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Microbiota oral e Formação de Biofilmes Profa. Msc. Daniele Maria Knupp Souza Sotte Biofilmes bacterianos Populações Bacterianas nas Superfícies dos Animais • As membranas mucosas de animais são normalmente colonizadas por uma ampla variedade de microrganismos: Interagem constantemente com o hospedeiro e umas com as outras na competição pela sobrevivência. Microbiota: principalmente bactérias e fungos. • Bowden et al.– 1984 – 60 espécies • Loesche – 1997 – 200 espécies • Debelian et al. – 2002 – 530 espécies Bactérias na boca??? • Debelian et al. – 2002 – 530 espécies • Siqueira e Rôças – 2005 ~ 800 espécies • Sistema de crescimento microbiano aberto – as bactérias são continuamente introduzidas e removidas do sistema. • Se estabelece aquele microrganismo que possui capacidade de aderência às superfícies da cavidade bucal, ou que fiquem retidos. • Principais ecossistemas bucais: Cavidade Bucal • Principais ecossistemas bucais: – Superfície dos dentes (biofilme placa bacteriana) – Sulco gengival – Dorso da língua – Mucosas jugal e palatal • O ambiente bucal é estéril ao nascimento e é imediatamente colonizado por microrganismos do trato genital da mãe; • Poucas horas após o parto já existem microrganismos colonizando a cavidade bucal; • No segundo dia de vida, em torno de 15% das crianças Colonização da cavidade bucal • No segundo dia de vida, em torno de 15% das crianças ainda apresentam cavidade bucal isenta de microrganismos; • No 3ª mês de vida todas as crianças já possuem microbiota bucal que vai ser modificada, sobretudo após a erupção dentária; • Na idade escolar a microbiota bucal das crianças é igual à dos adultos • Microrganismos relativamente fixos, regulares em determinados sítios; • Quase sempre presentes em altos números (maiores do que 1%); • São compatíveis com o hospedeiro, não comprometendo a sua sobrevivência; • Diversificada habilidade metabólica: Microbiota Residente ou Indígena • Diversificada habilidade metabólica: - Colonização em sítios específicos e coexistência Funções dos microrganismos residentes quando em equilíbrio em relação ao seu hospedeiro • Barreira contra instalação de microrganismos patogênicos • Modulação do sistema imunológico • Produção de substâncias utilizáveis pelo hospedeiro • Degradação de substâncias tóxicas • Espécies que estão presentes quase sempre em altos números ( > 1%) em um sítio particular, como a placa supragengival e a superfície da língua. Microbiota Dominante Microbiota Suplementar Espécies que estão quase sempre presentes, mas em números reduzidos (< 1%). Estes microrganismos podem tornar-sereduzidos (< 1%). Estes microrganismos podem tornar-se indígenas dominantes durante alterações ambientais na cavidade bucal. - Lactobacillus: 0.00001 a 0.001% da placa visível em condições normais. Na lesão cariosa, devido à diminuição do pH da placa bacteriana, tornam-se dominantes; - Doença periodontal: níveis aumentados de espiroquetas, Porphyromonas gingivalis e Actinobacillus actinomycetencomitans na placa subgengival estão associados à inflamação e perda do suporte ósseo. Microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos • Passam “temporariamente” pelo hospedeiro Alguns microrganismos transitórios têm pouca importância, Microbiota Transitória Alguns microrganismos transitórios têm pouca importância, desde que a microbiota residente esteja em equilíbrio: • Havendo alteração nesse equilíbrio, os microrganismos transitórios podem proliferar-se e causar doença Microbiota Transitória Na cavidade oral microrganismos temporários em qualquer intervalo de tempo podem ser adquiridos por: • Bebidas; • Alimentos; • Objetos levados à cavidade oral; • Poeira; • Aerossóis;• Aerossóis; • Perdigotos Estes microrganismos, se patógenos obrigatórios, podem se instalar nas mucosas e frequentemente são isolados de abscessos pericoronários, periapicais e periodontais. • A composição da microbiota da cavidade bucal varia entre indivíduos. Saúde X Doença Microbiota residente Ecossistema Oral Idade Dieta Dominante e suplementar Dieta Hormônios Fluxo salivar Imunologia Higiene Hábitos Microbiota transitória As espécies pioneiras são as do gênero Streptococcus e provêm principalmente da mãe. Muitas dessas bactérias estão associadas à formação de biofilme sobre a superfície dos dentes. A língua abriga uma população bacteriana mais densa e mais diversa com Ecossistema Oral A língua abriga uma população bacteriana mais densa e mais diversa com predomínio de S. salivarius e S. mitis e