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Legislação Infraconstitucional e aplicação dos princípios básicos

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23/03/2018 Legislação Infraconstitucional e aplicação dos princípios básicos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=36203 1/30
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Legislação Infraconstitucional e aplicação dos princípios básicos
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Introdução ao Controle Interno
Livro: Legislação Infraconstitucional e aplicação dos princípios básicos
Impresso por: Luciano Cézar
Data: Sexta-feira, 23 Mar 2018, 15:53
23/03/2018 Legislação Infraconstitucional e aplicação dos princípios básicos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=36203 2/30
Sumário
Módulo III - Legislação Infraconstitucional e Aplicação dos Princípios Básicos
Sensibilização
Unidade 1 - Histórico das normas de Controle Interno na Administração Pública Brasileira
Pág. 2
Pág. 3
Pág. 4
Pág. 5
Pág. 6
Unidade 2 - As principais leis e normas sobre Controle Interno na administração pública
Pág. 2
Pág. 3
Pág. 4
Pág. 5
Pág. 6
Pág. 7
Pág. 8
Unidade 3 - Os componentes e princípios de controle e sua aplicação nas rotinas diárias e na Administração Pública
Pág. 2
Pág. 3
Pág. 4
Pág. 5
Pág. 6
Pág. 7
Pág. 8
Pág. 9
Pág. 10
Resumo
Conclusão
23/03/2018 Legislação Infraconstitucional e aplicação dos princípios básicos
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=36203 3/30
Módulo III - Legislação Infraconstitucional e Aplicação dos Princípios Básicos
Ao final do módulo você será capaz de:
Conhecer as principais leis e normas sobre o Controle Interno na Administração Pública;
Conceituar os componentes e princípios de controle e identificá-los na rotina da Administração Pública;
Identificar e aplicar esses controles na Administração Pública e na sua atividade como servidor municipal. 
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Sensibilização
 
“Iniciativa é fazermos o que está certo
sem ser preciso que alguém nos diga para
fazermos tal.” - Victor Hugo
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Unidade 1 - Histórico das normas de Controle Interno na Administração Pública Brasileira
Vamos conhecer um pouco da história do Controle Interno no Brasil? Alguns autores definem que a origem do controle interno no Brasil deu-se em 1914. Desde
então, as atividades de controle interno têm sofrido mudanças e guardam estreitas relações com o cenário político e econômico nacional. 
Ao longo dos anos, o sistema de controle interno administrativo sofreu mudanças tanto no que se refere a sua estrutura quanto a suas finalidades. Veja as
principais datas e etapas: 
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Pág. 2
1914
1914 – Na origem, o Controle Interno era contábil.
A partir de 1914 o Governo Federal estabeleceu esforços para a implantação de técnicas de contabilidade na área pública com padronização de registros,
orientação metodológica e controle dos atos de gestão em todos os níveis. Legislações específicas foram aprovadas, viabilizando a implantação de controles
internos contábeis no país.
1921
1921 – Primeira estrutura da Contabilidade Pública.
O Decreto nº 15.210, de 1921, criou a Diretoria Central da Contabilidade Pública, transformada no ano seguinte em Contadoria Central da República pelo
Decreto nº 4.555/1922. Finalmente, foi denominada Contadoria Geral da República pelo Decreto nº 1.990, de 31 de janeiro de 1940. Sua estrutura inicial foi
dividida em contabilidade orçamentária, financeira e patrimonial, a partir das principais informações exigidas para a realização dos balanços no setor público.
1946
1946 – A Constituição Federal atribui ao Tribunal de Contas da União (TCU) o controle prévio dos atos de gestão do Executivo.
O aumento do controle sobre os atos da Administração Pública foi uma das diretrizes da Constituição de 1946, que atribuiu ao TCU a competência de apreciar
previamente os atos de gestão do executivo. Os contratos e até as notas de empenho eram submetidos à apreciação do Tribunal para terem efeito prático,
comprometendo o desempenho do órgão e retardando as ações do governo. O controle interno estava então sendo exercido, no aspecto contábil, pelo Ministério
da Fazenda e, no aspecto administrativo, pelo Tribunal de Contas. 
 
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Pág. 3
1964
1964 – Poder Executivo reassume o controle interno administrativo.
A Lei nº 4.320/1964 foi o embrião do Sistema de Controle Interno da Administração Federal, ao definir a separação entre controle interno, exercido pelo próprio
governo, e o controle externo, exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União. O artigo 76 da referida Lei previu que o Poder
Executivo exerceria o controle sobre a legalidade dos atos, a fidelidade funcional dos agentes da administração e o cumprimento do programa de trabalho
expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.
1967
1967 – Alterações constitucionais, legais, organizacionais e de foco.
A Constituição de 1967 definiu que a fiscalização financeira e orçamentária da União passaria a ser exercida pelo Congresso Nacional, por meio de controle
externo, e dos sistemas de controle interno, instituídos por lei. O texto constitucional preparou a base para a reforma administrativa que seria estabelecida pelo
Decreto-lei nº 200/67 que, em seu artigo 22, previu a existência, na estrutura de cada Ministério Civil, de órgãos centrais com o objetivo de realizar estudos
para formulação e diretrizes e desempenhar funções de planejamento, orçamento, orientação, coordenação, inspeção e controle financeiro.
1972
1972 – Controle interno transferido para a Secretaria de Planejamento.
