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MARY ESTHER TEIXEIRA DOS SANTOS ATIVIDADE3

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Sorriso/MT 
2018/1 
MARY ESTHER TEIXEIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS SUCESSÓRIOS NA ADOÇÃO MULTIPARENTAL 
 
 
 
Sorriso/MT 
2018/1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS SUCESSÓRIOS DA ADOÇÃO MULTIPARENTAL 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Unic- Campus Sorriso, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Direito. 
Orientador: Marina Bravo 
 
 
 
MARY ESTHER TEIXEIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARY ESTHER TEIXEIRA DOS SANTOS 
 
DIREITOS SUCESSÓRIOS NA ADOÇÃO MULTIPARENTAL 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Unic- Campus Sorriso como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Direito. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Sorriso, dia de mês de 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha família, 
pincipalmente ao meu pai Edivan e minha 
mãe Antônia, ao meu querido namorado e 
esposo Alex. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus porque em suas palavras encontrei forças e 
motivação nos momentos mais difíceis. Aos meus pais por toda a dedicação e 
ensinamentos, pois toda a base que tive me auxiliou em dar sempre o melhor de mim 
espelhando-me nos melhores exemplos que tive. Ao meu esposo Alex por todo apoio 
e paciência ao longo desses anos, por todo o cuidado e carinho dedicado a mim até 
mesmo quando não merecia, pelo incentivo em realizar meus objetivos e seguir ao 
meu lado nesta caminhada. Aos meus amigos que seguiram este trajeto comigo que 
me ajudaram com um conselho, com um ombro amigo e até mesmo com seu tempo, 
por todas as adversidades que conseguimos ultrapassar juntos. A todos os 
professores que me auxiliaram de alguma maneira para chegar até aqui. Obrigada! 
 
 
SANTOS, Mary Esther Teixeira. Direitos Sucessórios na Adoção Multiparental. 
2018. 26 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Direito – Unic, Sorriso, 2018. 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem por tema os direitos sucessórios na adoção multiparental e busca 
sintetizar os fatos acerca das garantias fundamentais previstas na Constituição 
Federal. Com a modernização do modelo de família e com as demasiadas formas de 
constituição de uma é fácil e notória a confusão de direitos de cada um, por isso a 
necessidade da reformulação das leis que definem sobre tais assuntos. Foram 
realizados levantamentos bibliográficos e pesquisas em sites que tratavam sobre o 
assunto. Com isso buscou-se entender o que é a adoção multiparental e quais são os 
direitos e deveres nessa nova definição de relação familiar e ainda buscar o conceito 
de adoção multiparental, identificar quais são os direitos do adotado nesse modelo de 
família moderno e definir quais são a medidas a serem tomadas em caso de sucessão. 
Foi possível constatar a evolução histórica da conceituação de família e sua 
modernização. Com todos os dados em mãos pode se ter uma noção mais ampla de 
como as mudanças sociais influenciam no direito. E que a sucessão na 
multiparentalidade não é um assunto pacífico, mas vem ganhando grande importância 
na área jurídica. Com isso conseguiu-se atingir os objetivos propostos, indo ainda 
além por busca de esclarecimento sobre o assunto. 
 
Palavras-chave: Adoção; Multiparentalidade; Sucessão; Direito Civil. 
 
 
SANTOS, Mary Esther Teixeira. Succession rights in Adoption Multiparental. 2018. 26 
folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Direito – Unic, Sorriso, 2018 
ABSTRACT 
 
This work has for theme the rights succession in the adoption multiparental and search 
to synthesize the facts concerning the fundamental warranties foreseen in the Federal 
Constitution. With the modernization of the family model and with the too much forms 
of constitution of one is easy and well-known the confusion of rights of each one, for 
that the need of the refurbishment of the laws that you/they define on such subjects. 
Bibliographical risings and researches were accomplished in sites that treated on the 
subject. With that it was looked for to understand what is the adoption multiparental 
and which are the rights and duties in that new definition of family relationship and still 
to look for the concept of adoption multiparental, to identify which are the rights of the 
adopted in that modern family model and to define which are to measured the they be 
taken 
 
Key-words: Adoption; Multiparentality; Succession; Civil Right. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 
2. CONCEITUANDO O TERMO FAMÍLIA E ADOÇÃO......................................... 14 
2.1. ADOÇÃO MULTIPARENTAL..............................................................................17 
3. CARACTERÍSTICAS DA SUCESSÃO .............................................................. 19 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 26 
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 27 
 13 
1. INTRODUÇÃO 
 
