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Resumo Anatomia do Fígado e Vesícula

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1 Laís Flauzino | MEDICINA 
ANATOMIA DO FÍGADO 
É o órgão central do metabolismo e o maior órgão do sistema 
digestório e maior glândula do corpo. É um órgão vital. 
Localização intraperitoneal, na região superior direita do 
abdome. 
Está fixo ao diafragma e por isso acompanha as incursões 
respiratórias. 
 
FUNÇÕES DO FÍGADO: 
• Metabolismo e armazenamento de nutrientes (glicogênio, 
gorduras, aminoácidos, vitaminas, metais). 
• Detoxificação e eliminação de substâncias tóxicas. 
• Produção de bile (glândula exócrina) 
• Produção de proteínas plasmáticas – fatores de coagulação, albumina e fatores hematopoiéticos. 
• Produção de fatores de crescimento (glândula endócrina) 
• Defesa imunológica 
• Degradação de eritrócitos (hemólise) e função hematopoiética no período fetal. 
 
A veia porta do fígado conduz os nutrientes absorvidos nos intestinos e o sistema linfático conduz os lipídios na 
forma de lipoproteínas. 
Alguns processos metabólicos ocorrem exclusivamente no fígado, como o ciclo da ureia. 
A glicose é convertida em glicogênio assim como várias vitaminas (A, B12 e ácido fólico), o ferro e o cobre, que são 
armazenados em seu interior. 
A partir dos aminoácidos, uma variedade de proteínas plasmáticas é sintetizada, como a albumina, fatores de 
coagulação sanguínea, hormônios e seus precursores, além de proteínas do sistema complemento, componentes 
da imunidade inata. 
O fígado converte as lipoproteínas absorvidas no intestino para que elas possam ser usadas pelos tecidos do 
corpo, além de ser o local central da produção de colesterol, que é formado dependendo do suprimento de 
alimentos. O colesterol é convertido em ácidos biliares – componente da bile. 
Após a liberação nas vias biliares, a bile é armazenada na vesícula biliar. Durante a alimentação, a bile é lançada no 
lúmen intestinal. Deste modo, a bile permite a disponibilização do colesterol para o corpo, ao mesmo tempo que 
colabora na digestão das gorduras. 
O fígado é um órgão excretor – substâncias endógenas (bilirrubina) e exógenas (medicamentos) são detoxificados 
e eliminados através da bile no lúmen intestinal, ou liberados no sangue para excreção através do rim. 
Regulação da defesa imunológica: proteínas plasmáticas e células de Kupffer. 
 
PROJEÇÃO DO FÍGADO: 
No lado esquerdo: o lobo esquerdo se estende até o QSE do abdome, aproximadamente até a linha medioclavicular 
esquerda – posicionando-se à frente do estômago. Encontra-se sobre a 5ª costela. 
No lado direito: a margem superior do lobo direito do fígado projeta-se na posição normal do diafragma sobre o 
4° espaço intercostal. 
Devido à curvatura do diafragma (cúpulas), o fígado se sobrepõe anterior e posteriormente em parte à cavidade 
pleural. Na anatomia normal, a margem inferior do fígado é recoberta pelo arco costal até a linha medioclavicular 
direita. 
Para a estimativa do tamanho do fígado, considera-se como medida padrão que o fígado não deve ocupar mais de 
12 cm no diâmetro craniocaudal na linha medioclavicular direita. 
O fígado não é palpável sob o arco costal direito. No entanto, sua posição é determinada pelo volume dos pulmões 
e pela posição do diafragma, de modo que nem sempre há um aumento de tamanho do fígado quando ele é 
palpável. 
 
ESTRUTURA ANATÔMICA: 
Dividido em: 
• Lobo hepático direito (Grande) 
• Lobo hepático esquerdo (pequeno) 
Separados anteriormente pelo ligamento falciforme do fígado. 
 
2 Laís Flauzino | MEDICINA 
Ligamento redondo do fígado: está na margem inferior do lig falciforme, estendendo-se para frente, em direção 
à parede abdominal. É um resquício da veia umbilical. 
 
Faces do fígado: 
• Face diafragmática: superior, adjacente ao diafragma. Não é recoberta pelo peritônio visceral – área nua. 
• Face visceral: inferior, voltada para as vísceras. É delimitada anteriormente pela margem inferior. 
 
