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Perguntas sobre direito ambiental

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Relacione e compare direitos individuais e transindividuais
Direito individual – direito cuja a titularidade é singular, e os bens são disponíveis, através da transação, prevalecendo a autonomia da vontade
Direito transindividual (art. 81, CDC) – a titularidade é coletiva, transcende o indivíduo. Nascido pós-modernidade, emerge do direito da massa, e os bens são indisponíveis. Ex: Estatuto do idoso, mandado de segurança coletivo.
	A tutela jurisdicional individual protege direitos materiais individuais. No âmbito cível, as principais leis que regem a matéria são do Código Civil, o Código de processo Civil e demais leis como (leis de locações, lei de alimentos dentre outras). A tutela jurisdicional coletiva, por seu lado “deve ser compreendida com um espécie de tutela jurisdicional voltada à proteção de determinadas espécies de direitos materiais. Quais direitos serão protegidos coletivamente são elencados pelos legislador, que expressamente determina quais as matérias que serão regidas por esse microssistema processual coletivo. 
	As tutelas coletivas, por sua vez, pode ter natureza transindividual (direitos difusos e coletivos), ou natureza individual (direitos homogêneos ou indisponíveis). Nestes últimos, ainda que limitados a certos direitos, a tutela jurisdicional coletiva é uma aplica à determinado grupo indistintamente. 
	Segundo, Daniel Amorim, “significa que apesar de alguma influência em decorrência das espécies de direito tutelado as principais regras que compões o microssistema coletivo serão aplicadas a todas as ações coletivas independentemente da espécie de direito material tutelado. 	
	Em síntese, a tutela jurisdicional coletiva traduz-se em conjunto de normas processuais diferenciadas, distintas daquelas previstas para aplicação na defesa da tutela individual. Quando se fala e tutela jurisdicional coletiva, institutos processuais essências como a competência, a conexão, a continência, legitimidade, coisa julgada, liquidação de sentença, entre outros, são aplicados de forma diferenciada daquela prevista para a tutela jurisdicional individual. 
	O maior instrumento de tutela jurisdicional coletiva é o código de Defesa do consumidor. O Seu artigo 81 conceitua direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
	Resumidamente, os direitos. 
Difusos: possuem a mais ampla transindividualidade, pois a principal característica é a indeterminação dos sujeitos titulares e a indivisibilidade do direito. Os titulares são unidos por vínculos meramente de fato e o valor da condenação é revertido para um fundo (lei 7347/1989) 
São exemplos: tutela dos direitos das comunidades indígenas, dos portadores de deficiência do idoso, da criança, do adolescente, do meio ambiente (nele incluso o patrimônio histórico, artístico e cultural), contra a propaganda enganosa, entre outros. Ada Pelegrinim diz que os direitos difusos compreendem “interesses que não encontram apoio em uma relação base bem definida, reduzindo-se o vínculo entre as pessoas a fatores conjunturais ou extremamente genéricos, a dados de fatos frequentemente acidentais ou mutáveis; habitar a mesma região, consumir o mesmo produto, viver sob determinadas condições socioeconômicas, sujeita-se a determinados empreendimentos. 
Coletivos: (em sentido Estrito): Aqui a transindividualidade é restrita, pois os titulares são sujeitos determináveis (grupo, categoria ou classe de pessoas); também o vínculo funda-se em relação jurídica base. Aqui, a solução jurisdicional para um sujeito deve ser igual aos demais, portanto, o direito é indivisível externamente (legitimado Extraordinariamente os sujeitos arrolados no Artigo 82). São exemplos: aumento das prestações de um consórcio, de prestações de contrato habitacional, mensalidades escolares, planos de saúde, cobrança abusiva de tributos dentre outros. 
Individuais homogêneos: Os direitos individuais homogêneos, também chamados “direitos acidentalmente coletivos” por José Carlos Barbosa Moreira, são aqueles que decorrem de uma origem comum, possuem transindividualidade instrumental ou artificial, os seus titulares são pessoas determinadas e o seu objeto é divisível e admite reparabilidade direta, ou seja, fruição e recomposição individual. O tratamento especial conferido aos direitos individuais homogêneos tem razões pragmáticas, objetivando-se unir várias demandas individuais em uma única coletiva, por razões de facilitação do acesso à justiça e priorização da eficiência e da economia processuais. São exemplos: os compradores de carros de um lote com o mesmo defeito de fabricação (a ligação entre eles, pessoas determinadas, não decorre de uma relação jurídica, mas, em última análise, do fato de terem adquirido o mesmo produto com defeito de série); b) o caso de uma explosão do Shopping, em que inúmeras vítimas sofreram danos; c) danos sofridos em razão do descumprimento de obrigação contratual relativamente a muitas pessoas;
Qual o conceito legal de meio ambiente.
