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1 SUMÁRIO 1 GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL ........................................ 3 2 O QUE É DIREITO AMBIENTAL ................................................................ 5 3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................................ 8 4 PROFISSÕES AMBIENTAIS ...................................................................... 9 5 MEIO AMBIENTE ..................................................................................... 10 6 DIREITO AMBIENTAL DO TRABALHO.................................................... 14 7 A LEGISLAÇÃO E O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO ......................... 15 8 DEFINIÇÕES IMPORTANTES QUE AJUDARÃO NA CONTINUIDADE DO ENTENDIMENTO DA MATÉRIA ............................................................................... 18 9 DANO AMBIENTAL – Formas de reparação ............................................ 24 10 COMO DENUNCIAR CAUSAS DE AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE 28 11 ÓRGÃOS PÚBLICOS RECEBEM DENÚNCIAS DE AGRESSÕES AMBIENTAIS ............................................................................................................. 30 12 IMPACTO AMBIENTAL ......................................................................... 32 13 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999) ....................................................................................................... 35 14 CAPITULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................ 35 15 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 37 16 CAPÍTULO III - DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................... 40 17 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................ 41 18 A QUESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA ............................................ 42 19 DIREITO AMBIENTAL ........................................................................... 43 2 LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................... 44 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 56 3 1 GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL Fonte: www.esmac.com.br Entende-se por gestão ambiental as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, querem reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam. A gestão ambiental (GA) é uma prática muito recente, que vem ganhando espaço nas instituições públicas e privadas. Através dela é possível a mobilização das organizações para se adequar à promoção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Seu objetivo é a busca de melhoria constante dos produtos, serviços e ambiente de trabalho, em toda organização, levando-se em conta o fator ambiental. Atualmente ela começa a ser encarada como um assunto estratégico, porque além de estimular a qualidade ambiental também possibilita a redução de custos diretos (redução de desperdícios com água, energia e matérias-primas) e indiretos (por exemplo, indenizações por danos ambientais). À medida que a sociedade vai se conscientizando da necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a pressionar o meio empresarial http://pt.wikipedia.org/wiki/Opini%C3%A3o_p%C3%BAblica 4 a buscar meios de desenvolver suas atividades econômicas de maneira mais racional. O próprio mercado consumidor passa a selecionar os produtos que consome em função da responsabilidade social das empresas que os produzem. Desta forma, surgiram várias certificações, tais como as da família ISO14000, que atestam que uma determinada empresa executa suas atividades com base nos preceitos da gestão ambiental. Fonte: www.uesb.br/ascom/ Em paralelo, o aumento da procura pelas empresas de profissionais especializados em técnicas de gestão ambiental motivou o surgimento de cursos superiores voltados para a formação desses profissionais, tais como os de Tecnólogo em gestão ambiental, de Engenharia Ambiental, Bacharelado em Gestão Ambiental e Tecnologia do Meio Ambiente. No caso do setor público, a Gestão Ambiental apresenta algumas características diferenciadas. O governo tem papel fundamental na consolidação do desenvolvimento sustentável, porque ele é o responsável pelo estabelecimento das leis e normas que estabelecem os critérios ambientais que devem ser seguidos por todos, em especial o setor privado que, em seus processos de produção de bens e serviços, se utiliza dos recursos naturais e produz resíduos poluentes. Por isso mesmo, além de definir as leis e fiscalizar seu cumprimento, o poder público precisa http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade_social http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO14000 http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecn%C3%B3logo_em_gest%C3%A3o_ambiental http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecn%C3%B3logo_em_gest%C3%A3o_ambiental http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_Ambiental 5 ter uma atitude coerente, responsabilizando-se também por ajustar seu comportamento ao princípio da sustentabilidade, tornando-se exemplo de mudança de padrões de consumo e produção, adequando suas ações à ética socioambiental. 2 O QUE É DIREITO AMBIENTAL Fonte: www.ambientelegal.com.br/ O Direito Ambiental é a área do conhecimento jurídico que estuda as interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do meio ambiente. É uma ciência holística que estabelece relações intrínsecas e transdisciplinares entre campos diversos, como antropologia, biologia, ciências sociais, engenharia, geologia e os princípios fundamentais do direito internacional, dentre outros. No Brasil, o emergente Direito Ambiental estabelece novas diretrizes de conduta, fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938, de 31/8/81). Esse código estabelece definições claras para o meio ambiente, qualifica as ações dos agentes modificadores e provê mecanismos para assegurar a proteção ambiental. A lei 6.938, regulamentada pelo decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, institui também o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por órgãos e 6 entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, conforme a seguinte estrutura: Órgão superior: conselho de governo Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Órgão central: Ministério do Meio Ambiente (MMA) Órgão executor: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Órgãos seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; Órgãos locais: órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e pela fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. A atuação do SISNAMA se dá mediante articulação coordenada de órgãos e entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares. Principais instrumentos de proteção ambiental Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Relatóriode Impacto Ambiental (RIMA) Plano de Controle Ambiental (PCA) Relatório de Controle Ambiental (RCA) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) Relatório Ambiental Preliminar (RAP) Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) A Lei da Ação Civil Pública (lei 7.347, de 24/7/85) tutela os valores ambientais, disciplina as ações civis públicas de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, consumidor e patrimônio de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Em 1988, a Constituição Federal dedicou normas direcionais da problemática ambiental, fixando as diretrizes de preservação e proteção dos recursos naturais e definindo o meio ambiente como bem de uso comum da sociedade humana. O artigo 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988 diz: 7 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações.” Além disso, a Rio-92 – Conferência da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento– sacramentou a preocupação mundial com o problema ambiental, reforçando princípios e regras para o combate à degradação ambiental no documento intitulado "Agenda 21", que consolidam a diretriz do desenvolvimento sustentável. Em qualquer organização pública ou privada, o Direito Ambiental exprime a busca permanente pela melhoria da qualidade ambiental de serviços, produtos e ambientes de trabalho, num processo de aprimoramento que propicia o desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental globalizados e abrangentes. Ao operar nesses sistemas, as organizações incorporam as melhores práticas corporativas em vigência, além de procedimentos gerenciais e técnicos que reduzem ao mínimo as possibilidades de dano ao meio ambiente, da produção à destinação de resíduos. 