Porta do fígado: na face visceral, continua à fissura do ligamento redondo. Nela os troncos principais direito e 
esquerdo dos vasos e os ductos do fígado geralmente entram ou saem, da direção anterior para posterior, na 
seguinte ordem: 
• Ducto hepático comum 
• Artéria hepática própria 
• Veia porta do fígado 
Devido à presença conjunta do ligamento redondo do fígado, do ligamento venoso, da veia cava inferior e da 
vesícula biliar, forma-se uma estrutura em “formato de H”, cuja barra transversal representa a porta do fígado. 
 
Na face inferior do lobo direito do fígado são delimitadas duas áreas – anterior e posterior à porta do fígado: 
• Lobo quadrado – anteriormente 
• Lobo caudado – posteriormente 
Mas são extensões e não lobos propriamente ditos. 
 
3 Laís Flauzino | MEDICINA 
O fígado não é recoberto pelo peritônio em quatro áreas principais: 
• Área nua 
• Porta do fígado 
• Fossa da vesícula biliar 
• Sulco da veia cava inferior 
 
PARTES E SEGMENTOS DO FÍGADO: 
O fígado é subdividido em oito segmentos funcionais. 
As 3 veias hepáticas dividem o fígado em 4 áreas adjacentes e o tecido conectivo circunjacente forma as fissuras. 
As quatro divisões verticais são subdivididas pelos ramos vasculares e ductos da tríade portal do fígado (veia porta 
do fígado, artéria hepática própria e ducto hepático comum), em oito segmentos hepáticos. 
 
O lobo quadrado é parte do segmento IVb. Posteriormente, foi descrito um nono segmento, que se situa entre os 
segmentos VIII e I, mas até então este novo segmento não foi considerado no contexto cirúrgico. 
 
Sob o ponto de vista funcional, é importante que os segmentos I-IV sejam supridos pelos ramos esquerdos da tríade 
portal e, portanto, agrupados na parte esquerda do fígado, em contraste com os lobos hepáticos 
macroscopicamente identificáveis, enquanto os segmentos V-VIII são dependentes dos ramos direitos da tríade 
portal e, sob o ponto de vista funcional, representam a parte direita do fígado. Somente o segmento I é suprido 
regularmente por ramos de ambos os lados. 
Deste modo, os limites entre as partes direita e esquerda do fígado, sob o ponto de vista funcional, situam-se no 
plano sagital entre a veia cava inferior e a vesícula biliar (“plano cava-vesícula biliar”), e não no nível do ligamento 
falciforme do fígado. 
 
Os segmentos do fígado são de grande significado na cirurgia abdominal. Na prática, o cirurgião realiza a remoção 
dos segmentos considerando os ramos individuais dos vasos aferentes, de modo que os segmentos do fígado 
possam ser identificados de forma confiável em função de sua descoloração associada à redução do fluxo 
sanguíneo. 
O fígado é dividido em oito segmentos, dos quais – sob o ponto de vista funcional – os segmentos I-IV pertencem à 
parte esquerda do fígado de acordo com seu suprimento sanguíneo, enquanto os segmentos V-VIII pertencem à 
parte direita do fígado. Consequentemente, a parte funcional esquerda do fígado é maior do que o lobo esquerdo 
anatômico do fígado. 
 
HISTOLOGIA DO FÍGADO: 
O parênquima hepático é dividido em lóbulos hepáticos clássicos. 
Nos vértices se situam os espaços porta – onde se localizam os ramos terminais da tríade portal. 
No centro de cada lóbulo está uma veia centrolobular, que coleta o sangue oriundo dos vasos sanguíneos das 
tríades portais após ele ter passado entre as células do fígado (hepatócitos), sendo conduzido para as veias 
sublobulares e, daí, para as veias hepáticas. 
Dessa forma, os hepatócitos capturam nutrientes e substâncias liberadas no sangue e também secretam substâncias 
sintetizadas, tais como as proteínas plasmáticas. 
 
4 Laís Flauzino | MEDICINA 
 
O sangue flui no sentido do centro do lóbulo hepático clássico e, portanto, no sentido oposto ao da bile, que é 
conduzida por entre os hepatócitos em direção à periferia dos lóbulos, onde entra nos ductos biliares intra-
hepáticos presentes nos espaços porta. 
 