A transferência do comando do sistema de controle interno do Ministério da Fazenda para a Secretaria de Planejamento foi promovida pelo Decreto nº 84.362,
de 31 de dezembro de 1979, com o objetivo de aumentar o controle sobre os gastos da administração direta. Foi então criada a SECIN – Secretaria Central de
Controle Interno, como órgão central dos sistemas de administração financeira, contabilidade e auditoria, subordinada diretamente ao Ministro-Chefe da
Secretaria de Planejamento da Presidência da República.
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1985
 
1985 – Controle interno retorna ao Ministério da Fazenda.
Foi transferida para o Ministério da Fazenda a Secretaria de Controle Interno (SECIN). Um ano depois de transferida para o Ministério da Fazenda, a SECIN foi
extinta pelo Decreto 92.454, de 10 de março de 1986, com a criação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que assumiu a função de órgão central dos
Sistemas de Administração Financeira, Contabilidade e Auditoria.
1986
1986 – Criação do Sistema de Controle Interno (SCI).
O Decreto nº 93.874, de 23 de dezembro de 1986, que estabeleceu a estrutura da STN, determinou que o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo (SCI)
seria composto pelos Sistemas de Programação Financeira, Contabilidade e Auditoria. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) passou a ser o órgão central do
Controle Interno, tendo as Secretarias de Controle Interno (CISET) dos ministérios civis e unidades de competência equivalente dos ministérios militares como
órgãos setoriais sujeitos à coordenação, à orientação, à supervisão e à fiscalizaçãodo órgão central. O SIAFI, que passou a ser o sistema contábil para todos os
efeitos técnicos e legais, veio então para substituir os sistemas informatizados de contabilidade que estavam anteriormente nas CISETs e nos órgãos do Poder
Judiciário e entidades da administração indireta.
1988
1988 – Constituição Federal (CF) muda o foco do controle interno.
Na Constituição Federal de 1988, a abordagem sobre o controle interno teve como foco o acompanhamento dos programas de governo e da gestão dos
administradores. De forma diferente, a Constituição de 1967 definia como atividade principal do controle interno o suporte ao controle externo, de forma a
garantir a regularidade das receitas e despesas. Prevalece, portanto, na CF/88, uma abordagem focada especialmente no acompanhamento da execução
programática dos órgãos governamentais. 
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1994
1994 – Criação da Secretaria Federal de Controle (SFC).
Após o impeachment do Presidente Collor, a reformulação do Sistema de Controle Interno (SCI) foi inevitável, por conta das pressões da sociedade, que exigia
que fossem prevenidos e corrigidos os principais problemas da Administração Pública. O Ministério da Fazenda foi posicionado como órgão central do Sistema de
Controle Interno do Poder Executivo Federal a partir da MP nº 480/94, com o objetivo de harmonizar as atividades de controle interno que estavam distribuídas
entre STN e SFC, secretarias que compunham sua estrutura.
2000/2001
2000/2001 – Decreto 3.591/2000 e Lei 10.180/2001.
A regulamentação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal foi feita pelo Decreto nº 3.591/2000, editado enquanto ainda eram continuamente
reeditadas as Medidas Provisórias que culminariam com a Lei nº 10.180/2001, que organizou e disciplinou os Sistemas de Planejamento e de Orçamento
Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, convalidando o novo modelo de
funcionamento do SCI. Concomitantemente, a Instrução Normativa SFC Nº 01/2001 definiu diretrizes, princípios, conceitos e aprovou normas técnicas para a
atuação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, tendo sido editada quando a SFC ainda se vinculava ao Ministério da Fazenda.
2002
2002 – A Secretaria Federal de Controle (SFC) é transferida para a Presidência da República.
O governo atendeu à recomendação do TCU de transferir a Secretaria Federal de Controle Interno para a Casa Civil da Presidência da República, fato que
ocorreu com a edição do Decreto nº 4.113, de 5 de fevereiro de 2002. No mesmo ano o governo tomou a decisão de transferir a Secretaria Federal de Controle
Interno para a Corregedoria-Geral da União, que havia sido criada no dia 2 de abril de 2001, com o objetivo de combater a fraude e a corrupção na esfera
administrativa. O Decreto nº 4.177, de 28 de março de 2002, consumou esse fato, incluindo, ainda, nas atribuições da Corregedoria as competências de
Ouvidoria-Geral, até então vinculadas ao Ministério da Justiça.
 
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2003
2003 – Criada a Controladoria-Geral da União.
A Medida Provisória n° 103, de 1° de janeiro de 2003, convertida na Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, alterou a denominação da Corregedoria-Geral da
União para Controladoria-Geral da União e atribuiu ao seu titular a denominação de Ministro de Estado do Controle e da Transparência. 
2006
2006 – Controladoria-Geral da União agrupa as funções de Controle Interno, Correição, Prevenção da Corrupção e Ouvidoria.
Mais recentemente, o Decreto nº 5.683, de 24 de janeiro de 2006, alterou a estrutura da CGU, conferindo maior organicidade e eficácia ao trabalho realizado
pela instituição e criando a Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas (SPCI), responsável por desenvolver mecanismos de prevenção à
corrupção. Assim, a CGU passou a ter a competência não só de detectar casos de corrupção, mas de antecipar-se a eles, desenvolvendo meios para prevenir a
sua ocorrência. Desta forma, o agrupamento das principais funções exercidas pela CGU – controle, correição, prevenção da corrupção e ouvidoria – foram
efetivadas, consolidando-as em uma única estrutura funcional.
2016
2016 – A Controladoria-Geral da União, tal como era conhecida, foi extinta e se transforma no Ministério da Transparência e Controladoria-Geral
da União.
