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6. Partidos Políticos

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DIREITO ELEITORAL
PARTIDOS POLÍTICOS
Por Priscilla von Sohsten
 
ATUALIZADO EM 25/11/2017[1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ]
PARTIDOS POLÍTICOS
	INTRODUÇÃO AOS PARTIDOS POLÍTICOS
	Queridos alunos ciclos, partidos políticos é um tema muito importante para a sua prova, cheio de informações e pegadinhas. Esquematizarei os pontos para melhor compreensão. 
Natureza jurídica e destinação
O partido político é pessoa Jurídica de direito privado. Para integrar determinado partido, é necessário que o sujeito ostente a condição de cidadão, ou seja, tem de se encontrar em pleno gozo dos direitos políticos. Por serem pessoas jurídicas de direito privado, adquirem sua personalidade na forma da lei civil, registrando seus atos no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal. Em seguida, seu estatuto é registrado no TSE. Se ele não se registrar, não gozará das prerrogativas previstas para os partidos políticos. 
#OLHAOGANCHO: O direito de requerer a anulação do registro de partidos políticos por defeito do referido ato decai em três anos, contados a partir da publicação de sua inscrição no registro. Aplica-se o prazo do Código Civil, por ser pessoa jurídica de direito privado. 
Art. 1º, da Lei nº 9.096/95- O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
Assim, partido político é
pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO (as provas colocam público), 
destina-se a 
assegurar a autenticidade do sistema representativo 
defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
#OLHAOGANCHO: apesar do mandado de segurança ser utilizado contra ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de funções do Poder Público, a lei do MS estabeleceu que é possível a utilização do mandado de segurança contra representantes ou órgãos de partidos políticos, apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado.
#IMPORTANTE: em regra, suas lides são de competência da Justiça Comum e não da Justiça Eleitoral. Só será da competência da Justiça Eleitoral se provocar relevante influência nas eleições. 
Autonomia partidária
Art. 17, da CF/88 - É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: 
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Segundo a CF, é assegurada aos partidos políticos autonomia para: 
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento 
para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
Ademais, é livre a:
Criação
Fusão
Incorporação e 
Extinção 
de partidos políticos, resguardados (Partido político deve resguardar, logo a liberdade não é absoluta)
a soberania nacional, 
o regime democrático,
o pluripartidarismo, 
os direitos fundamentais da pessoa humana 
e observados os seguintes preceitos : 
Caráter nacional;
Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
Prestação de contas à Justiça Eleitoral (TSE e não Tribunal de Contas);
Funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Assim também dispõem os arts. 2º e 3º da LPP:
Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.
Parágrafo único. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em lei.
É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua 
estrutura interna, 
organização e 
funcionamento.
Vedações
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.
	
É vedado aos partidos políticos:
utilização de organização paramilitar
ministrar instrução militar ou paramilitar, 
utilizar-se de organização da mesma natureza e 
adotar uniforme para seus membros.
Criação 
Art. 17 § 2º da CF- Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Os partidos políticos, 
após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, 
registrarão seus estatutos no TSE
Logo, há DUPLO DEVER:
Constituição civil como pessoa jurídica 
Registro do estatuto no TSE
Percebe-se que o partido político primeiro adquire personalidade jurídica e somente depois registra no TSE. Sem a personalidade jurídica não é possível o registro no TSE.
Registro civil – personalidade jurídica
Registro no TSE – validade eleitoral 
Apoiamento mínimo 
O partido político tem caráter nacional e deve comprovar o seu caráter nacional. Para tanto, utiliza-se como critério o apoiamento. O apoiamento é uma lista de pessoas que apoia a criação do novo partido. Antigamente, essa lista de apoiamento (pessoas não filiadas ao partido), deveria ser correspondente a 0,5% dos votos dados nas últimas eleições para Câmara dos Deputados distribuído por 1/3 ou mais dos Estados, com no mínimo 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles. 
A reforma eleitoral acrescentou que as assinaturas tem que ser colhidas pelo período de dois anos.
As listas são levadas ao Cartório Eleitoral e o chefe de cartório atesta que as assinaturas são pertencentes a pessoas de determinada zona. Então, o pedido de criação é composto por várias certidões dos Cartórios Eleitorais.
