
 
O juiz do processo de conhecimento aplicará a sanção penal, no caso, a limitação de fim de 
semana, se esta se mostrar necessária e suficiente. Caberá, porém, ao juiz da execução 
determinar a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de 
limitação de fim de semana, ajustando-as “às condições pessoais do condenado, às 
características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário”. 
 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado. 
 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas. 
 
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
 
Dever de prestar determinada quantidade de horas de trabalho não remunerado e útil para a 
comunidade durante o tempo livre, em benefício de pessoas necessitadas ou para fins 
comunitários. 
 
As atividades atribuídas ao sentenciado devem guardar estreita correspondência com as 
aptidões pessoais de cada um e não coincidir com a jornada normal de trabalho, de forma a 
alterar o mínimo possível a rotina diária. (art. 46, parágrafo 3º CP). 
 
Essa sanção deverá ser cumprida à razão de 1 hora de tarefa por dia de condenação. 
 
Quando a condenação referir-se a anos e meses, que será a regre, o magistrado, na sentença, 
para facilitar a compreensão, poderá “converter” em horas o tempo de tarefas comunitárias. 
 
O cumprimento dessa sanção começa com o primeiro comparecimento ao local determinado 
pelo juiz da execução. 
 
As características fundamentais que o trabalho em proveito da comunidade deve reunir são 
gratuidade, aceitação pelo condenado e autêntica utilidade social. 
 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de 
tarefas gratuitas ao condenado. 
 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. 
 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo 
a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade 
fixada. 
 
Interdição temporária de direitos 
 
É específica e aplica-se a determinador crimes. É também de grande alcance preventivo 
especial: ao afastar do tráfego motoristas negligentes e ao impedir que o sentenciado continue 
a exercer determinada atividade – no desempenho da qual se mostrou irresponsável ou 
perigoso -, estará impedindo que se oportunizem as condições que poderiam, naturalmente, 
levar à reincidência. 
 
As interdições temporárias (art. 47, I e II CP) somente podem ser aplicada nas hipóteses de 
crimes praticados com abuso ou violação dos deveres inerentes ao cargo, função, profissão, 
atividade ou ofício. É indispensável que o delito praticado esteja diretamente relacionado com 
o mau uso do direito interditado. 
 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; 
 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público; 
 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
 
IV – proibição de freqüentar determinados lugares. 
 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. 
 
Conversão das penas restritivas de direitos 
 
Fazendo-se necessária a conversão da pena restritiva em privativa de liberdade, essa 
conversão operar-se-á somente pelo restante da pena a cumprir, desde que não interior a 
trinta dias. 
 
Não há a possibilidade de converter as penas pecuniárias em pena privativa de liberdade. 
 
Causas gerais de conversão 
 
1º) Descumprimento “injustificado” da restrição imposta: o resultado positivo ou negativo da 
postura no cumprimento das condições que lhe foram impostas como condição para obter a 
substituição de pena está, em regra, nas mãos do apenado, que conduzirá os contornos do seu 
futuro. O seu comportamento durante a execução da pena restritiva é que delimitará a 
extensão e intensidade da restrição de sua liberdade. 
 
2º) Nova condenação por outro crime: causa de relativa obrigatoriedade de conversão em 
pena de prisão (art. 44, parágrafo 5º). 
 
Causas especiais de conversão 
 
1) Para prestação de serviços à comunidade 
 
a) Quando o condenado não for localizado por encontrar-se em lugar incerto e não sabido, ou 
desatender à intimação por edital. 
 
b) Não comparecer,injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço. 
 
c) Recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto 
 
d) Praticar falta grave 
 
2) Para limitação de fim de semana 
 
a) Não comparecimento ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena. 
 
b) Recusa em exercer a atividade determinada pelo juiz. 
 
c) Se o apenado não for encontrado ou não atender intimação por edital, se praticar falta 
grave ou sofrer condenação por crime à pena privativa de liberdade, que não seja substituída 
ou suspensa, também causará a conversão. 
 
