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curso 56247 aula 00 v1

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Livro Eletrônico
Aula 00
Direito Processual Penal p/ PC-SP (Agente de Telecomunicações) Com videoaulas -
Pós-Edital
Professor: Renan Araujo
00000000000 - DEMO
 
 
 
 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 13 
D. PROCESSUAL PENAL PARA PC-SP 2018 (PîS-EDITAL) Ð AGENTE DE TELECOMUNICA‚ÍES 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
AULA DEMO: INQUƒRITO POLICIAL. LEI 12.830/13. 
 
SUMçRIO 
1 INQUƒRITO POLICIAL ........................................................................................... 5 
1.1 Natureza e caracter’sticas .............................................................................. 5 
1.2 In’cio do IP (instaura‹o do IP) ..................................................................... 8 
1.2.1 Formas de instaura‹o do IP nos crimes de a‹o penal pœblica incondicionada ....... 8 
1.2.1.1 De of’cio ................................................................................................ 8 
1.2.1.2 Requisi‹o do Juiz ou do MP .................................................................... 10 
1.2.1.3 Requerimento da v’tima ou de seu representante legal ............................... 10 
1.2.1.4 Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 11 
1.2.2 Formas de instaura‹o do IP nos crimes de A‹o Penal Pœblica Condicionada ˆ 
Representa‹o ............................................................................................................. 11 
1.2.2.1 Representa‹o do Ofendido ou de seu representante legal .......................... 11 
1.2.2.2 Requisi‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP ............................................ 12 
1.2.2.3 Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 12 
1.2.2.4 Requisi‹o do Ministro da Justia ............................................................. 13 
1.2.3 Formas de Instaura‹o do IP nos crimes de A‹o Penal Privada .......................... 13 
1.2.3.1 Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a represente ..................... 13 
1.2.3.2 Requisi‹o do Juiz ou do MP .................................................................... 13 
1.2.3.3 Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 14 
1.2.4 Fluxograma ................................................................................................. 14 
1.3 Tramita‹o do IP ......................................................................................... 14 
1.3.1 Diligncias Investigat—rias ............................................................................. 15 
1.3.1.1 Requerimento de diligncias pelo indiciado e pelo ofendido ......................... 18 
1.3.1.2 Identifica‹o criminal ............................................................................. 18 
1.3.1.3 Nomea‹o de curador ao indiciado ........................................................... 20 
1.4 Forma de tramita‹o .................................................................................... 21 
1.4.1 Incomunicabilidade do preso ......................................................................... 23 
1.4.2 Indiciamento ............................................................................................... 24 
1.5 Conclus‹o do inquŽrito policial .................................................................... 25 
1.6 Poder de investiga‹o do MP ........................................................................ 30 
2 LEI 12.830/13 .................................................................................................... 30 
3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 33 
4 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 36 
4.1 Sœmulas vinculantes .................................................................................... 36 
4.2 Sœmulas do STF ............................................................................................ 37 
5 RESUMO .............................................................................................................. 37 
6 EXERCêCIOS PARA PARATICAR ........................................................................... 42 
7 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 73 
8 GABARITO ........................................................................................................ 130 
00000000000 - DEMO
 
 
 
 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 13 
D. PROCESSUAL PENAL PARA PC-SP 2018 (PîS-EDITAL) Ð AGENTE DE TELECOMUNICA‚ÍES 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
Ol‡, meus amigos! 
 
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA 
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova‹o de 
vocs no concurso da POLêCIA CIVIL DO ESTADO DE SÌO PAULO (PC-SP). 
N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PROCESSUAL 
PENAL, para o cargo de AGENTE DE TELECOMUNICA‚ÍES. 
E a’, povo, preparados para a maratona? 
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ a VUNESP. A prova 
objetiva est‡ agendada para o dia 01.07.2018. S‹o 300 vagas!! 
Bom, est‡ na hora de me apresentar a vocs, certo? 
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro, 
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, 
porŽm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho. 
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos. 
Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha 
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco + 
Fora de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente 
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso 
funciona! 
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, 
poder colaborar para a aprova‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu 
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova‹oÓ, n‹o estou falando apenas 
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova‹o 
em todos os concursos! 
Neste curso vocs receber‹o todas as informa›es necess‡rias para que 
possam ter sucesso na prova da PC-SP. Acreditem, vocs n‹o v‹o se 
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua 
aprova‹o, com sua vaga, ou seja, com voc! 
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda 
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor 
escolha. Eu entendo voc, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil 
escolher o melhor material para sua prepara‹o. Contudo, alguns colegas de 
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
 
00000000000 - DEMO
 
 
 
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D. PROCESSUAL PENAL PARA PC-SP 2018 (PîS-EDITAL) Ð AGENTE DE TELECOMUNICA‚ÍES 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
 
Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia‹o do curso de 
Direito Processual Penal para Delegado da PC-PE. Vejam que, dos 62 alunos 
que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%. 
Aindan‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que 
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o 
material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois 
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc o prazo de 30 DIAS para testar o 
material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente 
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro. 
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o 
temos medo de dar a voc essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Processual Penal 
previsto no Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com 
exerc’cios comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
 
AULA CONTEòDO DATA 
Aula 00 InquŽrito Policial. Lei 12.830/13 14.05 
Aula 01 Provas (parte I): Teoria geral 
 
21.05 
Aula 02 Provas (parte II): Provas em espŽcie 28.05 
Aula 03 
Pris‹o (conceito e espŽcies): pris‹o 
em flagrante. Pris‹o preventiva. 
Pris‹o tempor‡ria. 
05.06 
 
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Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
Nossas aulas ser‹o disponibilizadas conforme o cronograma apresentado. 
Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas em 
concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria. 
Sempre que poss’vel, trabalharemos com quest›es da pr—pria 
VUNESP, que Ž a Banca do concurso. Todavia, para n‹o ficarmos com uma 
prepara‹o defasada, vamos utilizar tambŽm quest›es de outras Bancas 
renomadas (FCC, FGV, etc.). 
AlŽm da teoria e das quest›es, vocs ter‹o acesso a duas ferramentas 
muito importantes: 
¥ RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado, 
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao 
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem 
muito tempo. 
¥ FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta 
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo 
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso. 
 
Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡ 
complementado por videoaulas. Nas videoaulas iremos abordar os t—picos do 
edital com a profundidade necess‡ria, a fim de que o aluno possa esclarecer 
pontos mais complexos, fixar aqueles pontos mais relevantes, etc. 
 
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 E-mail: profrenanaraujo@gmail.com 
 Periscope: @profrenanaraujo 
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia 
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br 
Youtube: 
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ 
 
Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legisla‹o sobre direitos autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-) 
 
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1! INQUƒRITO POLICIAL 
 
1.1!Natureza e caracter’sticas 
Antes de tudo, precisamos definir o que seria o InquŽrito Policial, para, a 
partir da’, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como: 
 ÒInquŽrito policial Ž, pois, o conjunto de diligncias realizadas pela Pol’cia Judici‡ria para a 
apura‹o de uma infra‹o penal e sua autoria, a fim de que o titular da a‹o penal possa 
ingressar em ju’zoÓ.1 
 
Assim, por Pol’cia Judici‡ria podemos entender a Pol’cia respons‡vel por 
apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato, 
houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). A Pol’cia Judici‡ria 
Ž representada, no Brasil, pela Pol’cia Civil e pela Pol’cia Federal. 
A Pol’cia Militar, por sua vez, n‹o tem fun‹o investigat—ria, mas apenas 
fun‹o administrativa (Pol’cia administrativa), de car‡ter ostensivo, ou seja, sua 
fun‹o Ž agir na preven‹o de crimes, n‹o na sua apura‹o! Cuidado com 
isso! 
Nos termos do art. 4¡ do CPP: 
Art. 4¼ A pol’cia judici‡ria ser‡ exercida pelas autoridades policiais no territ—rio de suas 
respectivas circunscri›es e ter‡ por fim a apura‹o das infra›es penais e da sua autoria. 
 
O IP tem natureza de procedimento administrativo, e n‹o de 
processo judicial. Muito cuidado com isso! 
O inquŽrito policial possui algumas caracter’sticas, atreladas ˆ sua 
natureza. S‹o elas: 
 
¥ O IP Ž administrativo - O InquŽrito Policial, por ser instaurado e 
conduzido por uma autoridade policial, possui n’tido car‡ter administrativo. 
O InquŽrito Policial n‹o Ž fase do processo! Cuidado! O IP Ž prŽ-
processual! Da’ porque eventual irregularidade ocorrida durante a 
investiga‹o n‹o gera nulidade do processo. 2 
¥ O IP Ž inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do 
InquŽrito decorre de sua natureza prŽ-processual3. No Processo temos autor 
 
1 1 Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 Ð Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. 
Ð 28. ed. ver. e atual. - S‹o Paulo : Saraiva, 2006. 
2 Este Ž o entendimento do STJ, no sentido de que eventuais nulidades ocorridas durante a investiga‹o n‹o 
contaminam a a‹o penal, notadamente quando n‹o h‡ preju’zo algum para a defesa (STJ - AgRg no HC 
235840/SP). 
 