Este projeto tem por tema os direitos sucessórios na adoção multiparental e 
tem como objetivo a busca pelo conceito de adoção multiparental e quais são os seus 
direitos diante de uma sucessão. Com a modernização do modelo de família e com 
as demasiadas formas de constituição de uma é fácil e notória a confusão de direitos 
de cada um, por isso a necessidade da reformulação das leis que definem sobre tais 
assuntos. É importante que se entenda a definição da multiparentalidade e a 
necessidade da inserção dos adotados a um cotidiano comum, como do que ele pode 
ou não fazer, o entendimento de seus direitos e deveres e ainda para a melhor 
compreensão da abrangência dos direitos do adotado. O conhecimento é a melhor 
forma para diferenciar as características dos mais diversos modelos de família, 
deixando de lado o conceito de que família é constituída de pai (figura masculina), 
mãe (figura feminina) e filhos (concebidos no casamento). 
Justifica-se que em meio à tantas mudanças no modelo de família tradicional, 
ocasiona-se uma pequena confusão nos direitos e deveres dos membros destas 
relações. Como é o caso do adotado nas adoções multiparentais, por isso a 
importância de identificar o conceito da multiparentalidade e buscar a resolução dos 
conflitos que envolvam seus direitos e deveres. Baseando- se na legislação vigente, 
como por exemplo a Constituição Federal, que é a maior fonte de busca para tal 
assunto, e também nas jurisprudências mais recentes que tratem desses litígios, pois 
a fundamentação é de imprescindível importância. 
Diante da modernização do modelo de família tradicional o que seria a 
multiparentalidade e quais são os seus direitos e deveres constituídos nessas 
relações, em especificamente na adoção multiparental que está sendo de grande 
relevância nos estudos atuais. 
Com isso buscou-se entender o que é a adoção multiparental e quais são os 
direitos e deveres nessa nova definição de relação familiar e ainda buscar o conceito 
de adoção multiparental, identificar quais são os direitos do adotado nesse modelo de 
família moderno e definir quais são a medidas a serem tomadas em caso de sucessão. 
 14 
2. CONCEITUANDO O TERMO FAMÍLIAE ADOÇÃO 
 
O instituto familiar surgiu há muito tempo na história, a família tornou-se uma 
espécie de alavanca para a formação da sociedade em geral, e ela vem evoluindo 
desde então. Passando por processos de readequação a modernidade e aos vínculos 
constituídos atualmente. Como reafirmamos com o escrito por Tuany Bernardes 
Pereira em seu artigo sobre Adoção Multiparental: 
 
O instituto familiar, na história dos agrupamentos humanos, é o que antecede 
todos os demais, sendo a base da sociedade e agente socializador do 
indivíduo, no qual este irá desenvolver sua personalidade e caráter, além de 
ser o primeiro a sofrer grandes transformações em seu núcleo com o avanço 
e desenvolvimento social. (PEREIRA, Tuany Bernardes. Adoção 
Multiparental: possibilidade de múltipla filiação. Jus Brasil) 
 
 A definição de família está muito além do convencional determinado pela maior 
parte da sociedade que é o tipo mais tradicionalista ou de cunho religioso, hoje existem 
os mais diversos tipos de família, pois a ligação familiar não envolve mais somente o 
fator sanguíneo, hoje o afeto prevalece e muito em relação a isto. Ele (o afeto) é o 
fator determinante para a constituição da família moderna. Como podemos destacar 
o dito por Claudia da Silveira: 
 
Segundo Claudia da Silveira a expressão família possui origem romana e era 
utilizada para designar um novo organismo social, cujo chefe mantinha sob 
seu poder a mulher, os filhos e certo número de escravos, com o pátrio poder 
romano e o direito de vida e morte sob todos eles. (SILVEIRA, Claudia da. A 
origem da família, da propriedade privada e do Estado. Conteúdo Jurídico) 
 