3) Para interdição temporária de direitos 
 
d) Se o apenado exercer, injustificadamente, o direito interditado. 
 
e) Não localização do apenado por encontrar-se em lugar incerto e não sabido, ou o não 
atendimento da intimação por edital. 
 
f) Se praticar falta grave ou sofrer condenação por crime à pena privativa de liberdade, que 
não seja suspensa ou substituída. 
 
Penas Pecuniárias 
 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste 
e dos arts. 46, 47 e 48. 
 
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes 
ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não 
inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O 
valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se 
coincidentes os beneficiários. 
 
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação 
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. 
 
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação 
especial, em favor do Fundo Penitenciario Nacional, e seu valor terá como teto – o que for 
maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, 
em conseqüência da prática do crime. 
 
A classificação mais tradicional é a seguinte: 
 
· Confisco; 
 
· Multa reparatória; 
 
· Multa. 
 
A multa penal tem caráter personalíssimo, ou seja, é impossível de ser transferida para os 
herdeiros ou sucessores do apenado. 
 
A Reforma Penal, ao adotar o dia-multa, retoma o antigo caminho, preservando o sentido 
aflitivo da multa, tornando-a mais flexível e individualizável, ajustando o seu valor não só à 
gravidade do delito, mas, especialmente, à situação sócio-econômica do delinqüente. 
 
Observa-se que a multa, revalorizada, com o critério adotado, pode surgir como pena comum 
(principal), isolada, cumulada ou alternadamente, e como pena substitutiva da privativa de 
liberdade, quer sozinha, quer em conjunto com a pena restritiva de direitos, 
independentemente de cominação na Parte Especial. 
 
O sistema dias-multa 
 
Segundo esse sistema, o valor de um dia-multa deverá corresponder à renda média que o 
autor do crime aufere em um dia, considerando-se sua situação econômica e patrimonial. 
 
O valor mínimo de um dia-multa é de trinta avos do maior salário mínimo vigente à época do 
crime e o valor máximo é de cinco vezes esse salário (art. 49 CP). 
 
E o limite mínimo de dias-multa será de 10 dias e o máximo de 360 dias. 
 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na 
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 
(trezentos e sessenta) dias-multa. 
 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do 
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse 
salário. 
 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção 
monetária. 
 
Mas esse é o limite normal, ordinário. Há um outro limite, especial, extraordinário: se, em 
virtude da situação econômica do réu, o juiz verificar que, embora aplicada no máximo, essa 
pena é ineficaz, poderá elevá-la até o triplo (art. 60, parágrafo 1º CP). 
 
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu. 
 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da 
situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
Dosimetria da pena de multa 
 
Para que se possa aplicar a pena pecuniária com equidade, entendemos que o cálculo, de 
regra, deve ser feito em dois momentos, isto é, em duas operações e, excepcionalmente, em 
três: 
 
1ª operação: estabelece-se o mínimo de dias-multa dentro do limite estabelecido de 10 a 360. 
Na eleição desse número deve-se levar em conta a gravidade do delito, visto que não há mais 
a cominação individual para cada crime; deve-se, por outro lado, considerar ainda a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade, os motivos, as 
circunstâncias e as conseqüências do crime, bem como todas as circunstâncias legais, inclusive 
as majorantes e minorantes. Enfim, com o exame desses dados fixa-se apenas a quantidade de 
dias-multa a ser aplicado na sentença; 
 
2ª operação: de posse do número de dias-multa obtido com a primeira operação, fixa-se o 
valor de cada dia-multa. Para a fixação do dia-multa, leva-se em consideração, tão somente, a 
situação econômica do réu. 
 
3ª operação: pode ocorrer, porém, que, mesmo aplicada no máximo a pena de multa, o juiz 
constate que, em virtude da situação econômica do acusado, ela será ineficaz. Nesses casos, 
poderá elevá-la até o triplo ajustando-a ao fato e ao agente. 
 
Pagamento da multa 
 
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a 
sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir 
que o pagamento se realize em parcelas mensais 
 
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do 
condenado quando 
 
a) aplicada isoladamente; 
 
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; 
 
c) concedida a suspensão condicional da pena. 
 