Por meio de Medida Provisória nº 726/2016 a CGU é extinta e passa a ser denominada Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. Além da alteração de
nomenclatura, a outra mudança significativa que esta medida estabelece é que a CGU é retirada da estrutura da Presidência da República e transformada em
Ministério. A Lei nº 13.341/2016 altera novamente a nomenclatura do órgão, que passa a se chamar Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-
Geral da União e, logo depois, Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União . A estrutura que engloba as quatro macro funções é mantida. Assim,
permanecem existindo dentro da CGU: Secretaria Federal de Controle, Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção, Corregedoria e Ouvidoria. 
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Unidade 2 - As principais leis e normas sobre Controle Interno na administração pública
No Módulo II, vimos que os artigos 31, 70 e 74 da Constituição Federal são as normas máximas que regulamentam o controle interno sobre a Administração
Pública no Brasil. Elas estabeleceram a obrigatoriedade de se criar um Sistema de Controle Interno em todos os órgãos e entidades, do poder Executivo,
Legislativo e Judiciário, da União, estados e municípios, incluindo a fiscalização sistemática e comprovação da legalidade e legitimidade das atividades, a
avaliação de metas e resultados, quanto à eficiência e eficácia da gestão pública.
Além das regras existentes na Constituição Federal, há também diversas normas infraconstitucionais (abaixo da Constituição) que são importantes para a
atividade de quem atua no Controle Interno de estados e municípios. Entre elas vamos destacar duas muito importantes e que devem ser conhecidas por quem
inicia seus estudos no assunto: 
a) A Lei Complementar nº 4.320/64 (arts. 75, 81 e 82) e
b) A Lei Complementar nº 101/00 (arts. 54 e 59).
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Lei Complementar nº 4.320/64 - também conhecida como “Lei dos Orçamentos Públicos” foi uma lei muito importante para a Administração Pública, ainda
na década de 60, e sobrevive até hoje, pois foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
Nessa lei foram reorganizados diversos aspectos orçamentários, fiscais, contábeis, patrimoniais e financeiros do Estado brasileiro. Essa lei é, portanto, uma das
mais importantes em se tratando de Administração Pública.
Agora que você sabe o quanto o Controle Interno é fundamental para uma boa gestão você certamente compreende porque uma norma que trata de assuntos
tão diversos e importantes não poderia deixar de falar dessa função, a de Controle Interno, certo? É claro que para quem executa orçamento na Administração
Pública há vários artigos relevantes. Mas para o seu estudo sobre o Controle Interno, vamos nos concentrar inicialmente em alguns artigos. 
A Lei nº 4.320/64 dedicou um Título inteiro à questão do controle, e dividiu este Título em três capítulos: Disposições Gerais, Do Controle Interno e Do Controle
Externo. Parao seu estudo é importante inicialmente conhecê-los. Vamos ao Capítulo das Disposições Gerais, composto pelo texto abaixo: 
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. 
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Para você que já estudou os capítulos da Constituição Federal que falavam de Controle Interno não há muita novidade. No início do artigo há uma determinação
de que haja um controle sobre a execução orçamentária. Basicamente isso quer dizer que as ações relativas à execução orçamentária (atos relacionados ao
orçamento público) devem observar alguns parâmetros (definidos logo a seguir) e o mais importante: devem ser controladas. E aponta três tipos de controle
que devem acontecer: 
Vamos conhecer cada um deles?
Legalidade - O inciso I determina que deve haver legalidade nos atos de arrecadação ou de despesa e no surgimento ou desaparecimento de direitos e
obrigações. Vamos relembrar que o Princípio da Legalidade está previsto no artigo 37 da Constituição. Você já estudou isso. Aliás, esse princípio rege todos os
atos da Administração Pública. 
Fidelidade Funcional – No inciso II a norma prevê que os servidores públicos devem ser fiéis às suas funções públicas. Novamente nos lembramos que o art.
37 da Constituição determinou que alguns princípios são obrigatórios na Administração Pública: os princípios da Moralidade e da Impessoalidade, por exemplo,
que têm estreita relação com o que determina a Lei nº 4.320/64.
Programa de Trabalho – O inciso III se dedica a determinar que, quando os gestores forem divulgar o cumprimento dos seus programas de trabalho, eles
devem ocorrer de forma monetária e de prestação de serviços. 
O Artigo 77 da Lei 4.320 estabelece ainda que a verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente. Vamos
ao texto:
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.
A Lei nº 4.320/64 fez uma distinção importante para a atuação dos Controles Internos, que trouxe uma reflexão para quem trabalha sobre o tema: o momento
mais adequado para a realização da ação de controle. A inovação sobre o momento do controle, inserida no corpo da lei, estabelece então três novas categorias
de momento de controle: o prévio, o concomitante e o subsequente. 
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Momento do Controle - Temos assim três momentos distintos em que o controle deve atuar:
1) Controles prévios: têm atuação preventiva, visando basicamente fortalecer a gestão e evitar a ocorrência de falhas, erros e fraudes. Os controles
administrativos primários são, quase sempre, controles prévios, pois sua função é exatamente evitar que problemas ocorram pela falta de controles básicos. 
São controles prévios os manuais de procedimentos, por exemplo, que garantem o cumprimento de uma tarefa dentro de critérios pré-definidos, para evitar que
cada um faça a mesma tarefa de um jeito diferente. Manuais de uso de veículos e máquinas previnem a utilização indevida desses bens, ao estabelecer quem
deve autorizar o uso, como deve ser a justificativa, qual o prazo de antecedência do pedido de uso, como serão controladas as horas e a quilometragem de uso,
e muitas outras questões que precisam ser pensadas para evitar problemas futuros. Assim, o controle prévio é anterior ao ato administrativo e busca garantir
que os requisitos necessários a uma boa gestão estejam presentes. Outro exemplo de controle prévio é o parecer jurídico que deve preceder um ato licitatório.
