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LEISHMANÍASES CUTÂNEAS E MUCOCUTÂNEAS DO NOVO MUNDO -Parasitas do gênero Leishmania e transmitida por flebótomos -Afetam o sistema mononuclear fagocítico (SFM) 1.Cutânea: lesões cutâneas, ulcerosas ou não, não invasivas -> benigna 2.Mucocutânea: lesões ulcerosas que envolvem a mucosa do nariz, da boca e da faringe -> pode causar lesões mutilantes 3.Visceral ou calazar: lesões de parasitas com alto tropismo pelo SFM do baço, fígado, medula óssea e tecidos linfoides -> alta mortalidade caso não seja tratada. 4.Cutânea difusa: lesões cutâneas não ulcerativas em indíviduos anérgicos ou que tenham sido tratado pra calazar. 1 e 2-> L. braziliensis 3 e 4-> L. infantum 1 + 2 = leishmaniose tegumentar americana AGENTES ETIOLÓGICOS DAS LEISHMANÍASES - A forma amastigota está presente nos hospedeiros vertebrados e as promastigotas no tubo digestivo dos insetos. Ciclo biológico e formas evolutivas das leishmânias VERTEBRADOS -Os macrófagos teciduais (histiócitos) fagocitam os parasitas, mas não conseguem os destruir. Os amastigotas ficam nos vacúolos digestivos, onde é seu principal habitat. -Método de Giemsa: citoplasma azul, núcleo excêntrico vermelho e cinetoplasto violeta. -Eles se reproduzem por divisão binária simples até romper o macrófago e espalhar-se no meio intercelular, sendo fagocitado por outros macrófagos. INVERTEBRADOS -Os insetos picam os humanos ou animais infectados e retiram o sangue e a linfa com amastigotas. Eles vão para o seu tubo digestivo, onde viram promastigotas. -Os promastigotas se multiplicam bastante até que, quando atingem uma certa quantidade, invadem o estômago e proventrículo do animal (última parte do intestino anterior). Isso dificulta a ingestão de sangue pelo animal. Assim, o inseto fica faminto e pica várias pessoas e animais. Nesse esforço para ingerir sangue, os músculos de sucção relaxam e ele regurgita o material ingerido, garantindo a infecção da vítima. Relação parasito/hospedeiro vertebrado HOSPEDEIRO NÃO IMUNE -Há a proliferação dos histiócitos e a fagocitose além do desenvolvimento dos parasitas no interior dos vacúolos digestivos. -Quando há proliferação considerável dos macrófagos, ocorre um infiltrado local de linfócitos e plasmóticos. Assim, os macrófagos reduzem bastante em quantidade assim como os parasitas, só sendo possível detectá-los por semeadura em punção ou biópsia. Até que as leishmanias desaparecem (cultura negativa) e o infiltrado também. Há reparação e cura e formação de uma imunização sólida. OBS.: quando a ferida é retirada cirurgicamente ou há tratamento precoce não ocorre imunização sólida. -Essa hiperplasia histiocitária e infiltrado linfocitário pode causar lesão na epiderme e camadas subjacentes, formando necrose. Com a retirada do tecido necrótica, há formação de úlcera. Depois, o processo de reparação forma uma cicatriz residual. HOSPEDEIRO COM IMUNIDADE -48 depois da infecção, as culturas ficam negativas. -Há indivíduos em que a imunidade decorrente da exposição anterior não é suficiente. O infiltrado junto da margem da lesão aparentemente curada segue-se expandindo, o que resultado em uma reação inflamatória grave, porém com poucos parasitas. -Essa reação inflamatória não destrói todos os parasitas, mas permite uma contínua resposta inflamatória -> leishmaníase RECIDIVA LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA POR L. BRAZILIENSIS É EXEMPLO DE RECIDIVA. Cutânea difusa: ocorre nos casos em que o infiltrado linfocitário não consegue destruir os parasitas. Assim, os macrófagos e parasitas continuam se proliferando, o que causa uma hiperplasia e hipertrofia do sistema mononuclear fagocítico. Há formação de tumores – histiocitomas. Nesse tipo de leishmaniose, como não há resposta celular, a reação de Montenegro é negativa. Há uma injeção intradérmica de parasitos mortos. Hospedeiros invertebrados: flebotomíneos -Pequenos, muito pilosos e com cor de palha (castanho-claro). -Permanecem com as asas entreabertas e levemente levantadas ao pousar. -Famílias Psychodidae e Phlebotominae. -Só fêmeas hematófagas. -Lutzomia – américas. Phlebotomus – Europa, Ásia e África. LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS -Úlcera de Bauru -Lesões cutâneas de vários tipos + lesões secundárias nas mucosas – diferença da L. braziliensis (nariz, boca e faringe) Patologia e imunologia -Cachorros e cavalos têm lesões parecidas com as do homem. -Diferentes quadros advêm das diferentes características genéticas e das diferentes respostas imunes dos indivíduos. -Lesões simples e de curta duração -> X anticorpos no sangue – imunofluorescência (resp imune já foi efetiva?); se for mais