Política nacional do meio ambiente – art. 3º, inc I
Direito ambiental é a disciplina que regula o relacionamento do homem com a natureza (também é sua finalidade). Isso significa até quanto o homem pode poluir.
Disciplina o que pode ser degradado.
O que regula: O direito ambiental indica (regula) o quanto o homem pode poluir.
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
Podemos ainda inferir que por meio ambiente, se tem o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológicas, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
	Ressalte-se, contudo, que a lei foi editada sob a vigência da constituição federal de 1967, que não tratava diretamente sobre a proteção ambiental. A constituição federal de 1988 apesar de não trazer conceito constitucional para o termo, consagrou quatro aspectos de meio ambiente: natural, urbano, cultura e do trabalho ( artigos 225, 182, 216 e 200 da CF/88). A Constituição Federal atual deu ao conceito maior amplitude inobstante o tenha recepcionado, porque inexistente contrariedade. 
	O conceito legal fala-se de condições, influência e interações de ordem física, química e biológica, cujas ciências (física, química e biológica) possuem leis próprias e não englobam os aspectos urbano, cultura e do trabalho, cuja proteção, inclusive, pode tratar de bem imaterial. 
	Concluindo, o conceito legal apesar de vigente pois recepcionado pela Constituição Federal é incompleto, limitando-se a tratar singularmente do aspecto natural. Pela leitura sistemática da constituição federal de 1988, a doutrina leciona que o conceito de meio ambiente não pode ignorar: 
- a dignidade da pessoa humana, fundamento previsto no art. 1º, III, CF/88
- A sadia qualidade de vida, conforme artigo 225, Caput, CF. 
- A existência digna de todos, conforme artigo 170 CF/88 como objetivo da ordem econômica. 
- O desenvolvimento urbano de acordo com as funções sociais da cidade e bemestar dos habitantes conforme o artigo 182, CF. 
- proteção do meio ambiente, nele incluso o do trabalho, conforme o artigo 200, VIII, CF/88
- O desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais, conforme artigo 216-A, CF/88. 
- A proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural, conforme o artigo 216 CF/88. 
	José Roberto Marques, diz que o conceito de meio ambiente não pode ficar engessado, permitindo-se que a evolução da sociedade, as novas descobertas da ciência e tecnologia, delineiam o termo, fixando-se o seu significado para determinada sociedade, em determinada época, respeitando0se o objetivo constitucional de sua proteção: garantia da sadia qualidade de vida. Para o autor, “o meio ambiente deve ser tido como um sistema vivo”. 
	A organização mundial da saúde, em seu conceito de meio ambiente, acrescenta aos elementos físicos, químicos e biológicos o elementos social assim conceituando o termo: conjunto dos elementos físicos, químicos, biológicos e sociais que exercem influência apreciável sobre a saúde e o bem estar dos indivíduos e da coletividade. 
Quais os principais aspectos da política nacional do meio ambiente? Aponte e discorra.
A politica nacional do meio ambiente é o marco legal para as políticas públicas, visando a integração e harmonização destas na busca dos objetivos e diretrizes estabelecidos pela lei em comento. 
	Trata-se da mais importante norma ambiental cuja relevância somente não é superada pela Constituição Federal. Tal relevância se fundamenta no fato de que em referida lei estão contidos importantes conceitos, objetivos, princípios e instrumentos para a proteção do meio ambiente, os quais serão a seguir delineados: 
CONCEITOS: o artigo 3º da lei 6938/81, traz o conceito legal de meio ambiente, de degradação da qualidade ambiental, de poluição, poluidor (pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental), e recursos ambientais (atmosfera, águas interiores, superficiais e subterrâneas, mar territorial, solo, subsolo, elementos da biosfera, fauna e flora) 
OBJETIVOS: a lei traz seus objetivos gerais no artigo 2º e seus objetivos específicos no artigo 4º. São objetivos gerais da política nacional do meio ambiente a preservação, melhorias e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, vidando assegurar no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses de segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana. Preservar é manter o estado dos recursos naturais impedindo a intervenção dos seres humanos. Melhorar é buscar, progressivamente, com intervenção humana positiva melhores condições ambientais. Recuperar é almejar o “status quo ante” de área degradada por intervenção humana. 