3 Para entendermos, devemos fazer a distin‹o entre sistema acusat—rio e sistema inquisitivo. 
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Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
(MP ou v’tima), acusado e Juiz. No InquŽrito n‹o h‡ acusa‹o, logo, n‹o 
h‡ nem autor, nem acusado. O Juiz existe, mas ele n‹o conduz o IP, quem 
conduz o IP Ž a autoridade policial (Delegado). No InquŽrito Policial, por 
ser inquisitivo, n‹o h‡ direito ao contradit—rio nem ˆ ampla defesa4. 
Como dissemos, no IP n‹o h‡ acusa‹o alguma. H‡ apenas um procedimento 
administrativo destinado a reunir informa›es para subsidiar um ato 
(oferecimento de denœncia ou queixa). N‹o h‡, portanto, acusado, mas 
investigado ou indiciado (conforme o andamento do IP).5 Em raz‹o desta 
ausncia de contradit—rio, o valor probat—rio das provas obtidas no 
IP Ž muito pequeno, servindo apenas para angariar elementos de 
convic‹o ao titular da a‹o penal (o MP ou o ofendido, a depender do tipo 
de crime) para que este oferea a denœncia ou queixa. 
 
CUIDADO! O Juiz pode usar as provas obtidas no InquŽrito 
para fundamentar sua decis‹o. O que o Juiz NÌO PODE Ž fundamentar sua 
decis‹o somente com elementos obtidos durante o IP. Nos termos do art. 
155 do CPP: 
Art. 155. O juiz formar‡ sua convic‹o pela livre aprecia‹o da prova produzida em contradit—rio 
judicial, n‹o podendo fundamentar sua decis‹o exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos na investiga‹o, ressalvadas as provas cautelares, n‹o repet’veis e antecipadas. 
Vejam que mesmo nesse caso, existem exce›es, que s‹o aquelas provas 
colhidas durante a fase prŽ-processualem raz‹o da impossibilidade de se 
esperar a Žpoca correta, por receio de n‹o se poder mais obt-las (ex.: Exame 
de corpo de delito). 
 
¥ Oficiosidade Ð Em se tratando de crime de a‹o penal pœblica 
incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o InquŽrito 
Policial sempre que tiver not’cia da pr‡tica de um delito desta 
natureza. Quando o crime for de a‹o penal pœblica incondicionada (regra), 
 
O sistema acusat—rio Ž aquele no qual h‡ dialŽtica, ou seja, uma parte defende uma tese, a outra parte 
rebate as teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusat—rio Ž 
multilateral. 
J‡ o sistema inquisitivo Ž unilateral. N‹o h‡ acusador e acusado, nem a figura do Juiz imparcial. No 
sistema inquisitivo n‹o h‡ acusa‹o propriamente dita. 
4 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso n‹o significa que o indiciado n‹o possua direitos, como 
o de ser acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado, embora n‹o possua o Direito 
Constitucional ao Contradit—rio e ˆ ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam realizadas 
algumas diligncias. Entretanto, a realiza‹o destas n‹o Ž obrigat—ria pela autoridade policial. 
5 Entretanto, CUIDADO: 
O STJ possui decis›es concedendo Habeas Corpus para determinar ˆ autoridade policial que 
atenda a determinados pedidos de diligncias; 
O exame de corpo de delito n‹o pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP: 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negar‡ a per’cia requerida 
pelas partes, quando n‹o for necess‡ria ao esclarecimento da verdade. 
00000000000 - DEMO
 
 
 
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Teoria e quest›es 
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portanto, a instaura‹o do IP poder‡ ser realizada pela autoridade policial 
independentemente de provoca‹o de quem quer seja. ƒ claro que, se o MP 
j‡ dispuser dos elementos necess‡rios ao ajuizamento da a‹o penal, o IP 
n‹o precisa ser iniciado. O que o inciso I do art. 5¼ quer dizer Ž que a 
autoridade policial tem o poder-dever de instaur‡-lo, de of’cio, no caso de 
crimes desta natureza (O que determinar‡ a instaura‹o, ou n‹o, ser‡ a 
existncia de ind’cios m’nimos da infra‹o penal e a eventual utilidade do 
IP). 
¥ Oficialidade Ð O IP Ž conduzido por um —rg‹o oficial do Estado. 
¥ Procedimento escrito - Todos os atos produzidos no bojo do IP 
dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais (como 
depoimento de testemunhas, interrogat—rio do indiciado, etc.). Essa regra 
encerra outra caracter’stica do IP, citada por alguns autores, que Ž a da 
FORMALIDADE. 
¥ Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP, n‹o pode a 
autoridade policial arquiv‡-lo6, pois esta atribui‹o Ž exclusiva do 
Judici‡rio, quando o titular da a‹o penal assim o requerer. 
¥ Dispensabilidade - O InquŽrito Policial Ž dispens‡vel, ou seja, 
n‹o Ž obrigat—rio. Dado seu car‡ter informativo (busca reunir 
informa›es), caso o titular da a‹o penal j‡ possua todos os elementos 
necess‡rios ao oferecimento da a‹o penal, o InquŽrito ser‡ dispens‡vel. 
Um dos artigos que fundamenta isto Ž o art. 39, ¤ 5¡ do CPP7. 
¥ Discricionariedade na sua condu‹o - A autoridade policial 
pode conduzir a investiga‹o da maneira que entender mais 
frut’fera, sem necessidade de seguir um padr‹o prŽ-estabelecido. Essa 
discricionariedade n‹o se confunde com arbitrariedade, n‹o podendo o 
Delegado (que Ž quem preside o IP) determinar diligncias meramente com 
a finalidade de perseguir o investigado, ou para prejudic‡-lo. A finalidade da 
diligncia deve ser sempre o interesse pœblico, materializado no objetivo do 
InquŽrito, que Ž reunir elementos de autoria e materialidade do delito. 
¥ Sigiloso - o IP Ž sempre sigiloso em rela‹o ˆs pessoas do povo em 
geral, por se tratar de mero procedimento investigat—rio, n‹o havendo 
nenhum interesse que justifique o acesso liberado a qualquer do povo.8 
Todavia, o IP n‹o Ž, em regra, sigiloso em rela‹o aos envolvidos (ofendido, 
indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser decretado sigilo em 
rela‹o a determinadas peas do InquŽrito quando necess‡rio para o sucesso 
da investiga‹o (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado a 
partes do IP que tratam de requerimento de intercepta‹o telef™nica 
formulado pelo Delegado ao Juiz). 
 
6 Art. 17 do CPP. 
7 ¤ 5o O —rg‹o do MinistŽrio Pœblico dispensar‡ o inquŽrito, se com a representa‹o forem oferecidos 
elementos que o habilitem a promover a a‹o penal, e, neste caso, oferecer‡ a denœncia no prazo de quinze 
dias. 
8 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124 
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1.2!In’cio do IP (instaura‹o do IP) 
As formas pelas quais o InquŽrito Policial pode ser instaurado variam 
de acordo com a natureza da A‹o Penal para a qual ele pretende angariar 
informa›es. A a‹o penal pode ser pœblica incondicionada, condicionada ou a‹o 
penal privada. 
 
1.2.1 Formas de instaura‹o do IP nos crimes de a‹o penal pœblica 
incondicionada 
1.2.1.1 De of’cio 
Tomando a autoridade policial conhecimento da pr‡tica de fato definido como 
crime cuja a‹o penal seja pœblica incondicionada, poder‡ proceder (sem que 
haja necessidade de requerimento de quem quer que seja) ˆ instaura‹o do IP, 
mediante Portaria. 
Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato criminoso, 
independentemente do meio (pela m’dia, por boatos que correm na boca do povo, 
ou por qualquer outro meio), ocorre o que se chama de notitia criminis. Diante 
da notitia criminis relativa a um crime cuja a‹o penal Ž pœblica 
incondicionada, a instaura‹o do IP passa a ser admitida, ex officio, nos 
termos do j‡ citado art. 5¡, I do CPP. 
Quando esta not’cia de crime surge atravŽs de uma dela‹o formalizada por 
qualquer pessoa do povo, estaremos diante da delatio criminis simples. Nos 
termos do art. 5¡, ¤ 3¡ do CPP: 
CARACTERêSTICAS 
DO IP
Administrativo
Sigiloso
Escrito
Inquisitorial 
(inquisitivo)
Dispens‡vel
Oficial
Indispon’vel
Discricion‡rio
Oficioso
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¤ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existncia de infra‹o penal em que 
caiba a‹o pœblica poder‡, verbalmente ou por escrito, comunic‡-la ˆ autoridade policial, e esta, 
verificada a procedncia das informa›es, mandar‡ instaurar inquŽrito. 
 
