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ETEC JOSÉ MARTIMIANO DA SILVA Técnico em Edificações - Noite Danielly Sumie de Souza Yamada Juliana da Silva Terra Lemes Luana Minohara Vasconcelos ESTUDO DE CASO Ribeirão Preto 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 2 2.1 Taludes ......................................................................................................... 2 2.2 Causas de escorregamento .......................................................................... 3 2.3 Estabilização de taludes................................................................................ 5 2.4 Muro de arrimo .............................................................................................. 6 2.5 Tipos de muros de arrimo ............................................................................. 6 2.5.1 Muros de gravidade ................................................................................ 6 2.5.2 Gabiões .................................................................................................. 7 2.5.3 Muros de flexão ...................................................................................... 8 3 METODOLOGIA .................................................................................................. 9 3.1 Descrição da obra ......................................................................................... 9 3.2 Cronologia..................................................................................................... 9 4 RESULTADOS .................................................................................................. 11 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 12 1 1 INTRODUÇÃO Um dos grandes problemas atuais causados pela urbanização desordenada nas cidades são os deslizamentos. Alguns fatores que aceleram os riscos de deslizamentos são as ocupações de áreas sujeitas a escorregamento, como encostas e morros; o consequente desmatamento dessas áreas, favorecendo processos erosivos; e também o aumento das taxas de precipitação, que diminui a resistência do solo. O deslizamento natural é originado pela tendência da natureza a estabilização, onde o solo das encostas tende a descer até atingir o nível da base. Portanto, para as encostas naturais o coeficiente de segurança é próximo de 1, e pequenas oscilações podem comprometer a estabilidade. Outra causa de deslizamentos é a intervenção do homem, seja pela ocupação irregular, sobrecargas e outros. Devido as consequências que os escorregamentos acarretam, torna-se importante o conhecimento dos solos e dos mecanismos de escorregamentos e suas formas de contenção, permitindo o projeto de obras seguras. 2 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Taludes Segundo Tonus (2013), talude pode ser definido como uma superfície inclinada que delimita um maciço terroso ou rochoso. São classificados como naturais (Figura 1), quando são formados pelas ações da natureza, pela ação geológica, que compreende a constituição química, organização e modelagem do relevo terrestre, ou pelas intempéries, como exemplo as encostas; ou podem ser artificiais (Figura 2), aqueles que foram construídos ou modificados pelo homem, como os taludes de corte e aterros. Figura 1: Exemplo de talude natural. Estruturalmente, o talude pode ser dividido em crista, a parte mais alta; a parte mais baixa recebe o nome de pé; a diferença de cota entre a crista e o pé é a altura do talude; ele ainda possui uma inclinação e graus entre a horizontal e a reta que passa entre a crista e o pé (Figura 3). 3 Figura 2: Exemplo de talude de aterro artificial em canal de curso d’agua. Figura 3: Representação estrutural do talude. 2.2 Causas de escorregamento Segundo Varnes (1978), há diversas possibilidades de rupturas em taludes. Quando ocorre redução da resistência interna do solo, responsável pela oposição da massa deslizante, ou aumento das forças externas aplicadas ao maciço, ocorrem os deslizamentos. A movimentação pode ser classificada como: • Quedas ou desprendimentos: é o descolamento de solo ou de fragmentos de rocha que caem devido a inclinação do talude; a separação ocorre através das descontinuidades, como as fraturas, e a movimentação ocorre por queda livre (Figura 4); 4 Figura 4: Queda. • Desprendimentos: é o movimento de rotação de massas rochosas em um ponto abaixo do centro de gravidade da massa deslizante, pela própria força da gravidade e das forças exercidas por unidades adjacentes ou por fluídos presentes nas rachaduras, levando ao movimento de queda ou escorregamento (Figura 5); Figura 5: Desprendimento. • Escorregamentos (ou deslizamentos): quando da superfície de ruptura desprende uma massa de solo ou rocha; os principais tipos de deslizamentos são rotacionais e translacionais (Figura 6); • Espalhamento: é uma forma de deslizamento, onde ocorre rápida movimentação de um montante de massa de argila; o modo dominante de movimento é a expansão lateral acompanhada por fraturas e tensões cisalhantes (Figura 7); 5 Figura 6:Escorregamento. Figura 7: Espalhamento. • Escoamentos: movimento da massa de solo argiloso, movendo-se como fluídos viscosos (Figura 8). Figura 8: Escoamento. 