Por muito tempo foi considerado família o pai (o homem, figura masculina), a 
mãe (a mulher, figura feminina) e os filhos, os concebidos nessa relação estável. Os 
filhos frutos de relações extraconjugais não eram considerados membros da família, 
eram chamados de bastardos portanto não possuíam direito algum. Geralmente o 
patrimônio da família ficava com filho primogênito advindo da relação conjugal dentro 
do casamento. O laço sanguíneo era a principal ligação familiar, e o pai, era a base 
do lar. Por um extenso período este foi o modelo de família a ser seguido, descartando 
qualquer outro tipo de relação. 
No entanto, com o passar do anos o conceito de família foi deixando de adotar 
o termo tradicionalista e veio se modernizando, surgindo então uma ligação mais 
afetiva, que envolve proteção, amor, cuidado, carinho, respeito, companheirismo e 
 15 
educação e deixando de ter como principal objetivo a procriação ou ainda em tempos 
mais antigos o fatores econômicos. E com isso foram se instituindo os mais diversos 
tipos de famílias como as homoafetivas que são formadas por um casal do mesmo 
sexo, as monoparentais constituídas apenas pela mãe ou pelo pai, as tradicionais 
representada pelo casal heterossexual e ainda a qual trazemos como tema, a 
multiparental. Como pode-se destacar na indagação de Bunazar (2010, s.P.), citada 
por Tuany em se Artigo: “Quem são os pais de hoje, ou, mais precisamente, qual o 
fator que determina o vínculo parental?” (PEREIRA, Tuany Bernardes. Adoção 
Multiparental: possibilidade de múltipla filiação. Jus Brasil). 
 Hoje em dia juridicamente não se faz distinção entre filhos, todos possuem os 
mesmo diretos, devendo ser tratados iguais, independentemente que sejam os filhos 
concebidos no matrimônio, em um relacionamento extraconjugal, em uma união 
estável ou ainda por uma relação socioafetiva. Nesse mesmo sentido nos ensina, 
Maria Berenice Dias: 
 
As transformações mais recentes por que passou a família, deixando de ser 
unidade de caráter econômico, social e religioso para se afirmar 
fundamentalmente como grupo de afetividade e companheirismo, imprimiram 
considerável reforço ao esvaziamento biológico da paternidade. (DIAS, Maria 
Berenice, Manual do Direito das Famílias. 5. ed. São Paulo: Editora RT, 2009, 
p.324) 
 
Portanto é notável todas as mudanças e modernizações do instituto família, ele 
vem se readaptando a evolução da sociedade em seus diversos aspectos e 
comportamentos que é cada vez mais constante. 
Finalizado o conceito de família, agora trataremos sobre adoção, que conforme 
Carlos Roberto Gonçalves: “Adoção é ato solene pelo qual alguém recebe em sua 
família, na qualidade de filho, pessoa a ele estranha.” (GONÇALVES, Carlos Roberto, 
2014, p.381). Um dos primeiros casos de adoção que é mundialmente conhecido é 
relatado na bíblia, foi quando Moisés foi encontrado no rio Nilo e foi acolhido pela filha 
do Faraó. Tornando-se príncipe do Egito. A adoção também já estava disciplinada em 
oito artigos do Código de Hamurabi (1728–1686 a.C.). E ainda conforme Gonçalves 
relata em sua doutrina: 
 
Deve ser destacado no atual conceito de adoção a observância do princípio 
do melhor interesse da criança, uma vez que o parágrafo do art. 100 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente proclama que são também princípios 
que regem a aplicação das medidas de proteção, dentre outros o “ IV – 
 16 
interesse superior da criança e do adolescente”, reiterando conteúdo do 
revogado art. 1.625 do Código Civil de 2002, no sentido de que “somente será 
admitida a adoção que constituir efetivo benefício para o adotando” 
(GONÇALVES. Carlos Roberto, Direito civil brasileiro: direito de família- de 
acordo com a Lei n. 12.874/2013 – 11. ed. – São Paulo: Saraiva, 2014, p. 
382.) 
 
Adoção é um vínculo familiar criado por um ato quando não existe laço 
consanguíneo. Está mais a ligado ao afeto e ao companheirismo na relação que é 
adquirida com a convivência. A proteção do afeto se dá pelo princípio da dignidade da 
pessoa, que é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal. Há muito 
tempo atrás o instituto de adotar só era possível para os pais que não podiam ter 
filhos, já atualmente visa-se pelo bem estar da criança e adolescente, garantindo os 
seus direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. 
Atualmente a adoção é disciplinada pela Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 
2009. Essa mesma lei acarretou mudanças no Código Civil e no Estatuto da Criança 
e do Adolescente no que seria concernente a adoção e toda a burocracia para adotar, 
essas alterações visam dar celeridade a esses processos burocráticos que tornam-se 
extensos e cansativos. Que no entanto, buscam sempre proporcionar o melhor para 
o adotado, pois o mesmo deve ser inserido em família estabilizada e que possa lhe 
dar as condições mínimas para se reinserir na sociedade, como educação, 
alimentação, segurança e lazer. 
 
