Buscar

DIREITO-AMBIENTAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
SUMÁRIO 
1 GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL ........................................ 3 
2 O QUE É DIREITO AMBIENTAL ................................................................ 5 
3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO 
AMBIENTAL ................................................................................................................ 8 
4 PROFISSÕES AMBIENTAIS ...................................................................... 9 
5 MEIO AMBIENTE ..................................................................................... 10 
6 DIREITO AMBIENTAL DO TRABALHO.................................................... 14 
7 A LEGISLAÇÃO E O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO ......................... 15 
8 DEFINIÇÕES IMPORTANTES QUE AJUDARÃO NA CONTINUIDADE DO 
ENTENDIMENTO DA MATÉRIA ............................................................................... 18 
9 DANO AMBIENTAL – Formas de reparação ............................................ 24 
10 COMO DENUNCIAR CAUSAS DE AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE
 28 
11 ÓRGÃOS PÚBLICOS RECEBEM DENÚNCIAS DE AGRESSÕES 
AMBIENTAIS ............................................................................................................. 30 
12 IMPACTO AMBIENTAL ......................................................................... 32 
13 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (Lei nº 9795 de 27 
de abril de 1999) ....................................................................................................... 35 
14 CAPITULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................ 35 
15 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
 37 
16 CAPÍTULO III - DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................... 40 
17 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................ 41 
18 A QUESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA ............................................ 42 
19 DIREITO AMBIENTAL ........................................................................... 43 
 
2 
 
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................... 44 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 56 
 
 
 
3 
 
1 GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL 
 
Fonte: www.esmac.com.br 
Entende-se por gestão ambiental as diretrizes e as atividades administrativas e 
operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e 
outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, 
querem reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações 
humanas, quer evitando que eles surjam. 
A gestão ambiental (GA) é uma prática muito recente, que vem ganhando 
espaço nas instituições públicas e privadas. Através dela é possível a mobilização das 
organizações para se adequar à promoção de um meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. 
Seu objetivo é a busca de melhoria constante dos produtos, serviços e 
ambiente de trabalho, em toda organização, levando-se em conta o fator ambiental. 
Atualmente ela começa a ser encarada como um assunto estratégico, porque 
além de estimular a qualidade ambiental também possibilita a redução de custos 
diretos (redução de desperdícios com água, energia e matérias-primas) e indiretos 
(por exemplo, indenizações por danos ambientais). 
À medida que a sociedade vai se conscientizando da necessidade de se 
preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a pressionar o meio empresarial 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Opini%C3%A3o_p%C3%BAblica
 
4 
 
a buscar meios de desenvolver suas atividades econômicas de maneira mais racional. 
O próprio mercado consumidor passa a selecionar os produtos que consome em 
função da responsabilidade social das empresas que os produzem. Desta forma, 
surgiram várias certificações, tais como as da família ISO14000, que atestam que uma 
determinada empresa executa suas atividades com base nos preceitos da gestão 
ambiental. 
 
 
Fonte: www.uesb.br/ascom/ 
Em paralelo, o aumento da procura pelas empresas de profissionais 
especializados em técnicas de gestão ambiental motivou o surgimento de cursos 
superiores voltados para a formação desses profissionais, tais como os de Tecnólogo 
em gestão ambiental, de Engenharia Ambiental, Bacharelado em Gestão Ambiental e 
Tecnologia do Meio Ambiente. 
No caso do setor público, a Gestão Ambiental apresenta algumas 
características diferenciadas. O governo tem papel fundamental na consolidação do 
desenvolvimento sustentável, porque ele é o responsável pelo estabelecimento das 
leis e normas que estabelecem os critérios ambientais que devem ser seguidos por 
todos, em especial o setor privado que, em seus processos de produção de bens e 
serviços, se utiliza dos recursos naturais e produz resíduos poluentes. Por isso 
mesmo, além de definir as leis e fiscalizar seu cumprimento, o poder público precisa 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_consumidor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade_social
http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO14000
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecn%C3%B3logo_em_gest%C3%A3o_ambiental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecn%C3%B3logo_em_gest%C3%A3o_ambiental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_Ambiental
 
5 
 
ter uma atitude coerente, responsabilizando-se também por ajustar seu 
comportamento ao princípio da sustentabilidade, tornando-se exemplo de mudança 
de padrões de consumo e produção, adequando suas ações à ética socioambiental. 
2 O QUE É DIREITO AMBIENTAL 
 
Fonte: www.ambientelegal.com.br/ 
O Direito Ambiental é a área do conhecimento jurídico que estuda as interações 
do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do meio 
ambiente. É uma ciência holística que estabelece relações intrínsecas e 
transdisciplinares entre campos diversos, como antropologia, biologia, ciências 
sociais, engenharia, geologia e os princípios fundamentais do direito internacional, 
dentre outros. 
No Brasil, o emergente Direito Ambiental estabelece novas diretrizes de 
conduta, fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938, de 
31/8/81). Esse código estabelece definições claras para o meio ambiente, qualifica as 
ações dos agentes modificadores e provê mecanismos para assegurar a proteção 
ambiental. 
A lei 6.938, regulamentada pelo decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, institui 
também o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por órgãos e 
 
6 
 
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas 
fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da 
qualidade ambiental, conforme a seguinte estrutura: 
 Órgão superior: conselho de governo 
 Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 
 Órgão central: Ministério do Meio Ambiente (MMA) 
 Órgão executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA) 
 Órgãos seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de 
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar 
a degradação ambiental; 
 Órgãos locais: órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e pela 
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. 
A atuação do SISNAMA se dá mediante articulação coordenada de órgãos e 
entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações 
relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma 
estabelecida pelo CONAMA. 
Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios a regionalização das 
medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e 
complementares. 
Principais instrumentos de proteção ambiental 
 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
 Relatóriode Impacto Ambiental (RIMA) 
 Plano de Controle Ambiental (PCA) 
 Relatório de Controle Ambiental (RCA) 
 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) 
 Relatório Ambiental Preliminar (RAP) 
 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) 
A Lei da Ação Civil Pública (lei 7.347, de 24/7/85) tutela os valores ambientais, 
disciplina as ações civis públicas de responsabilidade por danos causados ao meio 
ambiente, consumidor e patrimônio de valor artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico. 
Em 1988, a Constituição Federal dedicou normas direcionais da problemática 
ambiental, fixando as diretrizes de preservação e proteção dos recursos naturais e 
definindo o meio ambiente como bem de uso comum da sociedade humana. 
O artigo 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988 diz: 
 
7 
 
 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
às presentes e futuras gerações.” 
Além disso, a Rio-92 – Conferência da ONU sobre meio ambiente e 
desenvolvimento– sacramentou a preocupação mundial com o problema ambiental, 
reforçando princípios e regras para o combate à degradação ambiental no documento 
intitulado "Agenda 21", que consolidam a diretriz do desenvolvimento sustentável. 
Em qualquer organização pública ou privada, o Direito Ambiental exprime a 
busca permanente pela melhoria da qualidade ambiental de serviços, produtos e 
ambientes de trabalho, num processo de aprimoramento que propicia o 
desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental globalizados e abrangentes. Ao 
operar nesses sistemas, as organizações incorporam as melhores práticas 
corporativas em vigência, além de procedimentos gerenciais e técnicos que reduzem 
ao mínimo as possibilidades de dano ao meio ambiente, da produção à destinação de 
resíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO 
AMBIENTAL 
 
Fonte: www.rochacerqueira.com.br/ 
A expansão da consciência coletiva em relação ao meio ambiente e a 
complexidade das atuais demandas ambientais que a sociedade repassa às 
organizações induzem um novo posicionamento por parte das organizações diante de 
tais questões. Tal posicionamento, por sua vez, exige gestores empresariais 
preparados para fazer frente a tais demandas ambientais, que saibam conciliar as 
questões ambientais com os objetivos econômicos de suas organizações 
empresarias. 
Fica evidente que a formação de recursos humanos, dentre eles a do 
profissional generalista ou aquele especializado, ambos graduados, por escolas de 
administração ou outros cursos, é requerida em todas as direções e níveis nos quais 
se processa o novo padrão da gestão ambiental em suas dimensões de conteúdo, 
forma e sustentação. 
A formação de profissionais qualificados deve ser tratada com altíssima 
prioridade porque, além de possibilitar que os órgãos governamentais e empresas, 
contem com pessoal qualificado para sua respectiva missão, também tem o papel de 
deflagrar uma nova mentalidade que proporcione mudanças, inclusive das próprias 
instituições formadoras de recursos humanos. 
 
