Prévia do material em texto
Anatomia do sistema reprodutor masculino Bolsa escrotal Túnica vaginal Testículos Epidídimo Glândulas acessórias Ampola Prostata Gl. Bulbouretral Gll. Vesiculares Pênis Prepúcio Vias de infecção Penetração por lesão direta: machucado, pancada, chute- traumas em geral que levem à abertura para bactérias. Ascendente: vinda do canal uretral. Pouco comum em machos pelo comprimento do canal uretral. Via hematógena: via importante para algumas bactérias, podendo causar um quadro de inflamação do trato urinário. Bolsa escrotal Trata-se de uma continuação da pele, com presença de folículo piloso e grande quantidade de glândulas sudoríparas. A bolsa escrotal recobre a gônada masculina e mantém a temperatura adequada ao orgão. Para que ocorra espermatogênese adequada, é necessário que a temperatura escrotal esteja cerca de 1ºC a menos que a temperatura corporal. O músculo cremáster tem a função de retrair ou relaxar de acordo com a temperatura do ambiente. Em dias mais frios, ele se contrai, trazendo a bolsa mais perto do corpo e assim aumentando a temperatura; em dias mais quentes, o músculo relaxa e permite a perda de calor pela gônada. Inflamação: O maior prejuízo em inflamações escrotais é que, pelo aumento da circulação sanguínea, haverá elevação da temperatura, dificuldade na termorregulação, e, consequentemente, a espermatogênese será prejudicada. Essas inflamações podem ser agudas ou crônicas, dependendo da causa. Dentre as causas: Hipospadia: ocorre quando há uma abertura ventral da uretra para a bolsa escrotal. Ao urinar, entra urina que é lesiva aos tecidos, causando lesão no escroto Frio em excesso: necrose por isquemia Dermatites generalizadas Traumas → Caso: cão da prof. Aline, no verão foi levado para tosar e foi passada a máquina de tosa na bolsa escrotal do cão. Criou-se várias lesões, causando desconforto e inflamação. Neoplasias de bolsa escrotal Mastocitoma Neoplasia (maligna) de maior ocorrência em bolsa escrotal. O prognóstico é bastante desfavorável por conta da grande concentração de vasos linfáticos na área, favorecendo metástases, além de ser muito invasivo. Mastocitoma causa úlcera estomacal por conta da elevada taxa de degranulação de histamina dos mastócitos, então é comum o animal apresentar hematêmese e hematoquesia. Hemangioma/ hemangiossarcoma Tumor maligno de vasos sanguíneos. Pit bulls são cães com maior predisposição. Carcinoma de células escamosas Bolsa escrotal e túnica vaginal A túnica vaginal é uma extensão da parede abdominal que se projeta para a bolsa escrotal. Portanto, qualquer alteração na cavidade abdominal, irá se refletir na bolsa. Cavidade abdominal Bolsa escrotal Conteúdo Ascite Hidrocele Translúcido Hematoperitônio Hematocele Sangue Linfa Quilocele Linfa Inflamação Orquite; epididimite; Peritonite Exsudato Testículos Os testículos têm em seu interstício as células de Leydig, que são produtoras de testosterona. A testosterona produzida por elas, será absorvida pelas células de Sertoli. Uma vez que a testosterona é absorvida, estimular a formação de espermatozoide: Após a produção, os espermatozoides irão sofrer maturação ao longo dos túbulos epididimários até que estejam prontos para serem eliminados pela ejaculação. Barreira hemato-testicular: é o tecido constituído basicamente por células de Sertoli, e faz a separação entre o interstício e o túbulo seminífero. É responsável pela seleção de todo o conteúdo que pretende passar para os testículos. O testículo é um órgão extremamente protegido pois sua integridade é que garante a procriação da espécie. Pela barreira, só passa substâncias de ordem vital, como os nutrientes. Quando a barreira é lesada, ocorre uma grande reação inflamatória, pois as células inflamatórias não reconhecem as células testiculares como própria. Anomalias do desenvolvimento Criptorquidismo Durante a fase inicial da vida dos machos, o testículo está retido no abdômen. Conforme os animais amadurecem sexualmente, testículo começa a descer, pelo canal inguinal, até chegar ao escroto, onde a temperatura é mais adequada para a espermatogênese, logo em seguida ocorre o fechamento do funículo espermático. Um animal criptorquida, possui a gônada retida na cavidade abdominal. Trata-se de uma alteração bastante comum e pode se apresentar uni ou bilateral, dependendo da quantidade de gônadas retidas na cavidade. Causas: Hipoplasia testicular: Animal nasce com o testículo menor e por isso tem facilidade de movimentar-se da bolsa escrotal para a cavidade abdominal. Exposição