Quando a estrutura dos lóbulos é 
comprometida pela reorganização 
cicatricial do tecido conjuntivo na 
cirrose hepática, que promove a 
formação de nódulos parenquimatosos 
(pseudolóbulos), o fluxo sanguíneoé 
prejudicado. Como consequência, 
ocorrem o refluxo do sangue na veia 
porta do fígado e o aumento de 
pressão sanguínea portal (hipertensão 
portal). A consequência é a possível 
criação de desvios do sangue nas redes 
colaterais vasculares (anastomoses 
portocavas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOPOGRAFIA: 
O fígado se adapta ao formato dos órgãos circunjacentes e eles deixam impressões na sua superfície – artefatos de 
fixação. 
O fígado apresenta relações anatômicas diretas com os seguintes órgãos vizinhos: 
• Rim, glândula suprarrenal, duodeno e intestino grosso (lobo direito) 
• Esôfago e estômago (lobo esquerdo) 
 
5 Laís Flauzino | MEDICINA 
Na face diafragmática, o ligamento falciforme do fígado se continua cranialmente no ligamento coronário. Este 
ligamento envolve a área nua e se continua, de cada lado, com um ligamento triangular direito e um ligamento 
triangular esquerdo, como conexões ao diafragma. O ligamento triangular esquerdo se funde ao apêndice fibroso 
do fígado, de formato cônico. Abaixo do ligamento falciforme, segue o ligamento redondo do fígado (resquício 
da veia umbilical da circulação fetal). Ambos os ligamentos se projetam na parede anterior do tronco e contêm 
pequenas artérias, veias (veias paraumbilicais) e canais linfáticos, através dos quais o fígado recebe conexões dos 
leitos vasculonervosos da parede anterior do tronco. 
 
Os ligamentos do fígado são de grande importância nas cirurgias. O ligamento triangular esquerdo estabiliza o lobo 
hepático esquerdo quando a metade direita (funcional) do fígado deve ser removida, impedindo, assim, uma 
rotação do lobo com distúrbios do fluxo venoso. Por outro lado, a secção do ligamento triangular direito ou do 
ligamento triangular esquerdo permite a mobilização do respectivo lobo do fígado, caso haja a necessidade de 
acesso à veia cava inferior, ao esôfago ou ao diafragma. Devido às conexões arteriais entre o segmento IV e a região 
de suprimento da artéria torácica interna no ligamento redondo do fígado, esse ligamento geralmente deve ser 
ligado ou cauterizado para prevenir hemorragias em todas as cirurgias na região direita do abdome que exijam 
mobilização do fígado. 
 
A partir da face visceral do fígado se origina o 
omento menor, que é subdividido em: 
• Ligamento hepatogástrico – os ramos 
hepáticos parassimpáticos, derivados dos 
troncos vagais, seguem para o fígado e 
originam os ramos pilóricos para o 
estômago. 
• Ligamento hepatoduodenal – os vasos, 
nervos e ductos seguem para o fígado na 
seguinte ordem: à direita: ducto colédoco; 
à esquerda: artéria hepática própria; 
posteriormente: veia porta do fígado; além 
disso: canais linfáticos, linfonodos e nervos 
autônomos (plexo hepático). 
Atrás do ligamento hepatoduodenal se localiza 
a entrada da bolsa omental (forame 
omental/epiploico), que representa uma 
projeção (recesso) da cavidade peritoneal 
posteriormente ao omento menor e ao 
estômago. 
 
6 Laís Flauzino | MEDICINA 
 
 
ARTÉRIAS DO FÍGADO: 
O fígado é suprido pela artéria hepática própria que é uma continuação da artéria hepática comum (ramo do 
tronco celíaco). 
Após a origem da 
artéria gástrica 
direita, a artéria 
hepática própria se 
estende no 
ligamento 
hepatoduodenal, 
juntamente com a 
veia porta do fígado 
e o ducto colédoco, 
em direção à porta 
do fígado. Neste 
local, a artéria, 
geralmente, se 
divide em um ramo 
direito e um ramo 
esquerdo para as 
duas partes 
funcionais do 
fígado. 
A artéria mesentérica superior está envolvida no suprimento do lobo hepático direito, ou a artéria gástrica esquerda 
está envolvida no suprimento do lobo hepático esquerdo (artérias hepáticas acessórias). Mais raramente, toda a 
artéria hepática comum ou a artéria hepática própria se originam da artéria mesentérica superior (3%). 
 