São objetivos específicos a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, a definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico atendendo aos interesses da União, Estados, DF, Territórios e Municípios; o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; a difusão de tecnologias de manjeo do meio ambiente, divulgação de dados e informações ambientais e formação de consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 
Dos objetivos acima mencionados, sejam gerais ou específicos, pode-se concluir que a finalidade proposta pela lei é a promoção do desenvolvimento sustentável propiciando o desenvolvimento econômico observado o principio da dignidade da pessoa humana. 
C) PRINCÍPIOS: os princípios propostos pela política nacional do meio ambiente estão elencados em seu artigo 2º. A doutrina contudo, salienta que o que é trazido é, em verdade, um rol de ações que buscam atender aos princípios do direito ambiental, que não mais amplos. 
As ações são: ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente com um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo, racionalização do uso do solo, subsolo, água e ar; planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com preservação das áreas representativas controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras, incentivo aos estudo e a pesquisa das tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; acompanhamento do estado de qualidade ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
D) INSTRUMENTOS: Tratam-se dos mecanismos descritos no Art. 9º da Politica Nacional do Meio Ambiente que visam atingir os objetivos propostos pela lei. 
Dentre eles destacamos: estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; zoneamento ambiental; avaliação de impactos ambientais; licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia voltados para a melhoria da qualidade ambiental. Criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo poder público federal, estadual e municipal. Tais como área de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; cadastro técnico federal de atividade e instrumento de defesa ambiental, penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das mediadas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental, instituição do relatório de qualidade do meio ambiente a ser divulgado anualmente pelo instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando o pode público de produzi-las, quando inexistentes; o cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e ou utilizadoras dos recursos ambientais. 
Os padrões de qualidade são estabelecidos na legislação ambiental ou disciplinados em regulamentos ou resoluções do poder executivo. O zoneamento geralmente consta no plano diretor. A avaliação de impacto ambiental é conjunto de procedimentos técnicos para analise sistemática dos impactos ambientais, tomados no Âmbito administrativo complexo no bojo e continuado das atividades efetivas ou potencialmente degradadoras determinando as condições de existências dessas atividades. 
Tendo em vista esses princípios e objetivos, para adequação aos processos globais, foi necessária a criação de diversos órgãos relacionados ao Meio Ambiente e edição de legislação a respeito. Dentre os órgãos criados é fundamental mencionar o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). por meio da edição da Lei n.º 6.938/81, da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). O objetivo deste órgão é o estabelecimento de padrões que possibilitem o desenvolvimento sustentável, utilizando-se de mecanismos e instrumentos que possam conferir maior proteção ao meio ambiente.
O SISNAMA é constituído por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e por Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Estes órgãos estão elencados na Lei da Política Nacional do MeioAmbiente, em seu artigo 6º e incisos. 
A atuação desse conselho se fará por uma articulação coordenada dos órgãos e entidades, colhendo informações dos setores interessados, incluindo-se a opinião pública, para a formulação de uma posição comum ou de maioria. O destino fim dos órgãos é de cumprir o princípio maior presente da Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais, nas diversas esferas da Federação.
O SISNAMA, é formado por um conjunto de instituições de diversos níveis do Poder Público, que estão incumbidos da proteção ao meio ambiente, constituem a grande estrutura institucional da gestão ambiental.
Por meio dessas instituições e dos institutos administrados pelo Poder Público, procuram compatibilizar as ações humanas com exigências de ordem física, biológica, social e outras, de modo que a qualidade de vida dos cidadãos seja apropriada.
Desta forma, procura estabelecer níveis de qualidade de elementos que atendam às determinadas funções, com propósito de serem recepcionados pela sociedade.