A Doutrina classifica a notitia criminis da seguinte forma: 
⇒ Notitia criminis de cogni‹o imediata Ð Ocorre quando a 
autoridade policial toma conhecimento do fato em raz‹o de suas 
atividades rotineiras. 
⇒ Notitia criminis de cogni‹o mediata Ð Ocorre quando a autoridade 
policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de um 
expediente formal (ex.: requisi‹o do MP, com vistas ˆ instaura‹o do 
IP). 
⇒ Notitia criminis de cogni‹o coercitiva Ð Ocorre quando a 
autoridade policial toma conhecimento do fato em raz‹o da pris‹o em 
flagrante do suspeito. 
 
A delatio criminis, que Ž uma forma de notitia criminis, pode ser: 
⇒ Delatio criminis simples Ð Comunica‹o feita ˆ autoridade policial 
por qualquer do povo (art. 5¼, ¤3¼ do CPP).⇒ Delatio criminis postulat—ria Ð ƒ a comunica‹o feita pelo ofendido 
nos crimes de a‹o penal pœblica condicionada ou a‹o penal privada, 
mediante a qual o ofendido j‡ pleiteia a instaura‹o do IP. 
⇒ Delatio criminis inqualificada Ð ƒ a chamada Òdenœncia an™nimaÓ, 
ou seja, a comunica‹o do fato feita ˆ autoridade policial por qualquer 
do povo, mas sem a identifica‹o do comunicante. 
 
Mas, e no caso de se tratar de uma denœncia an™nima. Como deve 
proceder o Delegado, j‡ que a Constitui‹o permite a manifesta‹o do 
pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso, estamos diante da delatio 
criminis inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada Òdisque-denœnciaÓ, 
muito utilizada nos dias de hoje. A solu‹o encontrada pela Doutrina e pela 
Jurisprudncia para conciliar o interesse pœblico na investiga‹o com a proibi‹o 
de manifesta›es ap—crifas (an™nimas) foi determinar que o Delegado, quando 
tomar cincia de fato definido como crime, atravŽs de denœncia an™nima, n‹o 
dever‡ instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a 
procedncia da denœncia e, caso realmente se tenha not’cia do crime, instaurar 
o IP.9 
 
9 (...) Admite-se a denœncia an™nima como instrumento de deflagra‹o de diligncias, pela 
autoridade policial, para apurar a veracidade das informa›es nela veiculadas, conforme 
jurisprudncias do STF e do STJ. (...) (AgRg no RMS 28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 19/04/2012) 
O STF corrobora esse entendimento: (...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede 
a deflagra‹o da persecu‹o penal pela chamada Ôdenœncia an™nimaÕ, desde que esta seja 
seguida de diligncias realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen 
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1.2.1.2 Requisi‹o do Juiz ou do MP 
O IP poder‡ ser instaurado, ainda, mediante requisi‹o do Juiz ou do MP. 
Nos termos do art. 5¡, II do CPP: 
Art. 5o Nos crimes de a‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado: 
(...) 
II - mediante requisi‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para represent‡-lo. 
 
Essa requisi‹o deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado, 
n‹o podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar Ž sin™nimo de exigir com 
base na Lei. Contudo, o Delegado pode se recusar10 a instaurar o IP quando a 
requisi‹o: 
¥ For manifestamente ilegal 
¥ N‹o contiver os elementos f‡ticos m’nimos para subsidiar a 
investiga‹o (n‹o contiver os dados suficientes acerca do fato 
criminoso)11 
 
1.2.1.3 Requerimento da v’tima ou de seu representante legal 
Nos termos do art. 5¡, II do CPP: 
Art. 5o Nos crimes de a‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado: 
(...) 
II - mediante requisi‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para represent‡-lo. 
 
Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, n‹o requisi‹o. Por isso, 
a Doutrina entende que nessa hip—tese o Delegado n‹o est‡ obrigado a 
instaurar o IP, podendo, de acordo com a an‡lise dos fatos, entender que n‹o 
existem ind’cios de que fora praticada uma infra‹o penal e, portanto, deixar de 
instaurar o IP. 
 
Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min. Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010; e HC 95.244, rel. min. Dias 
Toffoli, DJe de 30.04.2010 Ð Informativo 755 do STF). 
A denœncia an™nima s— pode ensejar a instaura‹o do IP, excepcionalmente, quando se constituir como 
o pr—prio corpo de delito (ex.: carta na qual h‡ materializa‹o do crime de ameaa, etc.). 
 
10 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 111/112 
11 Neste œltimo caso o Delegado deve oficiar a autoridade que requisitou a instaura‹o solicitando que sejam 
fornecidos os elementos m’nimos para a instaura‹o do IP. 
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O requerimento feito pela v’tima ou por seu representante deve preencher 
alguns requisitos. Entretanto, caso n‹o for poss’vel, podem ser dispensados. Nos 
termos do art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP: 
¤ 1o O requerimento a que se refere o no II conter‡ sempre que poss’vel: 
a) a narra‹o do fato, com todas as circunst‰ncias; 
b) a individualiza‹o do indiciado ou seus sinais caracter’sticos e as raz›es de convic‹o ou de 
presun‹o de ser ele o autor da infra‹o, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomea‹o das testemunhas, com indica‹o de sua profiss‹o e residncia. 
 
 
Caso seja indeferido o requerimento, caber‡ recurso para o Chefe de 
Pol’cia. Vejamos: 
Art. 5o (...) ¤ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquŽrito caber‡ 
recurso para o chefe de Pol’cia. 
 
1.2.1.4 Auto de Pris‹o em Flagrante 
Embora essa hip—tese n‹o conste no rol do art. 5¡ do CPP, trata-se de 
hip—tese cl‡ssica de fato que enseja a instaura‹o de IP. Parte da Doutrina, no 
entanto, a equipara ˆ notitia criminis e, portanto, estar’amos diante de 
uma instaura‹o ex officio. 
 
1.2.2 Formas de instaura‹o do IP nos crimes de A‹o Penal Pœblica Condicionada 
ˆ Representa‹o 
A a‹o penal pœblica condicionada Ž aquela que, embora deva ser ajuizada 
pelo MP, depende da representa‹o da v’tima, ou seja, a v’tima tem que querer 
que o autor do crime seja denunciado. 
Nestes crimes, o IP pode se iniciar: 
 
1.2.2.1 Representa‹o do Ofendido ou de seu representante legal 
Trata-se da chamada delatio criminis postulat—ria, que Ž o ato mediante 
o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (atravŽs do MP) a 
prosseguir na persecu‹o penal e a proceder ˆ responsabiliza‹o do 
autor do fato, se for o caso. Trata-se de formalidade necess‡ria nesse tipo de 
crime, nos termos do art. 5¡, ¤ 4¡ do CPP: 
Art. 5¼ (...) ¤ 4o O inquŽrito, nos crimes em que a a‹o pœblica depender de representa‹o, 
n‹o poder‡ sem ela ser iniciado. 
 
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N‹o se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao Juiz, ao 
Delegado e ao membro do MP. Caso n‹o seja dirigida ao Delegado, ser‡ recebida 
pelo Juiz ou Promotor e ˆquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP: 
Art. 39. O direito de representa‹o poder‡ ser exercido, pessoalmente ou por procurador com 
poderes especiais, mediante declara‹o, escrita ou oral, feita ao juiz, ao —rg‹o do MinistŽrio 
Pœblico, ou ˆ autoridade policial. 
 
Caso a v’tima n‹o exera seu direito de representa‹o no prazo de seis 
meses, a contar da data em que tomou conhecimento da autoria do fato, 
estar‡ extinta a punibilidade (decai do direito de representar), nos termos do 
art. 38 do CPP: 
Art. 38. Salvo disposi‹o em contr‡rio, o ofendido, ou seu representante legal, decair‡ no direito 
de queixa ou de representa‹o, se n‹o o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do 
dia em que vier a saber quem Ž o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se 
esgotar o prazo para o oferecimento da denœncia. 
 
Caso se trate de v’tima menor de 18 anos, quem deve representarŽ o 
seu representante legal. Caso n‹o o faa, entretanto, o prazo decadencial 
s— comea a correr quando a v’tima completa 18 anos, para que esta n‹o 
seja prejudicada por eventual inŽrcia de seu representante. Inclusive, o verbete 
sumular n¡ 594 do STF se coaduna com este entendimento. 
E se o autor do fato for o pr—prio representante legal (como no caso 
de estupro e violncia domŽstica)? Nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP12, 
por analogia, nomeando-se curador especial para que exercite o direito de 
representa‹o: 
 
1.2.2.2 Requisi‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP 
Como nos crimes de a‹o penal pœblica incondicionada, o IP pode ser 
instaurado mediante requisi‹o do Juiz do membro do MP, entretanto, neste caso, 
depender‡ da existncia de representa‹o da v’tima. 
 