2.1 ADOÇÃO MULTIPARENTAL 
 
O conceito de adoção multiparental já é mais moderno, devido a flexibilização 
do sistema familiar, ele concentra-se na atualização da composição dos mais diversos 
tipos de família conforme vemos a seguir: 
 
A multiparentalidade significa a legitimação da paternidade/maternidade do 
padrasto ou madrasta que ama, cria e cuida de seu enteado(a) como se seu 
filho fosse, enquanto que ao mesmo tempo o enteado(a) o ama e o(a) tem 
como pai/mãe, sem que para isso, se desconsidere o pai ou mãe biológicos. 
A proposta é a inclusão no registro de nascimento do pai ou mãe socioafetivo 
permanecendo o nome de ambos os pais biológicos. (KIRCH, Aline Taiane; 
COPATTI, Lívia Copelli. O reconhecimento da multiparentalidade e seus 
efeitos jurídicos. In: Âmbito Jurídico). 
 
 17 
A multiparentalidade dá o direito reconhecido juridicamente de um indivíduo de 
ter mais de uma mãe e/ou mais de um pai. Efetivando os efeitos do princípio da 
dignidade humana. Segundo Thábata Fernanda Suzigan: 
 
Um processo com decisão inédita referente a multiparentalidade ocorreu no 
Tribunal de Justiça de São Paulo quandojovem de 19 anos pediu para 
acrescenta o nome da mão socioafetiva em sua certidão sem retirar o nome 
da mãe biológica que morreu logo três dias após o parto. Conforme vemos a 
seguir: EMENTA: MATERNIDADE SOCIOAFETIVA. Preservação da 
Maternidade Biológica. Respeito à memória da mãe biológica, falecida em 
decorrência do parto, e de sua família. Enteado criado como filho desde dois 
anos de idade. Filiação socioafetiva que tem amparo no art. 1.593 do Código 
Civil e decorre da posse do estado de filho, fruto de longa e estável 
convivência, aliado ao afeto e considerações mútuos, e sua manifestação 
pública, de forma a não deixar dúvida, a quem não conhece, de que se trata 
de parentes - A formação da família moderna não-consanguínea tem sua 
base na afetividade e nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
solidariedade. Recurso provido. (SUZIGAN, Thábata Fernanda. Filiação 
socioafetiva e a multiparentalidade. Direito Net. 2015) 
 
De acordo com Maria Berenice Dias, o reconhecimento da filiação multiparental 
ou pluriparental basta flagrar a presença do vínculo de filiação com mais de duas 
pessoas. (DIAS, Maria Berenice. 2016. p. 405). O seu reconhecimento gera diversos 
efeitos jurídicos, como os direitos e deveres derivados da adoção. Como diz Aline 
Taiane Kirch e Lívia Copelli Copatti: 
 
Com o reconhecimento do afeto como um princípio do direito de família e 
como direito fundamental, há uma quebra de paradigmas, dando-se valor e 
lugar para o afeto, para o que permeia cada uma das relações familiares. É 
por esta razão que diz que as relações de consanguinidade são menos 
importantes que as oriundas de laços de afetividade e convivência familiar, 
despontando a afetividade como elemento nuclear e definidor da união 
familiar, com consequente aproximação desta da instituição social. (KIRCH, 
Aline Taiane; COPATTI, Lívia Copelli. O reconhecimento da 
multiparentalidade e seus efeitos jurídicos. In: Âmbito Jurídico). 
 
A adoção multiparental gera diversos efeitos jurídicos um deles é o direito 
sucessório, como ensina Lívia Copelli Copatti e Aline Taiane Kirch: 
 
Ao se legalizar a multiparentalidade essa passa então a trazer efeitos, não só 
no cotidiano da vida da família, que se sente realizada, pois conseguiu tornar 
existente na área jurídica o que já existia na realidade fática, mas também 
acarreta em efeitos jurídicos. (KIRCH, Aline Taiane; COPATTI, Lívia Copelli. 
O reconhecimento da multiparentalidade e seus efeitos jurídicos. In: Âmbito 
Jurídico). 
 
 18 
Diante do entendimento conceitual de adoção multiparental, passa-se a buscar 
o esclarecimento dos direitos sucessórios ao qual passa-se a analisar nos capítulos 
seguintes. 
 
 
 19 
3. CARACTERÍSTICAS DA SUCESSÃO 
 
Sucessão é a transferência de patrimônio em detrimento de causa mortis, em 
razão legal ou testamentária, ao herdeiro ou legatário. De acordo com Maria Helena 
Diniz: 
 
O direito das sucessões vem a ser o conjunto de normas que disciplinam a 
transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, ao herdeiro em 
virtude de lei ou de testamento (CC, art. 1.786). Consiste, portanto, no 
complexo de disposições jurídicas que regem a transmissão de bens ou 
valores e dívidas do falecido, ou seja, a transmissão do ativo e do passivo do 
de cujus ao herdeiro. (DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, 
volume 6: direito das sucessões / Maria Helena Diniz – 29. Ed. – São Paulo: 
Saraiva, 2015.) 
 