Assim, a Política Nacional do Meio Ambiente instituiu o SISNAMA e delimitou seus fins e mecanismos de aplicação, objetivando estabelecer padrões que tornem possível o desenvolvimento sustentável por intermédio de instrumentos que possam dar ao meio ambiente a maior proteção possível.
Para que estes objetivos sejam alcançados, foi necessária a criação de instrumentos que visem o seu cumprimento, frisando que não podem ser confundidos com aqueles instrumentos materiais contidos na Constituição Federal (artigo 225), mas devem compatibilizar-se com os instrumentos processuais, legislativos ou administrativos.
Com relação ao licenciamento ambiental, responda o que se pode: 
a) Qual sua natureza jurídica? 
	Trata-se de importante instrumento jurídico da política nacional do meio ambiente que consiste em manifestação do poder de policia do poder público (Art. 9º, IV, da lei em comento) 
	O artigo 10º, também tratado da matéria, determina que “a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidoras ou capazes sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental”. Trata-se de prévia condição para o exercício das atividades econômicas poluidoras. Mas à frente o artigo 12º da ei condiciona a concessão de benefícios, financiamentos e incentivos governamentais ao prévio licenciamento ambiental. 
	A resolução do CONAMA 237/1997, Art. 1º,I, dispõe que o licenciamento ambiental é “procedimento administrativo pela qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. 
	A natureza jurídica é de procedimento administrativo. 
b) Qual a sua base legal 
	O fundamento legal do procedimento administrativo, conforme já abordado supra, é o artigo 9º, VI e 10º da Política Nacional do meio Ambiente, Lei 6938/81. 
Estabelece um comparativo com a licença ambiental. 
A licença ambiental é ato administrativo que delimita as condições, restrições e medidas de controle ambiental. E norma concreta emanada pela administração pública que cria ao sujeito interessado a autorização para exercer atividade de exploração ambiental, em estrita observância à condições e restrições estabelecidas. 
	Segundo Celso Antônio Bandeira, este ato administrativo reveste-se de características peculiares pois confere garantia aos administrados (ausência de autonomia da vontade, busca do interesse público, tipicidade formalismo) e simultaneamente prerrogativas à administração pública. 
	O licenciamento ambiental, por seu turno é procedimento prévio a concessão da licença, seu ato final (quando concedida) 
Aponte características sobre Estudo de impacto ambiental EIA/ RIMA.
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	O Estudo de impacto ambiental é estudo que analisa as prováveis consequências (impactos) que uma obra ou empreendimento pode causar ao meio ambiente. O estudo pode recomendar condições, restrições e medidas de controle ambiental, ou ainda, a negativa da concessão da licença. 
	A resolução CONAMA 001/86 define que o EIA é o conjunto de Estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados. O artigo 6º da Resolução em destaque define o rol de atividades técnicas realizadas no EIA, incluindo: diagnostico ambiental da área de influência do projeto (meio físico, biológico e sócio – econômico); análise de impactos negativos e elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento. 
	O relatório de impacto ambiental (RIMA) é o relatório conclusivo que delineia os temos técnicos para esclarecimento do estudo prévio. Nele constam os levantamentos e conclusões para fundamentar a analise do licenciamento ambiental, culminando em concessão ou recusa de licença ambiental. Portanto, o RIMA reflete as conclusões do EIA, esclarecendo as vantagens e desvantagens do projeto e as consequências ambientais da sua implantação. Deve conter: os objetivos e justificativas do projeto, a descrição do projeto e suas alternativas (fases de construção, operação, área de influência, matéria prima, mão de obra, fonte de água, energia) descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade; caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, descrição dos efeitos esperados das medidas mitigadoras do impacto ambiental negativo, programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, recomendação do parecer. 
As audiências públicas são obrigatória? Quem pode requerer?
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	As audiências públicas, regra geral, não são obrigatórias. Segundo disposto na resolução CONAMA 01/86, Art. 11º§2º: “ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental, o estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber, o município determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA. 
	Contudo, a Resolução CONAMA nº 09/87, dispondo exclusivamente sobre a matéria, assim estabelece em seu artigo 2º “sempre que julgar necessário ou quando for solicitado por entidade civil, pelo ministério público, ou 50 ou mais cidadãos, o órgão do Meio Ambiente promoverá a realização de audiência pública. 