Veillonella spp. • Supõe-se que a língua atue como um reservatório de bactérias associadas a doenças periodontais uma vez que Porphyromonas spp e Prevotella spp podem ser isoladas em pequenos números. As patologias orais podem estar associadas a uma transição de microrganismos, de uma associação comensal para uma relação oportunística com o hospedeiro. Inter-relações na Cavidade Oral As bactérias da microbiota oral podem sobreviver na boca por As bactérias da microbiota oral podem sobreviver na boca por serem menos susceptíveis aos mecanismos imunológicos ou por serem capazes de sobrepujá-los. Desequilíbrio no ecossistema oral pode acarretar a emergência de bactérias potencialmente patogênicas. Compreensão da evolução da cariogênese, das doenças periodontais e infecções endodônticas: - Entendimento da ecologia da cavidade oral; - Identificação dos fatores responsáveis pela transição da microbiota oral de uma associação comensal para uma relação patogênica com o hospedeiro. Os microrganismos da microbiota da orofaringe são importantes fontes de infecções, especialmente entre pessoas cujas defesas das vias aéreasde infecções, especialmente entre pessoas cujas defesas das vias aéreas estão prejudicadas por deformações anatômicas, idade e debilidade imunológica, uso de álcool, drogas, tabaco, etc. Nestes indivíduos existe uma predominância significativa da presença de enterobactérias e gêneros anaeróbicos como Bacteroides, Prevotella, Veilonella, Peptostreptococcus, Propionibacterium, Bifidobacterium e Clostridium. Forças seletivas ambientais servem para modelar a microbiota oral em ecossistemas distintos. Pressões Seletivas operantes na Microbiota Oral ANAEROBIOSE • Embora a cavidade bucal pareça um ambiente extremamente oxigenado, ela pode conter nichos onde os anaeróbios podem habitar. I – Tensões de Oxigênio na Cavidade OralI – Tensões de Oxigênio na Cavidade Oral • A tensão de oxigênio é considerada um determinante ecológico. Na atmosfera, a tensão de O2 está em torno de 21%. • Na cavidade bucal, esta tensão é reduzida para 12 a 14%. No interior de uma bolsa periodontal, a tensão permanece em torno de 1 a 2 %. • A tensão de O2 sobre as superfícies dentogengivais é principalmente anaeróbia, particularmente nas placas subgengivais (predominam anaeróbios), enquanto que nas placas supragengivais predominam facultativos e microaerófilos. II – Potencial de Óxido-redução (Eh) • Tendência de um meio ou componente em oxidar ou reduzir uma molécula introduzida através da remoção ou adição de elétrons. Microrganismos que necessitam de Eh positivo para sua viabilidade são aeróbios, enquanto que microrganismos que necessitam de um Eh negativo são anaeróbios. • Em uma comunidade microbiana oral densamente povoada que desenvolve metabolismo fermentativo, é de se esperar um Eh negativo. Pressões Seletivas operantes na Microbiota Oral negativo. TEMPERATURA E PH • A manutenção da temperatura corporal (36 a 37ºC) favorece o desenvolvimento de mesófilos, permitindo atividade enzimática, solubilidade de compostos e crescimento • A variação do pH na cavidade bucal(superfície dentária com biofilme acidogênico, sulcos subgengival, bolsas periodontais e saliva) limita e/ou favorece o desenvolvimento de certos grupos microbianos. Fontes de Nutrientes na Cavidade Oral O hospedeiro contribui para a relação simbiótica fornecendo suprimento de nutrientes utilizáveis pela microbiota da cavidade bucal. Os nutrientes devem fornecer uma fonte de energia, tal como carboidratos fermentáveis ou aminoácidos, necessários para o crescimento. Os nutrientes são derivados de cinco fontes: • Alimento ingerido •Saliva •Fluido gengival •Células epiteliais descamativas •As próprias bactérias. Dieta como fonte de nutrientes Nutrientes macromoleculares (amido, proteínas e lipídios) não estão normalmente disponíveis para a microbiota oral, devido ao rápido trânsito através da cavidade bucal. A consistência física dos alimentos é importante pois permite a sua retenção e consequentemente a utilização do amido ou proteínas, e sua degradação em nutrientes utilizáveis. Carboidratos solúveis de baixo peso molecular (sacarose ou lactose) são rapidamente metabolizados pela microbiota oral => Importante no processo de cariogênese. Quanto maior a disponibilidade de nutrientes, maior o crescimento bacterianoQuanto maior a disponibilidade de nutrientes, maior o crescimento bacteriano e produção de ácido => maior será o biofilme placa bacteriana acumulado. Saliva como fonte de nutrientes Fluido homeostático que tampona a placa e