à estrógenos durante a prenhez: pois é umas das causas de hipoplasia testicular Partos com fetos de apresentação posterior: nesses fetos acredita-se que tenha uma maior abertura do funículo espermático, favorecendo a passagem da gônada para a cavidade Causas genéticas: Equinos possuem fator genético dominante para a anomalia, desta forma, todo macho criptorquida deve ser castrado e eliminado da reprodução (ética profissional). Animais com onfaloflebite: a inflamação leva a fragilidade da musculatura dificultando o fechamento do funículo Consequências: Diminuição da fertilidade do animal: gônada retida está em temperatura alta Predisposição a neoplasias: O testículo retido pode sofrer uma modificação tumoral, formando uma massa maligna, podendo culminar até mesmo com a morte do animal→ Teratomas (equinos) Sertolioma ou seminoma (cães mais velhos). São tumores malignos com prognósticos desfavoráveis. Hermafroditismo Para a patologia, só é considerado hermafroditismo verdadeiro quando o animal possui as duas gônadas (ovário e testículo), e neste contexto, os animais são estéreis. As duas gônadas fusionadas são chamadas de ovoteste ou ovarioteste pois as características teciduais se misturam Biangular unilateral: Tem ovoteste de um lado e uma gônada definida no outro (ovário ou testículo). Biangular bilateral: ovoteste em ambos lados Alternante: testículo de um lado e ovário do outro Esses indivíduos, fenotipicamente, desenvolvem tanto o ducto de Wolf (pela presença de andrógeno) quanto o de Muller (pelo seu desenvolvimento natural). Pela mistura das características, terá dúvidas quanto ao sexo do animal. As características serão mais ou menos evidenciadas de acordo com a proporção testículo: ovário que o animal tiver no ovoteste. Pode ser que os animais com característica de fêmeas, desenvolvam comportamento de machos. Macroscopia: Pênis semelhante a clitóris Prostáta e vesícula seminal hipoplásicas: glândulas sexuais acessórias são pouco desenvolvidas Útero e glândula mamária são pequenos Ovário quando presente, é hipoplásico É uma anomalia muito frequente em suínos, causando grande perdas econômicas. Às vezes, seleciona o animal como fêmea, investe para que se torne boa reprodutora, porém são descartadas por conta da condição. Pseudohermafroditismo O animal vai ter gônada masculina produzindo testosterona, porém o ducto de Wolf não tem receptores para os andrógenos. Desta forma, o animal não responde ao estímulo hormonal e desenvolve ducto de Muller. Tem todas as características femininas- cornos, útero, cérvix, vagina- mas a gônada é masculina e o cromossomo sexual é XY. Hipoplasia testicular Não houve maturação total das células durante a vida embrionária. Elas estão diminuídas em quantidade. Nunca foi um órgão maduro, teve parada em seu desenvolvimento durante a vida embrionária. Pode ser uni ou bilateral, sendo que cada gônada pode apresentar um grau de gravidade. Como se trata de um testículo pequeno, favorece a passagem pelo canal inguinal, consequentemente, o criptorquidismo. Além disso, o indivíduo não possui capacidade reprodutiva, produção baixa ou nula de espermatozoides. Causas: Criptorquidismo Hermafroditismo Hipoprodução de testosterona Nutrição deficiente na fase embrionária Reduzida produção de LH e FSH Deve-se saber diferenciar se teve hipoplasia ou se por algum motivo o órgão diminuiu. Para cadaconsequência, há causas completamente distintas. Degeneração/ Atrofia testicular Ocorre quando um testículo saudável reduz de tamanho e par0/ diminui a produção espermática Causas: Térmicas: criptorquida Deficiência de vitamina E e selênio: fatores que podem levar a deficiência da produção de espermatozoides e por isso, atrofia a gônada Infecção localizadas ou sistêmicas: que cursam com febre Lesões vasculares com bloqueio da circulação sanguínea: haverá isquemia do órgão Obstrução e radiação: vasectomia faz o bloqueio da passagem de espermatozoide pelo canal, os que ficaram retidos, morrem e causam atrofia testicular. *É comum fazer vasectomia em leões para evitar a proliferação exagerada da espécie. Macroscopia: Testículos macios e reduzidos Focos de calcificações eventuais ao longo do parênquima: não tem calcificação em tecido hipoplásico Microscopia: Túbulos atróficos Fibrose intersticial Vacuolização do epitélio de revestimento Irregularidade da membrana basal *Se é um testículo atrofiado, é porque um dia já foi grande e diminuiu, portanto, tem superfície irregular. Se é um hipoplásico, ele nunca diminuiu, então os túbulos contêm