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Reparo e Regeneração, Robbins 8ed, Patologia

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Ana Paula de Castro Costa 1 REPARO E REGENERAÇÃO 
REPARO E REGENERAÇÃO 
A neutralização de agentes agressores leva a desorganização e destruição tecidual. Torna-se 
necessária uma segunda etapa dos mecanismos de defesa, caracterizada pela reorganização da área 
lesada. O reparo consiste na substituição das células e tecidos alterados por um tecido neoformado 
derivado do parênquima e/ou estroma do local injuriado. 
Se a reparação for feita principalmente pelos elementos parenquimatosos, uma reconstrução 
igual a original pode ocorrer (regeneração), mas se for feita em grande parte pelo estroma, um tecido 
fibrosado não especializado será formado (cicatriz). Poderá ocorrer um ou outro processo ou os dois, 
dependendo de alguns fatores sendo os mais importantes: (1) a capacidade dos elementos do 
parênquima se regenerarem e (2) a extensão da lesão. 
Quando a lesão causa a perda de muitas células em vez de atingir focalmente as células do seu 
citoplasma, o reparo é mais complexo e pode assumir uma das possibilidades: 
1. Se as células parenquimatosas morrem, mas o estroma permanece íntegro, o reparo se faz 
a partir de células do mesmo tipo das que se perderam, voltando o órgão à sua estrutura 
normal. 
2. Se o estroma é destruído, o reparo se faz fundamentalmente às custas do tecido conjuntivo 
(cicatrização), o que quase sempre aparece combinado com certo grau de regeneração dos 
elementos epiteliais, os quais podem ou não se reproduzir a estrutura que tinham 
anteriormente. Neste último caso, ocorre uma Regeneração Atípica. 
Um organismo vivo tem a capacidade de reparar suas perdas, propriedade persistente desde o 
nível celular. O REPARO TECIDUAL é a habilidade do corpo em substituir células lesionadas ou mortas 
e reparar tecidos após dano (inflamação). 
TIPOS DE REPARO 
1. Regeneração (restabelecimento da célula original do tecido): 
Compreende o processo onde o tecido lesado é reposto por células da mesma origem daquelas 
que se perderam, como o crescimento, em anfíbios, de um membro amputado. 
2. Cicatrização (substituição do local danificado por tecido conjuntivo fibroso) 
É a substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo fibroso. Para que a cicatrização se efetue 
são necessárias a eliminação do agente agressor, a ativa manutenção do potencial de proliferação das 
células, completadas pela irrigação e nutrição suficientes. Como a cicatrização por tecido fibroso é 
Ana Paula de Castro Costa 2 REPARO E REGENERAÇÃO 
constituída por tecido mais simples e mais primitivo do que os tecidos que ela substituiu, essa 
cicatrização implica na perda permanente da função fisiológica da região comprometida. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO 
1. Capacidade proliferativa celular: as células podem ser divididas em 3 categorias de acordo 
com a capacidade de regeneração. 
a) Células Lábeis: são aquelas que continuam a se multiplicar durante toda a vida (células 
epiteliais, hematopoiéticas e linfoides). Regeneram-se com rapidez e facilidade. 
b) Células estáveis: normalmente não se dividem, contudo têm a capacidade de proliferar 
quando estimuladas. Núcleos permanecem quiescentes a maior parte do tempo. São as 
células das glândulas como: fígado, pâncreas, salivares, endócrinas e as células 
derivadas do mesênquima como fibroblastos e osteoblastos. 
c) Células permanentes: são aquelas que perdem totalmente a capacidade de se dividir, 
(como as células do sistema nervoso central e músculos). Os núcleos não têm mais a 
capacidade de reiniciar o processo replicativo. Uma reconstrução original da área lesada 
só poderá ocorrer se as células afetadas forem do tipo lábel ou estável porque se forem 
do tipo permanente, ocorrerá substituição por tecido conjuntivo. 
2. Qualidade da matriz extracelular e estroma remanescente 
O interstício ou matriz extracelular é constituído por uma rede complexa de macromoléculas 
que preenchem os espaços intracelulares. Ela regula o crescimento, a proliferação, o movimento e a 
diferenciação das células que vivem no seu interior. 
A MEC também se condensa logo abaixo dos revestimentos epiteliais, endoteliais e mesoteliais 
para formar uma estrutura característica e especializada, a membrana basal. 
As macromoléculas da MEC podem estar estruturadas em fibras (colágenas, reticulares, 
elásticas) ou sob forma de um complexo amorfo, intimamente associado às fibras, denominado 
substância fundamental amorfa. Tais macromoléculas são: 
a) Proteínas fibrosas (colágeno e elastina): que formam as fibras colágenas e reticulares 
(colágeno) e elástica (elastina). 
b) Proteínas não fibrosas, de aderência (laminina e fibronectina): que aderem as células à MEC, 
e proteínas organizadoras também com função de adrência, coo a tenascina, a entactina, e 
a ondulina. 
Ana Paula de Castro Costa 3 REPARO E REGENERAÇÃO 
c) Glicosaminoglicanos (poliglicanos) e proteoglicanos: que formam um gel altamente 
hidratado, a substância fundamental, na qual as proteínas fibrosas estão imersas. 
TEM COMO FUNÇÃO 
- Estrutura à migração celular; 
- Manutenção da polaridade celular 
correta; 
- Fonte de células importantes 
- Fonte de sinalizadores importantes ao 
reparo 
- Manutenção da diferenciação celular 
- Controle do crescimento celular 
- Arcabouço para a renovação tecidual 
- Estabelecimento de microambientes 
teciduais 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Preservação das células tronco adultas 
- Capacidade prolongada de auto-renovação 
- Replicação assimétrica 
- Células tronco embrionárias x células tronco adultas (linhagem específica) 
 