8 3 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE GESTÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL Fonte: www.rochacerqueira.com.br/ A expansão da consciência coletiva em relação ao meio ambiente e a complexidade das atuais demandas ambientais que a sociedade repassa às organizações induzem um novo posicionamento por parte das organizações diante de tais questões. Tal posicionamento, por sua vez, exige gestores empresariais preparados para fazer frente a tais demandas ambientais, que saibam conciliar as questões ambientais com os objetivos econômicos de suas organizações empresarias. Fica evidente que a formação de recursos humanos, dentre eles a do profissional generalista ou aquele especializado, ambos graduados, por escolas de administração ou outros cursos, é requerida em todas as direções e níveis nos quais se processa o novo padrão da gestão ambiental em suas dimensões de conteúdo, forma e sustentação. A formação de profissionais qualificados deve ser tratada com altíssima prioridade porque, além de possibilitar que os órgãos governamentais e empresas, contem com pessoal qualificado para sua respectiva missão, também tem o papel de deflagrar uma nova mentalidade que proporcione mudanças, inclusive das próprias instituições formadoras de recursos humanos. 9 4 PROFISSÕES AMBIENTAIS Fonte: web.mundodastribos.com/ Aqui estão elencadas algumas profissões ligadas ao meio ambiente. a) Advogado Ambiental: podendo advogar tanto na defesa de supostos transgressores das leis ambientais, bem como fornece Assessoria para a prevenção de futuras punições; b) Auditor Ambiental: realiza a avaliação das medidas exigidas concernentes à preservação do meio ambiente, para a obtenção das certificações ambientais, como por exemplo da série ISO 14.000; c) Biólogo: dentre as inúmeras atividades que podem ser exercidas por um biólogo, ressaltam-se levantamento de fauna e flora, elaboração de EIA-RIMA (o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental - EIA), consultoria para reservas naturais, responder tecnicamente em projetos e programas sobre assuntos afetos à sua área de formação técnica etc.; d) Cientista Ambiental: possui o conhecimento genérico da ciência, propondo medidas que visem melhoria da qualidade de vida; e) Consultor Ambiental: prepara os relatórios referentes ao impacto ambiental, estabelecendo certos parâmetros como o ruído, contaminação de solo etc.; 10 f) Contador Ambiental: contabiliza os benefícios e malefícios que determinado produto poderá trazer ao meio ambiente; g) Ecólogo: possui inúmeras funções, destacando-se a busca de modos para a diminuição do impacto ambiental, utilização correta dos recursos naturais etc. h) Educador Ambiental: conscientiza crianças, empresas e a comunidade de um modo geral da necessidade de mudança de certos atos, para que se conserve e preserve o meio ambiente; i) Engenharia Ambiental: fiscaliza e monitora as indústrias no sentido de preservação do meio ambiente; j) Geólogo: pesquisas para a proteção e planejamento, envolvendo o meio da superfície terrestre; k) Gestor Ambiental: supervisiona ou administra os setores ou departamentos de meio ambiente das empresas. É conhecido também como gerente de meio ambiente. l) Monitor de ecoturismo: trabalha como guia de turistas, explicando sobre os animais, reservas etc. 5 MEIO AMBIENTE Fonte: morganberglund.com.br/ 11 O meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Estão incluídos nesta definição: a) fatores fisiográficos como solo, água, floresta, relevo, geologia e paisagem; b) fatores psicossociais inerentes à natureza humana como comportamento, bem-estar, estado de espírito, trabalho, saúde, alimentação, etc. e c) fatores sociológicos, como cultura, civilidade, convivência, o respeito, a paz, etc. É necessário que se perceba que o respeito ao meio ambiente é uma necessidade para a preservação do ser humano, enquanto espécie, portanto, em primeiro lugar o respeito ao meio ambiente é uma questão de sobrevivência. Em segundo lugar é necessário que se verifique onde este respeito é necessário e, portanto, cobrado de cada um. Esta localização parte da análise de que cada um deve cuidar de seu ambiente próximo o que, concomitantemente, propiciará a preservação do meio ambiente como um todo. O Direito contribui com o meio ambiente atuando, principalmente, da seguinte forma: a) de forma preventiva preserva-se o meio ambiente; b) em sede de litígio defende-se o ofendido; e c) define a extensão da responsabilidade do ofensor do meio ambiente. No âmbito do Direito Constitucional, o artigo 225 da Constituição Federal expressamente consigna: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade para o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.” Dada a importância deste artigo da nossa “Lei Maior”, vamos destacar a significação geral dos enunciados: a) Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado – pertence a todos, incluindo aí as gerações presentes e as futuras, sejam brasileiros ou estrangeiros; b) Meio ambiente é bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida – é um bem que não está na disponibilidade particular de ninguém, nem de pessoa privada, nem de pessoa pública; c) Poder Público - é a expressão genérica que se refere a todas as entidades territoriais públicas; 12 d) Dever de defender o meio ambiente e preservá–lo – é imputado ao Poder Público e à coletividade. Esta disposição constitucional faz com que o Direito Ambiental adquira uma dimensão infinita em todas as áreas do Direito, qual seja a partirda previsão expressa constitucionalmente em seus parágrafos e incisos o meio ambiente ganha relevância e proteção do Estado. Com o objetivo de buscar uma maior identificação com a atividade que agride o meio ambiente e o bem jurídico agredido podemos destacar quatro aspectos contidos na classificação de meio ambiente: a) Meio ambiente natural (ou físico) - É constituído pelo solo, pela água, pelo ar atmosférico, pela flora e pela fauna. Quando é lançado em qualquer corrente de água um produto tóxico, que provoca a morte dos seres vivos daquele habitat, temos um exemplo de agressão ao meio ambiente físico. b) Meio ambiente cultural (construído pelo homem, enquanto expressão de sua cultura) - É constituído pelo patrimônio histórico, artístico, científico, arqueológico, paisagístico, turístico. Quando, após ter sido declarado como patrimônio histórico, um determinado imóvel é demolido na "calada da noite" por seu proprietário, que considera uma invasão em seu direito de propriedade está limitação imposta pelo Poder Público, ou, quando se estabelece que só será permitido o ensino da religião católica nas escolas públicas, temos aí exemplos de agressões ao meio ambiente cultural de nosso povo. c) Meio ambiente artificial - É constituído pelo espaço urbano construído (conjunto de edificações e equipamentos públicos colocados à disposição da coletividade como ruas, praças, áreas verdes...), observando-se que neste conceito não se exclui o meio ambiente rural, uma vez que se refere a todos os espaços habitáveis, no tocante ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantia do bem-estar de seus habitantes. Quando o seu vizinho do andar superior não se preocupa em sanar um defeito contido na edificação, que provoca o vazamento de água, de forma perene, em seu imóvel, ou, quando alguém depreda sistematicamente todos os orelhões do bairro, temos aí exemplos de agressões ao meio ambiente artificial de uma determinada pessoa, no primeiro exemplo, e de pessoas indeterminadas, no segundo exemplo. 