Art. 7º § 1 da Lei nº 9.096/95: Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal 
aquele que comprove, 
no período de 2 anos (ATENÇÃO! Esse prazo de 2 anos veio com a reforma eleitoral de 2015). 
o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, 
correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados (eleição para deputado federal) 
NÃO computadosos votos em branco e os nulos, 
distribuídos por 1/3 ou mais dos Estados, 
com um mínimo de 0,1% do eleitorado de cada estado. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A prova do apoiamento mínimo é feita por meio das assinaturas em listas organizadas em cada zona eleitoral, bem como pelo número do título de eleitor do apoiador, cuja veracidade deve ser atestada pelo escrivão eleitoral. De posse das listas de assinaturas, os Cartórios Eleitorais publicam editais para impugnação e posteriormente procedem a validação das assinaturas. No caso em concreto, o partido Rede Sustentabilidade arguiu a irregularidade na necessidade de reconhecimento das assinaturas, postulando que apenas a não impugnação em edital seria suficiente para conferir validade às assinaturas obtidas. Contudo, o TSE entendeu que a comparação das assinaturas perante o cartório eleitoral é válida e devida de modo que em razão das assinaturas invalidadas o partido postulante não comprovou o apoiamento mínimo e não conseguiu registrar o partido regularmente a tempo para Marina Silva lançar-se candidata a Presidente da República pelo novo partido político.
A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escrivão Eleitoral. O Escrivão Eleitoral dará imediato recibo de cada lista que lhe for apresentada e, no prazo de 15 dias, lavra o seu atestado, devolvendo-a ao interessado. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É inadmissível comprovar o apoiamento mínimo por intermédio de listas da internet, tais como o site de petições amplamente divulgado nas mídias sociais atualmente. Assim como o reconhecimento no TSE das assinaturas invalidadas pelo cartório eleitoral e, também, das rejeitadas sem motivação pelo Órgão Superior Eleitoral. 
 Vantagens do registro regular no TSE
São 4 consequências disciplinadas no art. 7º, §§2º e 3º da LPP:
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.
Só o partido que TENHA REGISTRADO SEU ESTATUTO NO TSE PODE:
participar do processo eleitoral, 
receber recursos do Fundo Partidário e 
ter acesso gratuito ao rádio e à televisão.
ter exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.
Procedimento do registro
Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao Cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de:
I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;
III - relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência.
§ 1º O requerimento indicará o nome e função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido na Capital Federal.
§ 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor.
§ 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto.
	Esquematizando: 
Subscrição (assinatura) por, pelo menos, 101 fundadores 
Distribuídos por 1/3 dos Estados. 
Nome e função dos dirigentes provisórios (deve constar do requerimento)
Endereço da sede do partido em Brasília (deve constar do requerimento)
#NÃOCONFUNDIR: não confundir a subscrição pelos fundadores do partido político com o apoiamento mínimo que já vimos. A subscrição pelos fundadores será necessária para registro civil. Já o apoiamento mínimo é necessário para o registro perante o TSE.
Portanto, primeiro haverá o registro civil. Somente depois, o partido deverá promover a obtenção do apoiamento mínimo, que já estudamos, bem como deverá constituir definitivamente os órgãos e dirigentes. Por fim, OS DIRIGENTES promoverão o registro no TSE, nos termos do art. 9º da LPP: 
Art. 9º Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do artigo anterior, OS DIRIGENTES NACIONAIS PROMOVERÃO O REGISTRO DO ESTATUTO DO PARTIDO JUNTO AO TSE, através de requerimento acompanhado de:
I – exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no Registro Civil;
II – certidão do Registro Civil da Pessoa Jurídica, a que se refere o § 2º do artigo anterior;
III – certidões dos Cartórios Eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo 
As alterações programáticas ou estatutárias do partido político já constituído deverão ser arquivadas primeiramente no Registro Civil e, posteriormente, encaminhadas ao TSE. Ademais, aos partidos é permitido credenciar delegados de partido junto aos juízes eleitorais, TREs e TSE.
Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. O partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação:
I – no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional;
II – nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou zonal 
#CAIUEMPROVA: O REGISTRO DE ÓRGÃOS MUNICIPAIS É FEITO PERANTE O TRE, E NÃO PERANTE O JUIZ ELEITORAL.
O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar delegados (por causa da sua função fiscalizadora) perante, respectivamente,:
Juízes Eleitorais - representam o partido perante o Juiz Eleitoral da respectiva circunscrição 
TRE - representam o partido perante o TRE do estado (DF ou territórios) e seus juízes eleitorais 
TSE - representam o partido perante quaisquer tribunais ou juízes eleitorais
Vamos esquematizar a ordem dos procedimentos vistos acima: 
1º - Fundação
Requerimento com Subscrição (assinatura) por, pelo menos, 101 fundadores 
Distribuídos por 1/3 dos Estados. 
