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Sistema Monetário e Banco Central

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SISTEMA
MONETÁRIO
A utilização de moedas metálicas, papel-moeda e cheques é um hábito social intrínseco às economias modernas. Esta utilização facilita as transações entre vendedores e compradores.
Numa economia de escambo, onde não há moeda, isto é, um item amplamente aceito para a troca de bens e serviços, as pessoas teriam enorme dificuldade para realizar transações, pois seria preciso que duas pessoas tivessem exatamente, cada uma delas, o bem ou serviço que a outra desejasse.
MOEDA 
É o conjunto de ativos de uma economia que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços de outras pessoas
A moeda tem três funções:
É meio de troca
É unidade de conta
É reserva de valor
Meio de troca Tem aceitação generalizada e garantida por lei na transação de bens e serviços
Unidade de conta Registra preços e débitos
Reserva de valor Pode ser guardada e utilizada no futuro para comprar bens e serviços
+
+
Liquidez: facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia
A moeda tem liquidez imediata, mas é uma reserva de valor imperfeita
Moeda-mercadoria Moeda que toma a forma de uma mercadoria com valor intrínseco. Exemplos: ouro, cigarros
Moeda de curso forçado (moeda-fiat) O objeto que serve como moeda é moeda por decreto do governo.
ESTOQUE DE MOEDAS
+
Moeda corrente Moedas de metal e papel-moeda (cédulas) em poder do público.
Depósitos à vista Saldos em conta corrente aos quais se tem acesso com a emissão de cheques.
A moeda corrente + os depósitos à vista constituem ativos com liquidez imediata
Há outros ativos que são menos líquidos como os depósitos em caderneta de poupança, os títulos públicos e privados, que são meios de pagamento com menor liquidez.
Os meios de pagamento são ordenados segundo sua liquidez e vão de M1 a M4 no Brasil.
M1= Moedas de metal, papel-moeda em poder do público e depósitos à vista.
M1 + depósitos a prazo em instituições bancárias + títulos públicos
M2 =
M2 + depósitos de poupança
M3 =
M3 + títulos privados (Nos EUA, M2 inclui poupança)
M4 =
BANCO CENTRAL
O Banco Central é um órgão regulador do sistema monetário. Destina-se a supervisionar os bancos e regular a quantidade de moeda na economia.
Controle da quantidade de moeda
O Banco Central determina a quantidade de moeda disponível na economia através da política monetária. O Banco Central tanto pode aumentar ou diminuir a oferta de moeda.
Os bancos desempenham um papel central no sistema monetário e influem na oferta de moeda.
Os bancos recebem depósitos. Reservam parte destes depósitos e emprestam o restante. Através dos empréstimos, aumentam a oferta de moedas.
 Quadro 1 - Balancete sintético do Banco Central
 