1.2.2.3 Auto de Pris‹o em Flagrante 
TambŽm Ž poss’vel a instaura‹o de IP com fundamento no auto de pris‹o 
em flagrante, dependendo, tambŽm, da existncia de representa‹o do ofendido. 
Caso o ofendido n‹o exera esse direito dentro do prazo de 24h contados do 
momento da pris‹o, Ž obrigat—ria a soltura do preso, mas permanece o direito 
de o ofendido representar depois, mas dentro do prazo de 06 meses. 
 
12 Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e n‹o tiver 
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poder‡ ser exercido 
por curador especial, nomeado, de of’cio ou a requerimento do MinistŽrio Pœblico, pelo juiz competente para 
o processo penal. 
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1.2.2.4 Requisi‹o do Ministro da Justia 
Esta hip—tese s— se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7¡, ¤ 3¡, b do CP), crimes contra 
a honra cometidos contra o Presidente da Repœblica ou contra qualquer chefe de 
governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art. 145, ¤ œnico do CP) e alguns outros. 
Trata-se de requisi‹o n‹o dirigida ao Delegado, mas ao membro do 
MP! Entretanto, apesar do nome requisi‹o, se o membro do MP achar que n‹o 
se trata de hip—tese de ajuizamento da a‹o penal, n‹o estar‡ obrigado a 
promov-la. 
Diferentemente da representa‹o, a requisi‹o do Ministro da Justia 
n‹o est‡ sujeita a prazo decadencial, podendo ser exercitada enquanto 
o crime ainda n‹o estiver prescrito. 
 
1.2.3 Formas de Instaura‹o do IP nos crimes de A‹o Penal Privada 
 
1.2.3.1 Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a represente 
Nos termos do art. 5¡, ¤ 5¡ do CPP: 
Art. 5¼ (...) ¤ 5o Nos crimes de a‹o privada, a autoridade policial somente poder‡ proceder a 
inquŽrito a requerimento de quem tenha qualidade para intent‡-la. 
 
Caso a v’tima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o 
requerimento para a instaura‹o do IP, nos termos do art. 31 do CPP: 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decis‹o judicial, o 
direito de oferecer queixa ou prosseguir na a‹o passar‡ ao c™njuge, ascendente, descendente 
ou irm‹o. 
 
Este requerimento tambŽm est‡ sujeito ao prazo decadencial de seis 
meses, previsto no art. 38 do CPP, bem como deve atender aos requisitos 
previstos no art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP, sempre que poss’vel. 
 
1.2.3.2 Requisi‹o do Juiz ou do MP 
Neste caso, segue a mesma regra dos crimes de a‹o penal pœblica 
condicionada: a requisi‹o do MP ou do Juiz deve ir acompanhada do 
requerimento do ofendido autorizando a instaura‹o do IP. 
 
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1.2.3.3 Auto de Pris‹o em Flagrante 
TambŽm segue a mesma regra dos crimes de a‹o penal pœblica 
condicionada, devendo o ofendido manifestar seu interesse na instaura‹o do IP 
dentro do prazo de 24h contados a partir da pris‹o, findo o qual, sem que haja 
manifesta‹o da v’tima nesse sentido, ser o autor do fato liberado. 
 
1.2.4 Fluxograma 
 
 
 
ATEN‚ÌO! Se o inquŽrito policial visa a investigar pessoa que possui foro por 
prerrogativa de fun‹o (Òforo privilegiadoÓ), a autoridade policial depender‡ de 
autoriza‹o do Tribunal para instaurar o IP. 
Qual Tribunal? O Tribunal que tem competncia para processar e julgar o crime 
supostamente praticado pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de fun‹o 
(Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns praticados por deputados federais). 
Este Ž o entendimento adotado pelo STF13. 
 
1.3!Tramita‹o do IP 
J‡ vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos estudar 
agora como se desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP). 
 
 
13 STF - Inq. 2.411. H‡ decis›es, no ‰mbito do STJ, em sentido contr‡rio, o que indica uma prov‡vel 
altera‹o de entendimento num futuro pr—ximo. 
INSTAURA‚ÌO 
DO IP
Crimes de a‹o penal 
pœblica 
INCONDICIONADA
De	ofício
Por	requisição	do	Juiz	ou	do	
MP
Por	requerimento	da	vítima
APF	(instauração	de	ofício,	
para	alguns)
Crimes	de	ação	penal	pública	
CONDICIONADA	À	
REPRESENTAÇÃO	DA	VÍTIMA
Sempre	necessário	que	haja	
representação	 da	vítima
Crimes	de	ação	penal	
PRIVADA
Sempre	necessário	que	haja	
requerimento	da	vítima
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1.3.1 Diligncias Investigat—rias 
Ap—s a instaura‹o do IP algumas diligncias devem ser adotadas pela 
autoridade policial. Estas diligncias est‹o previstas no art. 6¡ do CPP: 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra‹o penal, a autoridade policial dever‡: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e conserva‹o das 
coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994) 
(Vide Lei n¼ 5.970, de 1973) 
II - apreender os objetos que tiverem rela‹o com o fato, ap—s liberados pelos peritos criminais; 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994) 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunst‰ncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no Cap’tulo III do T’tulo 
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham 
ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea›es; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras 
per’cias; 
VIII - ordenar a identifica‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se poss’vel, e fazer juntar 
aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, 
sua condi‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo antes e depois do crime e durante ele, 
e quaisquer outros elementos que contribu’rem para a aprecia‹o do seu temperamento e 
car‡ter. 
X - colher informa›es sobre a existncia de filhos, respectivas idades e se possuem alguma 
deficincia e o nome e o contato de eventual respons‡vel pelos cuidados dos filhos, indicado 
pela pessoa presa. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.257, de 2016) 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de havera infra‹o sido praticada de determinado modo, 
a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu‹o simulada dos fatos, desde que esta n‹o 
contrarie a moralidade ou a ordem pœblica. 
 
Alguns cuidados devem ser tomados quando da realiza‹o destas diligncias, 
como a observ‰ncia das regras processuais de apreens‹o de coisas, bem como 
ˆs regras constitucionais sobre inviolabilidade do domic’lio (art. 5¡, XI da CF), 
direito ao silencio do investigado (art. 5¡, LXIII da CF), aplicando-se no que tange 
ao interrogat—rio do investigado, as normas referentes ao interrogat—rio judicial 
(arts. 185 a 196 do CPP), no que for cab’vel. 
Percebam que o art. 7¡ prev a famosa Òreconstitui‹oÓ, tecnicamente 
chamada de reprodu‹o simulada. ESTA REPRODU‚ÌO ƒ VEDADA QUANDO 
FOR CONTRçRIA Ë MORALIDADE OU Ë ORDEM PòBLICA (no caso de um 
estupro, por exemplo). O investigado n‹o est‡ obrigado a participar desta 
diligncia, pois n‹o Ž obrigado a produzir prova contra si. 
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Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP 
poder‹o requisitar dados ou informa›es cadastrais da v’tima ou de 
suspeitos14. S‹o eles: 
⇒ Sequestro ou c‡rcere privado 
⇒ Redu‹o ˆ condi‹o an‡loga ˆ de escravo 
⇒ Tr‡fico de pessoas 
⇒ Extors‹o mediante restri‹o da liberdade (Òsequestro rel‰mpagoÓ) 
⇒ Extors‹o mediante sequestro 
⇒ Facilita‹o de envio de criana ou adolescente ao exterior (art. 239 do 
ECA) 
 
Ou seja, em se tratando de um desses crimes o CPP expressamente autoriza 
a requisi‹o direta pela autoridade policial (ou pelo MP) dessas informa›es, 
podendo a requisi‹o ser dirigida a —rg‹os pœblicos ou privados (empresas de 
telefonia, etc.). 
De forma esquematizada: 
 
