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FACULDADE PITAGORAS BETIM Relatório: SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO VEICULAR Mateus Henrique da Silva Raquel Cristina Viana Rener Rodolfo Silva Thais Miranda Rodrigues Betim 2018 Sistema de Alimentação O sistema de alimentação veicular através dos seus componentes que atuam em conjunto, tem a função de fornecer combustível pressurizado de forma constante para a combustão no cilindro. Este processo ocorre a partir do tanque de combustível, até a queima da mistura ar-combustível na câmara de combustão. Entre os principais componentes deste sistema, podemos citar o tanque, bomba e filtro de combustível, além do regulador de pressão e injetor de combustível. Os sistemas de alimentação nos motores veiculares se dividem em alimentação por carburador ou alimentação por injeção eletrônica, apresentados a seguir. 1. Sistema de Alimentação por Carburador O carburador é um componente mecânico responsável por realizar a mistura do ar com o combustível para ser admitido pelo motor. Nele o fluxo de ar passa por um Venturi gerando uma diferença de pressão entre o reservatório de combustível, popularmente conhecido como “cuba”, e o ar que está passando pelo Venturi. Essa diferença de pressão faz com que o combustível seja arrastado pelo circuito principal de alimentação e misturado com o ar. A quantidade de ar que é admitida pelo carburador é controlada pela abertura da borboleta de aceleração, onde quanto mais aberta ela for maior é a quantidade de mistura admitida pelo motor e, consequentemente, maior é a quantidade de ar processada pelo carburador. Para acelerações rápidas o mesmo possui uma bomba de combustível para esse fim. Nesse caso poderia acontecer uma falta de combustível por incapacidade de o sistema principal fornecer combustível em uma velocidade tão elevada. Uma quantidade extra de combustível é adicionada a mistura a fim de proporcionar uma aceleração rápida com a mistura adequada para o motor. O nível de combustível dentro da cuba é controlado por um flutuador que quando o nível abaixa, abre a válvula agulha permitindo a entrada de mais combustível. Quando o nível se normaliza a válvula agulha é fechada e a passagem interrompida. 2. Sistema de Alimentação por Injeção Eletrônica O sistema de alimentação por injeção eletrônica foi desenvolvido para substituir o sistema por carburador por apresentar melhor controle da dosagem de ar e combustível, alcançando maior economia de combustível e principalmente menores índices de emissão de poluentes. O sistema de alimentação por injeção eletrônica utiliza uma série de sensores e atuadores, controlados por uma central eletrônica que processa a informação oriunda dos sensores e comanda os atuadores de forma a obter a melhor mistura ar-combustível. O principal parâmetro analisado para o controle da mistura ar-combustível é a quantidade de oxigênio nos gases de descarga. Esse parâmetro é detectado pelo sensor de oxigênio, também chamado de sonda-lambda. O nome sonda-lambda é originado pelo fato da resposta do sensor ser o fator lambda, razão entre as relações de massa ar/combustível real e estequiométrica. Benefícios da injeção eletrônica: • Menor emissão de gases poluentes, tendo o motor em perfeito funcionamento e aproveitamento do combustível, se reduzirá a sobra de combustível a ser liberada; • Partidas mais rápidas, pois, com o uso da injeção eletrônica, é dispensada a utilização do afogador; • Eficiência no consumo de combustível do seu motor, tendo um melhor aproveitamento do mesmo; • Maior economia, pois será usada somente a quantidade necessária de combustível; • Melhor rendimento do motor, pois este receberá volume de combustível que realmente necessita para o seu perfeito funcionamento, evitando o entupimento das agulhas. Alguns componentes utilizados por este sistema são: • ECU (Engine Control Unit) – É o principal componente do sistema de injeção eletrônica. Consiste em um circuito eletrônico programável, com microprocessador, que recebe os inputs através dos sensores a ele conectados e envia comandos aos atuadores, de forma a manter o funcionamento do motor da maneira previamente programada, para cada faixa de carga e rotação, através do controle do tempo de abertura do bico injetor. • Sensores de temperatura e pressão do ar no coletor de admissão – Têm a função de medir a temperatura e a pressão absoluta do ar admitido (MAP – Manifold Absolute Pressure). A partir desses dados, a ECU é capaz de calcular a massa de ar admitida e consequentemente a quantidade de combustível que deve ser injetada. • Sonda Lambda – E montada no cano de escape do motor, onde fica em contato com os gases de escape, de modo que uma parte fica constantemente exposta aos gases provenientes da combustão e outra parte fica em contato com o ar exterior. Se a quantidade de oxigênio não for ideal em ambas as partes, será gerada uma tensão que servirá de sinal para a unidade de comando. Através desse sinal, a unidade de comando pode variar a quantidade de combustível injetada. • Válvula injetora – Também conhecida como bico injetor, é uma válvula do tipo solenoide que recebe um sinal digital para comandar sua abertura e fechamento. Quanto maior a largura do pulso do sinal mais tempo o injetor permanece aberto e, portanto, mais combustível é injetado. • Corpo de borboleta – Localizado no coletor de admissão, tem a função de direcionar e controlar a entrada de ar no motor, sendo comandado