Nome e função dos dirigentes provisórios (deve constar do requerimento)
Endereço da sede do partido em Brasília (deve constar do requerimento)
2º - Registro Civil
Aquisição da personalidade civil
3º - Apoiamento Mínimo
Devem ser reunidas em 2 anos
Assinatura de ao menos 0,5% do número de votos da última eleição para a CD (eleição para deputado federal) – COMPROVADA COMO VIMOS NAS DECs, com atestado do cartório (em 15 dias)
NÃO conta nulos e brancos. 
Distribuídos em 1/3 dos Estados 
Com 0,1% em cada estado
4º - Constituição de dirigentes e órgãos definitivos.
5º - Registro no TSE 
Dirigentes nacionais promoverão no TSE, acompanhado o req de 
Cópia autenticada do inteiro teor do programa e do estatuto inscritos no Registro Civil 
Certidão do Registro Civil 
Certidões dos Cartórios Eleitorais comprovando o apoiamento mínimo
Art 4º da Lei 9.504: Poderá participar das eleições o partido que, até um 1 antes do pleito, tenha registrado seu estatuto no TSE, conforme o disposto em lei, e tenha, ATÉ A DATA DA CONVENÇÃO, ÓRGÃO DE DIREÇÃO CONSTITUÍDONA CIRCUNSCRIÇÃO, de acordo com o respectivo estatuto. 
Até 1 ano antes do pleito – registro no TSE
Até a convenção – órgão de direção
#CAIUEMPROVA: Para que possam participar das eleições, os partidos políticos devem, entre outros requisitos, registrar seu estatuto no TSE no mínimo um ano antes do pleito. 
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
Art. 16 da CF: Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O TSE tem flexibilizado o dispositivo acima. Para o Tribunal, embora inelegível, é possível que o eleitor filie-se. A capacidade eleitoral pode ser ativa ou passiva. Portanto, para o TSE, se a pessoa puder votar (capacidade eleitoral ativa), mas não puder ser votada (capacidade eleitoral passiva), ainda assim poderá se filiar. 
#CAIUEMPROVA: A banca CESPE considerou errada a seguinte assertiva: eleitor considerado inelegível não pode se filiar a partido político em razão do fato de que tal condição afasta o reconhecimento do pleno gozo de seus direitos políticos. #CUIDADO: Se a questão da prova disser “de acordo com a Constituição Federal” a questão deve ser considerada correta.
Tempo mínimo para filiação
Desde a reforma eleitoral de 2015, o tempo mínimo de filiação partidária foi reduzido de 1 ano para 6 meses. 
Art. 9º da Lei 9504 - Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, PELO MENOS, UM ANO antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido NO MÍNIMO SEIS MESES antes da data da eleição.
Domicílio eleitoral – pelo menos 1 ano
Filiação – pelo menos 6 meses
#IMPORTANTE: o estatuto do partido tem a faculdade de estabelecer um prazo de filiação partidária superior, com vistas à candidatura. O que não pode é fixar um prazo menor do que seis meses. Ademais, esse prazo NÃO PODE SER ALTERADO NO ANO DAS ELEIÇÕES. 
Art. 20 da Lei 9096 - É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas à candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.
Estatuto pode prever prazo maior que 6 meses de filiação para concorrer
Prazo não pode ser alterado no ano das eleições
#CAIUEMPROVA: O partido político pode estabelecer, em seu estatuto, para a candidatura a cargos eletivos, prazos de filiação partidária superiores ao prazo definido em lei, que só poderão ser alterados antes das convenções para a escolha dos candidatos. ERRADO. A vedação é só para ano de eleição.
Como para se candidatar, o interessado deve estar filiado a partido político há pelo menos 06 meses antes das eleições. Isso significa que, se quiser mudar de partido, essa mudança também deverá acontecer no mesmo prazo. Além disso, a mudança deverá ser obrigatoriamente comunicada ao partido do qual sai e ao juiz da respectiva zona eleitoral no dia imediatamente posterior ao da nova filiação, para que a filiação anterior seja cancelada. Se não o fizer, estará configurada dupla filiação partidária. Nesse caso, segundo modificações da Lei 12.891/2013, “havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.”