fornece nutrientes para a microbiota que reside na superfície lavada por ela. Contém 1% de glicoproteínas, sais inorgânicos, aminoácidos e glicose e vitaminas. Essas quantidades são suficientes para sustentar o crescimento bacteriano nos períodos de jejum do hospedeiro. Células Descamativas As células epiteliais da cavidade oral são repostas a partir da descamação das células mais superficiais. Tais células podem ser lisadas pela hipotonicidade da saliva, e seus constituintes podem tornar-se disponíveis para a nutrição microbiana. Fluido Gengival O sulco gengival é banhado por pequenas quantidades de transudato sérico, que contém proteínas tissulares e séricas, assim como aminoácidos livres, vitaminas e glicose. Sob boas condições de saúde gengival, esse fluido gengival éSob boas condições de saúde gengival, esse fluido gengival é protetor, carreando a placa não aderida ao sulco e trazendo células fagocíticas e anticorpos. Bactérias As próprias bactérias podem fornecer nutrientes umas às outras. • Em uma comunidade microbiana tal como na placa dentária, ocorrem interações microbianas consideráveis. Essas interações microbianas indicam que algumas das relações da microbiota oral são microrganismo-dependentes, ou seja, não ocorrerá o crescimento bacteriano na ausência do microrganismo produtor do requerimento nutricional. 1 – Atividade funcional: Acidogênicos – produzem ácidos a partir de carboidratos (ex. Lactobacillus, alguns estreptococos) – frequentemente associados à cárie dental; Acidúricos – microrganismos que sobrevivem em ambiente ácido. Toleram pH inferior a 5,5 – próprio do ecossistema da cárie (ex. Lactobacillus, alguns estreptococos); Proteolíticos – utilizam proteínas no metabolismo, podendo resultar em destruição tecidual. Geralmente estão associados a doenças Regulação e controle da microbiota oral em destruição tecidual. Geralmente estão associados a doenças peiodontais (ex alguns anaeróbios produtores de pigmento negro). 2 – Potencial patogênico: Microrganismos podem se proliferar em áreas restritas e causar dano confinado ao local da infecção (ex. cárie); Microrganismos podem disseminar a infecção aos tecidos vizinhos (ex. gengivites, periodontites, infecções endodônticas) Microrganismos podem causa lesões à distância por bacteremia ou produtos lançados na circulação linfática ou sanguínea (ex. endocardite bacteriana subaguda). Regulação e controle da microbiota oral 3 – Fatores endógenos de regulação e controle da microbiota bucal: • Presença ou não de dentes (aparecimento de nichos anaeróbios) •Alterações nos dentes e na mucosa (lesões cavitárias, formação de bolsa periodontal) • Descamação epitelial • Fluido gengival • Leucócitos polimorfonucleares - atuam como fagócitos no sulco • Leucócitos polimorfonucleares - atuam como fagócitos no sulco gengival • Anticorpos – IgA-S é a predominante na saliva, mas também podem ser encontradas pequenas quantidades de IgG, IgD, IgM e IgE (chegam à cavidade bucal via fluido gengival) • Saliva • Relações inter-microbianas – comensalismo, competição, antibiose e sinergismo. Regulação e controle da microbiota oral 4 – Fatores exógenos de regulação e controle da microbiota bucal: • Dieta, • Higiene bucal • Substâncias químicas: • antibióticos, enzimas, • antibióticos, • enzimas, • antissépticos, • fluoretos, etc. Podem ser aplicadas por profissionais da área odontológica, uso de colutórios, dentifrícios, chicletes, etc. • Por muito tempo foi considerado que as bactérias viviam de forma isolada. • No entanto, observou-se que ocorre associação, e nas últimas décadas também uma comunicação entre as bactérias. • Esse tipo de comportamento comunitário permite a formação de uma estrutura multicelular complexa denominada BIOFILME. BIOFILMES BACTERIANOS uma estrutura multicelular complexa denominada BIOFILME. Na realidade, a maioria das bactérias se encontra na natureza vivendo em comunidades, de maior ou menor estruturação. As bactérias existem em dois es-tados de vida básicos: • Células planc-tônicas, também conhecidas como células de vida livre ou; • Células sésseis, tam-bém conhecidas como biofilmes. • Estudos têm revelado que a maioria das bactérias não cresce como células individuais, mas em comunidades estruturadas como organismos pseudomulticelulares ou biofilmes, estando presentes em praticamente todos os ecossistemas naturais e patogênicos. Biofilmes Complexos ecossistemas microbianos, podem ser formados por populações desenvolvidas a partir de uma única, ou de múltiplas espécies, podendo ser encontrados em uma variedade