2) Controle concomitante: tem função de acompanhamento das atividades e assessoramento ao gestor. São deste tipo de controle os relatórios gerenciais
periódicos sobre um projeto ou meta, por exemplo, realizados durante sua execução, ou ainda as inspeções e vistorias em uma obra.
Atualmente, com a explosão de ferramentas de informática para acompanhamento em tempo real, à distância e de forma online, está muito mais fácil tanto
para o gestor quanto para os órgãos de controle realizar o controle concomitante. Assim, por exemplo, a fiscalização de andamento de obras pode ser realizada
por meio de câmeras de vigilância. E os problemas da obra podem ser corrigidos a tempo. 
Aplicativos de celular também têm se mostrado muito úteis e a própria população pode auxiliar o gestor com dados sobre a qualidade do serviço prestado por
empresas contratadas, por meio desse canal. No Pará, um aplicativo de celular batizado de “Monitorando a Cidade” foi utilizado pelas crianças matriculadas na
rede pública de ensino para fiscalizar a merenda. No aplicativo, as crianças colocam diariamente fotos das refeições servidas nas escolas. Os dados podem ser
utilizados pelo gestor para verificar como anda a execução do serviço de merenda. Veja uma reportagem de como este aplicativo está sendo útil, clique aqui.
Caso queira ler uma reportagem com mais detalhes sobre o projeto, acesse aqui. 
3) Controle subsequente ou a posteriori: realizado depois de já executada uma tarefa ou atividade, serve para avaliação de resultados, emissão de opinião
e proposição de melhorias e/ou providências corretivas. Este tipo de controle normalmente é realizado pela Auditoria Interna ou Controladoria do órgão, mas
também pode ser feito pelos próprios administradores, para avaliar os resultados de suas áreas. 
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A Lei nº 4.320/1964 também foi o embrião do Sistema de Controle Interno da Administração Pública, definindo a separação entre ocontrole interno, exercido
pelo próprio governo, e o controle externo, feito pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas. No capítulo sobre controle externo a Lei nº
4.320/64 traz as seguintes determinações.
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego
dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
§ 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores para
verificarem as contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer.
A Constituição Federal, em seu artigo 31, se inspirou na Lei nº 4.320/64. Na verdade, as regras estabelecidas na Lei nº 4.320/64 eram tão importantes que
foram quase que inteiramente incorporadas na Constituição Federal (que foi feita depois da Lei). Sobre essas regras que definem como deve funcionar o controle
externo da Administração Pública já havíamos estudado no 2º módulo do curso, quando falamos sobre o Controle na Constituição Federal de 1988, você está
lembrado? 
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Vamos assinalar as principais lições que extraímos da leitura dos dois artigos(81 e 82):
O art. 81 diz que controle externo da Administração Pública deverá ser exercido pelo Poder Legislativo com parecer prévio do Tribunal de Contas e tem três
objetivos a verificar: 
1 – A probidade da Administração: entre as funções designadas para o Controle Externo está o de verificar a probidade. Probo é tudo aquilo que é correto,
íntegro, honesto. Então, essa função é a de verificar se a Administração Pública está sendo corretamente administrada. 
2 – A guarda e legal emprego dos recursos públicos: cabe a todos os administradores públicos guardar corretamente o recurso público (por meio de
ferramentas de controle) e utilizá-lo dentro da lei, lembrando que todo gestor se submete ao Princípio da Legalidade. Assim, o Controle Externo deve
verificar se essas obrigações do gestor estão sendo cumpridas.
3 – O cumprimento da Lei do Orçamento: na Administração Pública, os recursos que serão gastos ao longo da gestão são definidos em lei. Assim, a União,
por exemplo, todos os anos tem a Lei Orçamentária Anual (também conhecida como LOA) aprovada no Congresso Nacional, designando para cada área da
gestão quanto deverá ser aplicado. É papel também dos órgãos de Controle Externo verificar se o que foi definido nessa Lei está sendo observado pelo
gestor público. 
O art. 82 determina a periodicidade com que a fiscalização efetuada pelo Controle Externo deverá ser efetivada: O Poder Executivo prestará contas ao Poder
Legislativo, anualmente, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas Municipais. Essa obrigação dos prefeitos prestarem contas anualmente
ao Poder Legislativo Municipal também já havia sido encontrada no artigo 31 da Constituição Federal, conforme estudamos no módulo sobre o Controle Interno
na Constituição. 
O município do Rio de Janeiro tem uma página onde ficam arquivadas todas as prestações de contas municipais realizadas
desde o ano 2000 até 2017. É uma boa ideia visitá-la para conhecer uma prestação de contas: clique aqui.Leia também o
artigo Lei dos Orçamentos Públicos completa 50 anos de vigência, por José Mauricio Conti e Élida Graziane Pinto, 2014. 
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Pág. 7
b) Lei Complementar nº 101/2000 – Uma lei que veio para tentar melhorar o controle dos gastos públicos. Ficou conhecida por isso como “Lei de
Responsabilidade Fiscal” – LRF. Essa nova norma introduz conceitos novos e importantes para a utilização dos recursos públicos: transparência e
responsabilidade. É válida para União, Estados e Municípios e representou um marco na Administração Pública na busca de mais equilíbrio nas contas públicas. 