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado 
e de sua família. 
 
Conversão da Multa e revogação 
 
Modo de conversão. 
 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de 
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, 
inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
Suspensão da execução da multa 
 
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. 
 
O deixar de pagar não acarreta a conversão, mas tão somente a cobrança judicial. 
 
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: 
 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a 
multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. 
 
Aplicação da pena 
 
Circunstâncias judiciais 
 
Os elementos constantes no art. 59 são denominados circunstâncias judiciais, porque a lei não 
os define e deixa a cargo do julgador a função de identificá-los no bojo dos autos e mensurá-
los concretamente. 
 
Culpabilidade - funciona como elemento de determinação ou de medição de pena. Nessa 
acepção, a culpabilidade funciona como limite da pena, impedindo que a pena seja imposta 
além da medida prevista pela própria idéia deculpabilidade, aliada, é claro, a outros critérios. 
 
Na verdade, impõe-se aqui que se examine a maior ou menor censurabilidade do 
comportamento do agente, a maior ou menos reprovabilidade da conduta praticada, não se 
esquecendo, porém, a realidade concreta em que ocorreu, especialmente a maior ou menor 
exigibilidade de outra conduta. O dolo que agora se encontra localizado no tipo penal pode e 
dever ser aqui considerado para avaliar o grau de censurabilidade da ação tida como típica e 
antijurídica. 
 
Antecedentes – devem-se entender os fatos anteriores praticados pelo réu, que podem ser 
bons ou maus. 
 
Necessidade de respeita a limitação temporal dos efeitos dos “maus antecedentes”, adotando-
se o parâmetro previsto para os efeitos da reincidência, fixado em cinco anos (art. 64 CP). 
 
Personalidade – deve ser entendida como síntese das qualidades morais e sociais do indivíduo. 
Deve-se verificar a sua boa ou má índole, sua maior ou menor sensibilidade ético social, a 
presença ou não de eventuais desvios de caráter de forma a identificar se o crime constitui um 
episódio acidental na vida do réu. 
 
Conduta social – deve-se analisar o conjunto de comportamento do agente em seu meio 
social, na família, na sociedade, NE empresa, na associação de bairro etc. 
 
Os motivos determinantes- os motivos constituem a fonte propulsora da vontade criminosa. 
Não há crime gratuito ou sem motivo. É fundamental considerar a natureza e qualidade dos 
motivos que levaram o indivíduo à prática do crime (imorais ou morais). 
 
As circunstâncias do crime- defluem do próprio fato delituoso, tais como forma e natureza da 
ação delituosa, os tipos de meios utilizados, objeto, tempo, lugar. 
 
As conseqüências do crime- importa analisa a maior ou menor danosidade decorrente da ação 
delituosa pratica ou o maior ou menor alarma social provocado, isto é, a maior ou menor 
irradiação de resultados, não necessariamente típicos, do crime. 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como 
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime: 
 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se 
cabível. 
 
Circunstâncias legais: atenuantes e agravantes genéricas 
 
Artigo 61 e 62, 65 e 66 
 
Na análise das agravantes e atenuantes deve-se observar sempre se não constituem 
elementares, qualificadoras, ou causas de aumento ou de diminuição de pena. 
 
O Código não estabelece a quantidade de aumento ou de diminuição das agravantes e 
atenuantes legais genéricas, deixando ao prudente arbítrio do juiz. No entanto, sustentamos 
que a variação dessas circunstâncias não deve chegar até o limite mínimo das majorantes e 
minorantes, que é fixado em um sexto. 
 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam 
o crime: 
 
I - a reincidência; 
 
II - ter o agente cometido o crime: 
 
a) por motivo fútil ou torpe; 
 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
 
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou 
tornou impossível a defesa do ofendido; 
 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que podia resultar perigo comum; 
 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; 
 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de 
desgraça particular do ofendido; 
 
l) em estado de embriaguez preordenada. 
 