Comunicação da filiação
Art. 19 da Lei 9096- Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos. 
§ 1º Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida anteriormente.
§ 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve o caput deste artigo.
§ 3º Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.
Na 2ª semana dos meses de abril e outubro 
o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, 
deverá remeter, aos Juízes Eleitorais (para que se mantenha um cadastro unificado), 
para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, 
a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará 
a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das Seções em que estão inscritos
O partido, pelo órgão de direção
Nacional
Estadual ou
Municipal
Remete relação dos filiados ao juiz eleitoral na 2ª semana dos meses de 
Abril
Outubro
Atenção! Se a relação não é remetida nos prazos acima, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida anteriormente
O próprio filiado poderá comunicar sua filiação diretamente à Justiça Eleitoral quando houver DESÍDIA OU MÁ-FÉ da agremiação partidária em não fazê-lo.
Além disso, Segundo a súmula 20 do TSE, a prova da filiação pode ser feita por outros elementos:
#SELIGANASÚMULA- falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei nº 9.096, de 19.9.1995, PODE SER SUPRIDA POR OUTROS ELEMENTOS DE PROVA DE OPORTUNA FILIAÇÃO.
Resumindo:
Segunda semana de abril e outubro
Se não é remetida permanece inalterada
Órgãos de direção municipal, regional ou nacional
O prejudicado pode informar quando houver desídia
Falta do nome na lista pode ser suprida por outros meios de prova
Desfiliação
A desfiliação poderá ocorrer nas hipóteses abaixo: 
Retirada do nome da lista pelo partido - O partido político informa a condição de desfiliado na segunda semana dos meses de abril e outubro.
A pedido do próprio interessado - em caso de inércia do partido político, o interessado comparece e informa a condição à Justiça Eleitoral.
Cancelamento imediato (automático) da filiação, nos seguintes casos:
Morte
Perda dos direitos políticos (SUSPENSÃO NÃO)
Expulsão (Assegura contraditório e ampla defesa)
Outras formas previstas no estatuto, com COMUNICAÇÃO EM 48H ao atingido 
Filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona eleitoral.
#CAIUEMPROVA: Foi considerada correta a seguinte assertiva: um partido que venha a cancelar a filiação de alguém por hipótese diversa de morte, perda dos direitos políticos ou expulsão tem a obrigação de comunicar ao atingido o fato em até quarenta e oito horas da decisão. 
Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá A MAIS RECENTE, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais .
Art. 21 da Lei 9096: Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos.
Deverá o desfiliado comunicar o:
Órgão eleitoral de direção municipal respectivo; e
Juiz eleitoral da zona onde estiver inscrito.
Após a comunicação, o vínculo extingue-se no prazo de 2 dias (da data da entrega da comunicação. Somente extingue-se após esses 2 dias)
INFIDELIDADE PARTIDÁRIA
A infidelidade partidária ocorre na desfiliação sem que se observe justa causa. Por outro lado, também será considerada a infidelidade quando determinado mandatário deixar de cumprir as determinações da bancada do partido que tenham sido impostas legitimamente.
Em 2015, o Congresso Nacional editou a Lei nº 13.165/2015, que alterou a Lei nº 9.096/95 passando a tratar expressamente sobre o tema "infidelidadepartidária". Veja o artigo que foi acrescentado:
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
Assim, o detentor de cargo eletivo que, sem justo motivo, se desfiliar do partido político, perderá o mandato.
Hipóteses de justo motivo em que o político poderá sair do partido sem perder o cargo:
1) se o partido mudar substancialmente ou se desviar reiteradamente do seu programa partidário;
2) caso o ocupante do cargo sofra grave discriminação política pessoal; e
3) se a mudança de partido for efetuada durante o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
Nesta terceira hipótese acima elencada, a Lei nº 13.165/2015 previu uma "janela" para a troca de partidos.
Se a pessoa quer concorrer a determinado cargo eletivo por determinado partido, ela precisa estar filiada a esse partido no mínimo 6 meses antes das eleições. No entanto, a lei autorizou que a pessoa já titular do mandato eletivo que quiser concorrer nas eleições que serão realizadas naquele ano poderá deixar o partido e se filiar a outro sem que perca o mandato, bastando que faça isso no período de 30 dias antes de terminar o prazo final para filiação exigida em lei. 