14 Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no ¤ 3¼ do art. 158 e no art. 159 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (C—digo Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 
1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente), o membro do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‡ 
requisitar, de quaisquer —rg‹os do poder pœblico ou de empresas da iniciativa privada, dados e informa›es 
cadastrais da v’tima ou de suspeitos. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
Par‡grafo œnico. A requisi‹o, que ser‡ atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conter‡: 
(Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
I - o nome da autoridade requisitante; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
II - o nœmero do inquŽrito policial; e (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
III - a identifica‹o da unidade de pol’cia judici‡ria respons‡vel pela investiga‹o. (Inclu’do pela Lei 
n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
Art. 13-B. Se necess‡rio ˆ preven‹o e ˆ repress‹o dos crimes relacionados ao tr‡fico de pessoas, o membro 
do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‹o requisitar, mediante autoriza‹o judicial, ˆs empresas 
prestadoras de servio de telecomunica›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os meios 
tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa›es e outros Ð que permitam a localiza‹o da v’tima ou dos 
suspeitos do delito em curso. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
¤ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da esta‹o de cobertura, setoriza‹o e 
intensidade de radiofrequncia. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
¤ 2o Na hip—tese de que trata o caput, o sinal: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
I - n‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica‹o de qualquer natureza, que depender‡ de autoriza‹o 
judicial, conforme disposto em lei; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
II - dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular por per’odo n‹o superior a 30 (trinta) 
dias, renov‡vel por uma œnica vez, por igual per’odo; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) 
(Vigncia) 
III - para per’odos superiores ˆquele de que trata o inciso II, ser‡ necess‡ria a apresenta‹o de ordem 
judicial. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vigncia) 
¤ 3o Na hip—tese prevista neste artigo, o inquŽrito policial dever‡ ser instaurado no prazo m‡ximo de 72 
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrncia policial. (Inclu’do pela Lei n¼ 
13.344, de 2016) (Vigncia) 
¤ 4o N‹o havendo manifesta‹o judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitar‡ 
ˆs empresas prestadoras de servio de telecomunica›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente 
os meios tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa›es e outros Ð que permitam a localiza‹o da v’tima 
ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunica‹o ao juiz. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, 
de 2016) (Vigncia) 
 
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AlŽm disso, em se tratando de crimes relacionados ao tr‡fico de 
pessoas, o membro do MP ou a autoridade policial poder‹o requisitar, mediante 
autoriza‹o judicial15, ˆs empresas prestadoras de servio de 
telecomunica›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os dados 
(meios tŽcnicos) que permitam a localiza‹o da v’tima ou dos suspeitos do delito 
em curso (como sinais, informa›es e outros). 
Contudo, o acesso a esse sinal: 
⇒ N‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica‹o, que 
depender‡ de autoriza‹o judicial (apenas dados como local 
aproximado em que foi feita a liga‹o, destinat‡rio, etc.). 
⇒ Dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular por 
per’odo n‹o superior a 30 dias (renov‡vel uma vez por mais 30 
dias). Para per’odos superiores ser‡ necess‡ria ordem judicial 
 
Nesses crimes (relacionados ao tr‡fico de pessoas) o IP dever‡ ser 
instaurado em atŽ 72h, a contar do registro de ocorrncia policial (informa‹o da 
ocorrncia do crime ˆ autoridade, o chamado ÒB.O.Ó). 
De forma esquematizada: 
 
15 Embora seja necess‡ria a prŽvia autoriza‹o judicial, caso o Juiz n‹o se manifeste em atŽ 12h, a 
autoridade (MP ou autoridade policial) poder‡ requisitar diretamente, sem a autoriza‹o judicial. 
Nesse caso, dever‡ comunicar tal fato ao Juiz, imediatamente. 
PODER DE 
REQUISI‚ÌO
îrg‹o 
respons‡vel
Autoridade	policial
MP
Destinat‡rios da 
requisi‹o
Órgãos	públicos
Empresas	privadas
Objeto da 
requisi‹o
Dados	e	informações	cadastrais	das	vítimas	
ou	dos	suspeitos
Cabimento
Sequestro	ou	cárcere	privado
Redução	à	condição	análoga	à	de	escravo
Tráfico	de	pessoas
Extorsão	mediante	restrição	da	liberdade	
(“sequestro	relâmpago”)
Extorsão	mediante	sequestro
Facilitação	de	envio	de	criança	ou	
adolescente	ao	exterior	(art.	239	do	ECA)
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1.3.1.1 Requerimento de diligncias pelo indiciado e pelo ofendido 
O ofendido ou seu representante legal podemrequerer a realiza‹o de 
quaisquer diligncias (inclusive o indiciado tambŽm pode), mas ficar‡ a 
critŽrio da Autoridade Policial deferi-las ou n‹o. Vejamos a reda‹o do art. 
14 do CPP: 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poder‹o requerer qualquer 
diligncia, que ser‡ realizada, ou n‹o, a ju’zo da autoridade. 
 
Contudo, com rela‹o ao exame de corpo de delito, este Ž obrigat—rio quando 
estivermos diante de crimes que deixam vest’gios (homic’dio, estupro, etc.), n‹o 
podendo o Delegado deixar de determinar esta diligncia. Nos termos do art. 158 
do CPP: 
Art. 158. Quando a infra‹o deixar vest’gios, ser‡ indispens‡vel o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, n‹o podendo supri-lo a confiss‹o do acusado. 
 
1.3.1.2 Identifica‹o criminal 
Com rela‹o ˆ identifica‹o do investigado (colheita de impress›es de 
digitais), esta identifica‹o criminal s— ser‡ necess‡ria e permitida quando o 
investigado n‹o for civilmente identificado, pois a Constitui‹o pro’be a 
submiss‹o daquele que Ž civilmente identificado ao procedimento constrangedor 
da coleta de digitais (identifica‹o criminal), nos termos do seu art. 5¡, LVIII: 
Art. 5¼ (...) 
PODER DE REQUISI‚ÌO DE 
DADOS DE 
TELECOMUNICA‚ÍES OU 
TELEMçTICOS
Órgão	responsável	 (DEPENDE	DE	
AUTORIZAÇÃO	JUDICIAL)
Autoridade policial
MP
Destinat‡rios da 
requisi‹o
Empresas prestadoras de 
servio de telecomunica›es 
e/ou telem‡tica
Objeto da requisi‹o
Disponibiliza‹o imediata dos 
meios tŽcnicos adequados Ð
como sinais, informa›es e 
outros Ð que permitam a 
localiza‹o da v’tima ou dos 
suspeitos do delito em curso.
Cabimento
Crimes relacionados ao 
Tr‡fico de pessoas (em 
curso)
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VIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica‹o criminal, salvo nas hip—teses 
previstas em lei; 
 
Primeiramente, quem se considera civilmente identificado? A 
resposta est‡ no art. 2¼ da Lei 12.037/90: 
Art. 2¼ A identifica‹o civil Ž atestada por qualquer dos seguintes documentos: 
I Ð carteira de identidade; 
II Ð carteira de trabalho; 
III Ð carteira profissional; 
IV Ð passaporte; 
V Ð carteira de identifica‹o funcional; 
VI Ð outro documento pœblico que permita a identifica‹o do indiciado. 
Par‡grafo œnico. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identifica‹o 
civis os documentos de identifica‹o militares. 
 
Contudo, percebam que a CF/88 veda a identifica‹o criminal do civilmente 
identificado Òsalvo nas hip—teses previstas em leiÓ. Quais s‹o estas exce›es? 
A Lei que regulamenta a matŽria, atualmente, Ž a Lei 12.037/09. Vejamos o 
que diz seu art. 3¼: 
Art. 3¼ Embora apresentado documento de identifica‹o, poder‡ ocorrer identifica‹o criminal 
quando: 
I Ð o documento apresentar rasura ou tiver ind’cio de falsifica‹o; 
II Ð o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III Ð o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa›es conflitantes entre 
si; 
IV Ð a identifica‹o criminal for essencial ˆs investiga›es policiais, segundo despacho da 
autoridade judici‡ria competente, que decidir‡ de of’cio ou mediante representa‹o da 
autoridade policial, do MinistŽrio Pœblico ou da defesa; 
V Ð constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualifica›es; 
VI Ð o estado de conserva‹o ou a dist‰ncia temporal ou da localidade da expedi‹o do 
documento apresentado impossibilite a completa identifica‹o dos caracteres essenciais. 
Par‡grafo œnico. As c—pias dos documentos apresentados dever‹o ser juntadas aos autos do 
inquŽrito, ou outra forma de investiga‹o, ainda que consideradas insuficientes para identificar 
o indiciado. 
 