parede lisa. *Células espermáticas enormes em exames demonstra que está havendo morte de células. Orquite e epididimite Geralmente as duas ocorrem juntas, pois são muito próximos. A infecção pode ser: Hematogênica: disseminação sanguínea Progressão retrógrada: ascende pelo trato urinário. É raro, pois é muito distante. Causas não infecciosas: principal é o granuloma espermático Causas infecciosas: Touro Brucella abortus; Clamydia psittaci; Arcanobacterium pyogenes; Mycobacterium tuberculosisNocardia asteroides Bode Brucella melitensis Carneiro Brucella ovis; Corynebacterium ovis; C. pseudotuberculosis; Actinobacillus seminis; Histophilus somni Cão Brucella canis; Escherichia coli; Proteus vulgaris Cachaço Brucella suis Garanhão Salmonella abortus equi Macroscopia: Túnica vaginal aderida: dificulta termorregulação testicular Neoplasias testiculares Tumores testiculares possuem aspectos macroscópicos bastante característicos, que permitem o diagnóstico macroscópico, sem necessidade de histologia. Tumor de células de Leydig (Leydigoma) É o tumor mais comum em cães, mas também ocorre em touros. Geralmente é benigno e raramente causa grandes prejuízos aos animais. As células de Leydig, são as células responsáveis pela produção de testosterona. Tumores funcionais são raros, mas podem existir. Nesse caso, os animais apresentarão sinais evidenciados de masculinidade (agressão, desenvolvimento da musculatura...) Macroscopia: Massas amareladas Pequenas Circunscritos nodulares (capsula bem delimitada) Seminoma Ocorre quando as células germinativas (espermatogônias, espermatócito, espermátides...) do testículo começam a sofrer um processo neoplásico. É 2ª neoplasia mais incidente em cães, principalmente nos criptorquida, mas também acomete equinos. É mais invasiva que os leydigocitomas. Macroscopia: Coloração esbranquiçada ou acinzentada Invasivo no parênquima testicular- não existe cápsula delimitante (mas pouco metastático) Tumor de células de Sertoli As células de Sertoli dão sustentação dos túbulos seminíferos. É o mais maligno pois tem grande capacidade invasiva, metastática e necrose tecidual. É o 3º tumor mais comum em cães, porém o mais comum para animais criptorquida. Além disso, muitas vezes o tumor é funcional, aumentando a produção de estrógenos pelo macho, trazendo sinais clínicos bastante expressivos para o animal. Inicia-se uma síndrome de feminização (aumento de mamas, alopecia, geralmente simétrica, pelo excesso de estrógeno, testículos na bolsa escrotal tende a ficar mais pendular, o animal passa a atrair machos. Outro problema é a necrose de medula óssea, pois o estrogênio é mielotóxico, consequentemente, terá uma panleucopenia, pois a medula estará afuncional. Dentre as células prejudicadas, estão as plaquetas, na ausência delas, os animais passam a desenvolver a síndrome de diátese hemorrágica. Macroscopia: Altamente invasivo Presença de necrose Firme Branca Lobulada Massa grande Teratomas São os que mais ocorrem em equinos em decorrência do criptorquidismo Cordão espermático É formado por um ducto eferente onde ocorrerá a saída do espermatozoide. Dois vasos sanguíneos: uma veia e uma artéria. É por esse plexo pampiniforme que ocorrerá toda a nutrição do testículo, permitindo a produção de espermatozoides. Varicocele do plexo pampiniforme Torção do cordão espermático Funiculite Geralmente é causada por castrações malfeitas. Trata-se da inflamação do cordão espermático. Tente a ocorrer por infecções por bactérias da pele, dentre elas, a staphylococcus aureus, causando uma lesão chamada de Botriomicose, podendo levar a necrose, dependendo o grau de inflamação. Epidídimo A inflamação do epidídimo é chamada de Epididimite, podendo ou não estar associada a causas infecciosas. Causas não infecciosas Espermatocele: Ocorre quando há bloqueio de passagem dos espermatozoides pelo túbulo seminífero, não chegando ao ducto defererente e eferente causando o acúmulo dessas células, com dilatação e pode acabar rompendo. Ao romper, os espermatozoides entram em contato com a circulação e causam intensa reação inflamatória, formando os granulomas espermáticos. Causas infecciosas Geralmente causas bacterianas: as infecções bacterianas podem ter origem hematogênica ou por progressão retógrada, onde as bactérias ascendem pelo trato urinário. Vesícula Seminal As inflamações em vesícula seminal são frequentes em bovinos e equinos. A inflamação dessa área é chamada de adenite ou vesiculite seminal. As bactérias (Brucella, Trichomonas, Clamydia) que causam orquite, são