9 
 
4 PROFISSÕES AMBIENTAIS 
 
Fonte: web.mundodastribos.com/ 
 
Aqui estão elencadas algumas profissões ligadas ao meio ambiente. 
a) Advogado Ambiental: podendo advogar tanto na defesa de supostos 
transgressores das leis ambientais, bem como fornece Assessoria para a prevenção 
de futuras punições; 
b) Auditor Ambiental: realiza a avaliação das medidas exigidas concernentes 
à preservação do meio ambiente, para a obtenção das certificações ambientais, como 
por exemplo da série ISO 14.000; 
c) Biólogo: dentre as inúmeras atividades que podem ser exercidas por um 
biólogo, ressaltam-se levantamento de fauna e flora, elaboração de EIA-RIMA (o 
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as conclusões do Estudo de Impacto 
Ambiental - EIA), consultoria para reservas naturais, responder tecnicamente em 
projetos e programas sobre assuntos afetos à sua área de formação técnica etc.; 
d) Cientista Ambiental: possui o conhecimento genérico da ciência, propondo 
medidas que visem melhoria da qualidade de vida; 
e) Consultor Ambiental: prepara os relatórios referentes ao impacto 
ambiental, estabelecendo certos parâmetros como o ruído, contaminação de solo etc.; 
 
10 
 
f) Contador Ambiental: contabiliza os benefícios e malefícios que determinado 
produto poderá trazer ao meio ambiente; 
g) Ecólogo: possui inúmeras funções, destacando-se a busca de modos para 
a diminuição do impacto ambiental, utilização correta dos recursos naturais etc. 
h) Educador Ambiental: conscientiza crianças, empresas e a comunidade de 
um modo geral da necessidade de mudança de certos atos, para que se conserve e 
preserve o meio ambiente; 
i) Engenharia Ambiental: fiscaliza e monitora as indústrias no sentido de 
preservação do meio ambiente; 
j) Geólogo: pesquisas para a proteção e planejamento, envolvendo o meio da 
superfície terrestre; 
k) Gestor Ambiental: supervisiona ou administra os setores ou departamentos 
de meio ambiente das empresas. É conhecido também como gerente de meio 
ambiente. 
 
l) Monitor de ecoturismo: trabalha como guia de turistas, explicando sobre os 
animais, reservas etc. 
5 MEIO AMBIENTE 
 
Fonte: morganberglund.com.br/ 
 
11 
 
O meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas. Estão incluídos nesta definição: 
a) fatores fisiográficos como solo, água, floresta, relevo, geologia e paisagem; 
b) fatores psicossociais inerentes à natureza humana como comportamento, 
bem-estar, estado de espírito, trabalho, saúde, alimentação, etc. e 
c) fatores sociológicos, como cultura, civilidade, convivência, o respeito, a paz, 
etc. 
É necessário que se perceba que o respeito ao meio ambiente é uma 
necessidade para a preservação do ser humano, enquanto espécie, portanto, em 
primeiro lugar o respeito ao meio ambiente é uma questão de sobrevivência. Em 
segundo lugar é necessário que se verifique onde este respeito é necessário e, 
portanto, cobrado de cada um. Esta localização parte da análise de que cada um deve 
cuidar de seu ambiente próximo o que, concomitantemente, propiciará a preservação 
do meio ambiente como um todo. 
O Direito contribui com o meio ambiente atuando, principalmente, da seguinte 
forma: 
a) de forma preventiva preserva-se o meio ambiente; 
b) em sede de litígio defende-se o ofendido; e 
c) define a extensão da responsabilidade do ofensor do meio ambiente. 
No âmbito do Direito Constitucional, o artigo 225 da Constituição Federal 
expressamente consigna: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade para o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.” Dada a importância deste artigo da nossa 
“Lei Maior”, vamos destacar a significação geral dos enunciados: 
a) Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – pertence a todos, 
incluindo aí as gerações presentes e as futuras, sejam brasileiros ou estrangeiros; 
b) Meio ambiente é bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida – é um bem que não está na disponibilidade particular de ninguém, 
nem de pessoa privada, nem de pessoa pública; 
c) Poder Público - é a expressão genérica que se refere a todas as entidades 
territoriais públicas; 
 
12 
 
d) Dever de defender o meio ambiente e preservá–lo – é imputado ao Poder 
Público e à coletividade. 
Esta disposição constitucional faz com que o Direito Ambiental adquira uma 
dimensão infinita em todas as áreas do Direito, qual seja a partirda previsão expressa 
constitucionalmente em seus parágrafos e incisos o meio ambiente ganha relevância 
e proteção do Estado. 
Com o objetivo de buscar uma maior identificação com a atividade que agride 
o meio ambiente e o bem jurídico agredido podemos destacar quatro aspectos 
contidos na classificação de meio ambiente: 
a) Meio ambiente natural (ou físico) - É constituído pelo solo, pela água, pelo 
ar atmosférico, pela flora e pela fauna. Quando é lançado em qualquer corrente de 
água um produto tóxico, que provoca a morte dos seres vivos daquele habitat, temos 
um exemplo de agressão ao meio ambiente físico. 
b) Meio ambiente cultural (construído pelo homem, enquanto expressão de 
sua cultura) - É constituído pelo patrimônio histórico, artístico, científico, arqueológico, 
paisagístico, turístico. Quando, após ter sido declarado como patrimônio histórico, um 
determinado imóvel é demolido na "calada da noite" por seu proprietário, que 
considera uma invasão em seu direito de propriedade está limitação imposta pelo 
Poder Público, ou, quando se estabelece que só será permitido o ensino da religião 
católica nas escolas públicas, temos aí exemplos de agressões ao meio ambiente 
cultural de nosso povo. 
c) Meio ambiente artificial - É constituído pelo espaço urbano construído 
(conjunto de edificações e equipamentos públicos colocados à disposição da 
coletividade como ruas, praças, áreas verdes...), observando-se que neste conceito 
não se exclui o meio ambiente rural, uma vez que se refere a todos os espaços 
habitáveis, no tocante ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e 
garantia do bem-estar de seus habitantes. Quando o seu vizinho do andar superior 
não se preocupa em sanar um defeito contido na edificação, que provoca o vazamento 
de água, de forma perene, em seu imóvel, ou, quando alguém depreda 
sistematicamente todos os orelhões do bairro, temos aí exemplos de agressões ao 
meio ambiente artificial de uma determinada pessoa, no primeiro exemplo, e de 
pessoas indeterminadas, no segundo exemplo. 
 
13 
 
d) Meio ambiente do trabalho - É constituído pelo ambiente onde o ser 
humano desenvolve sua atividade produtiva, objetivando sua sobrevivência enquanto 
homem-indivíduo. Tutela-se neste aspecto a saúde e a segurança do trabalhador e, 
por consequência, punir-se-á todas as formas de degradação e poluição do meio 
ambiente onde o homem exerce sua atividade, mantendo-se a sua qualidade de vida. 
Quando o ordenamento jurídico estabelece a obrigatoriedade da elaboração de 
um laudo de impacto ambiental, esta determinação tem um objetivo preventivo, no 
sentido de se evitar a agressão ao meio ambiente em qualquer um de seus aspectos, 
ou seja, verificada a possibilidade de agressão ao meio ambiente buscar-se-á o 
saneamento desta possibilidade e, em caso de verificação da impossibilidade deste 
saneamento, a empresa não terá autorização para exercer aquela atividade agressora 
ao meio ambiente. Verifica-se, portanto, que o empresário cauteloso, 
preventivamente, terá em seu poder um laudo de impacto ambiental, evitando, 
problemas futuros. 
Portanto, meio ambiente do trabalho consiste na proteção da integridade do 
trabalhador no meio ou lugar destinado à atividade laboral, na medida dos padrões de 
saúde e qualidade de vida legalmente estabelecidos. 
Vamos verificar os diversos significados de meio ambiente, na acepção 
conceitual: 
Em sentido genérico: 
a) o meio ambiente é um conceito interdependente que realça a interação 
homem-natureza; 
b) o meio ambiente envolve um caráter interdisciplinar ou transdisciplinar; e 
c) o meio ambiente deve ser embasado em uma visão antropocêntrica alargada 
mais atual, que admite a inclusão de outros elementos e valores. Esta concepção faz 
parte integrante do sistema jurídico brasileiro. Assim, entende-se que o meio ambiente 
deve ser protegido com vistas ao aproveitamento do homem, mas também com o 
intuito de preservar o sistema ecológico em si mesmo. 
Em sentido jurídico: 
a) a lei brasileira adotou um conceito amplo de meio ambiente, que envolve a 
vida em todas as suas formas. O meio ambiente envolve os elementos naturais, 
artificiais e culturais e do trabalho; 
 