Assim, em qualquer destes casos, poder‡ ser realizada a identifica‹o 
criminal. Contudo, ainda que haja necessidade de se proceder a este tipo 
vexat—rio de identifica‹o, n‹o se pode proceder de forma a deixar constrangida 
a pessoa, devendo a autoridade (Em regra, o Delegado) tomar as precau›es 
necess‡rias a evitar qualquer tipo de constrangimento ao investigado. 
Por fim, mas n‹o menos importante, A Lei 12.654/12 acrescentou alguns 
dispositivos ˆ Lei 12.037/09, passando a permitir a coleta de MATERIAL 
GENƒTICO como forma de identifica‹o criminal. Vejamos: 
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Art. 5¼ (...) 
Par‡grafo œnico. Na hip—tese do inciso IV do art. 3o, a identifica‹o criminal poder‡ incluir a 
coleta de material biol—gico para a obten‹o do perfil genŽtico. (Inclu’do pela Lei n¼ 
12.654, de 2012) 
Art. 5o-A. Os dados relacionados ˆ coleta do perfil genŽtico dever‹o ser armazenados em 
banco de dados de perfis genŽticos, gerenciado por unidade oficial de per’cia criminal. 
(Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012) 
¤ 1o As informa›es genŽticas contidas nos bancos de dados de perfis genŽticos n‹o poder‹o 
revelar traos som‡ticos ou comportamentais das pessoas, exceto determina‹o genŽtica de 
gnero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma 
humano e dados genŽticos. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012) 
¤ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genŽticos ter‹o car‡ter sigiloso, 
respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua 
utiliza‹o para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decis‹o judicial. (Inclu’do pela Lei 
n¼ 12.654, de 2012) 
¤ 3o As informa›es obtidas a partir da coincidncia de perfis genŽticos dever‹o ser 
consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado. (Inclu’do pela 
Lei n¼ 12.654, de 2012) 
 
Percebam que o ¤ œnico do art. 5¼ apenas possibilita a coleta de material 
genŽtico na hip—tese do inciso IV do art. 3¼, ou seja, somente quando a 
identifica‹o criminal for indispens‡vel ˆs investiga›es. 
De qualquer forma, esse perfil genŽtico coletado dever‡ ser armazenado 
em banco de dados sigiloso, de forma a preservar o indiciado de qualquer 
constrangimento, nos termos do art. 7¼-B da Lei. 
 
1.3.1.3 Nomea‹o de curador ao indiciado 
O art. 15 prev a figura do curador para o menor de 21 anos quando de seu 
interrogat—rio: 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-‡ nomeado curador pela autoridade policial. 
 
Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudncia s‹o pac’ficas no que tange ˆ 
altera‹o desta idade para 18 anos, pois a maioridade civil foi alterada de 21 
para 18 anos com o advento do Novo C—digo Civil em 2002. 
Assim, atualmente este artigo est‡ sem utilidade, pois n‹o h‡ 
possibilidade de termos um indiciado que Ž civilmente menor (eis que a 
maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no mesmo momento, aos 18 anos), 
diferentemente do que ocorria quando da edi‹o do CPP, j‡ que naquela Žpoca a 
maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil ocorria apenas aos 21 
anos. Assim, era poss’vel haver um indiciado que era penalmente maior, mas 
civilmente menor de idade. 
 
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1.4!Forma de tramita‹o 
O sigilo no IP Ž o moderado,seguindo a regra do art. 20 do CPP: 
Art. 20. A autoridade assegurar‡ no inquŽrito o sigilo necess‡rio ˆ elucida‹o do fato ou exigido 
pelo interesse da sociedade. 
 
A corrente doutrin‡ria que prevalece Ž a de que o IP Ž sempre sigiloso em 
rela‹o ˆs pessoas do povo em geral, por se tratar de mero procedimento 
investigat—rio, n‹o havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a 
qualquer do povo.16 
Entretanto, o IP n‹o Ž, em regra, sigiloso em rela‹o aos envolvidos 
(ofendido, indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser decretado sigilo 
em rela‹o a determinadas peas do InquŽrito quando necess‡rio para o sucesso 
da investiga‹o (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado a partes 
do IP que tratam de requerimento do Delegado pedindo a pris‹o do indiciado, 
para evitar que este fuja). 
Com rela‹o ao acesso por parte do advogado, h‡ previs‹o no art. 7¼, XIV 
do Estatuto da OAB. Vejamos o que diz esse dispositivo: 
Art. 7¼ S‹o direitos do advogado: 
(...) XIV - examinar, em qualquer institui‹o respons‡vel por conduzir investiga‹o, 
mesmo sem procura‹o, autos de flagrante e de investiga›es de qualquer natureza, findos 
ou em andamento, ainda que conclusos ˆ autoridade, podendo copiar peas e tomar 
apontamentos, em meio f’sico ou digital; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 13.245, de 2016) 
 
Durante muito tempo houve uma divergncia feroz na Doutrina e na 
Jurisprudncia acerca do direito do advogado de acesso aos autos do IP, 
principalmente porque o acesso aos autos do IP, em muitos casos, acabaria por 
retirar completamente a efic‡cia de alguma medida preventiva a ser tomada pela 
autoridade. 
Visando a sanar essa controvŽrsia, o STF editou a sœmula vinculante 
n¡ 14, que possui a seguinte reda‹o: 
Sœmula vinculante n¼ 14 
҃ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova 
que, j‡ documentados em procedimento investigat—rio realizado por —rg‹o com competncia de 
pol’cia judici‡ria, digam respeito ao exerc’cio do direito de defesaÓ. 
 
Percebam, portanto, que o STF colocou uma Òp‡-de-calÓ na discuss‹o, 
consolidando o entendimento de que: 
⇒ Sim, o IP Ž sigiloso 
 
16 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124 
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⇒ N‹o, o IP n‹o Ž sigiloso em rela‹o ao advogado do indiciado, 
que deve ter livre acesso aos autos do IP, no que se refere aos 
elementos que j‡ tenham sido juntados a ele.17 
 
ƒ —bvio, portanto, que se h‡ um pedido de pris‹o tempor‡ria, por exemplo, 
esse mandado de pris‹o, que ser‡ cumprido em breve, n‹o dever‡ ser juntado 
aos autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele antes de efetivada a medida, 
o que poder‡ levar ˆ frustra‹o da mesma. 
Outro tema que pode ser cobrado, se refere ˆ necessidade (ou n‹o) da 
presena do defensor (Advogado ou Defensor Pœblico) no Interrogat—rio Policial. 
ƒ pac’fico que a presena do advogado no interrogat—rio JUDICIAL Ž 
INDISPENSçVEL, atŽ por fora do que disp›e o art. 185, ¤1¡ do CPP18. 
Entretanto, n‹o h‡ norma que disponha o mesmo no que se refere ao 
interrogat—rio em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6¡ do CPP: 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra‹o penal, a autoridade policial dever‡: 
(...) V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no Cap’tulo III 
do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que 
Ihe tenham ouvido a leitura; 
 
Vejam que o inciso que trata do interrogat—rio em sede policial determina a 
aplica‹o das regras do inquŽrito judicial, NO QUE FOR APLICçVEL. A quest‹o Ž: 
Exige-se, ou n‹o, a presena do advogado? 
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser 
alertado sobre seu direito ˆ presena de advogado, mas, caso queira ser 
ouvido mesmo sem a presena do advogado, o interrogat—rio policial Ž 
v‡lido. Assim, a regra Ž: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu advogado 
presente no ato de seu interrogat—rio policial. Caso isso n‹o ocorra (a 
POSSIBILIDADE de ter o advogado presente), haver‡ nulidade neste 
interrogat—rio em sede policial. 
Contudo, mais uma polmica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou 
alguns dispositivos do Estatuto da OAB, passou a prever, ainda, que Ž direito 
do defensor Òassistir a seus clientes investigados durante a apura‹o de 
infra›es, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou 
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e 
probat—rios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamenteÓ. 
Art. 7¼ (...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apura‹o de infra›es, 
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e probat—rios dele decorrentes ou 
 
17 N‹o ˆs diligncias que ainda estejam em curso. 
18 Art. 185 (...) 
¤ 1o O interrogat—rio do rŽu preso ser‡ realizado, em sala pr—pria, no estabelecimento em que estiver 
recolhido, desde que estejam garantidas a segurana do juiz, do membro do MinistŽrio Pœblico e dos 
auxiliares bem como a presena do defensor e a publicidade do ato. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.900, de 
2009) 
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derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apura‹o: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.245, de 2016) 
 
A pergunta que fica Ž: a presena do advogado passou a ser 
considerada INDISPENSçVEL tambŽm no interrogat—rio policial? Ainda 
n‹o temos posicionamento dos Tribunais sobre isso, pois Ž muito recente. Mas 
h‡ duas correntes: 
v 1¼ CORRENTE - O advogado, agora, Ž indispens‡vel durante o IP. 
v 2¼ CORRENTE - A Lei n‹o criou essa obrigatoriedade. O que a Lei criou 
foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha sido 
devidamente constitu’do pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob pena 
de nulidade). Caso o indiciado deseje n‹o constituir advogado, n‹o haveria 
obrigatoriedade. 
 
Assim, Ž necess‡rio que os Tribunais Superiores se manifestem sobre o tema 
para que possamos ter um posicionamento mais seguro. 
 