13 d) Meio ambiente do trabalho - É constituído pelo ambiente onde o ser humano desenvolve sua atividade produtiva, objetivando sua sobrevivência enquanto homem-indivíduo. Tutela-se neste aspecto a saúde e a segurança do trabalhador e, por consequência, punir-se-á todas as formas de degradação e poluição do meio ambiente onde o homem exerce sua atividade, mantendo-se a sua qualidade de vida. Quando o ordenamento jurídico estabelece a obrigatoriedade da elaboração de um laudo de impacto ambiental, esta determinação tem um objetivo preventivo, no sentido de se evitar a agressão ao meio ambiente em qualquer um de seus aspectos, ou seja, verificada a possibilidade de agressão ao meio ambiente buscar-se-á o saneamento desta possibilidade e, em caso de verificação da impossibilidade deste saneamento, a empresa não terá autorização para exercer aquela atividade agressora ao meio ambiente. Verifica-se, portanto, que o empresário cauteloso, preventivamente, terá em seu poder um laudo de impacto ambiental, evitando, problemas futuros. Portanto, meio ambiente do trabalho consiste na proteção da integridade do trabalhador no meio ou lugar destinado à atividade laboral, na medida dos padrões de saúde e qualidade de vida legalmente estabelecidos. Vamos verificar os diversos significados de meio ambiente, na acepção conceitual: Em sentido genérico: a) o meio ambiente é um conceito interdependente que realça a interação homem-natureza; b) o meio ambiente envolve um caráter interdisciplinar ou transdisciplinar; e c) o meio ambiente deve ser embasado em uma visão antropocêntrica alargada mais atual, que admite a inclusão de outros elementos e valores. Esta concepção faz parte integrante do sistema jurídico brasileiro. Assim, entende-se que o meio ambiente deve ser protegido com vistas ao aproveitamento do homem, mas também com o intuito de preservar o sistema ecológico em si mesmo. Em sentido jurídico: a) a lei brasileira adotou um conceito amplo de meio ambiente, que envolve a vida em todas as suas formas. O meio ambiente envolve os elementos naturais, artificiais e culturais e do trabalho; 14 b) o meio ambiente, ecologicamente equilibrado, é um macro bem unitário e integrado. Considerando-o macro bem, tem-se que é um bem incorpóreo e imaterial, com uma configuração também de micro bem; c) o meio ambiente é um bem de uso comum do povo. Trata-se de um bem jurídico autônomo de interesse público; e d) o meio ambiente é um direito fundamental do homem, considerado de quarta geração, necessitando, para sua consecução, da participação e responsabilidade partilhada do Estado e da coletividade. Trata-se, de fato, de um direito fundamental Inter geracional, intercomunitário, incluindo a adoção de uma política de solidariedade. 6 DIREITO AMBIENTAL DO TRABALHO Fonte: unieducar.org.br/ Vimos que de forma didática o meio ambiente foi pormenorizado em quatro categorias: 1) Meio ambiente natural; 2) meio ambiente cultural; 3) meio ambiente artificial; e 4) meio ambiente do trabalho. Este último, de tão relevante está sendo estudado de forma independente abrindo espaço para um novo ramo do direito. O meio ambiente do trabalho está relacionado com a saúde do trabalhador. A busca de garantia de um meio ambiente que proporcione bem-estar ao invés de riscos à saúde gerou o novo ramo do direito: Direito Ambiental do Trabalho. Este novo ramo já ocupa espaço de relevância quando trata da qualidade de vida no trabalho. A busca 15 de proteção jurídica vai desde a qualidade do ambiente físico interno e externo do local de trabalho, até as relações interpessoais e a saúde física e mental do trabalhador. A constante mudança do cenário social e das relações traz novas demandas de litígios e de bens a serem tutelados pelo direito. Daí o surgimento de "novos direitos", dentre eles, o direito ambiental do trabalho. São inúmeras as possibilidades de doenças ocupacionais e patologias do trabalho e dos vários tipos de riscos aos quais um trabalhador pode ser exposto, o direito ambiental irá tutelar todas elas partindo, principalmente, do princípio da prevenção. 7 A LEGISLAÇÃO E O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO Fonte: novotempo.com/ Tutelar a saúde do trabalhador garantindo um meio ambiente que proporciona bem-estar ao trabalhador ao invés de riscos a sua saúde é uma tarefa difícil face às constantes mudanças das atividades produtivas, bem como ao avanço tecnológico que insiste em expor o trabalhador a imprevistos riscos. 16 Historicamente, observa-se que a industrialização, surgida inicialmente na Inglaterra no Século XVIII, alterou significativamente os ambientes de trabalho, principalmente com a utilização das máquinas e a intensificação do ritmo de trabalho. A partir de então houve a nítida separação entre local de trabalho e de moradia, tratando-se, portanto, de dois ambientes diferentes. Quanto a qualidade de vida e bem estar, há quem sustente que a Revolução Industrial não significou melhoria imediata e substancial no nível de vida da classe trabalhadora britânica, principalmente durante seus primeiros passos. Diante da ausência de boas condições de trabalho e de vida, houve a necessidade de movimentos grevistas e protestos por parte dos trabalhadores que renderam gradual aumento do nível salarial e do poder aquisitivo, bem como estabelecimento de direitos sociais. Nesse sentido, cumpre ressaltar o surgimento, ainda embrionário, de legislações provindas do poder público, consagradas pelas leis e regulamentos; por outro lado, surgiu o direito advindo das negociações entre empregados e empregadores. Como resultado, abriu-se um campo alternativo para a determinação de condições de trabalho e proteção à saúde dos trabalhadores. É muito recente a preocupação do legislador com as questõesreferentes ao meio ambiente. Devemos considerar que os ambientes de trabalho têm atravessado profundas modificações, repercutindo na forma e tipo de proteção legal estabelecida pelo poder público. Após a constitucionalização dos direitos sociais, observa-se progressivamente, surgimento de normas de saúde ocupacional e segurança industrial, em resposta as mudanças nos processos produtivos e aprimoramento das relações de trabalho. O artigo 1º, caput, da Constituição de 1988 prevê, como um dos fundamentos da República, a dignidade da pessoa humana. O artigo 5º, caput, fala do direito à vida e segurança, e o artigo 6º, caput, qualifica como direito social o trabalho, o lazer e a segurança. No artigo 225, caput, ela garante a todos um meio ambiente ecologicamente equilibrado e, no inciso V, incumbe ao Poder Público o dever de controlar a produção, comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. 17 Extrai-se, da análise sistemática de todos esses dispositivos da Carta Federal, que o Estado não tolerará atividade que ponha em risco a vida, a integridade física e a segurança dos indivíduos. Partindo de uma tutela constitucional, tem-se respaldo para proteger o trabalhador dos mais variados elementos que ameacem comprometer o seu meio ambiente do trabalho e, por conseguinte, sua saúde. No entanto, a Carta Magna é genérica e a função de regulamentar tudo isso restou ao legislador infraconstitucional e atualmente ao Direito Ambiental do Trabalho. Fonte: logistica.3co.com.br/ Por outro lado, a CLT discorre nos artigos 189 a 197, sobre os adicionais de insalubridade e periculosidade, regulamentando sua existência, sua fiscalização e sua eliminação. O artigo 189 define atividades insalubres como aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. O artigo 192 diz que o exercício de atividade insalubre, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do trabalho, garante o recebimento de adicional de 40%, 20% e 10% do salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. A mesma CLT, no artigo 193, define periculosidade como contato permanente com 18 inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado e que o trabalho nessas condições assegura a percepção de um adicional de 30% sobre o salário. O meio ambiente de trabalho seguro e adequado é um direito fundamental do trabalhador. 8 DEFINIÇÕES IMPORTANTES QUE AJUDARÃO NA CONTINUIDADE DO ENTENDIMENTO DA MATÉRIA Fonte: 1.bp.blogspot.com/ Área de Proteção Ambiental (APA): Aquela que é declarada com o objetivo de assegurar o bem-estar das populações e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais; área de preservação ambiental. Dentro dos princípios constitucionais que regem o exercício da propriedade, o poder público estabelecerá normas limitando ou proibindo: a) implantação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras, capazes de afetar mananciais; b) realização de obras de terraplanagem e abertura de canais, quando estas iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais; 19 c) exercício de atividades capazes de provocar acelerada erosão das terras e/ou acentuado assoreamento das coleções hídricas; d) exercício de atividades que ameacem extinguir na área protegida as espécies raras da biota nacional Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): Área que tem características extraordinárias e abriga exemplares raros da biota regional e exige cuidados especiais de proteção por parte do poder público. O poder público — federal, estadual ou municipal — declara área de relevante interesse ecológico aquela que, além dos requisitos estipulados por lei, tiver extensão inferior a 5 mil ha e pequena ou nenhuma ocupação humana. Sua proteção tem por finalidade manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível das mesmas. Área Especial de Interesse Turístico: Trecho de território, inclusive águas territoriais, instituídas por decreto do Poder Executivo, a ser preservado e valorizado no sentido cultural e natural, destinado a promover o desenvolvimento turístico e receber projetos de turismo. Biodegradável: Diz-se da substância que se decompõe facilmente reintegrando-se à natureza. Dejetos humanos são biodegradáveis, pois sofrem este processo natural de reintegração. Muitos produtos industriais não o são, como os plásticos. Indústrias vêm trabalhando para desenvolver produtos biodegradáveis, por exemplo, um tipo de plástico biodegradável. Biodiversidade: Conjunto de plantas, animais, microrganismos e ecossistemas que sobrevivem na natureza em processos evolutivos de mais de 4 bilhões de anos, que constituem uma variedade biológica de mais de 30 milhões de organismos vivos. Biota: Conjunto de seres animais e vegetais de uma região. 