Essa “janela partidária” foi inserida no texto constitucional pela EC 91/2016, permitindo que, no prazo de 30 (trinta) dias da sua publicação, os mandatários pudessem livremente trocar de partidos sem que restasse configurada infidelidade partidária.
Caso ocorra infidelidade partidária, haverá a perda do mandato eletivo? 
Depende.
a)	Se for um cargo eletivo MAJORITÁRIO: NÃO. A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor. No sistema majoritário, o candidato escolhido é aquele que obteve mais votos, não importando o quociente eleitoral nem o quociente partidário. Nos pleitos dessa natureza, os eleitores votam no candidato e não no seu partido político. Desse modo, no sistema majoritário, a imposição da perda do mandato por infidelidade partidária é antagônica (contrária) à soberania popular. 
b)	 Se for um cargo eletivo PROPORCIONAL: SIM O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional pertence ao partido político. Assim, se o parlamentar eleito decidir mudar de partido político, ele sofrerá um processo na Justiça Eleitoral que poderá resultar na perda do seu mandato. Neste processo, com contraditório e ampla defesa, será analisado se havia justa causa para essa mudança. (Info 787) 
#SELIGANASÚMULA: Súmula-TSE nº 67: A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.
Ordem do processo de criação, e sua exceção.
Relembre-se que o partido político adquire personalidade jurídica perante o Cartório Eleitoral, mas passa a funcionar normalmente a partir do momento em que registra o seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
Havendo alteração do estatuto do partido, ou mesmo sua extinção, também será observada essa regra, ou seja, primeiro haverá registro no Cartório, para posterior alteração no TSE.
Há algumas situações em que essa ordem do procedimento não será observada. Trata-se da hipótese em que a extinção do partido se dá por meio de sanção.
Nestes casos, a sanção é aplicada pelo TSE, o qual comunicará o cartório.
Art. 28, da Lei dos Partidos Políticos - O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de
decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; 
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
IV - que mantém organização paramilitar.
São as hipóteses em que serão extintos os partidos políticos em razão de sanção imposta
pela Justiça Eleitoral (TSE):
Recebimento de verbas estrangeiras;
Vinculação a entidades ou governos estrangeiros;
Não prestação de contas;
Organização paramilitar.
No tocante à não prestação de contas, ressalva-se que há uma autonomia entre os órgãos partidários. Se por acaso a ausência de prestação de contas ocorreu por parte de um diretório estadual, este apenas estará sujeito ao não recebimento de sua cota do fundo partidário. Já se a falta de prestação de contas decorre do diretório nacional, tal conduta poderá levar
ao cancelamento do registro do partido. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Ocorre que atualmente o TSE entende que para se aplicar a sanção de cancelamento do partido político é necessária a observância de proporcionalidade, sendo relevante observar, inclusive a importância do partido.
Art. 28, §§ 1º a 4º, da Lei 9096– 
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular, que assegure ampla defesa. 
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral. 
§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo Partidário, nem qualquer outra punição como conseqüência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais. 
§ 4º Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas exclusivamente pela esfera partidária
correspondente, salvo acordo expresso com órgão de outra esfera partidária. § 5º Em caso de não pagamento, as despesas não poderão ser cobradas judicialmente dos órgãos superiores dos partidos políticos, recaindo eventual penhora exclusivamente sobre o órgão partidário que contraiu a dívida executada.
Note que a legitimidade é ampla para representar pelo cancelamento do partido político, podendo, inclusive, o eleitor assim o proceder.
Fusão ou Incorporação
A fusão ou incorporação dos partidos é livre, estando tais atos constitucionalmente garantidos.
Fusão
Dois partidos se fundem, criando um novo partido, sendo que os dois partidos anteriores serão extintos.
Aqui, os Órgãos de Direção dos partidos a serem fundidos elaborarão um novo projeto de programa e estatuto conjuntamente, o que será levado à aprovação nas respectivas convenções.
Art. 29, § 1º, da Lei 9096- Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro. 
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas: 
os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido.
Percebam que os projetos de fusão só serão aceitos se houver aprovação na convenção por maioria absoluta.
Art. 29, § 4º, da Lei 9096 - Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.
Incorporação
Um partido passa a adotar o estatuto e programa de outro. O partido incorporado deixa de existir, persistindo apenas o partido incorporador.
Nos dois casos, as operaçõesdevem ser feitas na ordem acima expostas, ou seja, primeiro deve haver o registro no Cartório respectivo, e, na sequência, no TSE. Não há necessidade, neste momento de novo apoiamento, o qual apenas é exigido no registro inicial do estatuto no TSE.