capazes de causar adenite, por continuidade, pois existe um canal de comunicação entre as glândulas acessórias e as gônadas. Outras causas, são as bactérias banais (E. coli, Staphylococcos, Streptococcos, que ascendem pelo trato. Não se sabe ao certo a causa, mas é muito comum ocorrer adenite em touros jovens da central de inseminação em sua primeira estação de monta. Possivelmente por conta da alta atividade. A consequência dessa inflamação é a redução da motilidade do espermatozoide após o descongelamento da dose de sêmen. A recomendação é esperar a próxima estação de monta, para a recuperação. Próstata Hiperplasia prostática benigna Afeta principalmente cães machos, idosos, não castrados. Tem forte influência hormonal, com a produção excessiva da testosterona. Apesar disso, o mecanismo de formação não é completamente conhecido. Uma das teorias é que a degradação da testosterona, gera como metabólito a di-hidrotestosterona, que estimula a proliferação do parênquima tecidual. Outra teoria, é o hiperestrogenismo relativo. Na andropausa, o macho reduz a produção de testosterona, e consequentemente, os estrogênios produzidos a nível de adrenais passa a ser mais evidente, estimulando a multiplicação das células da próstata. Consequências Obstrução uretral: faz com que fique conteúdo residual na bexiga. As bactérias podem se multiplicar no conteúdo residual, favorecendo cistites, hidroureter, pielonefrites (ascendente- Dependendo do grau da infecção, causar insuficiência renal aguda do paciente) Compressão retal: proliferação mais acentuada da próstata, causando a estase do bolo fecal, formando os fecalomas, favorecendo o rompimento intestinal. Aumenta chances de carcinomas prostáticos Sinal clínico Urina em jato: não consegue esvaziar a bexiga constipação Carcinoma Associado a hiperplasia prostática, apresentando sinais clínicos semelhantes. Pode ocorrer em homens e em cães. São tumores muito malignos pois tendem a causar muita metástase. 80% das metástases vão para linfonodos e atingem o pulmão e 20% se localizam em ossos, principalmente da pelve e na espinha Prostatite É comum estar associada a outras inflamações por extensão (Orquite, epididimite,adenite...) Muito comum em hiperplasia prostática, pois nesse caso, está ocorrendo maior produção de liquido prostático, que é um meio de cultivo para bactérias, aumentando a inflamação. A origem bacteriana pode ser ascendente- da uretra- ou descendente- em animais com cistite ou orquite. A via hematogênica é menos comum, mas pode ocorrer. Pênis e prepúcio Anomalias do desenvolvimento Hipoplasia Diminuição de tamanho ou volume peniano. Ocorre principalmente em animais com hermafroditismo verdadeiro ou animais com produção inadequada de testosterona na vida embrionária ou após nascimento. Hipospadia Uretra se abre na face ventral do pênis. A urina pode atingir a bolsa escrotal e causar dermatite de bolsa escrotal Epispadia Uretra se abre na face dorsal do pênis. Pode extravasar liquido na parede abdominal e causar dermatite crônica, pois a urina em contato com a pele acaba tendo característica caustica. Persistência do frênulo Tem maior ocorrência em bovinos e causa uma torção do pênis, bloqueando a penetração na fêmea no momento da cópula Fimose Dificuldade na exposição do pênis, pois o orifício do prepúcio é pequeno e o animal tem dor à exposição. Parafimose Consegue fazer a exposição do pênis, mas tem dificuldade em retrair. Inflamações Glande peniana: balaniteBalanopostite: glande e prepúcio Falobalanite: pênis e glande Pênis: falite Prepúcio: postite Causas: Traumáticas (sujeiras, plantas, cercas...) Esmegma: acumula e serve de substrato para proliferação bacteriana Postite ulcerativa dos ovinos Corynebacterium renale: Ovinos castrados tendem a expor menos o pênis, inclusive ao urinar, fazendo com que fique urina residual no prepúcio, tornando-se meio para proliferação bacteriana, pois trata-se de uma urina muito proteica em consequência da dieta desses animais Herpesvírus: pode causar balanopostite, assim como processos respiratórios, neurológicos e abortivos (Bovino equino e caprino) Habronemose: postura de larvas errática Neoplasias Tumor venéreo transmissível (TVT) É um tumor transmissível de pênis, geralmente na base. Carcinoma de células escamosas Muito comum em equinos, principalmente castrados, que tem acumulo de esmegma que tem característica pró-inflamatória, com liberação de mediadores inflamatórios que estimulam a proliferação tecidual Papiloma Tumor dos bovinos associado ao papiloma vírus.