14 
 
b) o meio ambiente, ecologicamente equilibrado, é um macro bem unitário e 
integrado. Considerando-o macro bem, tem-se que é um bem incorpóreo e imaterial, 
com uma configuração também de micro bem; 
c) o meio ambiente é um bem de uso comum do povo. Trata-se de um bem 
jurídico autônomo de interesse público; e 
d) o meio ambiente é um direito fundamental do homem, considerado de quarta 
geração, necessitando, para sua consecução, da participação e responsabilidade 
partilhada do Estado e da coletividade. Trata-se, de fato, de um direito fundamental 
Inter geracional, intercomunitário, incluindo a adoção de uma política de solidariedade. 
6 DIREITO AMBIENTAL DO TRABALHO 
 
Fonte: unieducar.org.br/ 
Vimos que de forma didática o meio ambiente foi pormenorizado em quatro 
categorias: 
1) Meio ambiente natural; 2) meio ambiente cultural; 3) meio ambiente artificial; 
e 4) meio ambiente do trabalho. Este último, de tão relevante está sendo estudado de 
forma independente abrindo espaço para um novo ramo do direito. 
O meio ambiente do trabalho está relacionado com a saúde do trabalhador. A 
busca de garantia de um meio ambiente que proporcione bem-estar ao invés de riscos 
à saúde gerou o novo ramo do direito: Direito Ambiental do Trabalho. Este novo ramo 
já ocupa espaço de relevância quando trata da qualidade de vida no trabalho. A busca 
 
15 
 
de proteção jurídica vai desde a qualidade do ambiente físico interno e externo do 
local de trabalho, até as relações interpessoais e a saúde física e mental do 
trabalhador. 
A constante mudança do cenário social e das relações traz novas demandas 
de litígios e de bens a serem tutelados pelo direito. Daí o surgimento de "novos 
direitos", dentre eles, o direito ambiental do trabalho. 
São inúmeras as possibilidades de doenças ocupacionais e patologias do 
trabalho e dos vários tipos de riscos aos quais um trabalhador pode ser exposto, o 
direito ambiental irá tutelar todas elas partindo, principalmente, do princípio da 
prevenção. 
7 A LEGISLAÇÃO E O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO 
 
Fonte: novotempo.com/ 
Tutelar a saúde do trabalhador garantindo um meio ambiente que proporciona 
bem-estar ao trabalhador ao invés de riscos a sua saúde é uma tarefa difícil face às 
constantes mudanças das atividades produtivas, bem como ao avanço tecnológico 
que insiste em expor o trabalhador a imprevistos riscos. 
 
16 
 
Historicamente, observa-se que a industrialização, surgida inicialmente na 
Inglaterra no Século XVIII, alterou significativamente os ambientes de trabalho, 
principalmente com a utilização das máquinas e a intensificação do ritmo de trabalho. 
A partir de então houve a nítida separação entre local de trabalho e de moradia, 
tratando-se, portanto, de dois ambientes diferentes. 
Quanto a qualidade de vida e bem estar, há quem sustente que a Revolução 
Industrial não significou melhoria imediata e substancial no nível de vida da classe 
trabalhadora britânica, principalmente durante seus primeiros passos. 
Diante da ausência de boas condições de trabalho e de vida, houve a 
necessidade de movimentos grevistas e protestos por parte dos trabalhadores que 
renderam gradual aumento do nível salarial e do poder aquisitivo, bem como 
estabelecimento de direitos sociais. 
Nesse sentido, cumpre ressaltar o surgimento, ainda embrionário, de 
legislações provindas do poder público, consagradas pelas leis e regulamentos; por 
outro lado, surgiu o direito advindo das negociações entre empregados e 
empregadores. Como resultado, abriu-se um campo alternativo para a determinação 
de condições de trabalho e proteção à saúde dos trabalhadores. É muito recente a 
preocupação do legislador com as questõesreferentes ao meio ambiente. 
Devemos considerar que os ambientes de trabalho têm atravessado profundas 
modificações, repercutindo na forma e tipo de proteção legal estabelecida pelo poder 
público. Após a constitucionalização dos direitos sociais, observa-se 
progressivamente, surgimento de normas de saúde ocupacional e segurança 
industrial, em resposta as mudanças nos processos produtivos e aprimoramento das 
relações de trabalho. 
O artigo 1º, caput, da Constituição de 1988 prevê, como um dos fundamentos 
da República, a dignidade da pessoa humana. O artigo 5º, caput, fala do direito à vida 
e segurança, e o artigo 6º, caput, qualifica como direito social o trabalho, o lazer e a 
segurança. No artigo 225, caput, ela garante a todos um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado e, no inciso V, incumbe ao Poder Público o dever de 
controlar a produção, comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. 
 
17 
 
Extrai-se, da análise sistemática de todos esses dispositivos da Carta Federal, 
que o Estado não tolerará atividade que ponha em risco a vida, a integridade física e 
a segurança dos indivíduos. 
Partindo de uma tutela constitucional, tem-se respaldo para proteger o 
trabalhador dos mais variados elementos que ameacem comprometer o seu meio 
ambiente do trabalho e, por conseguinte, sua saúde. No entanto, a Carta Magna é 
genérica e a função de regulamentar tudo isso restou ao legislador infraconstitucional 
e atualmente ao Direito Ambiental do Trabalho. 
 
 
Fonte: logistica.3co.com.br/ 
Por outro lado, a CLT discorre nos artigos 189 a 197, sobre os adicionais de 
insalubridade e periculosidade, regulamentando sua existência, sua fiscalização e sua 
eliminação. O artigo 189 define atividades insalubres como aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. O artigo 192 diz que 
o exercício de atividade insalubre, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo 
Ministério do trabalho, garante o recebimento de adicional de 40%, 20% e 10% do 
salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. A 
mesma CLT, no artigo 193, define periculosidade como contato permanente com 
 
18 
 
inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado e que o trabalho nessas 
condições assegura a percepção de um adicional de 30% sobre o salário. O meio 
ambiente de trabalho seguro e adequado é um direito fundamental do trabalhador. 
8 DEFINIÇÕES IMPORTANTES QUE AJUDARÃO NA CONTINUIDADE DO 
ENTENDIMENTO DA MATÉRIA 
 
Fonte: 1.bp.blogspot.com/ 
Área de Proteção Ambiental (APA): Aquela que é declarada com o objetivo 
de assegurar o bem-estar das populações e conservar ou melhorar as condições 
ecológicas locais; área de preservação ambiental. Dentro dos princípios 
constitucionais que regem o exercício da propriedade, o poder público estabelecerá 
normas limitando ou proibindo: 
a) implantação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras, 
capazes de afetar mananciais; 
b) realização de obras de terraplanagem e abertura de canais, quando estas 
iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais; 
 
19 
 
c) exercício de atividades capazes de provocar acelerada erosão das terras 
e/ou acentuado assoreamento das coleções hídricas; 
d) exercício de atividades que ameacem extinguir na área protegida as 
espécies raras da biota nacional 
 
Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): Área que tem características 
extraordinárias e abriga exemplares raros da biota regional e exige cuidados especiais 
de proteção por parte do poder público. O poder público — federal, estadual ou 
municipal — declara área de relevante interesse ecológico aquela que, além dos 
requisitos estipulados por lei, tiver extensão inferior a 5 mil ha e pequena ou nenhuma 
ocupação humana. Sua proteção tem por finalidade manter os ecossistemas naturais 
de importância regional ou local e regular o uso admissível das mesmas. 
 
Área Especial de Interesse Turístico: Trecho de território, inclusive águas 
territoriais, instituídas por decreto do Poder Executivo, a ser preservado e valorizado 
no sentido cultural e natural, destinado a promover o desenvolvimento turístico e 
receber projetos de turismo. 
 
Biodegradável: Diz-se da substância que se decompõe facilmente 
reintegrando-se à natureza. Dejetos humanos são biodegradáveis, pois sofrem este 
processo natural de reintegração. Muitos produtos industriais não o são, como os 
plásticos. Indústrias vêm trabalhando para desenvolver produtos biodegradáveis, por 
exemplo, um tipo de plástico biodegradável. 
 