20 Contabilidade ambiental: Avaliação matemática do custo do desgaste que o meio ambiente sofre em função do desenvolvimento econômico e que traduz em cifras o peso do meio ambiente no processo de crescimento de um país. Controle ambiental: Ação pública, oficial ou privada, destinada a orientar, corrigir e fiscalizar atividades que afetam ou possam afetar o meio ambiente. Fonte: www.theos-consulting.de/ Crime ambiental: é qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o meio ambiente, protegidos pela legislação. Com a entrada em vigor da Lei dos Crimes Ambientais, Lei nº 9.605, de 13/02/98, o Brasil deu um grande passo legal na proteção do meio ambiente, pois na nova legislação traz inovações modernas e surpreendentes na repreensão a destruição ambiental, revogando muitos dispositivos, bem como apresentando novas penalidades, reforçando outras existentes e impondo mais agilidade ao julgamento dos crimes. Cobrança pelo uso da água - Prevista na Lei de Recursos Hídricos (Lei Federal 9433/97), parte do princípio de que a água é um bem econômico e seu uso deve ser racionalizado. Pode haver a cobrança de todos usos sujeitos à outorga, como captação de água, lançamento de esgotos, ou produção de energia. Pela lei, os valores arrecadados devem ser aplicados prioritariamente em obras, estudos e programas na própria área da bacia hidrográfica onde se fez a cobrança. (Fonte: Lei Federal 9433/97) 21 Conservação ambiental - Manejo dos recursos do ambiente, ar, água, solo, minerais e espécies vivas, incluindo o Homem, de modo a conseguir a mais alta qualidade de vida humana com o menor impacto ambiental possível. Ou seja, busca compatibilizar os elementos e formas de ação sobre a natureza, garantindo a sobrevivência e qualidade de vida de forma sustentável. Dano ambiental: qualquer ato ou atividade considerada lesivos ao meio ambiente que sujeitarão os autores e/ou responsáveis a sanções penais, independentemente de terem de reparar os danos causados. Hoje existe a lei de crimes ambientais 9605/98. Desenvolvimento sustentável: modelo desenvolvimentista baseado na obtenção de uma taxa mínima de crescimento, combinada com a aplicação de estratégias para proteção do meio ambiente. Fauna: Conjunto de espécie animal de determinada região em um período. Interesse difuso: interesse juridicamente reconhecido, de uma pluralidade indeterminada ou indeterminável de sujeitos que, potencialmente, pode incluir todos os participantes da comunidade geral de referência, o ordenamento geral cuja normativa protege tal tipo de interesse. O interesse difuso é o interesse que cada indivíduo possui pelo fato de pertencer à pluralidade de sujeitosa que se refere a norma. Podemos apontar como típicos interesses difusos o direito à informação, o direito ao ambiente natural, o respeito das belezas monumentais ou arquitetônicas, o direito à saúde e segurança social, o direito a um harmonioso desenvolvimento urbanístico. Mas os campos mais salientes dos interesses difusos estão na tutela dos direitos dos consumidores e do direito ao ambiente sadio. Não podemos confundir interesse difuso com interesse coletivo. Este último corresponde a um grupo determinado de pessoas como membros de associação de classe, acionistas de uma mesma sociedade, estudantes da mesma escola, sindicato condôminos, etc. enquanto que o difuso, como vimos, são pessoas indeterminadas. 22 Ecossistema: I. Conjunto de plantas e animais dentro de um espaço comum; a unidade ecológica no mais profundo sentido. II. Nível de organização da natureza: uma gota de água, um monte de folhas, um tronco, uma região natural, um bosque, um pântano, etc. (O mesmo que sistema ecológico.) Estudo de Impacto Ambiental (EIA): Estudo realizado por determinação da legislação, composto de mapas, gráficos, explicações e conclusões técnicas, destinado a avaliar as modificações que se operarão no meio ambiente ao se construir uma obra. O EIA gera o RIMA – relatório de Impacto do Meio Ambiente. Gestão Ambiental: é a forma pela qual uma empresa se mobiliza, interna e externamente, na conquista da qualidade ambiental desejada. Para atingir a meta ao menor custo. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a estratégia indicada. Manancial: Reserva de água, de superfície ou subterrânea, utilizada para abastecimento humano, animal, industrial ou para irrigação. Mata Atlântica: Floresta semelhante à Amazônia, que ocorre no litoral leste do Brasil, nas encostas orientais e atlânticas da serra do Mar; floresta atlântica, mata costeira, mata litorânea, mata oriental. Muito densa, a Mata Atlântica apresenta condições fisiográficas peculiares e alta diversidade. Originalmente abrangia um milhão de quilômetros quadrados, ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, correspondendo a 12% do território nacional. Devido ao desmatamento e ocupação sem planejamento, ela ocupa hoje apenas 25 mil quilômetros quadrados, cerca de 0,3% do território brasileiro. Monóxido de carbono: Gás incolor e inodoro, que apesar de ser combustível não mantém uma combustão; óxido de carbono. O monóxido de carbono é extremamente venenoso e pesa menos que o ar. Forma-se em todas as fumaças e no gás de escapamento de motores. Seu caráter venenoso reside em sua forte vinculação com a hemoglobina, podendo causar a morte. É um dos maiores fatores de poluição atmosférica. 23 Queimada: Prática agrícola de limpeza do solo com a queima de produtos da roçada (mato, galhos, cipós, etc.), o que reduz o custo e a mão-de-obra. A queimada contribui, entretanto, para a gradual esterilização do solo, acidificando-o e destruindo grande parte de sua micro vida. As queimadas são as responsáveis pela maioria dos incêndios florais. Reciclagem: é toda prática que regenere ou reprocesse um produto proveniente de outro processo, para que se obtenha um produto útil ou para reutilização (reuso). Recurso natural não-renovável: Qualquer dos recursos básicos naturais que compõem a natureza e que não se reproduzem e deixarão de existir se forem explorados à exaustão: petróleo, mineral, etc. Recurso natural renovável: Qualquer dos recursos básicos naturais que compõem a natureza e que poderão reproduzir-se: os animais, as plantas. Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA): contém o balanço dos pontos negativos e positivos do impacto ambiental causado por determinada obra, numa região. O Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente, é baseado na Constituição Federal e foi regulamentado por lei em janeiro de 1986 e pela resolução nº 1/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Inclui o RIMA as medidas, que são sugeridas pelos técnicos para a prevenção e/ou redução dos efeitos negativos da obra e para o incremento dos efeitos positivos. Sociedade sustentável: Aquela que atende às suas necessidades atuais sem pôr em risco as perspectivas das gerações futuras. Seve para as empresas o fato de conciliar o crescimento econômico com estratégias para a proteção ao meio ambiente. O tema deve ser analisado em conjunto com o “consumo sustentável” e “sociedade sustentável”. Voçoroca: Processo erosivo subterrâneo causado por infiltração de águas pluviais, através de desmoronamento e que se manifesta por grandes fendas na 24 superfície do terreno afetado, especialmente quando este é de encosta e carece de cobertura vegetal. Xaxim: pseudocaule de feto arborescente que é usado para vasos de plantas, prática extrativista que está levando o vegetal à extinção. 