grave, detecta. Reação de Montenegro: hipersensibilidade retardada aos antígenos de promastigotas de L. braziliensis mortos -> negativa se: até 6 semanas ou mais do início ou se tratada precocemente. Resposta celular. CASOS CRÔNICOS – ALTA SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE. Lesões cutâneas -Hiperplasia e hipertrofia histiocitária: áreas claras na derme – clareiras de Montenegro -Edema e infiltração celular (ao redor dos macrófagos) -Acantose (cordões formados pelo espessamento da camada germinativa da epiderme que se aprofundam na derme), hiperqueratose, pérolas córneas e inflamação das papilas dérmicas. -Úlceras rasas ou profundas com borda saliente e dura. – lesão típica! -As úlceras são crônicas e possuem evolução lenta -> demoram por volta de 12 a 15 meses para regredirem. (bastante tmp ‘-‘). -Lesões não-ulcerosas com aspecto verrucoso ou papilomatoso. Lesões mucosas -Metástases na mucosa nasal (propaga-se pelo sangue). -As úlceras podem progredir causando periostite, destruição das cartilagens do nariz, da boca, do palato... Sintomatologia e formas clínicas -Período de incubação = 2 a 3 meses. -Lesão inicial = pápula vesiculomatosa + inflamação dos gânglios regionais e vasos linfáticos. -Lesão clássica = ulcerativa crônica, com pouco exsudato, indolor, com bordas elevadas e fundo granulomatoso. -Membros sup e inf e cabeça; começa com uma e dps aumenta qtd. -Ulceração lesão na mucosa nasal: coriza crônica, obstrução nasal e dor. Focinho de anta: abaixamento da ponta do nariz (destruição do septo) + infiltração local + aspecto telangiectásico (dilatação permanente dos vasos da derme). -Afonia e dificuldade de alimentar -Febre, mal-estar e anemia moderada LEISHMANIOSE VISCERAL -Calazar -Hepatoesplenomegalia, febre irregular (às vezes confundem com malária), anemia, --, caquexia e elevada taxa de mortalidade. -Leishmania donovani LEISHMANIA DONOVANI -L. donovani e L. infantum -Viver em áreas com 37º -> tropismo por órgãos viscerais -Sistema fagocítico humano mononuclear -> fígado, baço, medula óssea, gânglios linfáticos -Podem ser encontrados dentro de leucócitos no sangue. RELAÇÕES PARASITO-HOSPEDEIRO Infectividade e resistência -Crianças com menos de 10 anos do sexo masculino Lesão inicial: pápula ou nódulo de base dura (geralmente no rosto) -A imunidade humoral é representada pela hipergamaglobulinemia (IgG) – aumento do número de globulinas inespecíficas, as quais não garantem a segurança do indivíduo e que são produzidas por um sistema imune desregulado. Também pelo exame sorológico positivo. -Qdo os sinais e sintomas desaparecem, a qtd de imunoglobulinas baixa tb, entretanto, os exames sorológicos mantêm-se positivos por tempo considerável. -A imunidade celular é ineficaz durante a doença representada pelo teste de Montenegro negativo. Quando o indivíduo está curando, ele fica positivo – POTENTE INDICADOR DE PROGNÓSTICO. Patologia -Grande aumento da quantidade de leishmânias, o que aumenta excessivamente a quantidade de antígenos disponíveis, assim, há o desenvolvimento de tolerância imunológica. -Imunodepressão. -Leucopenia com aumento dos mononucleares e plaquetopenia. -Inversão da relação albumina/globulina (normalmente 1,5). Sintomatologia Calazar indiano – L. donovani Calazar infantil – L. infantum (cão principal reservatório) -Febreé o sintoma mais notado -> constante e intermitente (2 ascensões diárias) -O baço é indolor à palpação, entretanto, dói devido à distensão de sua cápsula. Assintomática: não dá em nada e nem é diagnosticada Aguda: evolui de forma rápida (20 a 40 dias) e é fatal. Febre alta e contínua, anemia e pequeno aumento do baço. Crianças. Infecções oportunistas. Subaguda: evolui de 5 meses a 1 ano. Morte por caquexia. Crianças. Crônica: mais comum, anos. Fases de remissão e recaídas alternadas. Melhor resposta ao tratamento. Crianças maiores e adultos. Leishmania dérmica pós-calazar: somente por L. donovani. NÃO L.infantum. DIAGNÓTISCO DE LEISHMANIOSE VISCERAL -Sorologia – triagem dos casos Métodos parasitológicos -Aspirado da medula óssea (padrão ouro), do baço, do fígado, dos linfonodos. Adultos – punção esternal Crianças – punção crista ilíaca -Esfregaço e corar por método Giemsa Métodos sorológicos e imunológicos -Formas iniciais, assintomáticas, parasitismo pobre. -ELISA, contraimunoeletroforese, imunofluorescência indireta (antígenos das formas promastigotas da doença; reação cruzada com leishmaniose tegumentar), reação de fixação do complemento (antígenos de bacilos da tuberculose, BCG, M. butyricum; muito sensível, reação cruzada com visceral, tuberculose, hanseníase e esquistossomose)
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