Circunstâncias atenuantes 
 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na 
data da sentença; 
 
II - o desconhecimento da lei; 
 
III - ter o agente: 
 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou 
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da 
vítima; 
 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
 
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. 
 
Circunstâncias preponderantes no concurso de agravantes e atenuantes 
 
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado 
pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos 
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
 
Causas de aumento e de diminuição da pena 
 
As majorantes e minorantes são fatores de aumento ou redução da pena, estabelecidos em 
quantidades fixas. 
 
As qualificadoras constituem verdadeiros tipos penais com novos limites, mínimo e máximo, 
enquanto as majorantes e minorantes, como simples causas modificadoras da pena, somente 
estabelecem a sua variação. Ademais, as majorantes e minorantes funcionam como 
modificadoras na terceira fase do cálculo da pena, o que não ocorre com as qualificadoras, que 
estabelecem limites mais elevados, dentro dos quais será calculada a pena base. 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições 
estabelecidas na lei civil 
 
Dosimetria da pena 
 
Pena-base: circunstâncias judiciais 
 
Para se encontrar a pena base devem-se analisar todos os moduladores relacionados no art. 
59 do CP, correspondendo à pena inicial fixada em concreto, dentro dos limites estabelecidos a 
priori na lei penal, para que, sobre ela, incidam, por cascata, as diminuições e os aumentos 
decorrentes de agravantes, atenuantes, majorantes ou minorantes. 
 
Se todas as operadoras do art. 59 forem favoráveis ao réu, a pena base deve ficar no mínimo 
previsto. Se algumas circunstâncias forem desfavoráveis, deve afastar-se do mínimo. De regra, 
o caçulo da pena deve iniciar a partir do limite mínimo e só excepcionalmente, quando as 
circunstâncias do art. 59 relevarem especial gravidade, se justifica a fixação da pena base 
distanciada do mínimo legal. 
 
Pena provisória: agravantes e atenuantes 
 
Encontrada a pesa base, em seguida passa o julgador aoexame das circunstâncias legais, isto 
é, das atenuantes e agravantes, aumentando ou diminuindo a pena em certa quantidade, que 
resultará no que chamamos de pena provisória. 
 
Nesta segunda operação devem-se analisar somente as circunstâncias legais genéricas, 
enfatizando-se as preponderantes, quando concorrerem agravantes e atenuantes. 
 
Pena definitiva 
 
Na terceira e última fase do cálculo da pena analisam-se as causas de aumento e de 
diminuição. Essa terceira fase deve incidir sobre a pena até então encontrada, que pode ser a 
pena provisória decorrente da segunda operação, como também a pena-base se, no caso 
concreto, não existirem atenuantes ou agravantes. Se houver mais de uma majorante ou mais 
de uma minorante, as majorações e as diminuições serão realizadas, a princípio, em forma de 
cascata, isto é, incidirão umas sobre as outras, sucessivamente. Primeiro se aplicam as causas 
de aumento, depois as de diminuição. 
 
Com efeito, concorrendo mais de uma cauãs de aumento ou diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, 
todavia, a causa que mais aumente ou diminua (art. 68). 
 
Na ausência de agravantes e atenuantes e de majorantes e minorantes, a pena base deve ser 
tornada definitiva. Na ausência apenas de majorantes ou minorantes, será então a pena 
provisória tornada definitiva. 
 
O magistrado deverá analisar, finalmente, quando a natureza do crime e quantidade da pena 
privativa de liberdade permitirem, a possibilidade de substituição ou de suspensão da sua 
execução. Nessas hipóteses, a decisão, concessiva ou negatória, deverá ser sempre 
devidamente motivada. Encontrada a pena definitiva, o juiz deverá fixar o regime inicial de 
cumprimento da pena privativa de liberdade, mesmo que ela venha a ser substituída ou 
suspensa, porque deverá haver conversão ou revogação da medida alternativa. 
 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida 
serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de 
diminuição e de aumento. 
 
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte 
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, 
todavia, a causa que mais aumente ou diminua.