Nessa Lei também está contemplado um importante papel para o Controle Interno: o artigo 54 dessa Lei prevê que os titulares dos Poderes e o titular do
Controle Interno de cada poder emitirão um Relatório de Gestão Fiscal a cada quatro meses, que deve ser assinado pelas seguintes autoridades:
- No Poder Executivo: Chefe do Poder Executivo (prefeito/governador/presidente da república);
- No Poder Legislativo: Presidente e demais membros da Mesa Diretora do Poder Legislativo;
- No Poder Judiciário: Presidente e demais membros do Conselho de Administração do Poder Judiciário;
- No Ministério Público: Chefe do Ministério Público da União e dos Estados;
- Autoridades responsáveis pela administração financeira econtrole interno de cada um desses poderes. 
Além da autoridade máxima de cada Poder (e do Ministério Público) os responsáveis pela administração financeira e pelo Controle Interno de cada um desses
poderes também deve assinar esse importante documento, que promove maior transparência sobre a gestão. A periodicidade desse documento, como vimos, é
quadrimestral. 
Se você quiser saber como é um Relatório de Gestão Fiscal, acesse a página em que o Relatório do Poder Executivo da
União está disponível. O Senado Federal também publica o seu. Acesse.
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Além de assinar os Relatórios de Gestão emitidos pelas autoridades maiores dos Poderes da República, o Controle Interno recebeu outra missão muito
importante da LRF: fiscalizar o cumprimento das novas normas estabelecidas por essa lei (artigo 59). 
Essa função é extremamente relevante e dá uma importância enorme para a função do Controle Interno. De acordo com a LRF
passou a ser competência do Controle Interno verificar o cumprimento de: 
a) Metas de resultados entre receitas e despesa; 
b) A obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras;
c) Dívidas consolidada e mobiliária; 
d) Operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
São tarefas muito importantes! Por isso os servidores lotados no Controle Interno do órgão precisam estar muito preparados e conhecer muito bem essa
norma. 
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Unidade 3 - Os componentes e princípios de controle e sua aplicação nas rotinas diárias e na
Administração Pública
Um dos objetivos fundamentais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo (SCI) é a constante avaliação dos controles internos básicos, para testar se
funcionam e, caso necessário, fazer recomendações de melhorias para fortalecimento desses controles. 
Isso é feito pela auditoria interna, mas cada agente público pode, a qualquer momento, propor melhorias para reforçar controles.
Mas os controles não podem ser inventados, criados ou implementados de qualquer maneira. Existem alguns critérios que devem ser respeitados para que um
controle seja considerado forte, por exemplo. Esses critérios são os princípios de controle.
São princípios que permeiam toda a atividade pública e que, por isso mesmo, devem ser seguidos por TODOS OS AGENTES PÚBLICOS. Dessa forma,
não são princípios que se aplicam exclusivamente a áreas de controle interno de um órgão ou prefeitura, mas sim a todos os setores e funções exercidas pela
Administração Pública, seja no nível municipal, estadual ou federal. 
 
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Princípios de controle interno administrativos, primários ou básicos
Conheça agora cada um dos princípios de controle interno que deve nortear cada chefia a organizar e monitorar cada tarefa e cada rotina de sua área, com
objetivo de garantir o alcance de resultados, de acordo com as normas internas e externas, produzindo informações confiáveis e dando segurança ao patrimônio
da organização. 
A) RELAÇÃO CUSTO x BENEFÍCIO DO CONTROLE: 
Consiste na avaliação do custo de um controle em relação ao(s) benefício(s) que ele possa proporcionar, ou aos prejuízos financeiros (e
outros tipos) que a falta desse controle possa ocasionar. O custo do controle não deve ser maior que o valor do objeto a ser controlado
(custo x risco x valor controlado). 
Aplicação do conceito no dia a dia: Se um supermercado vende produtos com valor de no máximo R$ 10,00 e, ao mês, as perdas com furtos são na ordem
de R$ 50,00, não vale a pena investir R$ 1.000,00 em um sistema de câmeras de vigilância para evitar estes furtos.
Aplicação do conceito na Administração Pública: O setor de almoxarifado de uma prefeitura, por exemplo, que só guarde pequenas quantidades de
material de baixo custo (material de escritório) não precisa utilizar uma área com acesso restrito e vigilância diurna e noturna. Não significa que não precise serguardado, mas a vigilância desse material deve ser mais barata que o próprio material. Assim, um armário com chave, em uma sala em que os próprios
servidores façam o controle de entrada é suficiente. 
Pegue um papel, pense e escreva um exemplo da aplicação deste princípio de controle interno nas suas atividades diárias como servidor p
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B) QUALIFICAÇÃO ADEQUADA, TREINAMENTO E RODÍZIO DE FUNCIONÁRIOS:
A eficácia dos controles internos administrativos está diretamente relacionada com a competência, formação profissional e
integridade das pessoas que executam esses controles. É fundamental uma política de pessoal que contemple:
1) seleção e treinamento de forma criteriosa, buscando melhor rendimento e menores custos; 
2) rodízio de funções, para reduzir/eliminar possibilidades de acordos e fraudes; 
3) obrigatoriedade de funcionários saírem de férias regularmente, como forma de treinar substitutos e, inclusive, de evitar a ocultação de irregularidades.
Aplicação do conceito no dia a dia: O tempo todo estamos nos deparando com a necessidade de nos atualizar, não é mesmo? Aprender a baixar aplicativos
no celular, conhecer uma nova forma de assistir filmes pela Internet, aprender uma nova receita ou como trocar o pneu do carro... Há sempre tarefas novas
surgindo, para as quais temos que nos preparar. Isso é uma forma de capacitação. 