	Nestas condições, portanto, a realização de audiência púbica se torna obrigatória, mediante requerimento dos legitimados: ministério público, entidade civil ou 50 ou mais cidadãos. 
O Codigo Florestal instituiu espaços territoriais especialmente protegidos chamadas de Área de Preservação de Permanente (APP) e Reserva Florestal Legal (RL). Aponte suas principais características.
A constituição Federal, em seu artigo 225 § 1º,III, Aduz que incube ao poder público “definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. 
	Trata-se, portanto, de evidente exercício do sistema de freio e contrapesos entre os poderes da república, pois somente por lei (em sentido estrito) o legislativo poderá permitir que a Administração pública realize a indesejável diminuição da área protegida, redução da proteção ambiental em referida área ou sua extinção. 
	O novo código florestal (lei 12651/12) instituiu proteção especial nas seguintes áreas: 
Áreas de preservação permanente; 
reserva legal; 
unidades de conservação; 
áreas verdes urbanas; 
e área de uso restrito. 
A área de preservação permanente está prevista no artigo 3º, inciso II,da Lei 12.651/2012:
Art. 3o  Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(…) II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
Logo, infere-se que a manutenção das APPs assegura ao homem a proteção contra os impactos derivados da exploração de recursos naturais, tais como deslizamentos,  enchentes e instabilidade climática.Veja-se que a delimitação destas áreas resta qualificada no mesmo diploma legal, em seu artigo 4º:
Art. 4o  Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
II – as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III – as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V – as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII – os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X – as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
Na Reserva Legal, por outro lado, resta possível a exploração, desde que dentro dos limites de sustentabilidade impostos, caracterizando-se, portanto, como um instrumento de manejo. Nesse sentido, o artigo 3º do estatuto protetivo citado aponta que reserva legal é a:
(…) área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
A Reserva legal é, portanto, uma limitação administrativa ao exercício do direito de propriedade em todos aqueles terrenos situados em regiões especificamente protegidas, de sorte a restringir o uso de parte deste imóvel de modo definitivo e imutável. Os percentuais referentes à reserva legal estão constantes na Lei 12.651/2012, sendo, os seguintes, no geral:
Art. 12.  Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
I – localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II – localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
Resumidamente, pode-se afirmar que a diferença entre Área de Preservação Permanente e Reserva Legal consiste no fato de que as APPs são intocáveis, nas quais só é possível o manejo humano se tendente á preservação dos recursos naturais. Já a Reserva Legal é uma restrição ao limite de área construída, de forma a preservar a fauna e a flora em um percentual mínimo.
Por fim, ressalte-se que o CONAMA apresenta, na Resolução nº 369 de 2008, a possibilidade de o órgão ambiental competente autorizar em qualquer ecossistema a intervenção ou supressão de vegetação, eventual e de baixo impacto ambiental, em APP, apontando tais exceções em seu artigo 11.
É limitação genérica, decorrente diretamente da lei, com natureza jurídica de limitação ao uso da propriedade, assim como as APP’s. Portanto. Ambas não são indenizáveis, devendo ser suportadas pelos proprietários. Os percentuais mínimos estão definidos como citado no Art. 12, a depender da vegetação e da localização, chegando a 80% nas áreas rurais situada na Amazônia Legal. 
	
Há diferença entre impacto e degradação ambiental? Se sim, comente.
Há diferença entre ambos os termos.
Conceito de Impacto Ambiental previsto na Resolução CONAMA nº. 01/86 
Impacto Ambiental: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais..
	Mirra (2002, p. 27) sustenta que a definição da Resolução CONAMA nº. 01/86 deve ser interpretada em consonância com os novos contornos dados à matéria pela 42 norma do art. 225, § 1º, IV, da Constituição Federal de 1988, que se refere a impacto como sendo uma “significativa degradação ambiental”. E por uma questão de igualdade de tratamento, se somente a degradação ambiental significativa é considerada impacto, apenas os aspectos positivos significativos é que podem ser considerados impactos.
	O impacto ambiental decorre também da pressão antrópica sobre o planeta, ou seja, comente são ensejadas por ação humana. 
	Degradação ambiental: Degradação ambiental normalmente é o acúmulo de impactos negativos sobre o meio ambiente ao ponto em que aquele meio perde suas características iniciais. Dessa forma, como resultado de intervenções humanas ou outros acontecimentos, ocorrem impactos sobre o ambiente e este acúmulo, em maior ou menor tempo, dependendo da intensidade, podem levar à degradação ambiental.