Biodiversidade: Conjunto de plantas, animais, microrganismos e 
ecossistemas que sobrevivem na natureza em processos evolutivos de mais de 4 
bilhões de anos, que constituem uma variedade biológica de mais de 30 milhões de 
organismos vivos. 
 
Biota: Conjunto de seres animais e vegetais de uma região. 
 
 
20 
 
Contabilidade ambiental: Avaliação matemática do custo do desgaste que o 
meio ambiente sofre em função do desenvolvimento econômico e que traduz em cifras 
o peso do meio ambiente no processo de crescimento de um país. 
 
Controle ambiental: Ação pública, oficial ou privada, destinada a orientar, 
corrigir e fiscalizar atividades que afetam ou possam afetar o meio ambiente. 
 
 
Fonte: www.theos-consulting.de/ 
Crime ambiental: é qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que 
compõem o meio ambiente, protegidos pela legislação. Com a entrada em vigor da 
Lei dos Crimes Ambientais, Lei nº 9.605, de 13/02/98, o Brasil deu um grande passo 
legal na proteção do meio ambiente, pois na nova legislação traz inovações modernas 
e surpreendentes na repreensão a destruição ambiental, revogando muitos 
dispositivos, bem como apresentando novas penalidades, reforçando outras 
existentes e impondo mais agilidade ao julgamento dos crimes. 
 
Cobrança pelo uso da água - Prevista na Lei de Recursos Hídricos (Lei 
Federal 9433/97), parte do princípio de que a água é um bem econômico e seu uso 
deve ser racionalizado. Pode haver a cobrança de todos usos sujeitos à outorga, como 
captação de água, lançamento de esgotos, ou produção de energia. Pela lei, os 
valores arrecadados devem ser aplicados prioritariamente em obras, estudos e 
programas na própria área da bacia hidrográfica onde se fez a cobrança. (Fonte: Lei 
Federal 9433/97) 
 
21 
 
 
Conservação ambiental - Manejo dos recursos do ambiente, ar, água, solo, 
minerais e espécies vivas, incluindo o Homem, de modo a conseguir a mais alta 
qualidade de vida humana com o menor impacto ambiental possível. Ou seja, busca 
compatibilizar os elementos e formas de ação sobre a natureza, garantindo a 
sobrevivência e qualidade de vida de forma sustentável. 
 
Dano ambiental: qualquer ato ou atividade considerada lesivos ao meio 
ambiente que sujeitarão os autores e/ou responsáveis a sanções penais, 
independentemente de terem de reparar os danos causados. Hoje existe a lei de 
crimes ambientais 9605/98. 
 
Desenvolvimento sustentável: modelo desenvolvimentista baseado na 
obtenção de uma taxa mínima de crescimento, combinada com a aplicação de 
estratégias para proteção do meio ambiente. 
 
Fauna: Conjunto de espécie animal de determinada região em um período. 
 
Interesse difuso: interesse juridicamente reconhecido, de uma pluralidade 
indeterminada ou indeterminável de sujeitos que, potencialmente, pode incluir todos 
os participantes da comunidade geral de referência, o ordenamento geral cuja 
normativa protege tal tipo de interesse. O interesse difuso é o interesse que cada 
indivíduo possui pelo fato de pertencer à pluralidade de sujeitosa que se refere a 
norma. Podemos apontar como típicos interesses difusos o direito à informação, o 
direito ao ambiente natural, o respeito das belezas monumentais ou arquitetônicas, o 
direito à saúde e segurança social, o direito a um harmonioso desenvolvimento 
urbanístico. Mas os campos mais salientes dos interesses difusos estão na tutela dos 
direitos dos consumidores e do direito ao ambiente sadio. Não podemos confundir 
interesse difuso com interesse coletivo. Este último corresponde a um grupo 
determinado de pessoas como membros de associação de classe, acionistas de uma 
mesma sociedade, estudantes da mesma escola, sindicato condôminos, etc. 
enquanto que o difuso, como vimos, são pessoas indeterminadas. 
 
 
22 
 
Ecossistema: I. Conjunto de plantas e animais dentro de um espaço comum; 
a unidade ecológica no mais profundo sentido. II. Nível de organização da natureza: 
uma gota de água, um monte de folhas, um tronco, uma região natural, um bosque, 
um pântano, etc. (O mesmo que sistema ecológico.) 
 
Estudo de Impacto Ambiental (EIA): Estudo realizado por determinação da 
legislação, composto de mapas, gráficos, explicações e conclusões técnicas, 
destinado a avaliar as modificações que se operarão no meio ambiente ao se construir 
uma obra. O EIA gera o RIMA – relatório de Impacto do Meio Ambiente. 
 
Gestão Ambiental: é a forma pela qual uma empresa se mobiliza, interna e 
externamente, na conquista da qualidade ambiental desejada. Para atingir a meta ao 
menor custo. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a estratégia indicada. 
 
Manancial: Reserva de água, de superfície ou subterrânea, utilizada para 
abastecimento humano, animal, industrial ou para irrigação. 
 
Mata Atlântica: Floresta semelhante à Amazônia, que ocorre no litoral leste do 
Brasil, nas encostas orientais e atlânticas da serra do Mar; floresta atlântica, mata 
costeira, mata litorânea, mata oriental. Muito densa, a Mata Atlântica apresenta 
condições fisiográficas peculiares e alta diversidade. Originalmente abrangia um 
milhão de quilômetros quadrados, ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, 
correspondendo a 12% do território nacional. Devido ao desmatamento e ocupação 
sem planejamento, ela ocupa hoje apenas 25 mil quilômetros quadrados, cerca de 
0,3% do território brasileiro. 
 
Monóxido de carbono: Gás incolor e inodoro, que apesar de ser combustível 
não mantém uma combustão; óxido de carbono. O monóxido de carbono é 
extremamente venenoso e pesa menos que o ar. Forma-se em todas as fumaças e 
no gás de escapamento de motores. Seu caráter venenoso reside em sua forte 
vinculação com a hemoglobina, podendo causar a morte. É um dos maiores fatores 
de poluição atmosférica. 
 
 
23 
 
Queimada: Prática agrícola de limpeza do solo com a queima de produtos da 
roçada (mato, galhos, cipós, etc.), o que reduz o custo e a mão-de-obra. A queimada 
contribui, entretanto, para a gradual esterilização do solo, acidificando-o e destruindo 
grande parte de sua micro vida. As queimadas são as responsáveis pela maioria dos 
incêndios florais. 
 
Reciclagem: é toda prática que regenere ou reprocesse um produto 
proveniente de outro processo, para que se obtenha um produto útil ou para 
reutilização (reuso). 
 
Recurso natural não-renovável: Qualquer dos recursos básicos naturais que 
compõem a natureza e que não se reproduzem e deixarão de existir se forem 
explorados à exaustão: petróleo, mineral, etc. 
 
Recurso natural renovável: Qualquer dos recursos básicos naturais que 
compõem a natureza e que poderão reproduzir-se: os animais, as plantas. 
 
Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA): contém o balanço dos 
pontos negativos e positivos do impacto ambiental causado por determinada obra, 
numa região. O Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente, é baseado na 
Constituição Federal e foi regulamentado por lei em janeiro de 1986 e pela resolução 
nº 1/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Inclui o RIMA as medidas, que são 
sugeridas pelos técnicos para a prevenção e/ou redução dos efeitos negativos da obra 
e para o incremento dos efeitos positivos. 
 
Sociedade sustentável: Aquela que atende às suas necessidades atuais sem 
pôr em risco as perspectivas das gerações futuras. Seve para as empresas o fato de 
conciliar o crescimento econômico com estratégias para a proteção ao meio ambiente. 
O tema deve ser analisado em conjunto com o “consumo sustentável” e “sociedade 
sustentável”. 
 
Voçoroca: Processo erosivo subterrâneo causado por infiltração de águas 
pluviais, através de desmoronamento e que se manifesta por grandes fendas na 
 
24 
 
superfície do terreno afetado, especialmente quando este é de encosta e carece de 
cobertura vegetal. 
 