de superfícies bióticas e/ou abióticas. Dinâmica de formação de um biofilme: 1. A adesão bacteriana é o primeiro estágio da formação de biofilme. Colonizadores primários se aderem a uma superfície, geralmente contendo proteínas ou outros compostos orgânicos; 2. A segunda etapa é a adesão secundária ou adesão irreversível. Nesse momento, os microrganismos fracamente ligados à superfície consolidam o processo de adesão, através da produção de EPS. As células aderidas passamprocesso de adesão, através da produção de EPS. As células aderidas passam a se desenvolver, originando microcolônias que sintetizam uma matriz exopolissacarídica (EPS), que passam a atuar como substrato para a aderência de microrganismos denominados colonizadores secundários; 3. Colonizadores secundários podem se aderir diretamente aos primários, ou promoverem a formação de coagregados com outros microrganismos e então se aderirem aos primários, formando agregados que vão estar firmemente ligados à superfície Comunidades ou agregados microbianos imobilizados em uma matriz rica em substâncias extracelulares, conferindo proteção a ambientes hostis e garantia de acesso a nutrientes necessários a sobrevivência. � O biofilme corresponde a uma "entidade" dinâmica pois, de acordo com os microrganismos que o compõem, teremos condições físicas, químicas e biológicas distintas. � Estas alterações fazem com que cada biofilme seja único, de acordo com os microrganismos presentes. • Neste sentido, ao longo do tempo a composição microbiana dos biofilmes geralmente sofre alterações significativas. Comportamento coletivo Há várias décadas, foi proposto que as bactérias poderiamcorresponder a organismos interativos, capazes de atuar coletivamente, facilitando sua adaptação às alterações ambientais. • Para que um biofilme de uma ou várias espécies seja formado, é• Para que um biofilme de uma ou várias espécies seja formado, é necessário o estabelecimento de um comportamento multicelular, que se reflete em atividades coordenadas de interação e comunicação dos vários organismos. • Um dos mecanismos de comunicação interbacteriana que vem se mostrando extremamente importante na formação e desenvolvimento de biofilmes corresponde ao quorum sensing – mecanismos de sinalização celular. Sinalização química – este mecanismo de comunicação acontece devido ao reconhecimento de concentrações mínimas de moléculas sinalizadoras ou auto indutores. Esta linguagem ou mecanismos de percepção e resposta empregados pelas bactérias, denominado quorum sensing. Estrutura dos Biofilmes • A maioria dos biofilmes exibe uma certa heterogeneidade, existindo conjuntos de agregados celulares distribuídos ao longo da matriz exopolissacarídica, que exibem densidades variáveis, originando aberturas e canais por onde a água pode trafegar. • As microcolônias que compõem um biofilme podem ser de uma ou várias• As microcolônias que compõem um biofilme podem ser de uma ou várias espécies, dependendo das condições ambientais. • Ex.: Locais de grande estresse mecânico, tais como a superfície dental, o biofilme é bastante compactado e estratificado. Os espaços intersticiais (canais) também são parte importante dos biofilmes, pois permitem a circulação de nutrientes e a troca de metabólitos. Por que formar um biofilme? Acredita-se que a formação de biofilmes esteja associada, por exemplo, à proteção contra o ambiente, ou seja, bactérias em um biofilme encontram-se abrigadas e em relativa homeostase, graças à presença da matriz exopolissacarídica.exopolissacarídica. A adesão bacteriana e a consequente formação de biofilme possuem um papel importante na patogênese, representando um grande obstáculo para a saúde humana, sendo causa comum de infecções persistentes Por que formar um biofilme? Ainda que sejam prejudiciais em diversos processos e locais, os biofilmes são necessários para a realização de outros processos. Eles podem também ser benéficos. Exemplo: produção de alimentos fermentados como o vinagre, onde as espécies Acetobacter e Gluconobacter de onde as espécies Acetobacter e Gluconobacter de microrganismos são utilizadas; área ambiental: descontaminação e limpeza de águas que possuam resíduos antes que estas sejam lançadas novamente em córregos e rios. Biorremediação de vários efluentes industriais, com o papel de retirar poluentes orgânicos e inorgânicos de águas contaminadas. Papel dos biofilmes nas doenças • Uma das mais importantes características dos biofilmes bacterianos é a sua resistência ao sistema imune do hospedeiro e aos agentes