4. Fatores de crescimento (polipeptideos) 
Esses fatores, os quais podem ter múltiplos ou restritos alvos celulares, podem, também, 
promover a sobrevida celular, locomoção, contratilidade, diferenciação e angiogênese, atividades tão 
importantes quanto seus efeitos promotores de crescimento. Todos os fatores agem como ligantes a 
receptores específicos, os quais liberam sinais para as células alvo. 
 
aplicações
multiplas de
pequenas doses
de tetracloreto
de carbono
Dano a 
arquitetura 
da MEC
Cicatrização
Lesão 
hepática 
após alta 
dose de 
tetracloreto 
de carbono
Presevação da 
arquitetura 
tecidual da MEC
Regeneração
EGF e TGF alfa; VEGF; 
PDGF; FGF; TGF beta, são 
mitogênicos e em sua 
maioria ativam a mitose
Sinalização
- ativa transcrição
- ativa genes dormentes
- estimula o ciclo celular
Ana Paula de Castro Costa 4 REPARO E REGENERAÇÃO 
MECANISMOS DE REPARO TECIDUAL 
- Capacidade de as células quiescentes reentrarem no ciclo celular 
- Diferenciação eficiente das células tronco adultas 
- HIPERPLASIA – HIPERTROFIA 
1. Regeneração hepática (crescimento compensatório) 
O fígado humano possui a capacidade de regenerar-se, como demostrado por seu crescimento 
após hepatectomia parcial, que pode ser realizada para a ressecção de um tumor ou transplante 
hepático para doador vivo. 
O crescimento ocorre por um aumento dos lobos que restaram após a cirurgia, processo 
conhecido como crescimento compensatório ou hiperplasia compensatória. 
Há dois principais pontos de restrição para a replicação do hepatócito: 
a) A transição de G0/G1 que traz hepatócitos quiescentes para o ciclo celular 
b) A transição de G1/S necessária para a passagem pelo último ponto de restrição de G1. Mais 
de 70 genes são ativados. 
FORMAÇÃO DE CICATRIZ 
 Emigração e proliferação de fibroblastos no local da lesão: aumento de fibroblastos e 
células endoteliais, síntese de colágeno. 
 Deposição de Matriz Extracelular (angiogênese e tecido de granulação ou tecido 
“jovem”): diminuição de fibroblastos e células endoteliais, aumento na síntese de 
colágeno. 
 Remodelaçãotecidual: aumento na síntese de matalproteinases e diminuição na síntese 
de colágeno. 
O termo cicatriz é mais frequentemente associado à cura de feridas na pele, porém é usado 
também para descrever a substituição de células paraquimentosas de qualquer órgão após o infarto 
do miocárdio. 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 
 Cicatrização de primeira intenção (união primária): 
Tem importância principalmente em cirurgia e em ferimentos. É o tipo mais simples de 
reparação que pode ocorrer. O exemplo mais comum é a incisão cirúrgica feita com bisturi e posterior 
Ana Paula de Castro Costa 5 REPARO E REGENERAÇÃO 
sutura das bordas. A incisão leva a morte de células epiteliais, assim como de elementos do tecido 
conjuntivo. Uma vez feita a sutura o espaço entre as bordas é reduzido e fica cheio de coágulo. 
A fibrina formada induz a migração e serve de matriz para a proliferação de fibroblastos e 