O direito sucessório possui alguns objetivos a serem destacados: a 
perpetuidade do patrimônio na família do autor da herança; a representação do apreço 
do sucedido pelo herdeiro e/ou legatário; e a continuidade da relações jurídicas do de 
cujus. 
Alguns princípios também são importantes para o direito sucessório no que 
tange a transferência dos bens são eles o princípio Saisine que diz que com a morte 
do de cujus os bens são transferidos imediatamente aos herdeiros legítimos e 
testamentários e o princípio da indivisibilidade onde até que termine o processo de 
inventário e partilha os bens que compõem a herança não poderão ser divididos 
(Artigo 1.784 a 1.790 do Código Civil). 
Existem também três espécies de sucessores, os herdeiros legítimos que são 
os definidos por lei; o herdeiro universal que é o sucessor de toda a herança; e os 
legatários que recebem em testamento. A ordem de vocação desses herdeiros está 
disposta no Artigo 1.829 do Código Civil: 
 
Art. 1829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime 
da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens 
particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. (Vade Mecum Saraiva / obra coletiva da Editora Saraiva 
com a colaboração de Luiz Roberto Curia Lívia Céspedes e Fabiana Dias de 
Rocha, 2016, p.279) 
 
 20 
Compõe a ação de sucessão o de cujus, os sucessores, que geralmente são 
os legítimos como o cônjuge, descendentes, ascendentes e colaterais, ou ainda os 
legatários. E a herança, que é o patrimônio deixado pelo de cujus. Para melhor 
compreensão explica Venosa: “Entende-se herança como o conjunto de direitos e 
obrigações que se transmitem, em razão da morte, a uma pessoa, ou a um conjunto 
de pessoas, que sobreviveram ao falecido”. (VENOSA, Sílvio de Salvo. 2012. p.06). E 
ainda dispõe Venosa: 
 
O patrimônio transmissível, portanto, contém bens materiais ou imateriais, 
mas sempre coisas avaliáveis economicamente. Os direitos e deveres 
meramente pessoais, como a tutela, a curatela, os cargos públicos, 
extinguem-se com a morte, assim como os direitos personalíssimos. 
(VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos das sucessões/ Sílvio de 
Salvo Venosa. – 14. ed. – São Paulo: Atlas, 2014. – (Coleção direito civil; v. 
7)) 
 
A sucessão classifica-se quanto a sua fonte em legítima e testamentária. 
Legítima quando fundamenta-se na existência de vínculo familiar, ou na falta deste e 
de cláusula testamentária, do vínculo estatal, seguindo-se à ordem de vocação 
hereditária prevista no Código Civil. A legítima pode ser conhecida como o testamento 
presumido do de cujus, pois o mesmo decorre da lei. Já a testamentária é quando 
existe disposição de última vontade por meio de testamento deixado pelo falecido. 
Funda –se na autonomia da vontade, manifestada no testamento, definido como um 
ato personalíssimo, unilateral, gratuito, solene e revogável. 
No entanto, no caso de testamento, tendo o sucedido herdeiros necessários 
descritos no Artigo 1.845 do Código Civil ele poderá dispor apenas de metade de seus 
bens, pois a outra metade constitui a quota legítima dos herdeiros forçados. 
Sintetizando os assuntos, vejamos o que diz Maria Helena Diniz: 
 
A sucessão testamentária, oriunda de testamento válido ou de disposição de 
última vontade. Todavia, ante o sistema de liberdade de testar limitada, 
adotado pela lei pátria, se o testador tiver herdeiros necessários, ou seja, 
cônjuge supérstite, descendentes e ascendentes sucessíveis (CC, arts. 1.845 
e 1.846), só poderá dispor de metade de seus bens (CC,art.1.789), uma vez 
que a outra metade constitui a legítima daqueles herdeiros.(...) 
A sucessão legítima ou ab intestato, resultante de lei nos casos de ausência, 
nulidade, anulabilidade, ou caducidade de testamento. Deveras, se o de cujus 
não fizer testamento, a sucessão será legítima, passando o patrimônio do 
falecido às pessoas indicadas pela lei, obedecendo-se à ordem de vocação 
hereditária. (CC, art. 1.829) (DINIZ, Maria Helena.Curso de direito civil 
brasileiro, volume 6: direito das sucessões / Maria Helena Diniz – 29. Ed. – 
São Paulo: Saraiva, 2015.) 
 
