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Milton Santos
Conhecido no mundo inteiro por suas contribuições para a Geografia e para a sociedade, abordando temáticas como a pobreza, desigualdades sociais e a globalização inserida no Brasil.
Nascido em 3 de maio de 1926 em Brotas Macaúbas, na Chapada Diamantina - Bahia, filho de professores primários que o influenciou a se dedicar aos estudos, e desde pequeno Milton nutria interesse pela geografia. 
Graduou-se bacharel em Ciências e Letras (1941) e em Direito (1948) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Salvador. Viveu até meados da década de 50 entre Salvador e o Sul Baiano, região dinamizada pela economia do Cacau. Realizou nesta época, as atividades de professor, jornalista e também deu início aos estudos geográficos empíricos. Em 1954 ingressou como professor da Faculdade Católica de Filosofia e conviveu com vários professores franceses de Geografia e assim fixou sua dedicação a essa ciência. 
Visava entender o ambiente Baiano do período, como também, a demanda de uma teorização da disciplina vinculada à cientificidade e operacionalização de uma geografia regional de matriz francesa que influenciava o Brasil daquela época. Tornou-se doutor em geografia pela Universidade de Estrasburgo, França (1958). o regressar ao Brasil, criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo intercâmbio com os mestres franceses. Após seu doutorado, teve presença marcante na vida acadêmica, em atividades jornalísticas e políticas de Salvador. Em 1961, viaja a Cuba, na qualidade de editor do jornal A TARDE, com a comitiva de Jânio Quadros, então eleito Presidente da República. Logo após ser empossado, Jânio o convida para ser subchefe da casa civil na Bahia, cargo que exerceu durante o curto mandato do presidente. Em 1963, o governador da Bahia, Lomanto Junior, o nomeou Presidente da Comissão de Planejamento Econômico (CPE), carga ao qual ele permaneceu até 1964.
Durante a instalação da ditadura militar, Santos exilou-se na França, e começou, assim, sua carreira internacional imposta pela situação política no Brasil. 
Primeiro na França, professor convidado nas universidades de Toulouse, Bordeaux e Paris-Sorbonne, e no IEDES (Instituto de Estudos do Desenvolvimento Econômico e Social). De 1971 a 1977, inicia uma carreira verdadeiramente itinerante, ao sabor dos convites: no MIT (Massachusetts Institute of Technology - Boston) como pesquisador; e como professor convidado nas universidades de Toronto (Canadá), Caracas (Venezuela), Dar-es-Salam (Tanzânia), Columbia University (New York). Esse período abre uma longa caminhada em direção a teorização em geografia, com o intenso aproveitamento das ricas bibliotecas das grandes universidades. Já demonstrando o interesse pela economia urbana dos países subdesenvolvidos. 
Em 1977, retorna ao Brasil. Passam-se dois anos antes de conseguir voltar a ensinar na universidade brasileira, primeiro na Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1979 a 1983, ano em que ingressa por concurso na Universidade de São Paulo, professor titular de geografia humana até a aposentadoria compulsória, recebendo o título de Professor Emérito da USP em 1997 e continuando a pesquisar, publicar e orientar estudantes até o final de sua vida. Será reintegrado oficialmente à Universidade Federal da Bahia em 1995, da qual tinha sido demitido por ausência. Doze universidades brasileiras e sete universidades estrangeiras lhe outorgaram o título de Doutor Honoris Causa.
Em 1994, recebe o Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud. Nesta última fase de seu percurso, publica Por uma Geografia Nova, da crítica da geografia a uma geografia crítica (1978), contribuição à efervescência e ânsia de renovação dessa ciência no Brasil. O espaço é definido como uma instancia social ativa, a noção de formação sócio-espacial introduzida. As pesquisas, as aulas e as publicações resultantes tencionam um esforço epistemológico para dotar a geografia latino-americana de categorias de análise apropriadas.

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