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Crucificado em mim - Watchman Nee

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Crucificado em mim. 
Qual é o segredo para nossa libertação do mundo? Fugir para bem longe e construir uma 
cabana em uma ilha deserta, onde você não tenha contato algum com a sociedade? Talvez 
pareça uma boa ideia, mas é tolice. Precisamos reconhecer a sentença de Deus 
condenando o mundo. Nós estamos no mundo, mas não somos dele. 
Santificação em nós é o que é de Deus, o que está totalmente separado para Cristo. 
Você sabia que o apóstolo João usou 79 vezes a palavra grega kosmos (mundo) na Bíblia? 
Foram 58 vezes em seu Evangelho, 18 em suas Epístolas e 3 vezes em Apocalipse. É um 
sinal de que o assunto é sério! Logo em sua primeira epístola, ele adverte aos irmãos 
daquela época: “tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a 
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 João 
2:16). 
Se, naquela época, João tinha essa preocupação, quanto mais nós hoje, que vivemos em 
um mundo onde a sociedade valoriza e estima a carnalidade, dos olhos e a soberba da 
vida: proeminência, riqueza, realização e sucesso. Não estou dizendo que devemos ser 
pessoas fracassadas, mas toda vez que nos encontramos com o sucesso, estamos de 
alguma forma tocando o sistema do mundo e aí mora o perigo! 
Se é a soberba da vida e não o louvor a Deus o sentimento que desperta as nossas 
realizações, podemos ter certeza que estamos tocando o mundo e isso se torna uma 
barreira em nossa comunhão com Deus. 
O mundo irá seguir seus passos e encontrá-lo não importa onde se esconda. Quando 
fugimos do mundo, descobrimos, logo em seguida, quanto o amamos e quanto ele nos ama. 
Nossa libertação do mundo começa quando entendemos esta sentença: “caiu, caiu a grande 
Babilônia” (Ap 18:2). A grande cidade, Babilônia, representa o mundo e todo o sistema que 
persegue e domina o homem até hoje, afastando ele de Deus. Em Apocalipse, João nos 
mostra que Deus faz uma sentença de morte para Babilônia, algo que acontecerá no futuro, 
porém Deus já decretou o seu fim. Você investiria em algo que está destinado à falência? 
Imagine um banco que está quebrado e o governo decide fechá-lo – você depositaria uma 
grande quantia de dinheiro para tentar salvar esse banco? Espero que não! Podemos dizer 
o mesmo do mundo: está sob um decreto de falência e fechamento. Quando vemos 
com os olhos de Deus, perdemos todo o interesse no mundo e ele perde o domínio sobre 
nós. 
Para finalizar, lembremos do apóstolo Paulo: “longe esteja de mim gloriar-me, a não ser 
na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim 
e eu para mundo” (Gl 6:14). Quão extraordinário é esse versículo, você consegue 
perceber? Quando cremos na obra da cruz de Cristo, somos incluídos nesse fato. Quando 
Deus vem a você e a mim com a revelação da obra consumada da cruz de Cristo, Ele não 
apenas nos mostra que estamos cravados lá na cruz, mas nos mostra nosso mundo cravado 
lá também! 
Nós estamos no mundo, porém não somos do mundo. Nós utilizamos as coisas desse 
mundo, porém elas não possuem domínio sobre nós.

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