Xaxim: pseudocaule de feto arborescente que é usado para vasos de plantas, 
prática extrativista que está levando o vegetal à extinção. 
9 DANO AMBIENTAL – FORMAS DE REPARAÇÃO 
 
Fonte: www.educamundo.com.br/ 
Não encontramos no ordenamento jurídico brasileiro uma definição expressa 
do termo dano ambiental, pois a legislação ambiental utiliza as seguintes expressões: 
poluidor, degradação ambiental e poluição. 
A Lei 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, 
estabelece no seu artigo 3º, inciso IV, que poluidor “é a pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental”. Ainda, conceitua a degradação ambiental como 
a “alteração adversa das características do meio ambiente” (inciso II, do artigo 3º da 
citada lei). 
Assim sendo, é importante mencionar a definição legal de poluição prevista no 
artigo I, da Lei 6.938/81: Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante 
das atividades que direta ou indiretamente: 
a) prejudicam a saúde e o bem estar da população; 
 
25 
 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e 
e) lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. 
Como se vê, a legislação define poluidor como a pessoa (física ou jurídica) 
causadora da degradação ambiental, por conseguinte, poluidor é o degradador 
ambiental ou a pessoa que altera adversamente as características do ambiente. O 
tratamento legal atribuído a esses conceitos jurídicos (poluidor, poluição e degradação 
ambiental) dá ensejo a afirmação de que a poluição não está restrita à alteração do 
meio natural, portanto, o meio ambiente a ser considerado pode ser tanto o natural 
quanto o cultural e o artificial. 
Se a legislação ambiental fornece apenas elementos indicativos da definição 
de dano ambiental, a doutrina tem um estudo mais específico e profundo em relação 
ao tema, especialmente sobre sua caracterização. Assim, o dano ambiental pode ser 
definido como “a lesão aos recursos ambientais, com a consequente degradação-
alteração adversa do equilíbrio ecológico e da qualidade ambiental”. 
Primeiro, o dano é um pressuposto da obrigação de reparar e, 
consequentemente, um elemento necessário para a configuração do sistema de 
responsabilidade civil. Segundo, a definição de dano ambiental abrange qualquer 
lesão ao bem jurídico-meio ambiente-, causado por atividades ou condutas de 
pessoas físicas ou jurídicas. Ou seja, “o dano ambiental deve ser compreendido como 
toda lesão intolerável causada por qualquer ação humana (culposa ou não ao meio 
ambiente), diretamente o bem de interesse da coletividade, em uma concepção 
totalizante, e indiretamente a terceiros tendo em vista interesses próprios 
individualizáveis e que refletem o bem”. 
O dano ambiental apresenta características diferentes do dano tradicional, 
principalmente porque é considerado bem de uso comum do povo, incorpóreo, 
imaterial, autônomo e insuscetível de apropriação exclusiva. Trata-se, aqui, dedireitos 
difusos, em que o indivíduo tem o direito de usufruir o bem ambiental e também tem 
o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Desta forma, o dano ambiental pode tanto afetar o interesse da coletividade 
quanto seus efeitos podem ter reflexo na esfera individual, o que autoriza o indivíduo 
 
26 
 
a exigir a reparação do dano, seja ela patrimonial ou extrapatrimonial. Assim, o dano 
ambiental tem duas facetas: 
a) pode ser produzido ao bem público, neste caso, o titular é a coletividade; e 
b) o dano ecológico, é ainda, o dano sofrido por particular enquanto titular do 
direito fundamental. 
Nesta perspectiva, o dano ao meio ambiente apresenta certas especificidades 
em relação aos danos não ecológicos. Primeiro, porque as consequências 
decorrentes da lesão ambiental são, via de regra, irreversíveis, podendo ter seus 
efeitos expandidos para além da delimitação territorial de um Estado. Segundo, 
porque a limitação de sua extensão e a quantificação do quantum reparatório é uma 
tarefa complexa e difícil, justamente em função do caráter difuso, transfronteiriço e 
irreversível dos danos ambientais. 
Se a interferência do homem no meio ambiente pode gerar danos, é necessário 
estabelecer instrumentos de reparação. 
A Constituição Federal de 1988 no capítulo dedicado ao Meio Ambiente 
estabelece como forma de reparação do dano ambiental três tipos de 
responsabilidade, a saber: civil, penal e administrativa, todas independentes e 
autônomas entre si. Ou seja, com uma única ação ou omissão pode-se cometer os 
três tipos de ilícitos autônomos e também receber as sanções cominadas. 
Em matéria ambiental a responsabilidade ambiental observa alguns critérios 
que a diferenciam de outros ramos do Direito. Isto porque ela impõe a obrigação de o 
sujeito reparar o dano que causou a outrem. É o resultado de uma conduta antijurídica, 
seja de uma ação, seja de uma omissão, que se origina um prejuízo a ser ressarcido. 
Estas peculiaridades da responsabilidade civil ambiental são importantes, pois 
trazem segurança jurídica, pelo fato do poluidor assumir todo o risco que sua atividade 
produzir. Além disso, associado à responsabilidade objetiva está o dever do poluidor 
de reparar integralmente o bem ambiental lesado, seja por meio da restauração, seja 
por meio da compensação ecológica. 
Os danos ambientais são de difícil reparação, especialmente em razão de suas 
características que dificilmente são encontradas nos danos não ecológicos. 
Apresentam, portanto, as seguintes especificidades: 
a) os danos ao meio ambiente são irreversíveis; 
b) a poluição tem efeitos cumulativos; 
 
27 
 
c) os efeitos dos danos ecológicos podem manifestar-se além das proximidades 
vizinhas; 
d) são danos coletivos e difusos em sua manifestação e no estabelecimento do 
nexo de causalidade; e) têm repercussão direta nos direitos coletivos e indiretamente 
nos individuais. 
A indenização pecuniária é uma forma de reparação secundária do bem 
ambiental lesada, portanto, preterida à restauração do dano ambiental. Por outro lado, 
tem como fator positivo a certeza da sanção civil, o que garante o caráter coercitivo 
da responsabilidade civil ambiental. 
Verifica-se, portanto, na prática, que nem a restauração e nem a compensação 
ecológica é capaz de reconstituir os bens ambientais lesados. Neste sentido, a 
indenização pecuniária é uma forma de compensação ecológica, embora o sistema 
de reparação ambiental tenha como fim principal à recuperação do patrimônio natural 
degradado. 
A legislação ambiental brasileira determina no artigo 13 da lei 7347/85 que: 
“Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um 
fundo gerido por um Conselho Federal ou por conselhos Estaduais que participarão 
necessariamente, o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus 
recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.” 
Vamos resumir analisando o direito sob a ótica do direito material. Concluímos 
que quanto aos danos difusos ambientais, têm-se três maneiras de repará-los: 
a) restauração natural; 
b) compensação ecológica; e 
c) indenização pecuniária (também considerado uma forma de compensação). 
A primazia do ordenamento jurídico pátrio é a restauração natural como forma 
de reparação do dano ambiental. Somente quando verificada a impossibilidade 
técnica de se restaurar o bem degradado é que medidas compensatórias poderão ser 
aplicadas. 
No caso de aplicação de medidas compensatórias para reparação do dano, é 
importante salientar que existe primazia, também aqui, de determinadas formas de 
compensação ecológica sobre outras. 
Em sentido lato, há que se observar a seguinte ordem de prioridade na 
aplicação da medida compensatória: 
 
28 
 
a) substituição por equivalente no local; 
b) substituição por equivalente em outro local; e, 
c) somente em último caso, indenização pecuniária. 
 
Fonte: concursospublicos.primecursos.com.br/ 
A indenização pecuniária: trata-se da compensação do dano causado por meio 
pecuniário, já que, na prática, a reparação do dano é praticamente impossível. 
 