 
 
7 Laís Flauzino | MEDICINA 
VEIAS DO FÍGADO: 
O fígado possui dois sistemas venosos, um aferente e outro eferente: 
• Veia porta do fígado – conduz o sangue, rico em nutrientes, oriundo dos órgãos abdominais não pares 
(estômago, intestinos, pâncreas, baço) para o fígado. 
• 3 veias hepáticas conduzem o sangue do fígado para a veia cava inferior. 
 
 
A veia porta do fígado tem cerca de 7cm recebe 3 troncos principais: 
• Veia mesentérica superior – se une posteriormente ao colo do pâncreas, com a veia esplênica para a formação 
da veia porta do fígado. 
• Veia esplênica 
• Veia mesentérica inferior – desemboca ou na veia esplênica, ou na veia mesentérica superior ou na confluência 
dos troncos principais. 
Na região da porta do fígado, a veia porta do fígado se divide em troncos principais direito e esquerdo. 
 
As tributárias da veia esplênica (drenam o sangue do baço e de partes do estômago e do pâncreas) são as 
seguintes: 
• veias gástricas curtas; 
• veia gastromental esquerda; 
• veia gástrica posterior (inconstante); 
• veias pancreáticas (da cauda e do corpo do pâncreas). 
 
 
8 Laís Flauzino | MEDICINA 
As tributárias da veia mesentérica superior (drenam o sangue de partes do estômago e do pâncreas, de todo o 
intestino delgado, e dos colos ascendente e transverso) são: 
• veia gastromental direita, com veias pancreaticoduodenais; 
• veias pancreáticas (da cabeça e do corpo do pâncreas); 
• veias jejunais e ileais; 
• veia ileocólica; 
• veia cólica direita; 
• veia cólica média. 
 
As tributárias da veia mesentérica inferior (drenam o sangue do colo descendente e da parte superior do reto): 
• veia cólica esquerda; 
• veias sigmóideas; 
• veia retal superior: esta veia se conecta à veia retal média e à veia retal inferior, que fazem parte da área de 
drenagem da veia cava inferior. 
 
Além disso, ainda existem veias que, após a fusão dos troncos principais, desembocam diretamente na veia porta 
do fígado: 
• veia cística (oriunda da vesícula biliar); 
• veias paraumbilicais (através de veias no ligamento redondo do fígado, da parede abdominal ao redor do 
umbigo); 
• veias gástricas direita e esquerda (oriundas da curvatura menor do estômago); 
• veia pancreaticoduodenal superior posterior (posteriormente à cabeça do pâncreas). 
 
ANASTOMOSES PORTOCAVAS: 
São as conexões da veia porta do fígado com as regiões de drenagem das veias cavas superior e inferior. 
Circulações colaterais possíveis através de anastomoses portocavas: 
• Veia gástrica direita e esquerda: conexão através das veias esofágicas e das veias do sistema ázigo à veia cava 
superior – pode levar à dilatação das veias da submucosa do esôfago (varizes esofágicas) 
• Veias paraumbilicais: conexões com as veias cavas superior e inferior, por meio das veias da parede anterior 
do corpo (veias profundas - veia epigástrica superior e veia epigástrica inferior; veias superficiais: veia 
toracoepigástrica e veia epigástrica superficial). A dilatação das veias superficiais leva à cabeça de medusa. 
• Veia retal superior: através de veias da porção inferior do reto e da veia ilíaca interna, para a veia cava inferior. 
Raramente ocorre formação de varizes ao redor do ânus, o que não deve ser confundido com hemorroidas. 
• Anastomoses retroperitoneais: através da veia mesentérica inferior para a veia testicular/ovárica, com conexão 
à veia cava inferior. 
 
