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Repartição das Receitas Tributárias A existência de um sistema de repartição de receitas decorre do próprio pacto federativo, que assegura aos entes autonomia, ideia intensamente protegida pela Constituição de 1988. A Constituição se utiliza de dois instrumentos que auxiliam na garantia da autonomia financeira dos entes federativos: a repartição das competências tributárias e a repartição do produto arrecadado pelos entes maiores com os entes menores. Uma análise da Constituição permite observar que a repartição das competências tributárias acaba por concentrar maior parte da renda nos cofres públicos federais. A repartição é verticalizada: os entes menores participam na arrecadação dos entes maiores. ESPÉCIES DE REPARTIÇÃO DE RECEITAS O repasse pode se dar direta ou indiretamente. Direta: quando o ente federativo beneficiado a recebe diretamente, sem intermediários e sem que a receita faça parte de qualquer fundo constitucional. Indireta: situações nas quais os recursos a serem repartidos são destinados primeiramente a um fundo de participação e após, as receitas são repartidas entre os entes beneficiários, seguindo os critérios constitucionalmente definidos. São apenas duas as espécies tributárias repartíveis: IMPOSOS e CIDE- COMBUSTÍVEIS. Dentre os IMPOSTOS, alguns não têm as suas receitas repartidas: àTodos os impostos arrecadados pelos MUNICÍPIOS e pelo DF. à ITCMD estadual e do DF. à II, IE, IGF e IEG, todos da União. REPARTIÇÃO DIRETA IOF-Ouro à DF ou Estados e Municípios: entrega de 100% para o DF; 30% para os Estados e 70% para os Municípios; valor do IOF incidente sobre o ouro quando este é definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. União à Estados/DF Art. 157 da CF. 1o: Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. Os Estados e o DF, ao pagarem um servidor o seu salário, por exemplo, devem reter na fonte o valor referente ao IRPF. Entretanto, os valores retidos pertencem ao ente instituidor. STJ: caso o servidor queira contestar a própria retenção, a competência é da JUSTIÇA ESTADUAL, pois a discussão é entre o Estado/DF e o servidor. Súmula 447: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retidos na fonte proposta por seus servidores”. Agora se a ação for acerca da restituição referente à declaração anual do IR, a competência é da Justiça Federal, pois conta com a participação da União. 2o: 20% dos Impostos Residuais previsto no art. 154, I. UNIÃO à MUNICÍPIOS 1o: Imposto sobre a renda... (idem). 2o: 50% do ITR referente aos imóveis situados no município. É possível, na forma da lei, que o Município fiscalize e cobre o ITR, ficando com 100% do valor arrecadado. REPARTIÇÃO INDIRETA Existem 4 (quatro) fundos: à 3 fundos são compostos por 49% da arrecadação do IPI e do IR, excluída a parcela referente à retenção na fonte pelos Estados, DF e Municípios. (Fundo de Participação dos Estados – FPE, Fundo de Participação dos Municípios – FPM e à 1 fundo é composto por 10% do IPI (compensa a desoneração das exportações), dirigido aos Estados e DF. Os fundos de participação e de incentivo ao setor produtivo do Norte, Nordeste e Centro-Oeste Formados por 49% da arrecadação do IR e do IPI. à 49% do IPI à 49% do IR referente à arrecadação da União (excluindo a parcela dos Estados, DF e Municípios). A repartição se dá da seguinte forma: à 21,5%: Fundo de Participação dos Estados e do DF; à 22,5%: Fundo de Participação dos Municípios; à 3%: programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, por meio das suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento; à 1%: Fundo de Participação dos Municípios entregue no primeiro decênio de dezembro; à 1%: Fundo de Participação dos Municípios entregue no primeiro decênio de julho; Nessa linha, de forma semelhante àquela utilizada para fixar os coeficientes válidos de outubro de 2013 a dezembro de 2015, quanto menor a renda domiciliar per capita e maior a população (com mesmo peso para os dois fatores), maior será o repasse efetuado. De qualquer forma, a realização dos cálculos dos valores a serem repassados, seguindo os parâmetros legais, é da competência do Tribunal de Contas da União, conforme determinado pelo parágrafo único do art. 161 da CF. Ressalte-se que o TCU calcula o repasse para o DF, para cada Estado e para cada Município e não o montante do IPI e do IR que a União deve entregar ao fundo. Do FPE – 85% para regiões N, NE e CO e 15% para S e SE.
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