2.3 Estabilização de taludes A realização de projetos econômicos e seguros necessita de análise da estabilidade dos taludes existentes no local; o estudo da probabilidade de 6 deslizamento, da ocorrência de deslizamentos anteriores, entre outros fatores que são importantes para evitar problemas durante a obra e no futuro. É importante investigar qual a causa da instabilização do talude para atuar sobre o mecanismo. Se há percolação interna no maciço, são convenientes obras de drenagem e impermeabilização; se está ocorrendo erosão, a proteção vegetal pode ser efetiva; se há ação de forças gravitacionais causando deslizamentos, o retaludamento é viável. Uma diversa gama de opções viáveis para estabilizar taludes de aterro existem hoje em dia, destacando-se entre elas as obras de contenção. Elas são estruturas de reforço de um maciço que tenha tendência a se desestabilizar naturalmente ou quando alguma interferência do homem, como cortes e aterros causem a sua instabilidade (BENJAMIN, 2006). Um tipo de estrutura de contenção existente muito importante são os muros de arrimo. 2.4 Muro de arrimo O muro de arrimo é um tipo de estrutura de contenção vertical ou majoritariamente vertical, em que o seu peso ou sua resistência a flexão opõe-se ao empuxo do solo. Ele serve para suportar a terra além de isolar o terreno. Ele é utilizado para garantir a segurança de terrenos em declive ou inclinação que receberão cortes para ficarem planos. Dentre os principais tipos de muro estão o muro de gravidade, gabiões e de concreto armado. 2.5 Tipos de muros de arrimo Segundo Moliterno, eles podem ser classificados em: 2.5.1 Muros de gravidade Para execução dessa estrutura, é necessário que o solo possua boa capacidade de carga, pois possui peso elevado. O próprio peso é responsável por sua estabilidade, e sua alturaé limitada. Possui resistência aos mecanismos de ruptura, 7 como deslizamentos, por possuir elevada capacidade de se opor ao empuxo do solo (Figura 9). Figura 9: Muros de gravidade. 2.5.2 Gabiões A resistência aos esforços do solo é devido ao seu peso elevado, assim como os demais muros de gravidade. São feitos de arame em malha hexagonal com dupla torção, arranjados como gaiolas, preenchidos com pedra britada (Figura 10). Figura 10: Configuração de um muro tipo gabião. 8 2.5.3 Muros de flexão São estruturas montadas de tal forma que a resistência se dá pelo seu próprio peso e a porção de solo apoiada à base de sua seção. Como reforço opta-se pela colocação de contrafortes e também ancoragens em sua base (Figura 11). Figura 11: Muro de flexão com e sem contra-fortes. 9 3 METODOLOGIA Este trabalho mostra um estudo de caso realizado por F.O. Charles, A.M.N. B. Luiz e A.T. Karine. O artigo trata do estudo das possíveis causas e consequências provocadas pelo deslizamento da base do muro de arrimo de concreto armado. 3.1 Descrição da obra Localizada em São João da Ponte, MG, foi uma obra de edificação pública que possuía terreno em declive, com caimento para os fundos, por isso foi necessária a construção de muro de arrimo de flexão. 3.2 Cronologia Iniciou-se a obra em setembro de 2012 e, após um ano, já surgiram os primeiros problemas. Ocorreram fissuras e trincas ao longo do muro, resultando em deslocamento do muro (Figura 12). Figura 12: Trinca e desnível do muro em relação à vertical. Com as chuvas do final de 2013, identificaram-se as primeiras movimentações em todos os muros, sendo que o muro M6, o mais alto, foi o que apresentou maior deslocamento, apresentando risco para a edificação vizinha (Figura 13). 10 Figura 13: Croqui do terreno, posição dos muros e das sondagens (sem escala). Constatou-se através de sondagens que o solo era sedimentar, possuindo baixa resistência para suportar grandes cargas. Além disso, os fatores de segurança mínimo para deslizamento e capacidade de carga estipulados pela norma da ABNT NBR 11682:2009 não estavam sendo atendidas. 11 4 RESULTADOS Dentre as causas foram elencadas falhas no projeto executivo e recalques provocados pela acomodação do solo. Foi necessária a execução de obra de reforço estrutural para garantir a estabilidade dos muros de arrimo. A obra mais viável foi o projeto de reforço por micro estacas. 12 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DYMINSKI, A. S. Estabilidade de Taludes. Notas de Aula. Universidade Federal do Paraná, 2003. DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. São Paulo: Cengage Learning, 2011. MARANGON, M. Estabilidade de Taludes. Notas de Aula. Universidade Federal de Juiz de Fora, 1995. MOLITERNO, A., 1994, Caderno de Muros de Arrimo, Ed. Blucher, 2ª edição, São Paulo, Brasil. NOVOTNÝ, J. VARNES LANDSLIDE CLASSIFICATION (1978). Notas de aula. Charles Universit, 2013. OLIVEIRA, C.H. Análise de deslizamento de muro de arrimo provocado por falha no projeto. Revista PATORREB 2018. TONUS, B.P.A. Estabilidade de taludes: avaliação dos métodos de equilíbrio limite aplicados a uma encosta coluvionar e residual da serra do mar paranaense. 147 pg. Dissertação de mestrado - Universidade Federal do Paraná, 2009. VARNES, D. J. Slope Movement Types and Processes. Landslides: Analysis and Control. Washington, 1978.
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