angioblastos, que vão formar o tecido de granulação. “Geleias” de fibrina induzem a fibroplasia e a 
angiogênese. Inicia-se uma inflamação aguda com exsudato principalmente de neutrófilos e 
posteriormente macrófagos. Ao mesmo tempo fibroblastos e angioblastos proliferam a partir das 
bordas e começam a invadir a área inflamada dando origem a um tecido rico em fibroblastos e vasos 
neoformados conhecido como tecido de granulação. 
Inicialmente é um tecido altamente celular, mas com a contínua produção de fibras colágenas, 
tornam-se menos celular e dentro de uma área está ocupada por um tecido de poucas células e 
vascularizado e rico em fibras constituindo a cicatrização, e marcando para sempre o local da incisão. 
A proliferação não contínua de células epiteliais é controlada por fatores de crescimento celular e esta 
é uma das diferenças importantes em relação ao que ocorre nos carcinomas. 
 Cicatrização de segunda intenção (ferimentos com margens separadas): 
Ocorre quando a área lesada é mais extensa e as bordas não podem ser coaptados por sutura, 
como por exemplo em ulceras, abcessos ou devido a uma infecção de uma incisão cirúrgica. O processo 
básico é o mesmo que na união primária, diferindo apenas por ser uma área maior e ter grande 
quantidade de exsudato inflamatório e restos necrosados. 
O tecido de granulação vai se proliferar à medida que a área vai sendo limpa. A cicatrização por 
segunda intenção ocorre inevitavelmente com a formação de grande quantidade de tecido cicatricial. 
A formação excessiva de tecido cicatricial pode provocar uma protuberância no local, sendo o processo 
chamado de queloide. 
A UNIÃO SECUNDÁRIA SE DIFERE DA PRIMÁRIA POR: 
 Perda de grande quantidade de tecido 
 Presença de uma maior quantidade de restos necróticos e exsudatos inflamatórios 
 Formação de maior quantidade de tecido de granulação 
 Produção de cicatriz mais extensa 
 
 
 
Ana Paula de Castro Costa 6 REPARO E REGENERAÇÃO 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA CICATRIZAÇÃO: 
SISTÊMICOS 
 Nutrição 
 Condições metabólicas 
 Condições circulatórias 
 Hormônios 
LOCAIS 
 Infecção 
 Fatores mecânicos 
 Corpos estranhos 
 Tamanho, localização e tipo de ferida 
 
COMPLICAÇÕES NA CICATRIZAÇÃO DA FERIDA 
1. Formação deficiente de cicatriz (do tecido de granulação ou organização da cicatriz): pode 
levar a dois tipos de complicações: (1) deiscência ou ruptura de uma ferida, (2) ulceração. 
2. Formação excessiva dos componentes do processo de reparo: pode originar cicatrizes 
hipertróficas e queloides. Outro desvio na cura das feridas é a formação de quantidade 
excessiva de tecido de granulação que fazem protrusão acima do nível da pele circundante e 
bloqueiam a reeptelização, processo esse chamado de Granulação Exuberante. 
3. Formação de Contratura: A contração no tamanho de uma ferida constituiu uma parte 
importante do processo normal de cicatrização. Um exagero desse processo origina a 
“contratura” e resulta em deformidade da ferida e dos tecidos circundantes.

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