10 COMO DENUNCIAR CAUSAS DE AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE 
 
Fonte: thumbs.dreamstime.com/ 
 
29 
 
Todo cidadão tem o direito e o dever de denunciar uma agressão ao meio 
ambiente. A primeira atitude a ser tomada é, uma vez sabendo quem é o agente 
infrator, tentar uma conversa, a fim de conscientizá-lo do dano que está provocando 
e a sugestão de medidas alternativas para agir, que não sejam prejudiciais ao meio 
ambiente. 
Caso a tentativa de conscientização não dê certo, o jeito será preparar uma 
denúncia e encaminhá-la ao órgão ambiental correto, pois, caso contrário, não surtirá 
nenhum efeito. 
Importante, também, não esquecermos que a imprensa é uma grande aliada 
nesse processo: pois coloca em evidência os danos ambientais e gera uma discussão 
social, podendo levar a questão à resolução de forma mais rápida e consciente. 
Feitas essas primeiras considerações, vamos indicar o "caminho das pedras" 
para a realização de uma denúncia. Quem pode denunciar? Qualquer cidadão. 
Entretanto, é bom ressaltar que se a denúncia partir de um grupo de pessoas ou com 
o apoio de uma ONG, sua força será maior. 
Deve ser feita por escrito ou por telefone? Em casos emergenciais, como, por 
exemplo, um incêndio florestal, a denúncia pode ser feita por telefone ou 
pessoalmente. Nos outros casos, o meio mais eficiente é a denúncia escrita, relatando 
o dano com o máximo de detalhes (fatos, data, horário, endereço completo do local e 
todos os dados disponíveis dos infratores) e com provas (fotos, reportagens, 
documentos, mapa do local,). Pode ser feita, também por abaixo assinado, sendo que 
este deve conter não só a assinatura, mas o nome completo e o RG dos signatários. 
Dica: na denúncia escrita, é sempre bom guardar uma prova de que o documento foi 
entregue (protocolo no órgão responsável ou na empresa, ou, se enviado por correio, 
carta com aviso de recebimento - AR). 
Para quem mandar a denúncia? Em termos de dano ambiental, o órgão federal 
principal pela fiscalização e controle ambiental é o IBAMA. Pode-se remeter a 
denúncia para a sede, em Brasília, ou para a superintendência estadual. Já no âmbito 
estadual, além da superintendência do IBAMA, pode-se buscar os órgãos estaduais 
responsáveis, bem como as Procuradorias do Meio Ambiente, ou, dependendo do 
caso, as Polícias Civil ou Militar (tendo em vista que a agressão ambiental é crime). 
Em caso de dano contra o consumidor, o mais recomendável é buscar os PROCONs 
estaduais e as Promotorias de Defesa do Consumidor. 
 
30 
 
11 ÓRGÃOS PÚBLICOS RECEBEM DENÚNCIAS DE AGRESSÕES AMBIENTAIS 
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis: é o principal órgão federal para a fiscalização e controle ambiental. 
Recebe denúncias sobre caça e comércio ilegalde animais, poluição do ar, da água, 
ou do solo. 
Órgão Estadual do Meio Ambiente (secretaria, diretoria ou departamento): 
atende casos de poluição sonora, do ar, caça e comércio ilegal de animais silvestres, 
derrubada de árvores. 
Procuradorias do Meio Ambiente e de Defesa do Consumidor: podem promover 
inquéritos e ações judiciais a partir de denúncias de danos ao meio ambiente, ao 
patrimônio público e ao consumidor, sem custo para o cidadão. 
Polícia: a agressão ambiental é crime, quer dizer, tanto a Polícia Civil, quanto 
a Polícia Florestal e de Mananciais (faz parte da Polícia Militar) podem realizar 
autuações, aplicar multas, embargar obras e apreender materiais utilizados durante 
uma infração ambiental. 
Poder Legislativo (Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias 
Legislativas e Câmara de Vereadores): em casos de infrações de maior repercussão, 
sobretudo quando dependem de uma política pública, podem agir promovendo 
debates públicos, solicitando requerimento de informações aos responsáveis, entre 
outras medidas. Contatar a Comissão de Meio Ambiente e de Defesa do Consumidor, 
quando houver, ou o parlamentar mais sensível à questão. 
Conselhos de Meio Ambiente (Conselho Nacional de Meio Ambiente, Conselho 
Estadual de Meio Ambiente ou Conselho Municipal de Meio Ambiente): reúne 
representantes do setor público e da sociedade civil, podendo exigir, para infrações 
de maior repercussão, ações efetivas por parte dos órgãos de meio ambiente. 
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear: é responsável por todas as 
atividades nucleares no país, inclusive o controle e fiscalização de denúncias sobre 
lixo nuclear e outros tipos de contaminação radioativa. 
Prefeitura Municipal: age em casos de poluição sonora, lixo, construções 
clandestinas em áreas de preservação ambiental, praças ou jardins mal conservados, 
extração irregular de argila e areia, e demais problemas no âmbito municipal. 
 
 
31 
 
 
 
32 
 
12 IMPACTO AMBIENTAL 
 
Fonte: i135.photobucket.com 
De acordo com a Resolução do CONAMA n.º 001 de 23/01/86, Impacto 
Ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: 
a) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) as atividades sociais e econômicas; 
c) a biota; 
d) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
e) a qualidade dos recursos ambientais. 
O impacto é positivo quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um 
fator ou parâmetro ambiental. 
O impacto é negativo quando a ação resulta em danos à qualidade de um fator 
ou parâmetro ambiental. 
A resistência de um ecossistema pode ser entendida como a sua capacidade 
de resistir e amortecer impactos negativos sobre a sua estrutura. 
A resiliência pode ser entendida como sendo a velocidade de recuperação da 
estrutura geral de um ecossistema após um distúrbio, ou seja, é a capacidade 
 
33 
 
intrínseca de um sistema em manter sua integridade no decorrer do tempo, sobretudo 
em relação a pressões externas. 
Para entender melhor a resiliência analisemos as seguintes situações: 
a) Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de 
recuperação natural após distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da 
intensidade do distúrbio, fatores essenciais para a manutenção da resiliência como, 
banco de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies, chuva de sementes, 
dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regeneração natural ou 
tornando-o extremamente lento. 
b) As áreas desflorestadas diminuem sua capacidade de retenção de água, 
aumentando o escoamento superficial, exportando assim grande carga de sólidos 
para os cursos de água. Esta destruição ambiental diminui a resistência e a resiliência 
dos ecossistemas tendo como consequência o aumento das enchentes em períodos 
de intensas chuvas e tornando ainda mais dramáticos os efeitos das secas 
prolongadas. 
O Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA) contém o balanço dos 
pontos negativos e positivos do impacto ambiental causado por determinada obra, 
numa região. O Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente, é baseado na 
Constituição Federal e foi regulamentado por lei em janeiro de 1986 e pela resolução 
nº 1/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Inclui o RIMA as medidas, que são 
sugeridas pelos técnicos para a prevenção e/ou redução dos efeitos negativos da obra 
e para o incremento dos efeitos positivos. 
Exemplos dos principais impactos ambientais negativos enfrentados por 
municípios brasileiros: 
a) lançamento de esgoto residencial e efluentes industriais, ocasionando 
poluição nos corpos de água superficiais e subterrâneos; 
b) disposição inadequada dos resíduos sólidos e da saúde; 
c) áreas urbanas com crescimento desordenado, mesmo em municípios aonde 
há Plano diretor; 
d) erosão e assoreamento devido ao desmatamento de matas ciliares, 
atividades mineradoras, algumas delas clandestinas e manejo inadequado das áreas 
agrícolas; 
e) ocupação por residências ilegais em áreas no entorno de antigas voçorocas; 
 
34 
 
f) alteração dos perfis longitudinais e transversais dos córregos, ocorrendo 
degradação da paisagem devido principalmente a extração mineraria e seus acúmulos 
desordenados de seus rejeitos, não obedecendo o que já está previsto por lei. Não há 
nenhum manejo adequado com medidas mitigadoras para diminuir os impactos dessa 
atividade. 
g) principalmente nas áreas urbanas a intensa impermeabilização do solo pela 
utilização de asfalto para a pavimentação das ruas e aumento do número de 
construções, sem o devido acompanhamento da ampliação da rede de esgoto, 
juntamente com mau tratamento das redes mais antigas e do acúmulo de lixo, pela 
própria população, nas ruas da cidade, vem acarretando aumento do escoamento 
superficial e das inundações, tornando as cidades verdadeiras piscinas nas épocas 
da chuva; 
h) predominância de monoculturas, como a da cana-de-açúcar com seus 
efeitos negativos, por exemplo, as queimadas; retirada de matas ciliares substituídas 
pelas culturas, a vinhaça e outros. Todavia, neste caso, mais do que nunca, observa-
se que o poder econômico aliado ao político, tentam demonstrar que os benefícios 
desta atividade agrícola excede em muito os seus impactos negativos (!!). “E se não 
fosse a cana?”, e, 
i) utilização sem orientação adequada dos agrotóxicos, ainda recomendados 
em doses excessivas àquelas realmente adequadas, aqui outra vez entre o poder 
econômico interferindo na melhoria da qualidade de vida e a ambiental; 
 
 
 
35 
 
13 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (Lei nº 9795 de 27 de abril 
de 1999) 
 
Fonte: audiper.com 
14 CAPITULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Art. 1º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da 
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis 
e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. 
Art.3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à 
educação ambiental, incumbindo: 
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, 
definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação 
ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na 
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; 
 