antimicrobianos. Biofilme: Bactérias que vivem nessas comunidades são frequentemente de 10 a 1000 vezes mais tolerantes aos antimicrobianos do que quando na forma planctônica, indicando que alguns dos mecanismos envolvidos na resistência dos biofilmes aos alguns dos mecanismos envolvidos na resistência dos biofilmes aos antimicrobianos diferem dos mecanismos responsáveis pela resistência de bactérias planctônicas aos mesmos agentes. • Infecções associadas a biofilmes geralmente são de natureza recorrente, visto que as terapias antimicrobianas convencionais eliminam predominantemente as formas planctônicas, deixando as células sésseis livres para se reproduzir e propagar no biofilme após o tratamento. Como consequência, doenças envolvendo biofilmes são geralmente crônicas e difíceis de tratar.de tratar. • Diversos fatores têm sido postulados, para explicar a baixa suscetibilidade aos antimicrobianos de células na forma de biofilmes . 1. Baixa penetração de agentes químicos: • O EPS reduz a capacidade de penetração de antimicrobianos em todas as áreas do biofilme. • A matriz atua como barreira física para difusão, retendo grande parte dos agentes antimicrobianos e, assim, reduzir a quantidade do mesmo para agir sobre as células 2. Crescimento lento de células no interior do biofilme: • O tratamento pode conduzir à erradicação da maior parte da população do biofilme, mas a fração de células persistentes não é atingida e atua, portanto, como um núcleo para reinfecção, após a descontinuação terapêutica . 3. Transferência de genes de resistência : • Biofilmes são idealmente adequados para a troca de material genético devido à proximidade das células bacterianas; • Dessa forma, a vida em comunidade facilita a transferência horizontal de genes, através de plasmídeos, os quais podem codificar resistência para múltiplos agentes antimicrobianos. Estudos realizados com placas dentais artificiais, formadas Estudos realizados com placas dentais artificiais, formadas inicialmente por bactérias do gênero Streptococcus mostraram a transferência de transposons contendo genes de resistência a tetraciclina de uma linhagem de Bacillus para células de Streptococcus. 4. Falha no reconhecimento dos biofilmes pela defesa imunológica humana: • As células do interior do biofilme estão protegidas contra a ação de anticorpos, radicais livres e outros compostos reativos produzidos pelos fagócitos que são recrutados para o combate de infecções. Até 60% das Infecções hospitalares têm participação Até 60% das Infecções hospitalares têm participação de biofilmes em sua patogênese. • Exemplos típicos de doenças associadas a biofilmes incluem as infecções de implantes tais como válvulas cardíacas, catéteres, sondas, lentes de contato, etc. • Os biofilmes podem ainda promover doenças se formados em tecidos, tais como nas infecções pulmonares provocadas por Pseudomonas aeruginosa, em pacientes com fibrose cística, que são suscetíveis a infecções crônicas por esta bactéria. • A periodontite é outro exemplo de doença provocada por biofilmes.• A periodontite é outro exemplo de doença provocada por biofilmes. => O principal microrganismo associado a esta doença, Porphyromonas gingivalis, coloniza uma grande variedade de superfícies orais direta ou indiretamente, sendo então capaz de invadir as células das mucosas e liberar toxinas. Dispersão de biofilmes • Em determinados momentos, os biofilmes sofrem dispersão, liberando microrganismos que podem vir a colonizar novos ambientes. Existem três tipos de processos de dispersão: • Expansiva => parte das células de uma microcolônia sofrem lise e outras retomam a motilidade, sendo então liberadas da estrutura; • Fragmentação do biofilme => porções de matriz extracelular associadas a microrganismos são liberadas; • Superficial => ocorre pelo crescimento do próprio biofilme como um todo. Principais alvos para combate aos biofilmes microbianos Bloqueio da adesão bacteriana Erradicação ou tratamento de biofilmes já formados Rompimento da comunicação celular • Pesquisas em biofilmes bacterianos tornaram-se mais consistentes nos últimos 40 anos. • No entanto, o entendimento e o controle da formação de biofilmes é uma tarefa muito complexa. Essa complexidade pode ser atribuída: � à heterogeneidade das superfícies bacterianas, incluindo a variabilidade entre diferentes espécies e cepas � e a dificuldade em reunir várias áreas do conhecimento científico, para abordar o problema de forma suficientemente interativa. Obrigada!Obrigada!
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