1.4.1 Incomunicabilidade do preso 
O art. 21 do CPP assim disp›e: 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado depender‡ sempre de despacho nos autos e 
somente ser‡ permitida quando o interesse da sociedade ou a convenincia da investiga‹o o 
exigir. 
Par‡grafo œnico. A incomunicabilidade, que n‹o exceder‡ de trs dias, ser‡ decretada por 
despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do —rg‹o do 
MinistŽrio Pœblico, respeitado, em qualquer hip—tese, o disposto no artigo 89, inciso III, do 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) 
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 5.010, de 30.5.1966) 
 
A incomunicabilidade consiste em deixar o preso sem contato algum com o 
mundo exterior, seja com a fam’lia, seja com seu advogado. 
A despeito de o art. 21 do CPP ainda estar formalmente em vigor, a Doutrina 
Ž un‰nime ao entender que tal previs‹o NÌO foi recepcionada pela CF/88, 
por duas raz›es: 
⇒ A CF/88 prev que Ž direito do preso o contato com a fam’lia e com 
seu advogado 
⇒ A CF/88, em seu art. 136, ¤3¼, IV, estabelece ser vedada a 
incomunicabilidade do preso durante oestado de defesa. Ora, se nem 
mesmo durante o estado de defesa (situa‹o na qual h‡ a flexibiliza‹o 
das garantias individuais) Ž poss’vel decretar a incomunicabilidade do 
preso, com muito mais raz‹o isso n‹o Ž poss’vel em situa‹o normal. 
 
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1.4.2 Indiciamento 
O indiciamento Ž o ato por meio do qual a autoridade policial, de forma 
fundamentada, ÒdirecionaÓ a investiga‹o, ou seja, a autoridade policial centraliza 
as investiga›es em apenas um ou alguns dos suspeitos, indicando-os como os 
prov‡veis autores da infra‹o penal. Assim: 
 
Vejam, portanto, que a autoridade policial comea investigando algumas 
pessoas (suspeitas), mas no decorrer das investiga›es vai descartando algumas, 
atŽ indiciar uma ou alguma delas. ƒ claro que nem sempre isso vai acontecer, ou 
seja, Ž poss’vel que s— haja um suspeito e ele seja indiciado, ou, Ž poss’vel ainda 
que haja v‡rios suspeitos e todos sem indiciados, etc. 
O indiciamento n‹o desconstitui o car‡ter sigiloso do InquŽrito 
Policial, sendo apenas um ato mediante o qual a autoridade policial passa a 
direcionar as investiga›es sobre determinada ou determinadas pessoas. 
O ato de indiciamento Ž PRIVATIVO da autoridade policial19, nos 
termos do art. 2¼, ¤6¼ da Lei 12.830/13: 
Art. 2¼ (...) 
¤ 6o O indiciamento, privativo do delegado de pol’cia, dar-se-‡ por ato fundamentado, 
mediante an‡lise tŽcnico-jur’dica do fato, que dever‡ indicar a autoria, materialidade e suas 
circunst‰ncias. 
 
Ainda que tal previs‹o legal n‹o existisse, tal conclus‹o poderia ser extra’da 
da pr—pria l—gica do IP: ora, se Ž a autoridade policial quem instaura, preside e 
 
19 Se a pessoa a ser indiciada possui foro por prerrogativa de fun‹o (Òforo privilegiadoÓ), a autoridade 
policial depender‡ do Tribunal que tem competncia para processar e julgar o crime supostamente praticado 
pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de fun‹o (Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns 
praticados por deputados federais) (STF Ð Inq. 2.411). Todavia, h‡ decis›es, no ‰mbito do STJ, em 
sentido contr‡rio, o que indica uma prov‡vel altera‹o de entendimento num futuro pr—ximo. 
INDICIADOS:	
"A" e	"C"
SUSPEITO	
"A"
SUSPEITO	
"B"
SUSPEITO	
"C"
SUSPEITO	
"D"
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conduz o IP, naturalmente Ž a autoridade policial quem tem atribui‹o para o ato 
de indiciamento. 
 
1.5!Conclus‹o do inquŽrito policial 
Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se conclu’das as investiga›es, o 
IP ser‡ encerrado e encaminhado ao Juiz. Nos termos do art. 10 do CPP: 
Art. 10. O inquŽrito dever‡ terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hip—tese, a partir do dia 
em que se executar a ordem de pris‹o, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante 
fiana ou sem ela. 
¤ 1o A autoridade far‡ minucioso relat—rio do que tiver sido apurado e enviar‡ autos ao juiz 
competente. 
 
Caso o Delegado n‹o consiga elucidar o fato no prazo previsto, dever‡ assim 
mesmo encaminhar os autos do IP ao Juiz, solicitando prorroga‹o do prazo. Caso 
o indiciado esteja solto, o Juiz pode deferir a prorroga‹o do prazo. Caso o 
indiciado esteja preso, o prazo n‹o pode ser prorrogado, sob pena de 
constrangimento ilegal ˆ liberdade do indiciado, ensejando, inclusive, a 
impetra‹o de Habeas Corpus. 
Estes prazos (10 dias e 30 dias) s‹o a regra prevista no CPP. Entretanto, 
existem exce›es previstas em outras leis20: 
¥ Crimes de competncia da Justia Federal Ð 15 dias para indiciado 
preso (prorrog‡vel por mais 15 dias) e 30 dias para indiciado solto. 
¥ Crimes da lei de Drogas Ð 30 dias para indiciado preso e 90 dias para 
indiciado solto. Podem ser duplicados em ambos os casos. 
¥ Crimes contra a economia popular Ð 10 dias tanto para indiciado 
preso quanto para indiciado solto. 
¥ Crimes militares (InquŽrito Policial Militar) Ð 20 dias para indiciado 
solto e 40 dias para indiciado preso (pode ser prorrogado por mais 20 
dias). 
 
O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado solto, 
embora exista um limite previsto no CPP, a viola‹o a este limite n‹o teria 
qualquer repercuss‹o, pois n‹o traria preju’zos ao indiciado, sendo considerado 
como prazo impr—prio. Vejamos: 
(...) 1. Esta Corte Superior de Justia firmou o entendimento de que, salvo quando o 
investigado se encontrar preso cautelarmente, a inobserv‰ncia dos lapsos temporais 
estabelecidos para a conclus‹o de inquŽritos policiais ou investiga›es deflagradas 
 
20 Importante ressaltar que, caso se trate de crime hediondo ou equiparado, e tenha sido decretada 
a pris‹o tempor‡ria, o IP dever‡ ser conclu’do no prazo m‡ximo de 30 dias, prorrog‡veis por mais 30 
dias, que Ž o prazo m‡ximo da pris‹o tempor‡ria em rela‹o a tais delitos. 
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no ‰mbito do MinistŽrio Pœblico n‹o possui repercuss‹o pr‡tica, j‡ que se cuidam de 
prazos impr—prios. Precedentes do STJ e do STF. 
2. Na hip—tese, o atraso na conclus‹o das investiga›es foi justificado em raz‹o da 
complexidade dos fatos e da quantidade de envolvidos, o que revela a possibilidade de 
prorroga‹o do prazo previsto no artigo 12 da Resolu‹o 13/2006 do Conselho Nacional do 
MinistŽrio Pœblico - CNMP. 
3. Habeas corpus n‹o conhecido. 
(HC 304.274/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 
12/11/2014) 
 
A maioria da Doutrina e da Jurisprudncia entende que se trata de 
prazo de natureza processual. Assim, a forma de contagem obedece ao 
disposto no art. 798, ¤ 1¡ do CPP: 
Art. 798. Todos os prazos correr‹o em cart—rio e ser‹o cont’nuos e perempt—rios, n‹o se 
interrompendo por fŽrias, domingo ou dia feriado. 
¤ 1o N‹o se computar‡ no prazo o dia do comeo, incluindo-se, porŽm, o do vencimento. 
 