Atualmente, a legislação determina que a incorporação e fusão só podem ocorrer em se tratando de partidos com o estatuto registrado no TSE há pelo menos 05 (cinco) anos.
Art. 29, § 1º, inciso II, da Lei 9096 
Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão fundir-se num só ou incorporar-se um ao outro. 
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação.
O partido a ser incorporado não perderá de forma absoluta a sua representatividade ou existência, vez que após a incorporação, deverá ser feita uma reunião para a se definir um órgão de direção para o partido incorporador, onde o partido incorporado terá direito de votação.
Art. 29, §§ 3º e 6º, da Lei 9096 
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se- á, em reunião conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.
 § 6º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA: É constitucional a Lei 13.107/2015, que alterou a Lei dos Partidos Políticos. A Lei 13.107/2015 alterou a Lei 9.096/95 com o objetivo de desestimular a fusão de partidos políticos.
Veja duas das mudanças promovidas:
1) A Lei nº 13.107/2015 alterou o § 1º do art. 7º da Lei 9.096/95 ao exigir que as pessoas que assinarem o apoiamento para a criação de novos partidos não poderão fazer parte de outros partidos políticos.
2) A Lei nº 13.107/2015 determinou que somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 anos. Antes não havia essa exigência. Essas duas mudanças foram impugnadas por meio de ADI, mas o STF negou a medida cautelar afirmando que as alterações são compatíveis com a CF/88, não tendo havido violação à autonomia constitucional dos partidos políticos. (Inf. 801 do STF). 
Prestação de Contas dos Partidos Políticos
Essa prestação faz com que o partido político demonstre a origem e destinação de suas despesas.
Todos os órgãos diretórios de direção devem prestar contas.
•	Diretório Nacional, presta contas perante o TSE;
•	Diretório Estadual e Distrital, presta contas perante o TRE;
•	Diretório Municipal, presta contas perante o Juiz Eleitoral.
Art. 30, da Lei 9096 - O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas.
Art. 32, da Lei 9096 - O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte. § 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais. 
§ 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral. 
§ 3º (Revogado).
 § 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral, exigindo-se do responsável partidário, no prazo estipulado no caput, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.
§ 5º A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.
Atualmente, a prestação de contas deve ser feita até o dia 30 (trinta) de abril do ano seguinte.
Naqueles diretórios municipais onde não ocorreu movimentação de recursos, não há necessidade de prestação de contas. No entanto, o dirigente terá de fazer a declaração de ausência de movimentação
financeira, no mesmo prazo, ou seja, até 30 (trinta) de abril do ano seguinte.
Julgamento das Contas do Partido Político
As contas poderão ser julgadas das seguintes formas:
Aprovadas: Nos casos em que não houver irregularidade.
Aprovadas com ressalvas: São casos em que há a verificação de irregularidades formais, as quais, todavia, em razão de pouca gravidade, não conduzem a desaprovação das contas;
Desaprovadas
Não Prestadas: Tem como consequência, a suspensão das cotas do repasse do fundo partidário, enquanto o órgão partidário não prestar as contas. Relembre-se que essa suspensão apenas atinge o diretório inadimplente com tal prestação. 
A suspensão persistirá até que sejam prestadas as contas pelo órgão de direção partidário. Vale ressaltar que a desaprovação de contas não gera a suspensão de repasse do fundo partidário.
A desaprovação apenas tem como consequência a devolução do valor irregular, acrescido de uma multa de até 20% que poderá ser pago em até 12 parcelas. 
Art. 37, da Lei 9096 - A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento). 
§ 1º. A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de direção partidária ou de candidatos. 
§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela
irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.
§ 3º A sanção a que se refere o caput deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de um a doze meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário, desde que a prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até cinco anos de sua apresentação. 
§ 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo. 
§ 5º As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada, mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas.
§ 6º O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional. 
§ 7º (VETADO). 
§ 8º (VETADO).
§ 9º O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere o caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem
as eleições.
§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim. 
§ 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas. 
§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não acarretarão a desaprovação das contas.
§ 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da desaprovação dascontas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido. 
§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas, exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.
O julgamento das contas observa o prazo de 5 anos. No entanto, para os candidatos, o prazo prescricional para a prestação de contas é outro, qual seja, 180 (cento e oitenta) dias após a diplomação.