 21 
Quanto aos seus efeitos se dá a título universal, que é quando for transferido a 
totalidade ou parte indeterminada da herança. E a título singular, quando for 
transmitido um bem específico ao sucessor. Conforme pontua Carlos Roberto 
Gonçalves: 
 
Dá-se sucessão a título universal quando o herdeiro é chamado a suceder na 
totalidade da herança, fração ou parte alíquota (porcentagem) dela. Pode 
ocorrer tanto na sucessão legítima como na testamentária. 
Na sucessão a título singular, o testador deixa ao beneficiário um bem certo 
e determinado, denominado legado, como um veículo ou um terreno, por 
exemplo. 
Legatário, portanto não é o mesmo que herdeiro. Este sucede a título 
universal, pois a herança é uma universalidade; aquele, porém, sucede ao 
falecido a título singular, tomando o seu lugar em coisa certa e individuada. 
(GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil brasileiro: direito das sucessões, 
v.7- 10. Ed.- São Paulo: Saraiva, 2016.) 
 
São essas as classificações existentes no direito das sucessões brasileiro, 
lembrando que não é permitido nenhum outro tipo de sucessão seja por ato inter vivos 
ou contratual, salvo o que está previsto no artigo 2.018 do Código Civil que dispõe o 
seguinte: “É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última 
vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários” ( Vade 
Mecum Saraiva / obra coletiva da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto 
Curia Lívia Céspedes e Fabiana Dias de Rocha, 2016, p. 288). 
A sucessão se abre no lugar do último domicílio do de cujus, em caso de 
pluralidade de domicílios é permitido legalmente que seja aberta em qualquer um 
desses foros que configurem domicílio do falecido. Contanto, existem algumas 
exceções como quando o de cujus for estrangeiro poderá ser regulada pela lei 
brasileira caso a dele não for a mais benéfica, quando houver domicílio fixo considerar-
se-á o local do óbito, quando não houver domicílio e os bens se concentrarem em um 
só lugar será no local do bens, e ainda se houver pluralidade de domicílios será o local 
do juiz prevento (que despachou primeiro). Os herdeiros devem ter capacidade e 
legitimidade. Após abertura do inventário será nomeado um inventariante, que irá 
fazer a administração dos bens até que seja divido todo o espólio, seja por força legal 
ou disposição de última vontade. 
Os herdeiros podem aceitar ou renunciar a herança. Como afirma Carlos 
Roberto Gonçalves: “Aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro anui 
à transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da sucessão, 
confirmando-a. Já a renúncia da herança é negócio jurídico unilateral, pelo qual o 
 22 
herdeiro manifesta a intenção de se demitir dessa qualidade. (GONÇALVES, Carlos 
Roberto, 2016, p. 88 e 101). Temos a aceitação tácita, que decorre da prática de atos 
inequívocos positivos ou negativos, a expressa que é por escrito sendo pública ou 
particular e ainda presumida que decorre do silêncio do herdeiro após um lapso 
temporal. Ela ainda poder direta quando origina-se do próprio herdeiro, ou indireta 
quando oriunda dos sucessores, tutor ou curador, mandatário ou gestor ou credores. 
Já a renúncia é um ato unilateral que não pode ser presumido conforme artigo 1.806 
do Código Civil: “A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento 
público ou termo judicial”. (Vade Mecum Saraiva / obra coletiva da Editora Saraiva 
com a colaboração de Luiz Roberto Curia Lívia Céspedes e Fabiana Dias de Rocha, 
2016, p. 278). Ela pode ser abdicativa, quando abri mão para todos os herdeiros em 
partes iguais, ou seja, retorna ao quinhão hereditário ou translativa indicação de outra 
pessoa e transferência em seu favor do indicado, como por exemplo, cessão da 
herança. Caso o renunciante seja casado deverá ter outorga uxória. 
Caso haja a aceitação da herança, seja ela legítima ou testamentária, haverá a 
divisão em quinhões iguais, ou a parte que lhe cabe de acordo com o que foi deixado 
em testamento, como já foi citado nos parágrafos acima. Transferindo todos os bens 
do finado como também as suas dívidas. Depois de aceita a herança, não se pode 
voltar atrás Em caso que há menor de idade e as partes estiverem de acordo, pode-
se fazer o inventário por escritura pública em cartório, desde que seja homologado 
por um juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
4 SUCESSÃO NA ADOÇÃO MULTIPARENTAL 
 
