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Transformações da Família na Psicologia Jurídica

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SDE0153 – PSICOLOGIA JURIDICA 
Aula 3: As transformações da família 
 
 
 
 
Aula 3: A evolução do conceito de família 
 
 
 
Psicologia Jurídica 
1. As transformações da família 
 
As transformações da família 
Enquanto instituição, pode ser entendida como uma construção social que varia ao 
longo da historia da humanidade, portanto, vem sofrendo algumas importantes 
modificações no decorrer dos tempos. 
FAMÍLIA 
Ontem Hoje 
família 
Patriarcal - Roma 
 autoridade do chefe 
da família, 
 submissão da 
esposa e dos filhos 
 homem - chefe. 
Igualitária 
organizações familiares alternativas: 
 casamentos sucessivos com parceiros distintos e filhos 
de diferentes uniões; 
 casais homossexuais adotando filhos legalmente; 
casais com filhos ou parceiros isolados ou mesmo cada 
um vivendo com uma das famílias de origem; 
 as chamadas “produções independentes” tornam-se 
mais frequentes; 
 mais ultimamente, duplas de mães solteiras ou já 
separadas compartilham a criação de seus filhos. 
Sacramental – Idade 
média 
 casamento 
 influência da Igreja 
 fidelidade 
Final do século XIX e inicio do século XX – declínio do modelo patriarcal 
FAMÍLIA 
Família patriarcal => 
Caracterizava-se como família 
extensiva e poderia incluir 
parentes, criados, escravos e 
todos que vivessem sob o 
comando do patriarca. 
A mulher é consagrada a rainha do lar. 
 Houve um deslocamento da autoridade patriarcal na família para um valor 
conferido aos cuidados maternos. 
 A família patriarcal deu lugar a família constituída pelo vinculo do afeto 
 
FAMÍLIA 
 
 
 
 
CONJUGALIDADE X PARENTALIDADE 
As transformações da família 
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n
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ANTES 1988 – CASAMENTO 
CF 1988 (Art. 226 § 3º): é 
reconhecida a união estável; 
 
CF 1988 (Art. 226 § 4º): 
comunidade formada por 
qualquer um dos pais e seus 
descendentes 
FAMÍLIA 
FAMÍLIA ATÉ 1988 FAMÍLIA APÓS 1988 
Gerador de vínculo indissolúvel 
entre os cônjuges; 
 A mulher => relativamente 
incapaz, passando a ser assistida 
pelo marido nos atos da vida civil. 
 Ao marido competia: 
 A chefia da sociedade conjugal; 
 Administrar o patrimônio 
familiar; 
 Autorizar a profissão da mulher. 
1977 => Lei do Divórcio – 
indissolubilidade do casamento. 
Família não mais se origina apenas do 
casamento. 
Duas novas entidades familiares passaram a 
ser reconhecidas: 
1 - A constituída pela união estável; 
2- A formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
 Quanto aos filhos: 
Garantidos foram aos filhos, havidos ou não 
da relação do casamento, ou por adoção, 
iguais direitos e qualificações, proibidas 
qualquer designações discriminatórias (art. 
227 § 6º) 
 
Dentre os membros da família ganharam tratamento próprio à criança e o 
adolescente, sendo dever da família, da sociedade e do Estado assegurar-lhes, com 
absoluta prioridade, os direitos especificamente enumerados na Constituição 
Federal. 
Família reconstituída 
Família homoafetiva 
 
Família nuclear => formada pelos 
pais e os filhos biológicos e adotivos 
Família monoparental => um dos 
pais com os seus filhos (art. 227 § 6 
constituição federal) 
Famílias recompostas => um dos 
membros do casal possui filhos de 
relações anteriores. 
TIPOS DE FAMÍLIA 
cresceu o número de separações e divórcios, 
a igualdade passou a ser um pressuposto em 
muitas relações matrimoniais. 
O casamento tradicional foi o 
esteio para a manutenção dos 
vínculos de filiação. 
 
hoje => nos deparamos com o 
constante questionamento sobre 
critérios e práticas para a garantia 
desses vínculos quando os pais já 
não vivem mais juntos. 
Família, Casal e Filiação 
 O casal pode ter autonomia e liberdade para 
decidir o seu relacionamento. 
 
O mesmo não ocorre com a filiação. 
 
 Rompida a união conjugal => possibilidade 
de serem formados novos casais. 
 
 O que leva ao dilema sobre cuidado dos 
filhos 
 
CONJUGALIDADE ≠ PARENTALIDADE 
Isto por que? 
Família, Casal e Filiação 
Nossa sociedade os vínculos de filiação encontram-se historicamente 
relacionados ao vínculo matrimonial. 
Família, Casal e Filiação 
Tais constatações tem exigido alterações na legislação, 
agora a indissolubilidade não se aplica à união conjugal 
mas, sim, à filiação. 
Martial (1995) chama a atenção para o fato de que em épocas anteriores quando 
ocorria o divórcio ou separação, era habitual a mãe permanecer com a guarda dos 
filhos, afastando totalmente o pai das crianças. 
ATENÇÃO!!!!!! 
A guarda compartilhada é diferente da guarda alternada 
Guarda Compartilhada 
Até recentemente a guarda unilateral era o modelo 
aplicado – geralmente ficava com a mãe. 
A convenção Internacional sobre os Direitos da Criança 
(1989) apontava o direito da criança conservar as 
relações com os pais após a separação. 
A lei 11.698/2008 representa uma nova compreensão 
do modelo de família e estabelece a guarda 
compartilhada. 
Não só a família, mas também a filiação foi alvo de 
profunda transformação. 
 
No confronto entre a verdade biológica e a 
realidade vivencial, a jurisprudência passou a 
atentar ao melhor interesse de quem era disputado 
por mais de uma pessoa. 
 
O prestígio à afetividade fez surgir uma nova figura 
jurídica, a filiação socioafetiva, que acabou se 
sobrepondo à realidade biológica. 
Filhos 
Filhos 
A moderna doutrina não mais define o vínculo de parentesco em função da 
identidade genética. A valiosa interação do direito com as ciências psicossociais 
ultrapassou os limites do direito normatizado e permitiu a investigação do justo 
buscando mais a realidade psíquica do que a verdade eleita pela lei. 
A definição da paternidade está condicionada à identificação da posse do estado 
de filho, reconhecida como a relação afetiva, íntima e duradoura, em que uma 
criança é tratada como filho, por quem cumpre todos os deveres inerentes ao 
poder familiar: cria, ama, educa e protege. 
O papel da família 
Assuntos da próxima aula: 
1. Psicologia e Direito Civil

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