Desaprovadas as contas, ainda que parcialmente, caberão os recursos próprios, que
observarão o efeito suspensivo, em contrariedade à regra do art. 257, o Código Eleitoral (Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo). Até 2009, o TSE entendia que a natureza jurídica desse julgamento era administrativa. No entanto, a partir de 2009, passou-se a entender que se trata de decisão jurisdicional, razão pela qual será possível, se presentes os requisitos, a interposição de Recurso Especial ou Extraordinário.
#OLHAOGANCHO: Em relação aos gastos com passagens aéreas pelos candidatos, a comprovação deve ser feita apenas por documentos emitidos pela própria agência de viagens, sendo vedado se exigir novos documentos.
Fundo Partidário
Art. 38 da Lei 9096 - O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por: 
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário;
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995. 
Multas Eleitorais
Há previsão no Código Eleitoral de que as multas eleitorais são executadas pelo Ministério Público. Ocorre que pela CF/88, essa atribuição deixou de ser do Ministério Público e passou a ser da Procuradoria da Fazenda Pública Nacional.
A execução deve ser proposta perante a Justiça Eleitoral, mas quem propõe a execução é a Procuradoria da Fazenda Nacional.
Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário: (Redação dada pela Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105 abaixo)
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; e (Incluído pela Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105)
I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário; e (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. (Incluído pela Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105)
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses. 
	
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #ADI-5105: É inconstitucional a Lei 12.875/2013, que alterou a Lei dos Partidos Políticos e a Lei das Eleições: 
Mudança na Lei dos Partidos Políticos: a Lei 12.875/2013 determinou que, para os fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário, deveriam ser desconsideradas as mudanças de filiação partidária. Dessa feita, a Lei 12.875/2013 determinou que o Deputado Federal que mudasse de partido (ainda que para um partido novo) durante o mandato não poderia “levar” para o outro os votos que obteve na última eleição. O objetivo foi evitar que, com a mudança, o partido de destino recebesse mais verbas do fundo partidário.
Mudança na Lei das Eleições: a Lei nº 12.875/2013 determinou que, para os fins de distribuição do tempo de rádio e TV, seriam desconsideradas as mudanças de filiação partidária. Assim, o Deputado Federal que mudasse de partido (ainda que para um partido novo) durante o mandato não poderia “levar” para o outro os votos que obteve na última eleição.
Mais uma vez, o objetivo aqui da Lei 12.875/2013 foi o de evitar que o partido de destino recebesse mais tempo de rádio e TV. Assim, de acordo com as regras da Lei 12.875/2013, os partidos novos ficariam com pouquíssimos recursos do Fundo Partidário e reduzidíssimo tempo de rádio e TV.
O STF entendeu que as mudanças efetuadas foram inconstitucionais. Em nosso sistema proporcional, não há como afirmar, simplesmente, que a representatividade política do parlamentar está atrelada à legenda partidária para a qual foi eleito, ficando, em segundo plano, a legitimidade da escolha pessoal formulada pelo eleitor por meio do sufrágio. O voto do eleitor brasileiro, mesmo nas eleições proporcionais, em geral, se dá em favor de determinado candidato. O princípio da liberdade de criação e transformação de partidos, contido no caput do art. 17 da CF/88 serve de fundamento constitucional para reputar como legítimo o entendimento de que, na hipótese de criação de um novo partido, a novel legenda, para fins de acesso proporcional ao rádio e à televisão, leva consigo a representatividade dos deputados federais que para ela migraram diretamente dos partidos pelos quais foram eleitos.
Os partidos políticos devem receber um determinado valor para a realização de suas atividades. Esse valor é calculado para cada partido, de acordo com sua importância no cenário político através de um processo legítimo. Esse processo legítimo é a eleição para a Câmara dos Deputados.
Destinação das Verbas do Fundo Partidário
Art. 44, da Lei 9096- Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados: 
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites: 
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional; 
b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal; 
II - na propaganda doutrinária e política;
III - no alistamento e campanhas eleitorais;
IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e
de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido. 
V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política de que trata o
inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total; 
VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado;
 VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária de qualquer nível devem ser discriminadas as despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto nos incisos I e IV deste artigo. 
§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário. 
§ 3º Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao regime da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar despesas.
§ 4º Não se incluem no cômputo do percentual previsto no inciso I deste artigo encargos e tributos de qualquernatureza. 
§ 5º O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto no inciso V do caput, a ser aplicado na mesma finalidade.