Primeiro Banco Nacional
Ativo
Reservas
$ 100
Depósitos
$ 100
Passivo
+
Este é um sistema bancário de cobertura total. O banco não altera a oferta de moeda.
Adoção de um sistema de reservas fracionárias
O banco decide manter 10% dos depósitos como reserva e emprestar o resto. O depósito compulsório (razão de reserva) é de 10%
Primeiro Banco Nacional
Ativo
Reservas
$ 10
Depósitos
$ 100
Passivo
+
Agora, a oferta de moeda é de $ 190
Empréstimos
$ 90
Quando os bancos só mantêm em reserva uma fração dos depósitos, os bancos criam moeda. Ao fim deste processo de criação de moeda, a economia está mais líquida, mas não está mais rica.
O total de moeda que o sistema bancário gera a partir de cada dólar de suas reservas é chamado de
MULTIPLICADOR DE MOEDA
O multiplicador de moeda é o recíproco da razão de reserva.
Se a razão de reserva é de 10%, isto é, 1/10, o multiplicador é 10. A partir de um depósito de $ 100, chega-se a um total de oferta de moeda de $ 1.000.
Se a razão de reserva é de 20%, isto é, 1/5, o multiplicador é 5. A partir de um depósito de $ 100, chega-se a um total de oferta de moeda de $ 500.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE DO BANCO CENTRAL
Como num sistema de reservas fracionárias os bancos criam moeda, o controle da oferta de moeda pelo Banco Central é indireto.
O Banco Central tem três instrumentos de controle: as operações de mercado aberto, exigência de reservas e a taxa de redesconto.
Operações de mercado aberto
Envolve a compra e venda de títulos do governo no mercado. Para aumentar a oferta de moeda, o Banco Central compra títulos do governo. Para reduzir a oferta de moeda, o Banco Central vende títulos do governo ao público. 
Exigência de reservas
Regulamentação do montante mínimo de reservas sobre seus depósitos que os bancos devem manter. Um aumento na exigência de reservas reduz o multiplicador de moeda, caindo a oferta de moeda. Uma queda na exigência de reservas permite aos bancos emprestar uma parcela maior dos seus depósitos. Assim, aumenta o multiplicador de moeda e aumenta a oferta de moedas. 
A exigência de reservas no Brasil está em 60%
Taxa de redesconto
A taxa de redesconto é a taxa de juros sobre os empréstimos que o Banco Central faz aos bancos. Se o banco concede demasiados empréstimos ou se enfrenta grandes retiradas, fica a descoberto e recorre ao Banco Central em busca de empréstimos
O Banco Central utiliza seus empréstimos para controlar a oferta de moeda e para ajudar instituições financeiras em dificuldade
O controle que o Banco Central exerce sobre a oferta de moeda é indireto e enfrenta problemas:
1- O Banco Central não pode determinar a quantidade de moeda que as famílias decidem manter depositadas nos bancos.
2- O Banco Central não controla a quantidade de empréstimos que os bancos concedem. Os bancos podem optar por manter reservas superiores às exigidas pelo Banco Central.
PAPEL DAS TAXAS DE JUROS
As taxas de juros têm um papel fundamental nas decisões dos agentes econômicos.
Sempre que o governo reduz os meios de pagamento, há uma tendência de elevação das taxas de juros, porque a oferta de empréstimos se contrai
Sempre que o governo aumenta os meios de pagamento, há uma tendência de redução das taxas de juros, porque a oferta de moeda se expande
A taxa de juros afeta as decisões de consumo das famílias de duas formas: na disposição de adquirir um bem a prazo e na decisão entre consumir e poupar.
Juros mais elevados levam a um aumento da poupança e redução do consumo.
Do lado dos empresários, as taxas de juros interferem nas decisões de investimento: quanto mais elevadas as taxas de juros, menos os empresários estão dispostos a investir. De um lado, porque o custo de tomar emprestado o recurso fica mais alto; de outro, porque, se o empresário dispõe de recursos próprios, pode ser mais atraente aplicar o recurso no mercado financeiro do que na atividade produtiva.
Para o governo, os juros também têm um papel relevante por causa da dívida interna. Quando as taxas de juros sobem, o custo de rolagem da dívida interna aumenta, pressionando o déficit público e, por consequência, a própria dívida interna.
As taxas de juros também têm papel importante para as contas externas. Quando o país está necessitando de dólares, as taxas internas de juros podem ser elevadas para atrair recursos do exterior, que vêm em busca de rendimentos mais altos.
Isto permite cobrir o déficit em transações correntes, mas ao mesmo tempo aumenta o serviço da dívida, onde se inclui o pagamento de juros.
Isto pode acabar provocando um crescimento da dívida externa
Por outro lado, havendo o financiamento do déficit em transações correntes, o país não perde reservas e consegue evitar uma desvalorização cambial (depreciação do real).
A desvalorização cambial encarece o preço dos produtos importados, podendo provocar inflação
Uma recessão no resto do mundo (Estados Unidos, Europa, Ásia) como a que vem ocorrendo pode causar um desequilíbrio na balança comercial devido à diminuição de nossas exportações.
Para cobrir este desequilíbrio, o país pode precisar de captar recursos externos, e para isto pode ter que aumentar a taxa de juros, tornando as aplicações de estrangeiros no país mais atrativas
Embora se fale genericamente em taxas de juros, existe na realidade uma série de taxas de juros que convivem simultaneamente. Entre elas cabe destacar a taxa selic, definida pelo próprio governo.
Taxa Selic
É a taxa que regula as operações diárias com títulos públicos. É utilizada como taxa básica da economia e fixada mensalmente pelo Conselho de Política Monetária, o Copom. 
A composição da taxa Selic é a seguinte:
1- Taxa de juros americana: 2,0% a.a
2- Cupom cambial (expectativa de desvalorização cambial que é calculada com base na meta inflacionária. Para 2004 esta expectativa chega a 5,5% a.a.
3- Risco Brasil: cerca de 9,5% a.a. já que a taxa Selic é de 17,0% a.a. 
Classificação de risco (Moody´s) 
Países com investimento de baixo risco
Áustria, França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, Dinamarca e Noruega
Japão, Cingapura, Suécia, Bermudas e Bélgica
Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Finlândia, Irlanda e Espanha
Taiwan, Itália, Portugal e Islândia
Emirados Árabes, Grécia e Chile
Malta, China, Hong Kong, Israel e Bahamas
Polônia, Hungria, Panamá, República Tcheca e Kwait
Coréia do Sul, Barbados, Omã, Catar e Ilhas Maurício
Malásia, Uruguai, México, Arábia Saudita, África do Sul, Tunísia e Croácia
Aaa
Aa1
Aa2
Aa3
A2
A3
Baa1
Baa2
Baa3
Classificação de risco (Moody´s) 
Países com investimento de risco
Tailândia, Eslováquia, Filipinas, Lituânia, Egito, Trinidad Tobago e Bahrein
Colômbia e~Índia
Peru e Jordânia
Argentina, Cazaquistão, Vietnã, Turquia, Líbano e BRASIL
Venezuela
Rússia, Romênia, Indonésia e Maldávia
Paquistão
Ba1
Ba2
Ba3
B1
B2
B3
Caa1

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