O rodízio de prestadores de serviço é também uma forma de verificarmos se temos o melhor serviço: periodicamente mudamos de restaurante para conhecer
um novo cardápio ou uma forma melhor de preparar um prato. Mudamos também as marcas dos produtos que usamos, assim que ficamos sabendo de um
produto melhor no mercado. 
Assim, o rodízio é uma questão de segurança, em vários sentidos. Se você compra água mineral, por exemplo, é recomendado consumir cada vez uma marca
diferente, já que cada marca vem de uma fonte mineral distinta, e a composição dos minerais pode variar bastante. Se você consumir sempre uma mesma
marca, pode sobrecarregar seu corpo com algum mineral mais abundante em uma fonte, mas isso é compensado quando se alterna periodicamente a
marca/fonte de consumo.
Aplicação do conceito na Administração Pública: Um local que valoriza quem não tira férias ou que não alterna quem faz as tarefas corre o risco de ter
processos mal executados, uma vez que é sempre a mesma pessoa que está fazendo, podendo mascarar erros ou fraudes. Por isso, o rodízio de servidores é um
princípio de controle. Há setores que são especialmente sensíveis, como setor de licitações, setor financeiro e patrimonial, por exemplo. Nesses setores, o risco
de aplicação de procedimentos inadequados ou fraudulentos pode trazer grandes prejuízos para a Administração Pública.
E a capacitação é importante para que os servidores possam vencer os desafios e novidades que diariamente surgem na Administração Pública: novos sistemas,
novas tarefas e obrigações, novas demandas de serviço pela população. Sem capacitação adequada a execução das atividades dos servidores pode ficar
comprometida ou inferior ao que seria necessário. 
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C) DEFINIÇÃO FORMAL DE RESPONSABILIDADES E DELEGAÇÃO OFICIAL DE PODERES:
A definição formal de responsabilidades consiste em que a Administração Pública formalize, em documentos próprios ou normativos,
a quem cabe a responsabilidade sobre determinadas ações. 
Já a delegação de competências deve ser utilizada como instrumento de descentralização administrativa, para assegurar maior rapidez e objetividade às
decisões. O ato de delegação (portaria, decreto, lei, etc.) deverá indicar, com precisão, a autoridade delegante, a delegada e o objeto da delegação. Assim,
qualquer unidade/entidade, deve ter: 
i) regimento/estatuto e organogramas adequados, onde a definição de autoridade e consequentes responsabilidades sejam claras e satisfaçam plenamente
as necessidades da organização; e 
 
 
i) manuais de rotinas/procedimentos claramente determinados, que considerem as funções de todos os setores do órgão/entidade, em todas as áreas.
Aplicação do conceito no dia a dia: Durante as férias escolares e com as crianças em casa, é preciso manter alguma disciplina para garantir a ordem no lar
e, principalmente, nos quartos. Assim, os pais podem fazer uma escala semanal de quem vai ajudar a arrumar cada quarto, quem guardará os brinquedos e
quem ajudará na louça, fazendo um rodízio (outro princípio) para que a distribuição das tarefas seja justa. Mas se você apenas conversar sobre isso, em 2
semanas todos esqueceram suas escalas. 
É preciso escrevê-la em papel e colar na porta da geladeira, para que todos vejam e, assim, quem deixar de fazer possa ser responsabilizado de forma justa.
Aplicação do conceito na Administração Pública: Uma equipe de trabalho em que todos podem e sabem fazer tudo, mas volta e meia descobre-se que algo
ficou por fazer, demonstra que as tarefas não estão bem distribuídas e não há definição de responsabilidades. Ao implantar esse princípio, a administração sabe
a quem responsabilizar no caso de uma tarefa não feita.
Além disso, constantemente é possível ver em uma prefeitura ou órgão público que os chefes determinam que outro servidor exerça uma tarefa que é de
responsabilidade da chefia. Essa delegação é salutar que ocorra, pois agiliza as atividades da gestão, mas para atender aos princípios de controle é importante
que seja formalizada. 
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D) SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES: 
A estrutura do órgão/entidade deve prever a separação entre as funções de autorização e aprovação de operações. execução de
atividades, controles, registros gerenciais e contabilidade, de tal forma que nenhuma pessoa detenha competências e atribuições
acumuladas em mais de uma etapa de um processo ou procedimento administrativo. 
A tecnologia da informação e a grande interconexão dos sistemas de orçamentos, finanças, patrimônio, compras, pessoal, entre outros, permite que poucas
pessoas tenham sob seu controle e responsabilidade uma grande quantidade de processos e informações. 
Enquanto isto pode parecer positivo para a produtividade ou agilidade, principalmente em órgãos ou prefeituras pequenas e com poucos servidores em algumas
áreas, um efeito negativo é que uma ou algumas pessoas podem acumular competências, senhas, conhecimento e privilégios sobre um fluxo operacional e, se
ficarem ausentes ou tiverem intenções maliciosas, podem comprometer ou colocar em risco atividades importantes. 
Ainda em atenção ao princípio da segregação de funções, a área responsável pelos controles internos do órgão não pode estar incluída em alguma etapa
administrativa. Deve agir à parte do fluxo de processos e com respeito à devida segregação entre as funções de execução e controle. 
Então, é importante ressaltar: atividades do setor responsável pelo controle interno/auditoria interna não se confundem com os próprios controles internos
administrativos que fazem parte da gestão em si. 
 
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Aplicação do conceito no dia a dia: Em grandes lojas de departamento, por exemplo, há pessoas específicas para a venda e pessoas específicas para o caixa
da loja. Isso ocorre porque é muito mais seguro para o dono daquela loja que pessoas diferentes realizem estas operações. 