Sabe-se que com o reconhecimento do vínculo socioafetivo e da 
multiparentalidade, surgem diversos efeitos jurídicos e como já citado anteriormente 
o direito de sucessão pode ser considerado um deles. Sendo reconhecida a filiação 
socioafetiva ela se torna irrevogável, até mesmo a voluntária, segundo o descrito no 
artigo 27 da Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do 
Adolescente): “Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito 
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais 
ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.” (Vade 
Mecum Saraiva / obra coletiva da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto 
Curia Lívia Céspedes e Fabiana Dias de Rocha, 2016, p. 1043). Em certos tempos 
era praticamente impossível de se ver uma criança com dois pais e/ou duas mães, 
mas como foi possível observar o surgimento da maior variedade de tipos de família 
isso tornou-se real. 
Além do direitos sucessórios existem outros efeitos decorrentes do 
reconhecimento da multiparentalidade que são o parentesco, o nome, obrigação 
alimentar, guarda do filho menor, direito de visitas e os direito sucessórios. 
Desde o reconhecimento da multiparentalidade e a aceitação das mais diversas 
composições de família tornou-se mais comum vermos ações que pedem a inserção 
dos nomes de pais ou mães socioafetivo mantendo os nomes dos pais biológicos ou 
ainda o contrário, em certidões de nascimento. Podemos dar como exemplo, uma 
criança criada por um padrasto desde sua concepção e que recebeu toda assistência 
necessária, mas no registro de nascimento consta o nome do pai biológico. Não é 
difícil de se notar o grande espaço que isso vem tomando na área jurídica brasileira, 
como podemos ver nos julgados a seguir que são só alguns exemplos de um número 
expressivo dessa ações: 
 
DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. APELAÇÃO. AÇÃO DE 
ANULAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. EXAME DE DNA. PAI 
BIOLÓGICO QUE VINDICA ANULAÇÃO DO REGISTRO DO PAI 
REGISTRAL. EXCLUSÃO DO NOME DO PAI REGISTRAL. INOVAÇÃO 
RECURSAL. INCLUSÃO DO PAI BIOLÓGICO SEM PREJUÍZO DO PAI 
REGISTRAL. INTERESSE MAIOR DA CRIANÇA. FAMÍLIA 
MULTIPARENTAL. POSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA 
REFORMADA. 1. 1. Resguardando o melhor interesse da criança, bem 
como a existência de paternidade biológica do requerente, sem 
desconsiderar que também há paternidade socioafetiva do pai registral, 
 24 
ambas propiciadoras de um ambiente em que a menor pode livremente 
desenvolver sua personalidade, reconheço a paternidade biológica, sem, 
contudo, desfazer o vínculo jurídico oriundo da paternidade socioafetiva. 4. 
Recurso provido na parte em que foi conhecido para reformar a sentença. 
(TJ-RR.2014. on-line) 
 
CONSTITUCIONAL E FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE 
FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA COM REGISTRO DE MULTIPARENTALIDADE. 
VÍNCULO BIOLÓGICO PREEXISTENTE. RECONHECIMENTO 
SIMULTÂNEO DO VÍNCULO SOCIOAFETIVO. DUPLA MATERNIDADE. 
POSSIBILIDADE. TESE FIXADA PELO STF COM REPERCUSSÃO GERAL. 
SENTENÇA REFORMADA. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao conceder 
repercussãogeral ao tema n. 622, no leading case do RE 898060/SC, 
entendeu que a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro 
público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante 
baseado na origem biológica, com efeitos jurídicos próprios. 2. Consoante se 
infere do referido julgado, houve uma mudança no entendimento sobre o 
tema da multiparentalidade, em virtude da constante evolução do conceito de 
família, que reclama a reformulação do tratamento jurídico dos vínculos 
parentais à luz do sobreprincípio da dignidade humana (art. 1º, III, da CRFB) 
e da busca da felicidade. 3. In casu, constatada a coexistência de dois 
vínculos afetivos; quais sejam, com os pais socioafetivos e com a mãe 
biológica, não havendo qualquer oposição de nenhuma das partes sobre o 
reconhecimento da multiparentalidade, o seu reconhecimento é medida que 
se impõe. 4. Recurso provido. Sentença reformada. (TJ-DF. 2017 . on-line) 
 
Analisando as posições dos tribunais brasileiros pode-se dizer que se assegura 
ao adotado todos os direitos garantidos aos filhos, assim como na adoção comum. 
Conforme o Artigo 1596 do Código Civil: “Os filhos, havidos ou não da relação de 
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas 
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.” (Vade Mecum Saraiva / 
obra coletiva da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia Lívia 
Céspedes e Fabiana Dias de Rocha, 2016, p. 264). Ou seja, é garantido aos filhos 
afetivos as mesmas garantias dadas aos filhos consanguíneos sem discriminação 
alguma, pois todos são iguais perante a lei. Além do que o direito de herança é 
garantido constitucionalmente no inciso XXX do Artigo 5° da Constituição Federal: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXX - é garantido o direito de herança; (Vade Mecum Saraiva / obra coletiva 
da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia Lívia Céspedes 
e Fabiana Dias de Rocha, 2016, p. 6 e 7) 
 