Com um aumento de pressão na circulação portal do fígado (hipertensão portal), por exemplo, na cirrose hepática, 
as conexões com as regiões de drenagem das veias cavas superior e inferior (anastomoses portocavas) podem ser 
abertas ou formadas. As conexões com as veias esofágicas são importantes, sob o ponto de vista clínico, porque o 
sangramento de varizes esofágicas rompidas é fatal e é a principal causa de morte na cirrose hepática. As conexões 
com a parede anterior do tronco, no entanto, são apenas de relevância diagnóstica. Embora a “cabeça de medusa” 
ocorra apenas raramente, a imagem é tão característica que uma cirrose hepática não pode ser ignorada. Em 
contrapartida, as conexões retroperitoneais e as anastomoses entre as veias do reto são pouco significativas sob o 
ponto de vista clínico.Sob a ótica terapêutica, é possível realizar uma ligadura e a escleroterapia das varizes 
esofágicas nos casos graves de hipertensão portal. Alternativamente, pode-se estabelecer uma conexão entre as 
veias hepáticas e os ramos congestos da veia porta do fígado por meio de um cateter balão colocado na veia cava 
inferior, através do parênquima hepático (desvio – ou derivação – portossistêmico[a] intra-hepático[a] transjugular, 
TIPS – transjugular intrahepatic portosystemic shunt). 
 
9 Laís Flauzino | MEDICINA 
 
O aumento de tamanho do baço (esplenomegalia) também ocorre devido à estase sanguínea e como consequência 
da hipertensão portal. 
 
VASOS LINFÁTICOS DO FÍGADO: 
Há dois sistemas de vasos linfáticos no fígado: 
• Sistema subperitoneal superficial, na superfície do fígado 
• Sistema intraparenquimatoso profundo, que segue os vasos sanguíneos das tríades portais até a porta do 
fígado. 
 
De acordo com os linfonodos regionais, existem duas vias principais de drenagem: 
 
 
10 Laís Flauzino | MEDICINA 
• Na direção caudal, para a porta do fígado (principal via de drenagem), através dos linfonodos hepáticos na porta 
do fígado, de onde a linfa segue, através de vasos linfáticos no ligamento hepatoduodenal, para os linfonodos 
celíacos na origem do tronco celíaco, e daí para os troncos intestinais. 
• Na direção cranial, através do diafragma (através do forame da veia cava e do hiato esofágico), via linfonodos 
frênicos inferiores e superiores nos linfonodos mediastinais, que estabelecem conexões com os troncos 
broncomediastinais. Os carcinomas do fígado também podem usar esta via para propagar metástases nos 
linfonodos torácicos. Vasos linfáticos individuais, no ligamento coronário e nos ligamentos triangulares, também 
podem desembocar no ducto torácico sem a interposição de canais linfáticos. 
 
INERVAÇÃO DO FÍGADO: 
Inervado pelo plexo hepático – plexo nervoso autônomo intrínseco situado ao redor da artéria hepática própria, que 
representa uma continuação do plexo celíaco. 
• Inervação simpática: fibras nervosas pós-ganglionares, derivadas de neurônios, cujos corpos celulares se 
localizam nos gânglios celíacos (durante os exercícios, estas fibras nervosas estimulam a degradação do 
glicogênio de modo a aumentar os níveis de glicose no sangue; a secreção de bile é suprimida). 
• Inervação parassimpática: fibras nervosas pré-ganglionares que, adicionalmente, se ramificam como ramos 
hepáticos no omento menor, derivados dos troncos vagais, e fazem conexões sinápticas no plexo hepático (estas 
fibras nervosas estimulam a produção da bile durante a ingestão de alimentos). 
• Inervação sensitiva: o peritônio na superfície da cápsula do fígado é inervado pelo nervo frênico direito (ramo 
frenicoabdominal) e pelos nervos intercostais inferiores. 
 
Devido à inervação sensitiva da cápsula do fígado provida pelo nervo frênico (plexo cervical), podem ocorrer 
sensações dolorosas diretamente na parede abdominal durante uma punção do fígado ou uma ruptura da cápsula 
hepática, bem como no ombro direito (dor referida). 
 
Vesícula biliar e vias biliares: 
 
• Localização intraperitoneal, na região superior direita do abdome, na face inferior do fígado, incluída na fossa 
da vesícula biliar. 
• Está ligada ao fígado e ao duodeno através das vias biliares. 
• Serve para armazenamento e concentração da bile produzida pelo fígado. 
• É preenchida por meio de um refluxo, quando o esfíncter hepatopancreático está fechado em sua 
desembocadura no duodeno. 
• Não é um órgão vital. 
 
PROJEÇÃO E TOPOGRAFIA: 
O fundo da vesícula ultrapassa a margem inferior do fígado e se projeta no nível da 9ª costela ficando diretamente 
em contato com a parede abdominal. 
 