36 
 
II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira 
integrada aosprogramas educacionais que desenvolvem; 
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, 
promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, 
recuperação e melhoria do meio ambiente; 
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e 
permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio 
ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; 
V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, 
promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria 
e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões 
do processo produtivo no meio ambiente; 
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de 
valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada 
para a prevenção, identificação e a solução de problemas ambientais. 
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: 
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; 
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a 
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque 
da sustentabilidade; 
III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, 
multi e transdisciplinaridade; 
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; 
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; 
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; 
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, 
nacionais e globais; 
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e 
cultural. 
Art. 5º São os objetivos fundamentais da educação ambiental: 
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em 
suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, 
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; 
 
37 
 
II - a garantia de democratização das informações ambientais; 
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a 
problemática ambiental e social; 
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, 
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade 
ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; 
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro 
e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente 
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, 
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; 
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; 
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e 
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. 
15 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Seção I - Disposições Gerais 
Art.6º É instituída a Política Nacional de Educação ambiental. 
Art.7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de 
ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente 
- Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os 
órgãos públicos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e 
organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental. 
Art.8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental 
devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das 
seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: 
I - capacitação de recursos humanos; 
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; 
III - produção e divulgação de material educativo; 
IV - acompanhamento e avaliação. 
§1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão 
respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei. 
 
38 
 
§2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para: 
I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e 
atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino; 
II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e 
atualização dos profissionais de todas as áreas; 
III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão 
ambiental; 
IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio 
ambiente; 
V- o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que 
diz respeito à problemática ambiental. 
§3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para: 
I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando incorporação 
da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades 
de ensino; 
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão 
ambiental; 
III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando participação 
dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à 
problemática ambiental; 
IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na 
área ambiental; 
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo material 
educativo; 
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às 
ações enumeradas nos incisos I a V. 
Seção II - Da Educação Ambiental no Ensino Formal 
Art.9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar desenvolvida 
no âmbito dos currículos das instituições de ensino público e privados, englobando: 
I - educação básica: a) educação infantil; b) ensino fundamental; c) ensino 
médio; 
II - educação superior; 
III - educação especial; 
 
39 
 
IV - educação profissional 
V - educação de jovens e adultos. 
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa 
integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. 
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica 
no currículo de ensino. 
§2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto 
metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a 
criação de disciplina específica. 
§3º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional em todos os 
níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades 
profissionais a serem desenvolvidas. 
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de 
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. 
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação 
complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender 
adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de 
Educação Ambiental. 
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino 
e de seus cursos, nas redes públicas e privada, observarão o cumprimento do disposto 
nos Arts 10 e 11 desta Lei. 
Seção III - Da Educação Ambiental Não-Formal 
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas 
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e 
à sua organização na defesa da qualidade do meio ambiente. 
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, 
incentivará: 
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços 
nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas 
relacionados ao meio ambiente; 
II - a ampla participação da escola, universidade e organizações não-
governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à 
educação ambiental não-formal;40 
 
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de 
programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as 
organizações não-governamentais; 
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de 
conservação; 
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades 
de conservação; 
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; 
VII - o ecoturismo. 
 
16 CAPÍTULO III - DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL 
Art. 14. A coordenação da política Nacional de Educação Ambiental ficará a 
cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei. 
Art. 15. São atribuições do órgão gestor: 
I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional; 
II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na 
área de educação ambiental, em âmbito nacional; 
III - participação na negociação de financiamentos de planos, programas e 
projetos na área de educação ambiental. 
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua 
competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para 
a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de 
Educação Ambiental. 
Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos 
públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada 
levando-se em conta os seguintes critérios: 
I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional 
de Educação Ambiental; 
 
41 
 
II - prioridade dos órgão integrantes do SISNAMA e do Sistema Nacional de 
Educação; 
III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a 
alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto; 
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser 
contemplados, de forma equitativa, os planos, programas e projetos das diferentes 
regiões do País. 
Art.18. (Vetado) 
Art.19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos ao meio 
ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos 
às ações de educação ambiental. 
17 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art.20. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias de 
sua publicação, ouvidos o conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho nacional 
de Educação. 
Art.21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
42 
 
18 A QUESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA 
 
Fonte: www.abre.org.br/ 
A questão ambiental é uma realidade que chegou definitivamente às empresas 
modernas. Deixou de ser um assunto de ambientalistas para se converter em SGA 
(Sistema de Gestão Ambiental), e não se trata de um tardio despertar de consciência 
ecológica dos empresários e gerentes, mas uma estratégia de negócio. 
A globalização dos problemas ambientais é um fato incontestável e as 
empresas estão desde a sua origem no centro desse processo e qualquer solução 
efetiva para os problemas envolve essas empresas. Dentro desse contexto foram 
criadas normas de proteção ambientais, em especial a ISO 14000, que tem como 
função estabelecer um mecanismo mundial de uniformização das metodologias para 
implantação de sistema de gestão ambiental visando o aperfeiçoamento das relações 
das empresas com o meio ambiente 
Empresa não é uma questão separada do meio ambiente. A empresa é a 
questão central do meio ambiente. As formas como fazemos negócios refletem aquilo 
em que acreditamos e o que valorizamos. A empresa é também a força 
 
43 
 
contemporânea mais poderosa de que dispomos para estabelecer o curso dos 
eventos da humanidade. 
Quanto antes as organizações enxergarem a questão ambiental como 
oportunidade competitiva, maior será sua probabilidade de sobreviver e lucrar. É pela 
ênfase da questão ambiental como uma oportunidade de lucro que poderemos 
controlar melhor os prejuízos que temos causados ao meio ambiente. 
19 DIREITO AMBIENTAL 
A preocupação com o meio ambiente vem de antes da Constituição Federal de 
1988, por exemplo, com o código florestal (lei 4771/65) e a lei de fauna (lei 5197/67). 
Contudo tem-se um capítulo nela todo dedicado ao Meio Ambiente começando 
no artigo 225, da Constituição Federal que diz: “Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o poder de defendê-
lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações. ” 
Em 31 de Agosto 1981, entra em vigor a lei que institui a Política Nacional do 
meio Ambiente, criando inclusive o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA – 
lei 6938/81, alterado posteriormente pela lei 7804/89) que descreve quem são os 
órgãos superior, central, executor, deliberativo/normativo, seccional e local e suas 
funções. 
Em 1998, o Congresso Nacional aprovou a lei 9605/98, conhecida como Lei de 
Crimes Ambientais. Foi posteriormente regulamentada pelo decreto 3179/99, que foi 
revogado pelo decreto 6514/08. Esta lei prevê penalidades nas 3 esferas 
(administrativa, civil e penal – art. 3º) tanto para autoria ou coautoria em condutas 
lesivas ao meio ambiente, podendo, também, ser responsabilizados pessoas jurídicas. 
Essa lei atendeu, de certa forma, às recomendações da Carta da Terra e 
da Agenda 21, aprovadas durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Os países signatários 
se comprometeram a criar leis para a responsabilização por danos ao meio ambiente 
e para a compensação às vítimas da poluição. 
A lei ainda é palco de polêmicas, recebeu dez vetos do governo federal e ainda 
apresenta muitas lacunas. Mas sua aprovação foi um avanço político e cultural para a 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4771.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5197.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm
http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/lein7804de18julhode1989_76.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm
http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/dec_3179_99_76.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6514.htm
http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/carta_da_terra_76.pdf
http://www.mma.gov.br/component/k2/item/569?Itemid=670
 
44 
 
proteção ao meio ambiente, principalmente porque nomeia os crimes ecológicos e 
permite punição. É um importante instrumento para ação de defesa do ecossistema e 
da qualidade de vida no planeta. 
Após essa lei ainda vieram outras leis, decretos e medidas provisórias relativas 
a defesa e proteção do meio ambiente como por exemplo a lei que institui a Política 
Nacional de Recursos Hídricos (lei 9433/97) e cria o Sistema Nacional de Recursos 
Hídricos (SINGREH); a lei do Sistema nacional de Unidade de Conservação (lei 
9985/00) que dispõe sobre o que é e as categorias de Unidade de Conservação; e 
outras. 
 