Quando se trata de produtos caros (como material de construção, por exemplo), écomum ter ainda um outro setor: o de entrega, que será responsável por
verificar se o produto entregue corresponde ao que foi pago. 
Aplicação do conceito na Administração Pública: Alguém que recebe a nota fiscal e confere as mercadorias quando chegam, e depois também autoriza o
pagamento, aumenta muito o risco de falhas ou fraudes, pois como a mesma pessoa confere e paga, pode receber a menos ou pagar a mais, pois ele é que
detém todos os controles de todo o processo. 
Se a prefeitura é pequena e tem poucas pessoas em cada área, é melhor que sejam duas pessoas assinando em conjunto os documentos de recebimento do
produto e pagamento, por exemplo, pois ainda que sejam as mesmas nas duas etapas, mais de uma pessoa cuidando de algo, é sempre mais seguro do que
uma pessoa sozinha. 
Nenhuma pessoa deve ter controle de todos os atos de um processo do início ao fim, sempre deve haver um agente público que
controle os atos administrativos do outro, bem como seja controlado por outro
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O tema da segregação de funções é tão relevante que já foi objeto de inúmeras recomendações de diversos órgãos de controle -
Obtido em: “Manual do Ordenador de Despesas".
 
Alguns exemplos dessas aplicações podem ser encontrados em julgamentos dos Tribunais de Contas e órgãos de controle, como os seguintes:
A Segregação de Funções deve prever a separação entre funções de autorização/aprovação, de operações, execução, controle e contabilização, de tal forma
que nenhuma pessoa detenha competências e atribuições em desacordo com este princípio. (Manual da Controladoria-Geral do Estado de Tocantins)
A segregação de funções é princípio básico do sistema de controle interno que consiste na separação de funções, nomeadamente de autorização,
aprovação, execução, controle e contabilização das operações”. (Portaria nº 63/96, de 27/02/96 - Manual de Auditoria do TCU)
A segregação é ferramenta para otimizar e gerar eficiência administrativa. (Acórdão nº 409/2007 - TCU 1ª Câmara e Acórdão nº 611/2008 -TCU 1ª
Câmara)
Os procedimentos de controle devem existir em toda a instituição, em todos os níveis e em todas as funções. Eles incluem uma gama de procedimentos de
detecção e prevenção, como a segregação de funções entre a autorização, execução, registro e controle de atividades. (Cartilha de Orientação sobre
Controle Interno – TCE/MG, 2012)
Não designar, para compor comissão de licitação, o servidor ocupante de cargo com atuação na fase interna do procedimento licitatório. (Acórdão TCU nº
686/2011 – Plenário)
Considera-se falta de segregação de funções, o Chefe do Setor de Licitações e Contratos elaborar o projeto básico e atuar no processo como Pregoeiro.
(CGU, relatório nº 174805/2005)
Considera-se falta de segregação de funções quando o pregoeiro e a equipe de apoio à licitação realizam trabalho de comissão de recebimento dos
materiais. (CGU, relatório nº 174805/2005)
Devem ser segregadas as atividades de requisição, autorização, utilização e controle. (Acórdão TCU nº 4.885/2009 - 2ª Câmara)
Deve ser observado o princípio da segregação de funções nas atividades relacionadas à licitação, à liquidação e ao pagamento das despesas. (Acórdão nº
1.013/2008 - TCU 1ª Câmara)
Devem ser designados servidores diferentes para as funções de suprido e responsável pelo atesto das despesas realizadas nas prestações de contas, em
observância ao princípio da segregação de funções, de modo que o agente público que ateste a realização da despesa não seja o mesmo que efetue o
pagamento. (Acórdão TCU nº 3.281/2008 - 1ª Câmara)
A administração não deve nomear, para a fiscalização e acompanhamento dos contratos, servidores que tenham vínculo com o setor financeiro da unidade,
sobretudo, aqueles que são diretamente responsáveis pelo processamento da execução da despesa. (Acórdão TCU nº 4.701/2009 - 1ª Câmara)
Não permitir que a comissão de inventário seja composta por membros responsáveis pelos bens a serem inventariados. (Acórdão TCU nº 1.836/2008 - TCU
2ª Câmara e IN/SEDAP-PR nº 205, de 08/04/1988)
Promover a separação de funções de autorização, aprovação, execução, controle e contabilização das operações, evitando o acúmulo de funções por parte
de um mesmo servidor. (Acórdão TCU nº 5.615/2008 2ª Câmara)
O fiscal de contrato e seu substituto devem ser designados mediante Portaria, em cumprimento ao disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/1993, considerando
que os servidores que executam o orçamento não devem ser designados para fiscal de contrato. (Acórdão TCU nº 1.131/2006-TCU-1ª Câmara)
Evitar que responsáveis por comissões de licitações sejam também responsáveis pelas áreas de suprimento envolvidas. (Acórdãos TCU nº 1.449/2007 e nº
2.446/2007 - 1ª Câmara)
Designar servidores distintos para as funções de "Encarregado do Setor Financeiro" e de "Responsável pela Contabilidade", que devem ser segregadas.
(Acórdão TCU nº 2.072/2007-1ª Câmara e IN/ SFC nº 01/2001)
Garantir que as pessoas incumbidas das solicitações para aquisições de materiais e serviços não sejam as mesmas responsáveis pela aprovação e
contratação das despesas. (item 5.2, TC-004.797/2007-2, Acórdão TCU nº 2.507/2007-Plenário)
Observar o princípio da Segregação de Funções na execução de seus atos administrativos, principalmente no tocante à conformidade de suporte
documental, em cumprimento ao disposto na IN Conjunta STN/SFC nº 04/00 (DOU de 11.05.2000), com as alterações da IN Conjunta STN/SFC nº 02/00
(DOU de 27.04.2000) (item 4.2.12, TC-013.001/2006-4, Acórdão TCU nº 70/2008 - 2ª Câmara). 