Ela só se torna palpável quando está 
intensamente aumentada de volume em função 
de uma estase da bile. 
 
Devido às íntimas relações anatômicas com o 
duodeno e o intestino grosso, nos casos de uma 
inflamação da vesícula biliar (colecistite), devido 
à presença de cálculos biliares (colelitíase), tais 
cálculos podem atingir o intestino a partir da 
perfuração da parede da vesícula biliar, 
podendo ser excretados ou ocasionar obstrução 
intestinal (ileus por cálculos biliares). 
 
ESTRUTURA ANATÔMICA DA VESÍCULA BILIAR E DAS VIAS BILIARES EXTRA -HEPÁTICAS: 
A vesícula mede 7-10 cm, em repouso comporta 40-70mL e é dividida em: 
• Corpo da vesícula biliar 
• Fundo da vesícula biliar 
• Colo da vesícula biliar 
 
11 Laís Flauzino | MEDICINA 
 
 
O colo é seguido pelo ducto cístico 
(excretor), com 3-4 cm de comprimento, 
fechado pela prega espiral de Heister antes 
de se unir ao ducto hepático comum 
(principal do fígado) para a formação do 
ducto colédoco. 
O ducto hepático comum se forma na porta 
do fígado, a partir da união dos ductos 
hepáticos direito e esquerdo. 
Ducto colédoco mede 6cm e tem 0,4 a 0,9 
cm de calibre. Em casos raros, ele pode estar 
duplicado ou ausente. 
O ducto colédoco segue, inicialmente, no 
ligamento hepatoduodenal, anteriormente e 
à direita da veia porta do fígado, em seguida 
posteriormente à parte superior do duodeno 
e, finalmente, atinge a parte descendente do 
duodeno passando através da cabeça do 
pâncreas. Sua desembocadura se localiza na 
papila maior do duodeno (papila de Vater), 
distante 8-10 cm do piloro do estômago. 
Antes da desembocadura, o ducto colédoco 
geralmente se une (em 60% dos casos) ao 
ducto pancreático para formarem a ampola 
hepatopancreática. A musculatura lisa da 
parede forma um músculo esfíncter do ducto 
colédoco cujo segmento inferior, 
caracterizado como músculo do esfíncter da 
ampola hepatopancreática (esfíncter de Oddi), também inclui a ampola e a sua desembocadura. Juntamente 
com o músculo esfíncter do ducto pancreático, forma-se um complexo esfinctérico com 3 cm de comprimento. 
 
Uma vez que o ducto colédoco atravessa a cabeça do 
pâncreas e apresenta uma constrição na papila maior do 
duodeno, em função do músculo esfíncter da ampola 
hepatopancreática, nos carcinomas do pâncreas 
(geralmente indolores) podem ocorrer desde obstrução da 
papila, devido a um cálculo biliar retido (normalmente 
doloroso, com cólicas biliares) até estase biliar 
(colestase), com refluxo de bile para a corrente sanguínea. 
Devido à deposição da bilirrubina, um pigmento biliar, no 
tecido conjuntivo, ocorre tipicamente a pigmentação de 
tonalidade amarelada da esclera do olho e, mais tarde, da 
pele (icterícia). Nestes casos, os ductos biliares são 
visualizados por meio da ultrassonografia ou por 
radiografia com meio de contraste 
(colecistopancreatografia retrógrada endoscópica, CPRE). 
Um alargamento do ducto colédoco acima de 1 cm de 
diâmetro indica colestase. Devido à união do ducto 
colédoco com o ducto pancreático, pode ocorrer, 
simultaneamente, um refluxo da secreção pancreática, 
ocasionando inflamação do pâncreas (pancreatite) 
causada por autodigestão parcial do órgão. 
 
VASOS E NERVOS DA VESÍCULA BILIAR E DAS VIAS BILIARES: 
SUPRIMENTO ARTERIAL DA VESÍCULA BILIAR: 
Artéria cística: 
Se origina do ramo direito da artéria hepática própria e se ramifica, emitindo um ramo superficial para a própria 
vesícula biliar e um ramo profundo para a fossa da vesícula biliar, que se anastomosam entre si. 
 