9 DANO AMBIENTAL – FORMAS DE REPARAÇÃO Fonte: www.educamundo.com.br/ Não encontramos no ordenamento jurídico brasileiro uma definição expressa do termo dano ambiental, pois a legislação ambiental utiliza as seguintes expressões: poluidor, degradação ambiental e poluição. A Lei 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelece no seu artigo 3º, inciso IV, que poluidor “é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”. Ainda, conceitua a degradação ambiental como a “alteração adversa das características do meio ambiente” (inciso II, do artigo 3º da citada lei). Assim sendo, é importante mencionar a definição legal de poluição prevista no artigo I, da Lei 6.938/81: Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente: a) prejudicam a saúde e o bem estar da população; 25 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e e) lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Como se vê, a legislação define poluidor como a pessoa (física ou jurídica) causadora da degradação ambiental, por conseguinte, poluidor é o degradador ambiental ou a pessoa que altera adversamente as características do ambiente. O tratamento legal atribuído a esses conceitos jurídicos (poluidor, poluição e degradação ambiental) dá ensejo a afirmação de que a poluição não está restrita à alteração do meio natural, portanto, o meio ambiente a ser considerado pode ser tanto o natural quanto o cultural e o artificial. Se a legislação ambiental fornece apenas elementos indicativos da definição de dano ambiental, a doutrina tem um estudo mais específico e profundo em relação ao tema, especialmente sobre sua caracterização. Assim, o dano ambiental pode ser definido como “a lesão aos recursos ambientais, com a consequente degradação- alteração adversa do equilíbrio ecológico e da qualidade ambiental”. Primeiro, o dano é um pressuposto da obrigação de reparar e, consequentemente, um elemento necessário para a configuração do sistema de responsabilidade civil. Segundo, a definição de dano ambiental abrange qualquer lesão ao bem jurídico-meio ambiente-, causado por atividades ou condutas de pessoas físicas ou jurídicas. Ou seja, “o dano ambiental deve ser compreendido como toda lesão intolerável causada por qualquer ação humana (culposa ou não ao meio ambiente), diretamente o bem de interesse da coletividade, em uma concepção totalizante, e indiretamente a terceiros tendo em vista interesses próprios individualizáveis e que refletem o bem”. O dano ambiental apresenta características diferentes do dano tradicional, principalmente porque é considerado bem de uso comum do povo, incorpóreo, imaterial, autônomo e insuscetível de apropriação exclusiva. Trata-se, aqui, dedireitos difusos, em que o indivíduo tem o direito de usufruir o bem ambiental e também tem o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Desta forma, o dano ambiental pode tanto afetar o interesse da coletividade quanto seus efeitos podem ter reflexo na esfera individual, o que autoriza o indivíduo 26 a exigir a reparação do dano, seja ela patrimonial ou extrapatrimonial. Assim, o dano ambiental tem duas facetas: a) pode ser produzido ao bem público, neste caso, o titular é a coletividade; e b) o dano ecológico, é ainda, o dano sofrido por particular enquanto titular do direito fundamental. Nesta perspectiva, o dano ao meio ambiente apresenta certas especificidades em relação aos danos não ecológicos. Primeiro, porque as consequências decorrentes da lesão ambiental são, via de regra, irreversíveis, podendo ter seus efeitos expandidos para além da delimitação territorial de um Estado. Segundo, porque a limitação de sua extensão e a quantificação do quantum reparatório é uma tarefa complexa e difícil, justamente em função do caráter difuso, transfronteiriço e irreversível dos danos ambientais. Se a interferência do homem no meio ambiente pode gerar danos, é necessário estabelecer instrumentos de reparação. A Constituição Federal de 1988 no capítulo dedicado ao Meio Ambiente estabelece como forma de reparação do dano ambiental três tipos de responsabilidade, a saber: civil, penal e administrativa, todas independentes e autônomas entre si. Ou seja, com uma única ação ou omissão pode-se cometer os três tipos de ilícitos autônomos e também receber as sanções cominadas. Em matéria ambiental a responsabilidade ambiental observa alguns critérios que a diferenciam de outros ramos do Direito. Isto porque ela impõe a obrigação de o sujeito reparar o dano que causou a outrem. É o resultado de uma conduta antijurídica, seja de uma ação, seja de uma omissão, que se origina um prejuízo a ser ressarcido. Estas peculiaridades da responsabilidade civil ambiental são importantes, pois trazem segurança jurídica, pelo fato do poluidor assumir todo o risco que sua atividade produzir. Além disso, associado à responsabilidade objetiva está o dever do poluidor de reparar integralmente o bem ambiental lesado, seja por meio da restauração, seja por meio da compensação ecológica. Os danos ambientais são de difícil reparação, especialmente em razão de suas características que dificilmente são encontradas nos danos não ecológicos. Apresentam, portanto, as seguintes especificidades: a) os danos ao meio ambiente são irreversíveis; b) a poluição tem efeitos cumulativos; 27 c) os efeitos dos danos ecológicos podem manifestar-se além das proximidades vizinhas; d) são danos coletivos e difusos em sua manifestação e no estabelecimento do nexo de causalidade; e) têm repercussão direta nos direitos coletivos e indiretamente nos individuais. A indenização pecuniária é uma forma de reparação secundária do bem ambiental lesada, portanto, preterida à restauração do dano ambiental. Por outro lado, tem como fator positivo a certeza da sanção civil, o que garante o caráter coercitivo da responsabilidade civil ambiental. Verifica-se, portanto, na prática, que nem a restauração e nem a compensação ecológica é capaz de reconstituir os bens ambientais lesados. Neste sentido, a indenização pecuniária é uma forma de compensação ecológica, embora o sistema de reparação ambiental tenha como fim principal à recuperação do patrimônio natural degradado. A legislação ambiental brasileira determina no artigo 13 da lei 7347/85 que: “Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por conselhos Estaduais que participarão necessariamente, o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.” Vamos resumir analisando o direito sob a ótica do direito material. Concluímos que quanto aos danos difusos ambientais, têm-se três maneiras de repará-los: a) restauração natural; b) compensação ecológica; e c) indenização pecuniária (também considerado uma forma de compensação). A primazia do ordenamento jurídico pátrio é a restauração natural como forma de reparação do dano ambiental. Somente quando verificada a impossibilidade técnica de se restaurar o bem degradado é que medidas compensatórias poderão ser aplicadas. No caso de aplicação de medidas compensatórias para reparação do dano, é importante salientar que existe primazia, também aqui, de determinadas formas de compensação ecológica sobre outras. Em sentido lato, há que se observar a seguinte ordem de prioridade na aplicação da medida compensatória: 28 a) substituição por equivalente no local; b) substituição por equivalente em outro local; e, c) somente em último caso, indenização pecuniária. Fonte: concursospublicos.primecursos.com.br/ A indenização pecuniária: trata-se da compensação do dano causado por meio pecuniário, já que, na prática, a reparação do dano é praticamente impossível. 