	A degradação ambiental é o processo pela qual se tem uma redução dos potenciais recursos renováveis provocada por uma combinação de agentes agindo sobre o ambiente em questão. A desertificação é uma forma de degradação ambiental. Qualquer processo que diminua a capacidade de um determinado ambiente em sustentar a vida é chamado de degradação ambiental. 
Essa redução, que leva ao abandono do ambiente, pode ser causada por processos naturais, como, por exemplo, ressecamento do clima atmosférico,processos de formação dos solos ou de erosão e até mesmo uma invasão natural de animais ou plantas nocivas. Pode ocorrer também, direta ou indiretamente, por ações antrópicas, ou seja, aquelas causadas pelo homem. 
Veremos agora algumas definições importantes relacionadas a áreas degradadas e à sua recuperação: 
• Degradação: De acordo com o Decreto Federal 97.632/89, é definido como o aglomerado de “processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais”.
	
	A redação do conceito de degradação ambiental trazida pela Lei Federal nº. 6.938/81 – diferentemente do que ocorre com a redação do conceito de impacto ambiental trazida pela CONAMA nº. 01/86 – não especifica que as consequências ao meio ambiente devem se dar única e exclusivamente por causas antrópicas. Não exclui, portanto, as causas naturais. Se a lei não excepcionou, deve ser entendida de forma ampla.
Discorra sobre o meio ambiente na Constituição Federal.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1.º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
•• Regulamento: Lei n. 9.985, de 18-7-2000. 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
•• Regulamento: Lei n. 9.985, de 18-7-2000, Lei n. 11.105, de 24-3-2005 e Lei n. 13.123, de 20-5-2015. 
• O Decreto n. 5.705, de 16-2-2006, promulga o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre Diversidade Biológica. 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
•• Regulamento: Lei n. 9.985, de 18-7-2000. 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
•• Regulamento: Lei n. 11.105, de 24-3-2005. 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
•• Regulamento: Lei n. 11.105, de 24-3-2005. 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
• Lei de Educação Ambiental e instituição da Política Nacional de Educação Ambiental: Lei n. 9.795, de 27-4-1999, regulamentada pelo Decreto n. 4.281, de 25-6-2002. 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
•• Regulamento: Leis n. 9.985, de 18-7-2000, e 11.794, de 8-10-2008. 
• Código de Caça: Lei n. 5.197, de 3-1-1967. 
• Crimes Ambientais: Lei n. 9.605, de 12-2-1998. 
• Aquicultura e pesca: Lei n. 11.959, de 29-6-2009. 
• Código Florestal: Lei n. 12.651, de 25-5-2012. 
§ 2.º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
• Código de Mineração: Decreto-lei n. 227, de 28-2-1967. 
§ 3.º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
• Crimes Ambientais, responsabilidade das pessoas físicas e jurídicas: Lei n. 9.605, de 12-2-1998, art. 3.º e parágrafo único. 
§ 4.º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
•• Regulamento: Lei n. 13.123, de 20-5-2015. 
•• A Lei n. 11.428, de 22-12-2006, dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. 
§ 5.º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
• Terras devolutas: Decreto-lei n. 9.760, de 5-9-1946. 
§ 6.º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Um meio ambiente ecologicamente equilibrado, é um bem jurídico essencial à boa qualidade de vida, e, de uso comum do povo. Ainda há, no caput do artigo 225, a determinação de que a responsabilidade de defender e preservar o meio ambiente é, do Poder Publico, e, da coletividade estabelecendo, assim, a divisão dessa responsabilidade ambiental entre as gerações presentes e as que estão por vir.
O parágrafo 2º, do artigo 225, da Constituição Federal, estabelece que qualquer que explore os recursos ambientais devem, necessariamente, reparar o que foi degradado, em conformidade com a solução técnica exigida pelo órgão competente. O Parágrafo 3º, juntamente com a Lei 6.938/81, estabeleceram a responsabilidade objetiva do poluidor pelos danos ambientais, independentemente de culpa.
