Buscar

Figado e vias biliares anatomia

Prévia do material em texto

FÍGADO
(Mariana Fabrini Gomes)
ANATOMIA
Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica – Moore
O fígado é a maior glândula do corpo e, depois da pele, o maior órgão. 
Com exceção da gordura, todos os nutrientes absorvidos pelo trato digestório são levados primeiro ao fígado pelo sistema venoso porta.
Armazena glicogênio e secreta bile, que ajuda na emulsificação das gorduras.
A bile sai do fígado através dos ductos biliares – ductos hepáticos direito e esquerdo - que se unem para formar o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. A produção hepática da bile é continua; no entanto, entre as refeições ela se acumula e é armazenada na vesícula biliar, que também concentra a bile por meio da absorção de aguas e sais. Quando o alimento chega ao duodeno, a vesícula biliar envia a bile concentrada através das vias biliares até o duodeno.
ANATOMIA DE SUPERFICIE, FACES, REFLEXOES PERITONEAIS E RELAÇÕES DO FIGADO 
O fígado está situado principalmente no QSD (ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e do epigástrio, entendendo-se até o hipocôndrio esquerdo), onde é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma. O fígado move-se com o diafragma e fica mais em baixo na posição ereta por conta da gravidade.
Tem uma face diafragmática convexa e uma face visceral relativamente plana/ou côncava.
A face diafragmática do fígado é lisa e tem forma de cúpula; se relaciona com a concavidade da face inferior do diafragma. Existem recessos subfrênicos – extensões superiores da cavidade peritoneal – entre o diafragma e as faces superior e anterior da face diafragmática do fígado. Tais recessos são separados pelo ligamento falciforme que vai do fígado até a parede abdominal anterior. 
 * Normalmente, os recessos são espaços virtuais preenchidos por liquido para lubrificar as membranas peritoneais adjacentes.
A face diafragmática é coberta por peritônio visceral, exceto na parte nua do fígado onde está em contato direto com o diafragma. 
 *A veia cava inferior atravessa um profundo sulco da veia cava na área nua do fígado.
A face visceral do fígado é coberta por peritônio, exceto na fossa da vesícula biliar e na porta do fígado, uma fissura transversal por onde entram e saem os vasos, o plexo nervoso hepático e os ductos hepáticos que suprem e drenam o fígado. Tem muitas fissuras e impressões resultantes do contato com outros órgãos. 
Fissura sagital direita; fissura umbilical; fissura do ligamento redondo; fissura do ligamento venoso.
 *O ligamento redondo do fígado é o remanescente fibroso da veia umbilical, responsável por levar sangue oxigenado da placenta para o feto. 
 *Tríade portal = ducto colédoco, artéria hepática e veia porta.
LOBOS ANATÔMICOS DO FIGADO 
Externamente: 2 lobos anatômicos e 2 lobos acessórios.
O plano essencialmente mediano definido pela fixação do ligamento falciforme e a fissura sagital esquerda (fissura umbilical) separa um lobo hepático direito grande um lobo hepático esquerdo muito menor. Na face visceral inclinada, as fissuras sagitais direita e esquerda passam de cada lado dos dois lobos acessórios: o lobo quadrado anterior e inferior, e o lobo caudado (*) superior e posterior.
 *Muitas vezes dá origem a uma cauda na forma de uma processo papilar alongado, o processo caudal. Esse, estende-se para a direita, entre a veia cava inferior e a porta do fígado, unindo os lobos caudado e hepático direito. Pode ser considerado um terceiro fígado; sua vascularização é independente da bifurcação da tríade portal e é drenado por uma ou duas pequenas veias hepáticas que entram diretamente na veia cava inferior.
SUBDIVISÃO FUNCIONAL DO FÍGADO
Existe uma divisão em partes independentes funcionalmente, a parte direita e a parte esquerda, cujos tamanhos são bem semelhantes (diferentemente da divisão anatômica), porém a parte direita ainda é levemente maior. 
Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e veia porta e é drenada por seu próprio ducto hepático. 
Cada lobo tem 4 segmentos vasculares independentes (artérias e veias), portanto, podem ser divididos em 8 segmentos hepáticos cirurgicamente ressecáveis, sendo cada um deles nutrido por um ramo secundário ou terciário da tríade hepática. 
VASOS SANGUINEOS DO FÍGADO
Tem vascularização dupla: uma origem venosa dominante e uma arterial menor.
A veia porta traz de 75 a 80 % do sangue para o fígado. O sangue porta que contem +- 40% mais O2 do que o sangue que retorna para o coração pelo circuito sistêmico, sustenta os hepatócitos. 
A veia porta conduz praticamente todos os nutrientes absorvidos pelo trato alimentar para os sinusoides hepáticos (exceto os lipídeos que são absorvidos pelo sistema linfático).
O sangue arterial da artéria hepática, que representa apenas 20 a 25% do suprimento sanguíneo do fígado, é distribuído para as estruturas não parenquimatosas, em especial os ductos biliares intra-hepáticos. 
A veia porta, curta e larga, é formada pela união das veias mesentéricas superior e esplênica.
A artéria hepática pode ser dividida em artéria hepática comum e artéria hepática própria. 
Na porta do fígado, ou perto dela, a artéria hepática e a veia porta terminam dividindo-se em ramos direito e esquerdo para suprirem as partes direita e esquerda do fígado. Os segmentos secundários suprem as porções mediais e laterais de cada parte, com 3 dos 4 ramos sofrendo ramificações terciarias.
As veias hepáticas, formadas pela união das veias coletoras, que por sua vez drenam as veias centrais do parênquima hepático, abrem-se na veia cava inferior logo abaixo do diafragma. A fixação dessas veias à veia cava ajuda a manter o fígado em sua posição.
DRENAGEM LINFATICA E INERVAÇÃO DO FIGADO
O fígado é um importante órgão produtor de linfa.
Os vasos linfáticos são superficiais na capsula fibrosa do fígado subperitoneal (capsula de Glisson), e profundos no tecido conjuntivo que acompanha a tríade portal e veias hepáticas. 
Os nervos do fígado são derivados do plexo hepático, o maior derivado do plexo celíaco. Esse plexo é formado por fibras simpáticas do plexo celíaco e fibras parassimpáticas dos troncos vagais anterior e posterior. Além da vasoconstrição, sua função não é clara.
DUCTOS BILIARES E VESÍCULA BILIAR
Os ductos biliares conduzem bile do fígado para o duodeno. A bile é produzida continuamente pelo fígado, armazenada e concentrada na vesícula biliar, que a libera de modo intermitente quando a gordura entra no duodeno.
Os ductos hepáticos direito e esquerdo drenam as partes direita e esquerda do fígado. Logo depois de deixarem a porta do fígado, esses ductos se unem para formar o ducto hepático comum que recebe no lado direito o ducto cístico para formar o ducto colédoco, que conduz a bile para o duodeno. 
O suprimento arterial do ducto colédoco provem da artéria cística, artéria hepática direita, artéria pancreático-duodenal superior e artéria gastroduodenal. 
VESCIULA BILIAR
Situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado, na junção das partes direita e esquerda do fígado. 
O peritônio circunda completamente o fundo da vesícula biliar e une seu corpo e colo ao fígado. 
É composta de 3 partes: fundo, corpo (parte principal) e colo (se une ao ducto cístico para chegar até o ducto hepático comum).
O suprimento arterial da vesícula biliar e do ducto cístico provem principalmente da artéria cística, que origina-se da artéria hepática direita.
A drenagem venosa do colo da vesícula biliar e do ducto cístico flui através das veias císticas, que drenam através da veia porta para o fígado. As veias do fundo e do corpo da vesícula biliar seguem diretamente até a face visceral do fígado e drenam para os sinusoides hepáticos. 
Os nervos originam-se do plexo nervoso celíaco.

Continue navegando