Caso queira se inteirar mais sobre o assunto leia o artigo de Rhand Lealpublicado em 23 de novembro de 2016 e a ISO 27001.
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E) INSTRUÇÕES DEVIDAMENTE FORMALIZADAS: 
Para atingir um grau de segurança adequado de que as atividades e procedimentos serão realizados exatamente como padronizado,
garantindo o resultado desejado, é indispensável que todas as ações, procedimentos e instruções de todas as áreas sejam mapeados e
formalizados em instrumentos específicos, como cartilhas, manuais e instruções normativas.
Ou seja, que todos saibam exatamente o que e como devem fazer, de forma clara e objetiva, em normas emitidas pela autoridade competente em cada caso.
Isso também evita que cada servidor público faça uma atividade processual do próprio jeito. 
Aplicação do conceito no dia a dia: Para solicitar um passaporte, por exemplo, primeiro você entra no site da Polícia Federal para saber todos os
procedimentos que você deve tomar. Lá, você encontra todas as informações devidamente formalizadas, incluindo custos, prazos, etc.
Aplicação do conceito na Administração Pública: Diversos órgãos públicos já providenciaram documentos sobre como proceder em cada atividade interna
de sua competência. Estes documentos comumente são denominados ‘Manuais’, mas também podem ser encontrados como Instruções Normativas,
Procedimentos, Orientações Técnicas, etc. 
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F) CONTROLES SOBRE AS TRANSAÇÕES: 
É imprescindível estabelecer formas de se registrar os fatos contábeis, financeiros e
operacionais, os atos e movimentações patrimoniais, o uso dos bens públicos, a
produtividade dos profissionais, os contratos executados, os pagamentos e recebimentos,
etc. 
 
Os registros e controles devem permitir acompanhar de modo transparente e comprovar, às vezes muito mais tarde, se um fato ocorreu mediante atos
legítimos, de acordo com a finalidade pública e autorizados por quem de direito. O princípio constitucional da transparênciana gestão dá sustentação para este
princípio de controle, pois só é possível dizer que uma transação tem transparência se houver documentos e registros que comprovem sua ocorrência em todas
as suas etapas, a qualquer momento, até mesmo anos depois. 
Aplicação do conceito no dia a dia: Para a gestão eficiente das finanças de uma família, é necessário que seus membros adotem algum tipo de orçamento
doméstico, ainda que bastante simplificado, para que se controle os gastos com água, luz, telefone, supermercado, etc. Isso pode ser feito desde anotando-se
em uma caderneta ou utilizando um aplicativo no celular com essa função.
Aplicação do conceito na Administração Pública: Órgãos, prefeituras e governos devem se submeter ao registro de suas transações. Tais registros ocorrem
diariamente e muitos deles são publicados. Um exemplo de publicação das transações é o próprioPortal da Transparência do governo federal. Lá é possível
encontrar registros de receitas, despesas, convênios, repasses e transferências de recursos, etc. 
Vamos conferir estes registros do governo federal? Busque no Portal da Transparênciaas transferências de recursos para o seu
município. Procure também o Portal da Transparência do seu município e verifique se há nele o registro das receitas e despesas.
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G) ADERÊNCIA A DIRETRIZES E NORMAS LEGAIS: 
O controle interno administrativo deve assegurar observância às diretrizes, aos planos, às normas, às leis, aos regulamentos e aos procedimentos
administrativos. Isso quer dizer que, no âmbito administrativo, o tempo todo o gestor deve buscar verificar se suas ações estão conforme as normas e
procedimentos definidos em sua organização.
Aplicação do conceito no dia a dia: para um cidadão, por exemplo, é fundamental dirigir de posse dos documentos do carro e da habilitação. Caso contrário,
este cidadão corre sério risco de ser preso, ter o carro apreendido, pagar multa e responder até a um processo administrativo no Detran.
Aplicação do conceito na Administração Pública: Essa verificação, em um setor de almoxarifado, por exemplo, implica em seguir os procedimentos que o
Manual da área tenha definido para fazer a movimentação de bens. Por exemplo, é muito comum que, para a poder acontecer a movimentação de uma máquina
ou equipamento de um setor para outro seja preciso fazer o registro em livro/sistema de: para qual setor o bem vai, quem autorizou a retirada, quem recebeu e
em que data isso ocorreu. Caso o Manual oriente algum outro procedimento, ele deve ser seguido, pois esse é um princípio de controle primário que auxilia na
gestão. 
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Resumo
Neste módulo você pôde observar as normas e leis específicas sobre controle interno em uma régua temporal, onde foi possível identificar a evolução da
legislação e das funções do controle interno.
Além disso, foi possível conhecer como os conceitos dos Controles Internos Administrativos (também conhecidos como Básicos ou Primários) se incorporam às
atividades cotidianas da administração pública.
Por fim, identificamos a aplicação dos controles internos nas ações rotineiras que executamos como servidores públicos e como podemos melhorar a gestão e
nossos processos de trabalho com a aplicação dos conceitos administrativos. 
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Conclusão
Parabéns! Você chegou ao final do módulo III, último módulo do curso. Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você apreenda esses
conhecimentos resolvendo os Exercícios de Fixação referentes às unidades estudadas. O resultado não faz parte da sua nota final, mas servirá como
oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo, já que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas.
Você poderá refazer as questões, se achar necessário. 
Clique na imagem abaixo.

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