Contudo, estando o indiciado PRESO, Doutrina e Jurisprudncia 
entendem, majoritariamente, que o prazo Ž considerado MATERIAL, ou 
seja, inclui o dia do comeo, nos termos do art. 10 do CP. 
H‡ divergncia na Doutrina quanto ao destino do IP, face ˆ promulga‹o da 
Constitui‹o de 1988 (O CPP Ž de 1941), posto que a CRFB/88 estabelece que o 
MP Ž o titular da a‹o penal pœblica. Entretanto, a maioria da doutrina 
entende que a previs‹o de remessa do IP ao Juiz permanece em vigor, 
devendo o Juiz abrir vista ao MP para que tenha cincia da conclus‹o do 
IP, nos casos de crimes de a‹o penal pœblica, ou ainda, disponibilizar os autos 
em cart—rio para que a parte ofendida possa se manifestar, no caso de crimes de 
a‹o penal privada. 
Ainda com rela‹o ao destinat‡rio do IP, a Doutrina se divide. Parte da 
Doutrina, acolhendo uma interpreta‹o mais gramatical do CPP, entende que o 
destinat‡rio IMEDIATO do IP Ž o Juiz, pois o IP deve ser remetido a este. Desta 
forma, o titular da a‹o penal seria o destinat‡rio MEDIATO do IP (porque, ao fim 
e ao cabo, o IP tem a finalidade de angariar elementos de convic‹o para o titular 
da a‹o penal). 
Outraparcela da Doutrina, que parece vem se tornando majorit‡ria, entende 
que o destinat‡rio IMEDIATO seria o titular da a‹o penal, j‡ que a ele se 
destina o IP (do ponto de vista de sua finalidade). Para esta corrente o Juiz seria 
o destinat‡rio MEDIATO, pois as provas colhidas no IP seriam utilizadas, ao 
fim e ao cabo, para formar o convencimento do Juiz. 
Caso o MP entenda que n‹o Ž o caso de oferecer denœncia (por n‹o 
ter ocorrido o fato criminoso, por n‹o haver ind’cios a autoria, etc.), o membro 
do MP requerer‡ o arquivamento do IP, em peti‹o fundamentada, incluindo 
todos os fatos e investigados. Caso o Juiz discorde, remeter‡ os autos do IP 
ao PGJ (Procurador-Geral de Justia), que decidir‡ se mantŽm ou n‹o a 
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posi‹o de arquivamento. O Juiz est‡ obrigado a acatar a decis‹o do PGJ 
(Chefe do MP).21 
Mas, em se tratando de crime de a‹o penal privada, o que se faz? 
Depois de conclu’do o IP, nesta hip—tese, os autos s‹o remetidos ao Juiz, 
onde permanecer‹o atŽ o fim do prazo decadencial (para oferecimento da 
queixa), aguardando manifesta‹o do ofendido. Essa Ž a previs‹o do art. 19 do 
CPP: 
Art. 19. Nos crimes em que n‹o couber a‹o pœblica, os autos do inquŽrito ser‹o remetidos 
ao ju’zo competente, onde aguardar‹o a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, 
ou ser‹o entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 
 
O Juiz nunca poder‡ determinar o arquivamento do IP sem que haja 
manifesta‹o do MP nesse sentido! NUNCA!22 
 
 
A Doutrina criou a figura do arquivamento impl’cito. 
Embora n‹o tenha previs‹o legal, o arquivamento impl’cito, como o nome diz, 
Ž deduzido pelas circunst‰ncias. Ocorrer‡ em duas hip—teses: 
⇒ Quando o membro do MP ajuizar a denœncia apenas em rela‹o a alguns 
fatos investigados, silenciando quanto a outros 
 
21 Como regra geral, essa decis‹o judicial Ž irrecorr’vel. Existe, todavia, hip—tese excepcional de 
Òrecurso de of’cioÓ no caso de arquivamento de IP relativo a crime contra a economia popular, na forma do 
art. 7¼ da Lei 1.521/51. Neste caso, o Juiz, ao arquivar o IP, dever‡ remeter os autos do IP ao Tribunal. 
22 Apenas para corroborar: (...) N‹o se admite o arquivamento de inquŽrito policial de of’cio, sem a oitiva 
do MinistŽrio Pœblico, sob pena de ofensa ao princ’pio acusat—rio. (STF, Pleno, AgRg no Inq 2913 julg. 
01/03/2012) 
ARQUIVAMENTO 
DO IP
CRIMES DE 
A‚ÌO PENAL 
PRIVADA
Concluído	o	IP,	os	autos	são	remetidos	
ao	Juízo,	aguardando-se	manifestação	
do	ofendido	(ajuizamento	da	queixa-
crime	ou	pedido	de	arquivamento)
CRIMES DE 
A‚ÌO PENAL 
PòBLICA
MP promove o 
arquivamento
Juiz	concorda
Inquérito	é	
arquivado
Juiz	discorda
Remete	ao	
Chefe	do	MP
Chefe do MP 
mantŽm a 
posi‹o pelo 
arquivamento
Juiz est‡ 
OBRIGADO a 
arquivar
Chefe do MP 
entende que 
deve ser 
oferecida 
denœncia
Pr—prio chefe 
do MP 
denuncia; ou
Chefe do MP 
designa outro 
membro para 
oferecer a 
denœncia
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⇒ Quando o membro do MP ajuizar a denœncia apenas em rela‹o a alguns 
investigados, silenciando quanto a outros 
Nesses casos, como o MP teria sido omisso em rela‹o a determinados fatos 
ou a determinados indiciados, parte da Doutrina sustenta ter havido um 
pedido impl’cito de arquivamento em rela‹o a estes. 
No entanto, o STF vem rechaando a sua aplica‹o em decis›es 
recentes, afirmando que n‹o existe Òarquivamento impl’citoÓ: Ò(...) O 
sistema processual penal brasileiro n‹o prev a figura do arquivamento impl’cito de inquŽrito 
policial.Ó (HC - 104356, informativo 605 do STF). 
 
Outros pontos merecem destaque: 
¥ ARQUIVAMENTO INDIRETO Ð ƒ um termo utilizado por PARTE da 
Doutrina para designar o fen™meno que ocorre quando o membro do 
MP deixa de oferecer a denœncia por entender que o Ju’zo (que est‡ 
atuando durante a fase investigat—ria) Ž incompetente para processar 
e julgar a a‹o penal. Todavia, o Juiz entende que Ž competente, ent‹o 
recebe o pedido de decl’nio de competncia como uma espŽcie 
de pedido indireto de arquivamento. Grande parte da Doutrina 
entende este fen™meno como inadmiss’vel, j‡ que se o Promotor 
entende que o Ju’zo n‹o Ž competente deveria requerer a remessa dos 
autos do IP ao Ju’zo competente para, ent‹o, prosseguir nas 
investiga›es ou, se j‡ houver fundamentos, oferecer a denœncia. 
¥ TRANCAMENTO DO INQUƒRITO POLICIAL Ð O trancamento 
(encerramento an™malo do inquŽrito) consiste na cessa‹o da 
atividade investigat—ria por decis‹o judicial quando h‡ ABUSO na 
instaura‹o do IP ou na condu‹o das investiga›es (Ex.: ƒ instaurado 
IP para investigar fato nitidamente at’pico, ou para apurar fato em que 
j‡ ocorreu a prescri‹o, ou quando o Delegado dirige as investiga›es 
contra uma determinada pessoa sem qualquer base probat—ria). Neste 
caso, aquele que se sente constrangido ilegalmente pela investiga‹o 
(o investigado ou indiciado) poder‡ manejar HABEAS CORPUS 
(chamado de HC ÒtrancativoÓ) para obter, judicialmente, o 
trancamento do IP, em raz‹o do manifesto abuso. 
 
A decis‹o de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra, NÌO, 
pois o CPP admite que a autoridade proceda a novas diligncias investigat—rias, 
se de OUTRAS PROVAS tiver not’cia. 
Isso significa que, uma vez arquivado o IP, teremos uma espŽcie de Òcoisa 
julgada secundum eventum probationisÓ, ou seja, a decis‹o far‡ Òcoisa julgadaÓ 
em rela‹o ˆquelas provas. Assim, n‹o poder‡ o MP ajuizar a a‹o penal 
posteriormente com base NOS MESMOS ELEMENTOS DE PROVA, nem se admite 
a reativa‹o da investiga‹o. 
O STF, inclusive, possui um verbete de sœmula neste sentido: 
SòMULA 524 
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Arquivado o InquŽrito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justia, 
n‹o pode a a‹o penal ser iniciada, sem novas provas. 
 
Entretanto, existem EXCE‚ÍES, ou seja, situa›es em que o arquivamento 
do IP ir‡ produzir Òcoisa julgada materialÓ (n‹o ser‡ poss’vel recomear a 
investiga‹o). Vejamos: 
¥ ARQUIVAMENTO POR ATIPICIDADE DO FATO Ð Neste caso, h‡ 
entendimento PACêFICO no sentido de que n‹o Ž mais poss’vel 
reativar, futuramente, as investiga›es. Isso Ž absolutamente l—gico, 
j‡ que n‹o faz o menor sentido permitir a retomada das investiga›es 
quando j‡ houve manifesta‹o do MP e chancela do Juiz atestando a 
ATIPICIDADE da conduta (irrelev‰ncia penal do fato)23. 
¥ ARQUIVAMENTO EM RAZÌO DO RECONHECIMENTO DE 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU DE CULPABILIDADE Ð A Doutrina 
e a jurisprudncia MAJORITçRIAS entendem que tambŽm n‹o Ž 
poss’vel reabrir futuramente a investiga‹o. Embora haja divergncia 
jurisprudencial a respeito, o STJ possui entendimento neste sentido24. 
O STF, embora tenha vacilado sobre a quest‹o, vem decidindo pela 
possibilidade de reabertura das investiga›es, caso surjam novas 
provas, mesmo no caso de arquivamento em raz‹o da presena de 
excludente de ilicitude ou excludente de culpabilidade (ou seja, o STF 
vem entendendo que o arquivamento com base em excludente 
de ilicitude ou excludente

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