Leitura complementar 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Breves considerações sobre os princípios do direito ambiental brasileiro 
 
Fernando de Azevedo Alves Brito, Álvaro de Azevedo Alves Brito 
 
Resumo: A natureza jurídica do meio ambiente e as suas características 
revelam uma realidade na qual quaisquer os danos ambientais gerados podem, de 
fato, ter reflexos imprevisíveis. Reconhecendo que alguns desses danos podem ser 
de caráter irreversível, torna-se inescapável ter como postura ética ambiental prevenir 
a ocorrência de degradações ao meio ambiente. O princípio da precaução se adéqua 
a esse contexto, de modo que se torna razoável que, em sendo desconhecidas as 
consequências de determinada atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente, 
deve ela ser evitada. Considerando que a vida humana está intimamenteligada à 
qualidade do meio ambiente, resta reconhecer que a aplicação do princípio da 
precaução é importância não só para a proteção do meio ambiente em si, mas, 
também, da própria saúde do ser humano. 
 
Palavras-chave: Direito Ambiental, Meio Ambiente, Princípio da Precaução, 
Tutela Ambiental, Tutela da Saúde. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm
 
45 
 
1 Introdução 
 
O estudo dos princípios é fundamental para qualquer pesquisa jurídica. Diz-se 
isto pela certeza de que os princípios são a própria alma de um ordenamento. 
Enquanto as normas e as leis, com (e todos os seus processos e as suas 
formalidades, constroem o corpo de um ordenamento jurídico, os princípios, em si, 
formam o espírito, a essência que banha internamente o corpo ordenamental, dando-
lhes vitalidade e sentido. Em outras palavras, “princípios são proposições, diretrizes 
características às quais deve subordinar-se todo o desenvolvimento ulterior. Nesse 
sentido, os princípios despertam a ideia do que é primeiro em importância; e na ordem 
da aceitação, do que é fundamental” (RIBEIRO JÚNIOR, 1997, p.11). 
Por esta ótica, fundamenta-se a necessidade de confecção deste tópico. Afinal, 
sem compreender os princípios que norteiam o Direito Ambiental, ainda que de 
maneira panorâmica, seria inviabilizada a possibilidade de uma compreensão mais 
ampla do próprio princípio da precaução e de sua importância para a tutela do meio 
ambiente e da saúde humana. 
Nesse panorama, decidiu-se por efetivar uma breve explanação sobre os 
princípios do Direito Ambiental, com a intenção de construir um alicerce básico, 
fundamental e indispensável, para a compreensão geral do próprio tema nuclear desta 
pesquisa. 
Optou-se, contudo, por tratar o princípio da precaução em um tópico isolado, 
como forma de viabilizar uma compreensão particular de suas características. 
 
2 Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
 
Nesse princípio, a pedra de toque é a palavra sustentabilidade. 
Sustentabilidade que não inibe, de qualquer forma, os desequilíbrios naturalmente 
provocados pela ação e pela existência humana em seu meio, mas que, notadamente, 
não aceita que o desenvolvimento humano, em busca de sua constante evolução, 
ameace a suportabilidade do meio ambiente ante os impactos gerados. Isto porque 
essa suportabilidade faz-se fundamental para que o planeta se mantenha habitável e 
existente. 
 
46 
 
O meio ambiente, em si, possui um limite dentro do qual as influências humanas 
são absorvidas, não prejudicando a sua revogabilidade e sustentabilidade[2]. Esse 
limite deve ser respeitado! Essa é a essência do desenvolvimento sustentável, que 
não impede o homem de desenvolver-se, desde que não ameace a sustentabilidade 
ambiental. Sustentabilidade ambiental que envolve, inclusive, a sustentabilidade do 
próprio homem e de suas relações com o meio natural e com a sociedade a qual 
pertence; afinal, fazem esta parte do complexo que é o meio ambiente (como já foi 
esclarecido no tópico em que se conceituou meio ambiente). "Em outras palavras, 
para que o desenvolvimento seja sustentável, não basta que seja ecologicamente 
sustentável; deve visar igualmente às dimensões sociais, econômicas, políticas e 
culturais do desenvolvimento" (SILVA, 1995, p.49). 
Terminologicamente, ressaltar-se-á que esse princípio foi desenvolvido em 
1972, em Estocolmo, na Conferência Mundial do Meio Ambiente, sendo repetido nas 
demais conferências sobre meio ambiente, em especial na ECO- 92, a qual empregou 
o termo em onze de seus vinte e sete princípios (FIORILLO,2002, p.24). 
 
3 Princípio do Poluidor-Pagador ou da Responsabilização 
 
A regra presente em todo o Direito Ambiental é a ideia de que se deve prevenir 
qualquer dano, derivado da ação humana, que ponha em risco a sustentabilidade e 
renovabilidade do meio ambiente. Essa regra é consubstanciada nos dois primeiros 
princípios (prevenção e desenvolvimento sustentável). 
Apesar de esta ser a regra, acontecem muitas vezes, pela ação de pessoas 
descompromissadas com as normas ambientais e/ou pelo descaso do Poder Público 
de pôr em prática essas normas, de não serem evitadas as degradações no meio 
ambiente. 
Ocorrendo esse fato, a medida a ser tomada é o autor da ação degradadora 
ser responsabilizado. Nesse caso, "o empreendedor, aquele que representa a 
atividade desempenhada, deve arcar com os custos para a mitigação dos danos que 
seu empreendimento possa causar, pois esses custos, em princípio, não podem ser 
repassados ao cidadão" (MATOS, 2001, p.63). 
Essa responsabilização é justamente derivada do fato de que "qualquer 
violação ao Direito implica a sanção do responsável pela quebra da ordem jurídica" 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8998#_ftn2
 
47 
 
(ANTUNES, 1998, p.31). Todavia, quando se trata da degradação ambiental, torna-se 
essa violação majorada, já que terá reflexos (pela natureza difusa e pela substância 
complexa do meio ambiente), para toda a coletividade e, mais ainda, para todo o 
ecossistema. 
 
 
 
48 
 
4 Princípio da Obrigatoriedade da Ação Estatal 
 
Esse, definitivamente, é um princípio de Direito Ambiental. Por esse princípio, 
deve o Estado, por todos os meios possíveis, prevenir as degradações a esse bem e, 
havendo as degradações, punir o degradador, responsabilizando-o com base no 
princípio do poluidor-pagador e com a aplicação coerente das normas ambientais 
brasileiras. Além desse fato, "o Estado deve assumir a condução da política ambiental, 
por meio de seus órgãos competentes, efetivando os controles necessários à 
manutenção da qualidade de vida" (MATOS, 2001, p.61). 
Outro reflexo desse princípio encontra-se na ideia de que o Estado deve AGIR 
OBRIGATORIAMENTE no sentido de notificar[3] os demais Estados sobre o 
surgimento de eventos ambientalmente nocivos, mais precisamente se houver 
proporções que levem prejuízos a outras nações, em outros territórios. Destarte, é 
obrigação do Estado efetivar a notificação, sendo que esta, "refere-se ao 
comportamento entre nações, levando-as à obrigatoriedade de comunicação de 
eventos danosos ao meio ambiente, principalmente quando os efeitos são 
transfronteiriços" (MATOS, 2001, p.61). 
 
5 Princípio do Direito Humano Fundamental 
 
Esse princípio é adotado por ANTUNES (1998) e por DEEBEIS (1999). É 
derivado da própria substancialidade do direito ao meio ambiente, já que o mesmo é 
um direito humano fundamental. Daí brota o princípio! Sustenta-se esse entendimento 
pelo fato de "(...) o reconhecimento do direito ao meio ambiente saudável já está 
registrado em documentos internacionais de grande relevância (...)". 
Esse princípio, além de ter sido configurado na Constituição Federal de 1988 
"também já penetrou nas Constituições e na legislação de grande número de Estados" 
(DALLARI, 1998, p.56). 
Por outro lado, o reconhecimento do direito ao meio ambiente como um direito 
fundamental é reflexo direto da sua constitucionalização. 
 
6 Princípio do Direito-Dever da Participação Popular (Democrático ou da 
Participação) [4] 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8998#_ftn3
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8998#_ftn4
 
49 
 
 
Como já foi observado no princípio anterior, o meio ambiente é um direito 
humano fundamental, tendo, portanto, o homem direito de usufruir, sustentavelmente, 
desse bem. Além do mais, tem a população o direito de participar ativamente da 
proteção desse bem. 
Todavia, cabe ressaltar que não só tem a coletividade o direito facultativo de 
participar e cobrar para que o meio ambiente não seja ameaçado, mas, 
conjuntamente, tem a coletividade o DEVER de proteger o meio ambiente

Outros materiais