Destarte que não há proibição na lei que verse sobre a possibilidade ou não de 
se receber duas heranças de pais diferentes, sendo a filiação absolutamente legítima, 
 25 
tudo aquilo que não é vedado por lei, é permitido, logo existe a possibilidade de 
herança na multiparentalidade. Como podemos ver no Recurso a seguir: 
 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. FILIAÇÃO. IGUALDADE 
ENTRE FILHOS. ART. 227, § 6º, DA CF/1988. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO 
DE PATERNIDADE. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. VÍNCULO 
BIOLÓGICO. COEXISTÊNCIA. DESCOBERTA POSTERIOR. EXAME DE 
DNA. ANCESTRALIDADE. DIREITOS SUCESSÓRIOS. GARANTIA. 
REPERCUSSÃO GERAL. STF. 1. No que se refere ao Direito de Família, a 
Carta Constitucional de 1988 inovou ao permitir a igualdade de filiação, 
afastando a odiosa distinção até então existente entre filhos legítimos, 
legitimados e ilegítimos (art. 227, § 6º, da Constituição Federal). 2. O 
Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinário nº 898.060, 
com repercussão geral reconhecida, admitiu a coexistência entre as 
paternidades biológica e a socioafetiva, afastando qualquer interpretação 
apta a ensejar a hierarquização dos vínculos. 3. A existência de vínculo com 
o pai registral não é obstáculo ao exercício do direito de busca da origem 
genética ou de reconhecimento de paternidade biológica. Os direitos à 
ancestralidade, à origem genética e ao afeto são, portanto, compatíveis. 4. O 
reconhecimento do estado de filiação configura direito personalíssimo, 
indisponível e imprescritível, que pode ser exercitado, portanto, sem 
nenhuma restrição, contra os pais ou seus herdeiros. 5. Diversas 
responsabilidades, de ordem moral ou patrimonial, são inerentes à 
paternidade, devendo ser assegurados os direitos hereditários decorrentes 
da comprovação do estado de filiação. 6. Recurso especial provido. (STJ - 
REsp: 1618230 RS 2016/0204124-4, Relator: Ministro RICARDO VILLAS 
BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 28/03/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 10/05/2017). 
 
Diante de todo o exposto é notório os direitos do adotado na multiparentalidade 
e evidencia-se a possibilidade de sucessão, pois aos ser reconhecida a filiação afetiva 
o mesmo passa a ter todos os direitos e garantias dadas aos filhos consanguíneos. 
 
 
 26 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O principal objetivo deste trabalho foi alcançado com êxito, permitindo 
descrever o conceito geral e específico da multiparentalidade e apontar as causas que 
fizeram com que surgisse a necessidade de discutir tal tema, houve um bom 
desenvolvimento do conhecimento sobre o assunto que está em processo evolutivo. 
Pode-se explanar diversos pontos sobre os efeitos jurídicos do reconhecimento 
da multiparentalidade e em qual proporção ele atinge o cotidiano do envolvidos, pois 
trata-se de pessoas se relacionando, há sentimentalismo, e fica predeterminado a 
existência de direitos e garantias a serem determinados. 
Apesar de não haver legislação que regule especificamente o assunto, pode-
se ver que os direitos e princípios constitucionais apontam para a possibilidade e a 
conexão da multiparentalidade com o direito de sucessão, dando ao adotado o que 
lhe é de direito. Houve um grande aprendizado com este projeto através dos 
levantamentos e pesquisas realizados para atingir os objetivos traçados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
REFERÊNCIAS 
 
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<www.ibdfam.org.br/artigos/autor/PriscilladeAraujodeAlmeira> Acesso em 06 de abril 
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<https://jus.com.br/artigos/24714>. Acesso em: 2 maio 2017. 
DIAS, Maria Berenice, Manual do Direito das Famílias. 5. ed. São Paulo: Editora RT, 
2009. 
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. -11. ed. rev., atual. e ampl. - 
São Paulo: Editora Revista Dos Tribunais, 2016. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 6: direito das sucessões 
/ Maria Helena Diniz – 29. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2015.) 
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume 6: Direito de família: as 
famílias em perspectiva constitucional / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona 
Filho. – 4.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014. 
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil brasileiro: direito de família- de acordo 
com a Lei n. 12.874/2013 – 11. ed. – São Paulo: Saraiva, 2014. 
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito civil brasileiro: direito das sucessões, v.7- 10. 
Ed.- São Paulo: Saraiva, 2016. 
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multiparentalidade e seus efeitos jurídicos. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 
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VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos das sucessões/ Sílvio de Salvo 
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