§ 5º-A. A critério das agremiações partidárias, os recursos a que se refere o inciso V poderão ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido. 
§ 6º No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de pesquisa não despender a totalidade dos recursos que lhe forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertida para outras atividades partidárias, conforme previstas no caput deste artigo. 
§ 7º A critério da secretaria da mulher ou, inexistindo a secretaria, a critério da fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, os recursos a que se refere o inciso V do caput poderão ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido, não se aplicando, neste caso, o disposto no § 5º.
Já vimos que os partidos políticos possuem autonomia. Essa autonomia não é absoluta, diante encontra restrições previstas na Lei. Assim, a utilização do fundo partidário deve observar as previsões contidas no dispositivo acima. 	
Para pagamento de pessoal, por exemplo, há previsão de limites máximos de gastos. 
50% (cinquenta por cento) para os órgãos nacionais;
60 % (sessenta por cento) para os órgãos estaduais ou municipais;
#OLHAOGANCHO: Essa vinculação para gasto com pessoal só deve ser observada quanto aos valores recebidos do Fundo Partidário, não havendo necessidade de se observar quanto a outras verbas recebidas pelos partidos.
A Justiça Eleitoral, quando da prestação de contas, deve observar se os recursos recebidos pelo partido político, oriundos do fundo partidário estão sendo destinados conforme as previsões legais. 
A qualquer tempo, poderá haver a fiscalização da Justiça Eleitoral quanto a estes recursos, os quais não se submetem à aplicação da Lei de Licitações, apesar de o fundo partidário ser formado por despesa pública.
#IMPORTANTE: Não se incluem nos limites acima, os encargos e tributos.
*NOVIDADELEGISLATIVA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
ALTERAÇÕES NA LEI 9.096/95 (LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS)
A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos.
Vejamos as alterações que foram nela promovidas pela Lei nº 13.488/2017.
ALTERAÇÃO 1: VEDAÇÕES AO RECEBIMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO
O art. 31 da Lei nº 9.096/95 prevê que os partidos políticos não podem receber ajuda financeira de determinadas pessoas (físicas ou jurídicas). Ex: não podem receber auxílio pecuniário de governos estrangeiros.
A Lei nº 13.488/2017 promove três mudanças na lista do art. 31. Veja o que mudou:
	
LEI 9.096/95 (LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS)
 
	Redação anterior
	Redação ATUAL
	Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
(...)
II - autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações referidas no art. 38;
III - autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, sociedades de economia mista e fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades governamentais;
Não havia inciso V.
	Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
(...)
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações referidas no art. 38 desta Lei e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;
Esse inciso III foi revogado.
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.
*ALTERAÇÃO 2: FUNDAÇÕES CRIADAS POR PARTIDOS POLÍTICOS
O art. 53 da Lei nº 9.096/95 prevê a possibilidade de que os partidos políticos criem fundações ou institutos de direito privado para estudo, pesquisa, doutrinação e educação política:
Art. 53. A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político, destinado ao estudo e pesquisa, à doutrinação e à educação política, rege-se pelas normas da lei civil e tem autonomia para contratar com instituições públicas e privadas, prestar serviços e manter estabelecimentos de acordo com suas finalidades, podendo, ainda, manter intercâmbio com instituições não nacionais.
A Lei nº 13.487/2017 inseriu alguns parágrafos a esse art. 53 prevendo novas regras para essas fundações:
§ 1º O instituto poderá ser criado sob qualquer das formas admitidas pela lei civil.
§ 2º O patrimônio da fundação ou do instituto de direito privado a que se referem o inciso IV do art. 44 desta Lei e o caput deste artigo será vertido ao ente que vier a sucedê-lo nos casos de:
I - extinção da fundação ou do instituto, quando extinto, fundido ou incorporado o partido político, assim como nas demais hipóteses previstas na legislação;
II - conversão ou transformação da fundação em instituto, assim como deste em fundação.
§ 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, a versão do patrimônio implica a sucessão de todos os direitos, os deveres e as obrigações da fundação ou do instituto extinto, transformado ou convertido.
§ 4º A conversão, a transformação ou, quando for o caso, a extinção da fundação ou do instituto ocorrerá por decisão do órgão de direção nacional do partido político.
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Constituição Federal
	Artigo 17
	Lei 9096/95
	Leitura na íntegra
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
- GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2015
- Anotações pessoais de aulas

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