diretamente pelo usuário através do pedal do acelerador, no caso de carros. Quanto maior for sua abertura, maior será a carga requerida do motor. • Sensor de posição do corpo de borboleta – Localizado no corpo de borboletas, é um sensor resistivo do tipo potenciômetro, que mede o quanto a borboleta de aceleração foi aberta. • Sensor de temperatura da água – Localizado no sistema de arrefecimento, logo após a saída do motor, tem a função de verificar a temperatura da água de resfriamento, indicando o momento de acionamento da ventoinha do radiador. • Atuador de marcha lenta – Também localizado no corpo de borboleta, tem a função de controlar a entrada de ar através de um servo-motor, mantendo o fluxo de ar necessário para o regime de marcha lenta, ou seja, quando a borboleta de aceleração está completamente fechada. • Bomba de combustível – Comandada pela ECU, é uma bomba geralmente do tipo diafragma, que tem a função de pressurizar a linha de combustível. • Filtro de combustível – São dotados de elementos filtrantes descartáveis e devem reter o máximo possível de impurezas, sem obstruir nem oferecer resistência ao fluxo. • Regulador de pressão do combustível – Tem a função de manter a pressão de trabalho ideal para o funcionamento dos injetores na linha de combustível. Caso a pressão da linha se eleve acima do valor de trabalho, o regulador se abre e o combustível é enviado de volta ao tanque. • Reservatório de combustível – Local onde e armazenado o combustível. Deve estar limpo, livre de impurezas que possa vir a entupir os filtros ou prejudicar a circulação do combustível até o sistema de injeção. E aconselhável manter sempre no interior do tanque uma quantia considerável de combustível, pois como o combustível está sempre em circulação dentro do sistema ele poderá esquentar demasiadamente e criar bolhas de ar, estas por sua vez prejudicariam o sistema de injeção, principalmente ao chegarematé os injetores. • Tubo distribuidor (flauta) – Trata-se de um tubo que montado no coletor de admissão juntamente com as válvulas injetoras, sua função é distribuir combustível pressurizado para as válvulas injetoras. Pode ser fabricado em alumínio ou, mais comumente utilizado, em materiais plásticos. • Tubulação de alta pressão – São calibrados para conduzir o combustível da bomba injetora aos bicos injetores. Esses tubos apresentam paredes espessas para suportar as altas pressões promovidas pelo sistema de injeção. • Elemento filtrante ou filtro de ar – Embora não seja um componente da injeção eletrônica, é fundamental para o sistema, pois, este elemento e responsável por impedir a passagem de impurezas para o ar que está sendo admitido pelo motor. Se caso o filtro não filtrar as impurezas pode comprometer a mistura do ar-combustível e ainda comprometer o funcionamento do motor. 3. Mistura Ar-Combustível A motivação para uso do sistema de injeção eletrônica é a capacidade do mesmo, através dos seus sensores e atuadores, manter o funcionamento do motor de forma eficiente, ou seja, controlar a mistura ar-combustível que chega a câmara de combustão para qualquer faixa de carga e rotação. A mistura ar- combustível pode ser classificada de três formas distintas: mistura pobre em combustível, mistura estequiométrica e mistura rica em combustível. A classificação da mistura se dá de acordo com a razão ar-combustível (AC), que é a razão entre as massas de ar e de combustível contidas na mistura. Para melhor entendimento deve-se considerar inicialmente a mistura estequiométrica. A mistura estequiométrica é aquela que possui, na reação química, a quantidade de ar teórico exata para que ocorra combustão completa da mistura no interior do motor. Entende-se por combustão completa aquela em que o produto da reação seja formado apenas por dióxido de carbono, água e nitrogênio. Será considerado como exemplo, de acordo com SANTOS (2009), a combustão completa de um mol do iso-octano, componente principal da gasolina, combustível utilizado no projeto. Será considerada também a composição do ar atmosférico como 21% de O2 e 79% de N2. Dessa forma, de acordo com equação, tem-se: 𝐶8𝐻18 + 12,5 ∗ (𝑂2 + 3,76𝑁2) → 8𝐶𝑂2 + 9𝐻2𝑂 + 47𝑁2 Dado que as massas molares do O2, N2 e C e H são, respectivamente, iguais a 32, 28, 12 e 1 kg/kmol, temos: Massa de ar = 12,5 × (32 + 3,76 × 28) = 1716 Kg Kmol de ar Massa de combustível = 8 × 12 + 18 × 1 = 114 Kg Kmol de combustível Assim, empregando os valores obtidos, tem-se que a razão ar combustível para a mistura estequiométrica é dada por: AC = 1716 114 = 15 kg de ar kg de combustível. Conclui-se, dessa forma, que para ocorrer a combustão completa de um quilograma de combustível são necessários 15 kg de ar. A partir do conceito de mistura estequiométrica podem ser definidas as outras duas classificações de mistura citadas: Mistura rica em combustível é aquela em que existe uma quantidade de ar atmosférico menor que 15 kg para cada quilograma de combustível, enquanto mistura pobre em combustível é aquela com mais de 15 kg de ar atmosférico para cada quilograma de combustível. O fator lambda, resposta do sensor de oxigênio instalado no escapamento para avaliar os gases de descarga, consiste na comparação entre a razão ar- combustível real (ACr) e a razão ar-combustível estequiométrica (ACe). 𝜆 = ACr ACe Dessa forma, define-se que: 𝜆 = 1 – Mistura estequiométrica; 𝜆 < 1 – Mistura rica em combustível; 𝜆 > 1 – Mistura pobre em combustível.
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