10 COMO DENUNCIAR CAUSAS DE AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE Fonte: thumbs.dreamstime.com/ 29 Todo cidadão tem o direito e o dever de denunciar uma agressão ao meio ambiente. A primeira atitude a ser tomada é, uma vez sabendo quem é o agente infrator, tentar uma conversa, a fim de conscientizá-lo do dano que está provocando e a sugestão de medidas alternativas para agir, que não sejam prejudiciais ao meio ambiente. Caso a tentativa de conscientização não dê certo, o jeito será preparar uma denúncia e encaminhá-la ao órgão ambiental correto, pois, caso contrário, não surtirá nenhum efeito. Importante, também, não esquecermos que a imprensa é uma grande aliada nesse processo: pois coloca em evidência os danos ambientais e gera uma discussão social, podendo levar a questão à resolução de forma mais rápida e consciente. Feitas essas primeiras considerações, vamos indicar o "caminho das pedras" para a realização de uma denúncia. Quem pode denunciar? Qualquer cidadão. Entretanto, é bom ressaltar que se a denúncia partir de um grupo de pessoas ou com o apoio de uma ONG, sua força será maior. Deve ser feita por escrito ou por telefone? Em casos emergenciais, como, por exemplo, um incêndio florestal, a denúncia pode ser feita por telefone ou pessoalmente. Nos outros casos, o meio mais eficiente é a denúncia escrita, relatando o dano com o máximo de detalhes (fatos, data, horário, endereço completo do local e todos os dados disponíveis dos infratores) e com provas (fotos, reportagens, documentos, mapa do local,). Pode ser feita, também por abaixo assinado, sendo que este deve conter não só a assinatura, mas o nome completo e o RG dos signatários. Dica: na denúncia escrita, é sempre bom guardar uma prova de que o documento foi entregue (protocolo no órgão responsável ou na empresa, ou, se enviado por correio, carta com aviso de recebimento - AR). Para quem mandar a denúncia? Em termos de dano ambiental, o órgão federal principal pela fiscalização e controle ambiental é o IBAMA. Pode-se remeter a denúncia para a sede, em Brasília, ou para a superintendência estadual. Já no âmbito estadual, além da superintendência do IBAMA, pode-se buscar os órgãos estaduais responsáveis, bem como as Procuradorias do Meio Ambiente, ou, dependendo do caso, as Polícias Civil ou Militar (tendo em vista que a agressão ambiental é crime). Em caso de dano contra o consumidor, o mais recomendável é buscar os PROCONs estaduais e as Promotorias de Defesa do Consumidor. 30 11 ÓRGÃOS PÚBLICOS RECEBEM DENÚNCIAS DE AGRESSÕES AMBIENTAIS IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis: é o principal órgão federal para a fiscalização e controle ambiental. Recebe denúncias sobre caça e comércio ilegalde animais, poluição do ar, da água, ou do solo. Órgão Estadual do Meio Ambiente (secretaria, diretoria ou departamento): atende casos de poluição sonora, do ar, caça e comércio ilegal de animais silvestres, derrubada de árvores. Procuradorias do Meio Ambiente e de Defesa do Consumidor: podem promover inquéritos e ações judiciais a partir de denúncias de danos ao meio ambiente, ao patrimônio público e ao consumidor, sem custo para o cidadão. Polícia: a agressão ambiental é crime, quer dizer, tanto a Polícia Civil, quanto a Polícia Florestal e de Mananciais (faz parte da Polícia Militar) podem realizar autuações, aplicar multas, embargar obras e apreender materiais utilizados durante uma infração ambiental. Poder Legislativo (Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de Vereadores): em casos de infrações de maior repercussão, sobretudo quando dependem de uma política pública, podem agir promovendo debates públicos, solicitando requerimento de informações aos responsáveis, entre outras medidas. Contatar a Comissão de Meio Ambiente e de Defesa do Consumidor, quando houver, ou o parlamentar mais sensível à questão. Conselhos de Meio Ambiente (Conselho Nacional de Meio Ambiente, Conselho Estadual de Meio Ambiente ou Conselho Municipal de Meio Ambiente): reúne representantes do setor público e da sociedade civil, podendo exigir, para infrações de maior repercussão, ações efetivas por parte dos órgãos de meio ambiente. CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear: é responsável por todas as atividades nucleares no país, inclusive o controle e fiscalização de denúncias sobre lixo nuclear e outros tipos de contaminação radioativa. Prefeitura Municipal: age em casos de poluição sonora, lixo, construções clandestinas em áreas de preservação ambiental, praças ou jardins mal conservados, extração irregular de argila e areia, e demais problemas no âmbito municipal. 31 32 12 IMPACTO AMBIENTAL Fonte: i135.photobucket.com De acordo com a Resolução do CONAMA n.º 001 de 23/01/86, Impacto Ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) as atividades sociais e econômicas; c) a biota; d) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e) a qualidade dos recursos ambientais. O impacto é positivo quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro ambiental. O impacto é negativo quando a ação resulta em danos à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental. A resistência de um ecossistema pode ser entendida como a sua capacidade de resistir e amortecer impactos negativos sobre a sua estrutura. A resiliência pode ser entendida como sendo a velocidade de recuperação da estrutura geral de um ecossistema após um distúrbio, ou seja, é a capacidade 33 intrínseca de um sistema em manter sua integridade no decorrer do tempo, sobretudo em relação a pressões externas. Para entender melhor a resiliência analisemos as seguintes situações: a) Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperação natural após distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do distúrbio, fatores essenciais para a manutenção da resiliência como, banco de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regeneração natural ou tornando-o extremamente lento. b) As áreas desflorestadas diminuem sua capacidade de retenção de água, aumentando o escoamento superficial, exportando assim grande carga de sólidos para os cursos de água. Esta destruição ambiental diminui a resistência e a resiliência dos ecossistemas tendo como consequência o aumento das enchentes em períodos de intensas chuvas e tornando ainda mais dramáticos os efeitos das secas prolongadas. O Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA) contém o balanço dos pontos negativos e positivos do impacto ambiental causado por determinada obra, numa região. O Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente, é baseado na Constituição Federal e foi regulamentado por lei em janeiro de 1986 e pela resolução nº 1/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Inclui o RIMA as medidas, que são sugeridas pelos técnicos para a prevenção e/ou redução dos efeitos negativos da obra e para o incremento dos efeitos positivos. Exemplos dos principais impactos ambientais negativos enfrentados por municípios brasileiros: a) lançamento de esgoto residencial e efluentes industriais, ocasionando poluição nos corpos de água superficiais e subterrâneos; b) disposição inadequada dos resíduos sólidos e da saúde; c) áreas urbanas com crescimento desordenado, mesmo em municípios aonde há Plano diretor; d) erosão e assoreamento devido ao desmatamento de matas ciliares, atividades mineradoras, algumas delas clandestinas e manejo inadequado das áreas agrícolas; e) ocupação por residências ilegais em áreas no entorno de antigas voçorocas; 34 f) alteração dos perfis longitudinais e transversais dos córregos, ocorrendo degradação da paisagem devido principalmente a extração mineraria e seus acúmulos desordenados de seus rejeitos, não obedecendo o que já está previsto por lei. Não há nenhum manejo adequado com medidas mitigadoras para diminuir os impactos dessa atividade. g) principalmente nas áreas urbanas a intensa impermeabilização do solo pela utilização de asfalto para a pavimentação das ruas e aumento do número de construções, sem o devido acompanhamento da ampliação da rede de esgoto, juntamente com mau tratamento das redes mais antigas e do acúmulo de lixo, pela própria população, nas ruas da cidade, vem acarretando aumento do escoamento superficial e das inundações, tornando as cidades verdadeiras piscinas nas épocas da chuva; h) predominância de monoculturas, como a da cana-de-açúcar com seus efeitos negativos, por exemplo, as queimadas; retirada de matas ciliares substituídas pelas culturas, a vinhaça e outros. Todavia, neste caso, mais do que nunca, observa- se que o poder econômico aliado ao político, tentam demonstrar que os benefícios desta atividade agrícola excede em muito os seus impactos negativos (!!). “E se não fosse a cana?”, e, i) utilização sem orientação adequada dos agrotóxicos, ainda recomendados em doses excessivas àquelas realmente adequadas, aqui outra vez entre o poder econômico interferindo na melhoria da qualidade de vida e a ambiental; 35 13 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999) Fonte: audiper.com 14 CAPITULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Art. 1º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Art.3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; 36 II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aosprogramas educacionais que desenvolvem; III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, identificação e a solução de problemas ambientais. Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Art. 5º São os objetivos fundamentais da educação ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; 37 II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. 15 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Seção I - Disposições Gerais Art.6º É instituída a Política Nacional de Educação ambiental. Art.7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental. Art.8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: I - capacitação de recursos humanos; II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; III - produção e divulgação de material educativo; IV - acompanhamento e avaliação. §1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei. 38 §2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para: I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino; II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas; III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental; IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio ambiente; V- o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental. §3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para: I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando incorporação da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino; II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão ambiental; III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando participação dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática ambiental; IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área ambiental; V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo material educativo; VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações enumeradas nos incisos I a V. Seção II - Da Educação Ambiental no Ensino Formal Art.9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino público e privados, englobando: I - educação básica: a) educação infantil; b) ensino fundamental; c) ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; 39 IV - educação profissional V - educação de jovens e adultos. Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. § 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino. §2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica. §3º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas. Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus cursos, nas redes públicas e privada, observarão o cumprimento do disposto nos Arts 10 e 11 desta Lei. Seção III - Da Educação Ambiental Não-Formal Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização na defesa da qualidade do meio ambiente. Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará: I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente; II - a ampla participação da escola, universidade e organizações não- governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal;40 III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais; IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação; V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação; VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; VII - o ecoturismo. 16 CAPÍTULO III - DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Art. 14. A coordenação da política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei. Art. 15. São atribuições do órgão gestor: I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional; II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área de educação ambiental, em âmbito nacional; III - participação na negociação de financiamentos de planos, programas e projetos na área de educação ambiental. Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os seguintes critérios: I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental; 41 II - prioridade dos órgão integrantes do SISNAMA e do Sistema Nacional de Educação; III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto; Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma equitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões do País. Art.18. (Vetado) Art.19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos ao meio ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às ações de educação ambiental. 17 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS Art.20. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho nacional de Educação. Art.21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 42 18 A QUESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA Fonte: www.abre.org.br/ A questão ambiental é uma realidade que chegou definitivamente às empresas modernas. Deixou de ser um assunto de ambientalistas para se converter em SGA (Sistema de Gestão Ambiental), e não se trata de um tardio despertar de consciência ecológica dos empresários e gerentes, mas uma estratégia de negócio. A globalização dos problemas ambientais é um fato incontestável e as empresas estão desde a sua origem no centro desse processo e qualquer solução efetiva para os problemas envolve essas empresas. Dentro desse contexto foram criadas normas de proteção ambientais, em especial a ISO 14000, que tem como função estabelecer um mecanismo mundial de uniformização das metodologias para implantação de sistema de gestão ambiental visando o aperfeiçoamento das relações das empresas com o meio ambiente Empresa não é uma questão separada do meio ambiente. A empresa é a questão central do meio ambiente. As formas como fazemos negócios refletem aquilo em que acreditamos e o que valorizamos. A empresa é também a força 43 contemporânea mais poderosa de que dispomos para estabelecer o curso dos eventos da humanidade. Quanto antes as organizações enxergarem a questão ambiental como oportunidade competitiva, maior será sua probabilidade de sobreviver e lucrar. É pela ênfase da questão ambiental como uma oportunidade de lucro que poderemos controlar melhor os prejuízos que temos causados ao meio ambiente. 19 DIREITO AMBIENTAL A preocupação com o meio ambiente vem de antes da Constituição Federal de 1988, por exemplo, com o código florestal (lei 4771/65) e a lei de fauna (lei 5197/67). Contudo tem-se um capítulo nela todo dedicado ao Meio Ambiente começando no artigo 225, da Constituição Federal que diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o poder de defendê- lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações. ” Em 31 de Agosto 1981, entra em vigor a lei que institui a Política Nacional do meio Ambiente, criando inclusive o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA – lei 6938/81, alterado posteriormente pela lei 7804/89) que descreve quem são os órgãos superior, central, executor, deliberativo/normativo, seccional e local e suas funções. Em 1998, o Congresso Nacional aprovou a lei 9605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Foi posteriormente regulamentada pelo decreto 3179/99, que foi revogado pelo decreto 6514/08. Esta lei prevê penalidades nas 3 esferas (administrativa, civil e penal – art. 3º) tanto para autoria ou coautoria em condutas lesivas ao meio ambiente, podendo, também, ser responsabilizados pessoas jurídicas. Essa lei atendeu, de certa forma, às recomendações da Carta da Terra e da Agenda 21, aprovadas durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Os países signatários se comprometeram a criar leis para a responsabilização por danos ao meio ambiente e para a compensação às vítimas da poluição. A lei ainda é palco de polêmicas, recebeu dez vetos do governo federal e ainda apresenta muitas lacunas. Mas sua aprovação foi um avanço político e cultural para a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4771.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5197.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/lein7804de18julhode1989_76.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/dec_3179_99_76.