A respeitada doutrinadora Annelise Monteiro Steigleder, com maestria leciona:
A responsabilidade civil pelo dano ambiental, instituída pelo artigo 14 § 1º, da Lei 6.938/81, encontra o seu fundamento axiológico na própria constituição federal, a qual incide diretamente sobre as relações privadas, e passa ater uma função especifica: servir a relação do dano ambiental autônomo, protegendo-se a qualidade dos ecossistemas, independentemente de qualquer utilidade humana direta e de regimes de apropriações públicos e privados. Esta percepção é extraída dos fatos de os parágrafos segundo e terceiro do artigo 225 tratarem de responsabilidade pelo dano ambiental logo após o reconhecimento da importância do direito em causa. Cuida-se, então, de perceber que a responsabilidade ambiental pelo dano ambiental possui uma função social que ultrapassa as finalidades punitiva, preventiva e preparatória, normalmente atribuídas ao instituto. (STEIGLEDER, 2004,p.177).
Destarte, a responsabilidade civil ambiental, como se depreende do que foi acima exposto, está prevista constitucionalmente, e, será tratada num capítulo próprio.
Não se pode deixar de retratar, que, quando se esta diante ao direito ao meio ambiente, quer-se simplesmente colocar que esse direito, em verdade, é pressuposto de exercício lógico dos demais direitos do homem, vez que, em sendo o direito à vida o objeto do direito ambiental, somente aqueles que possuírem vida, e, mais ainda, vida com qualidade e saúde, é que terão condições de exercitarem os demais direitos, nestes compreendidos os direitos sociais, da personalidade e políticos do ser humano.
Portanto, o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, está intimamente ligado um dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, previstos no artigo 1º da Constituição federal, qual seja, a dignidade da pessoa humana (inciso III). Ademais, o direito ao meio ambiente equilibrado, também condiciona a livre iniciativa, previsto no mesmo artigo, inciso IV, pois este direito, somente será tutelado pelo ordenamento jurídico, se estiver em conformidade com o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
O texto constitucional, em seu art. 225, caput, considerou o meio ambiente ecologicamente equilibrado “bem de uso comum do povo e essencialà sadia qualidade de vida”, atribuindo ao Poder Público, bem como a cada membro da sociedade, “o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
Todavia, parece-nos oportuna a lição de José Afonso da Silva, que nos informa que o art. 225 da CF comporta três conjuntos de normas. O primeiro, presente no caput, diz respeito à norma-princípio ou norma-matriz. O segundo encontra-se diluído nos incisos do § 1º do dispositivo, e se refere aos instrumentos de garantia da efetividade do direito enunciado no caput. E, por último, temos o conjunto de determinações particulares em relação a objetos e setores, constantes nos §§ 2º a 6º do artigo. 
Além desse, cabem ainda quatro comentários acerca das definições trazidas, especialmente, pelo caput do artigo 225 da Carta Magna.
 O primeiro ponto que merece destaque é que o constituinte foi responsável pela criação de um direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, considerado pela doutrina como pertencente à terceira geração dos direitos fundamentais. 
Em seguida, vemos que o meio ambiente foi considerado “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. No atinente a primeira parte, temos que o meio ambiente, ao ser considerado “bem de uso comum do povo”,21 não pertence a um ou outro indivíduo, mas à coletividade como um todo. É um bem indivisível, que possui sujeito indeterminado. No que diz respeito “à sadia qualidade de vida”, temos que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é indispensável para que possamos falar em qualidade de vida da população, em uma vida saudável.
Em terceiro lugar, o constituinte impôs tanto ao Poder Público como à coletividade o “dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. “Não cabe, pois, à Administração deixar de proteger e preservar o meio ambiente a pretexto de que tal matéria não se encontra entre suas prioridades públicas. (...) a matéria não mais se encontra no campo de discricionariedade administrativa”.22 No que diz respeito à coletividade, o cidadão passa a configurar, também, no pólo ativo da proteção ambiental. Ele sai da posição de simples titular de um direito, para ser um dos responsáveis pela defesa e preservação do meio ambiente. 
Finalizando, como quarto destaque, observamos a adoção expressa de um sujeito futuro, o que indica a aceitação do princípio do desenvolvimento sustentável, conforme apontado anteriormente. Isto porque, “ninguém constrói o meio ambiente, trata-se de uma herança que se recebe gratuitamente e que se deve transmitir intacta aos pósteros

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