12 Laís Flauzino | MEDICINA 
Além disso, delgados ramos, derivados do parênquima hepático (originados da ramificação do ramo direito da 
artéria hepática própria para o segmento hepático V) se aproximam do corpo da vesícula biliar. 
A artéria cística também pode se originar de outros ramos, ou do tronco da artéria hepática própria ou, ainda, da 
artéria gastroduodenal. 
Embora apenas uma artéria cística esteja presente em 80% dos casos, uma artéria cística acessória pode estar 
presente em até 20%. Este rico suprimento explica por que razão a necrose da vesícula biliar é rara. 
SUPRIMENTO ARTERIAL DAS VIAS BILIARES: 
Enquanto o ducto hepático comum é suprido 
apenas por ramos da artéria cística e pelo ramo 
direito da artéria hepática própria,o ducto 
colédoco apresenta, além destas duas artérias 
descendentes, artérias ascendentes, derivadas da 
artéria gastroduodenal. 
O terço distal do ducto e a papila maior do duodeno 
são supridos por um plexo vascular, originado da 
artéria pancreaticoduodenal superior. 
 
Devido às variações na origem da artéria cística, é 
necessário um grande cuidado durante a remoção 
da vesícula biliar (colecistectomia). Sempre se deve 
excluir a presença de uma segunda artéria cística, de 
modo a evitar sangramentos pós- -cirúrgicos. A rica 
perfusão sanguínea da papila maior do duodeno 
também explica por que razão, durante a remoção 
cirúrgica de um cálculo biliar retido (papilotomia), podem ocorrer sangramentos intensos da artéria 
pancreaticoduodenal superior posterior. 
 
DRENAGEM VENOSA: 
Veia cística: 
Segue na face peritoneal da vesícula biliar e desemboca diretamente na veia porta do fígado. 
Na face voltada para o fígado se situam muitos pequenos ramos que também drenam os segmentos proximais das 
vias biliares. 
O sangue oriundo dos segmentos distais flui através das veias na cabeça do pâncreas para a veia porta do fígado. 
 
VASOS LINFÁTICOS: 
A vesícula biliar, geralmente, tem o seu próprio linfonodo cístico no colo, a partir do qual a linfa é drenada, através 
dos linfonodos da porta do fígado, para os linfonodos celíacos. 
Em contrapartida, os vasos linfáticos dos segmentos da vesícula biliar, adjacentes ao fígado, entram no parênquima 
hepático e se conectam com as vias de drenagem linfática do fígado. 
A linfa oriunda do segmento proximal do ducto colédoco também segue para o linfonodo cístico, enquanto a linfa 
da porção distal chega aos linfonodos na cabeça do pâncreas. 
 
INERVAÇÃO: 
A inervação corresponde ao suprimento do fígado: 
A inervação simpática e parassimpática deriva do plexo hepático. 
A contração mediada pela divisão parassimpática sustenta a contração – induzida por hormônios – da musculatura 
da parede da vesícula biliar, inibindo o músculo esfíncter da ampola hepatopancreática, promovendo, assim, a 
eliminação da bile. A divisão simpática apresenta funções antagônicas. 
Inervação sensitiva: o peritônio na superfície da vesícula biliar, distante do fígado, é inervado pelo nervo frênico 
direito (ramo frenicoabdominal). 
Sobre a organização geral do sistema nervoso autônomo no abdome. 
 
Tal como acontece com o fígado, as dores podem irradiar para o ombro direito nos casos de inflamação da vesícula 
biliar (colecistite) devido à inervação sensitiva da cápsula do fígado pelo nervo frênico (plexo cervical). 
 
TRÍGONO CISTO-HEPÁTICO: 
O ducto cístico forma, juntamente com o ducto hepático comum e a superfície inferior do fígado, o trígono cisto-
hepático, que também é chamado triângulo de Calot. 
Seus limites são: 
 
13 Laís Flauzino | MEDICINA 
• Ducto cístico 
• Ducto hepático comum 
• Superfície inferior do fígado 
 
 
O trígono cisto-hepático é uma importante referência de orientação que deve ser reconhecida durante a remoção 
da vesícula biliar. Antes de proceder à remoção, todas as estruturas relevantes são identificadas antes que a artéria 
cística e o ducto cístico sejam ligados. Isso pode reduzir o risco de ligadura errônea do ducto colédoco, o que 
causaria estase da bile (colestase). 
 
Referência: 
WASCHKE, Jens. Sobotta Anatomia Clínica. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. 9788595151536. 
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151536/. Acesso em: 04 abr. 2022.

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