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6514.htm http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_arquivos/carta_da_terra_76.pdf http://www.mma.gov.br/component/k2/item/569?Itemid=670 44 proteção ao meio ambiente, principalmente porque nomeia os crimes ecológicos e permite punição. É um importante instrumento para ação de defesa do ecossistema e da qualidade de vida no planeta. Após essa lei ainda vieram outras leis, decretos e medidas provisórias relativas a defesa e proteção do meio ambiente como por exemplo a lei que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (lei 9433/97) e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos (SINGREH); a lei do Sistema nacional de Unidade de Conservação (lei 9985/00) que dispõe sobre o que é e as categorias de Unidade de Conservação; e outras. Leitura complementar LEITURA COMPLEMENTAR Breves considerações sobre os princípios do direito ambiental brasileiro Fernando de Azevedo Alves Brito, Álvaro de Azevedo Alves Brito Resumo: A natureza jurídica do meio ambiente e as suas características revelam uma realidade na qual quaisquer os danos ambientais gerados podem, de fato, ter reflexos imprevisíveis. Reconhecendo que alguns desses danos podem ser de caráter irreversível, torna-se inescapável ter como postura ética ambiental prevenir a ocorrência de degradações ao meio ambiente. O princípio da precaução se adéqua a esse contexto, de modo que se torna razoável que, em sendo desconhecidas as consequências de determinada atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente, deve ela ser evitada. Considerando que a vida humana está intimamenteligada à qualidade do meio ambiente, resta reconhecer que a aplicação do princípio da precaução é importância não só para a proteção do meio ambiente em si, mas, também, da própria saúde do ser humano. Palavras-chave: Direito Ambiental, Meio Ambiente, Princípio da Precaução, Tutela Ambiental, Tutela da Saúde. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm 45 1 Introdução O estudo dos princípios é fundamental para qualquer pesquisa jurídica. Diz-se isto pela certeza de que os princípios são a própria alma de um ordenamento. Enquanto as normas e as leis, com (e todos os seus processos e as suas formalidades, constroem o corpo de um ordenamento jurídico, os princípios, em si, formam o espírito, a essência que banha internamente o corpo ordenamental, dando- lhes vitalidade e sentido. Em outras palavras, “princípios são proposições, diretrizes características às quais deve subordinar-se todo o desenvolvimento ulterior. Nesse sentido, os princípios despertam a ideia do que é primeiro em importância; e na ordem da aceitação, do que é fundamental” (RIBEIRO JÚNIOR, 1997, p.11). Por esta ótica, fundamenta-se a necessidade de confecção deste tópico. Afinal, sem compreender os princípios que norteiam o Direito Ambiental, ainda que de maneira panorâmica, seria inviabilizada a possibilidade de uma compreensão mais ampla do próprio princípio da precaução e de sua importância para a tutela do meio ambiente e da saúde humana. Nesse panorama, decidiu-se por efetivar uma breve explanação sobre os princípios do Direito Ambiental, com a intenção de construir um alicerce básico, fundamental e indispensável, para a compreensão geral do próprio tema nuclear desta pesquisa. Optou-se, contudo, por tratar o princípio da precaução em um tópico isolado, como forma de viabilizar uma compreensão particular de suas características. 2 Princípio do Desenvolvimento Sustentável Nesse princípio, a pedra de toque é a palavra sustentabilidade. Sustentabilidade que não inibe, de qualquer forma, os desequilíbrios naturalmente provocados pela ação e pela existência humana em seu meio, mas que, notadamente, não aceita que o desenvolvimento humano, em busca de sua constante evolução, ameace a suportabilidade do meio ambiente ante os impactos gerados. Isto porque essa suportabilidade faz-se fundamental para que o planeta se mantenha habitável e existente. 46 O meio ambiente, em si, possui um limite dentro do qual as influências humanas são absorvidas, não prejudicando a sua revogabilidade e sustentabilidade[2]. Esse limite deve ser respeitado! Essa é a essência do desenvolvimento sustentável, que não impede o homem de desenvolver-se, desde que não ameace a sustentabilidade ambiental. Sustentabilidade ambiental que envolve, inclusive, a sustentabilidade do próprio homem e de suas relações com o meio natural e com a sociedade a qual pertence; afinal, fazem esta parte do complexo que é o meio ambiente (como já foi esclarecido no tópico em que se conceituou meio ambiente). "Em outras palavras, para que o desenvolvimento seja sustentável, não basta que seja ecologicamente sustentável; deve visar igualmente às dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais do desenvolvimento" (SILVA, 1995, p.49). Terminologicamente, ressaltar-se-á que esse princípio foi desenvolvido em 1972, em Estocolmo, na Conferência Mundial do Meio Ambiente, sendo repetido nas demais conferências sobre meio ambiente, em especial na ECO- 92, a qual empregou o termo em onze de seus vinte e sete princípios (FIORILLO,2002, p.24). 3 Princípio do Poluidor-Pagador ou da Responsabilização A regra presente em todo o Direito Ambiental é a ideia de que se deve prevenir qualquer dano, derivado da ação humana, que ponha em risco a sustentabilidade e renovabilidade do meio ambiente. Essa regra é consubstanciada nos dois primeiros princípios (prevenção e desenvolvimento sustentável). Apesar de esta ser a regra, acontecem muitas vezes, pela ação de pessoas descompromissadas com as normas ambientais e/ou pelo descaso do Poder Público de pôr em prática essas normas, de não serem evitadas as degradações no meio ambiente. Ocorrendo esse fato, a medida a ser tomada é o autor da ação degradadora ser responsabilizado. Nesse caso, "o empreendedor, aquele que representa a atividade desempenhada, deve arcar com os custos para a mitigação dos danos que seu empreendimento possa causar, pois esses custos, em princípio, não podem ser repassados ao cidadão" (MATOS, 2001, p.63). Essa responsabilização é justamente derivada do fato de que "qualquer violação ao Direito implica a sanção do responsável pela quebra da ordem jurídica" http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8998#_ftn2 47 (ANTUNES, 1998, p.31). Todavia, quando se trata da degradação ambiental, torna-se essa violação majorada, já que terá reflexos (pela natureza difusa e pela substância complexa do meio ambiente), para toda a coletividade e, mais ainda, para todo o ecossistema. 48 4 Princípio da Obrigatoriedade da Ação Estatal Esse, definitivamente, é um princípio de Direito Ambiental. Por esse princípio, deve o Estado, por todos os meios possíveis, prevenir as degradações a esse bem e, havendo as degradações, punir o degradador, responsabilizando-o com base no princípio do poluidor-pagador e com a aplicação coerente das normas ambientais brasileiras. Além desse fato, "o Estado deve assumir a condução da política ambiental, por meio de seus órgãos competentes, efetivando os controles necessários à manutenção da qualidade de vida" (MATOS, 2001, p.61). Outro reflexo desse princípio encontra-se na ideia de que o Estado deve AGIR OBRIGATORIAMENTE no sentido de notificar[3] os demais Estados sobre o surgimento de eventos ambientalmente nocivos, mais precisamente se houver proporções que levem prejuízos a outras nações, em outros territórios. Destarte, é obrigação do Estado efetivar a notificação, sendo que esta, "refere-se ao comportamento entre nações, levando-as à obrigatoriedade de comunicação de eventos danosos ao meio ambiente, principalmente quando os efeitos são transfronteiriços" (MATOS, 2001, p.61). 5 Princípio do Direito Humano Fundamental Esse princípio é adotado por ANTUNES (1998) e por DEEBEIS (1999). É derivado da própria substancialidade do direito ao meio ambiente, já que o mesmo é um direito humano fundamental. Daí brota o princípio! Sustenta-se esse entendimento pelo fato de "(...) o reconhecimento do direito ao meio ambiente saudável já está registrado em documentos internacionais de grande relevância (...)". Esse princípio, além de ter sido configurado na Constituição Federal de 1988 "também já penetrou nas Constituições e na legislação de grande número de Estados" (DALLARI, 1998, p.56). Por outro lado, o reconhecimento do direito ao meio ambiente como um direito fundamental é reflexo direto da sua constitucionalização. 6 Princípio do Direito-Dever da Participação Popular (Democrático ou da Participação) [4] http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8998#_ftn3 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8998#_ftn4 49 Como já foi observado no princípio anterior, o meio ambiente é um direito humano fundamental, tendo, portanto, o homem direito de usufruir, sustentavelmente, desse bem. Além do mais, tem a população o direito de participar ativamente da proteção desse bem. Todavia, cabe ressaltar que não só tem a coletividade o direito facultativo de participar e cobrar para que o meio ambiente não seja ameaçado, mas, conjuntamente, tem a coletividade o DEVER de proteger o meio ambiente
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