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SOLDAGEM 1. Introdução Junção de peças metálicas por contato e aquecimento. Processos por fusão: fusão local das partes, necessidade de metal de adição (geralmente). Processos por pressão: aquecimento para aumento da plasticidade (sem fusão) e aplicação de pressão. 2. Tipos de juntas Juntas de topo: - flange (partes de até 3mm de espessura) - reta (3 a 8mm) - em V (14 a 16 mm) - em duplo V (16 a 20 mm) - em U (acima de 20mm) - em duplo U (acima de 20 mm) Juntas sobrepostas: sobreposição de 3 a 5 vezes a espessura das chapas Juntas de canto (com ou sem chanfro) Juntas em T (com ou sem chanfro) 3. Metalurgia da Solda Soldagem ocorre pela eliminação de óxidos superficiais e solução sólida dos metais envolvidos. Aquecimento pode levar a fusão local, crescimento de grãos cristalinos ou mudança não significativa na estrutura das partes. 2007B – Soldagem e Uniões – 1 Juntas de topo Junta sobreposta Juntas de canto Juntas em T Para soldagem com metal de adição e junta em V, obtém-se o esquema da figura a seguir. A região 2 é formada pelo metal de adição, a região 3 é formada pela zona das partes que sofreram fusão e a região 4 se trata de uma zona que é aquecida e resfriada sem mudanças significativas na estrutura cristalinas. Entre as regiões 3 e 4 existe uma zona em que o metal não é fundido mas, pela elevada temperatura, ocorre grande recristalização (crescimento de grãos) e diminuição das propriedades mecânicas de resistência e dureza. Perguntas: 1. Existe relação entre o perfil da junta soldada e a espessura das chapas? 2. Faça um esboço da metalurgia da solda, identifique a região menos resistente da solda e explique a diminuição da resistência. 4. Soldagem a gás Realiza-se a fusão das partes e do metal de adição por chama obtida com a queima de mistura de gás combustível (acetileno, hidrogênio, butano, propano) e oxigênio. 2007B – Soldagem e Uniões – 2 Gás mais comum: acetileno. Costuma-se chamar a soldagem de oxi-acetilênica. Utilizada geralmente em serviços de reparo (baixo custo). Não é utilizada na produção seriada pois apresenta baixa produtividade e alta dependência da habilidade do operador. Equipamento utilizado na obtenção da chama: maçarico. - maçarico de baixa pressão: proporção constante entre gás combustível e oxigênio. - maçarico misturador: proporção pode ser controlada Controlando-se a proporção de gases altera-se as características da chama, necessário para fusão de materiais variados. 5. Soldagem a arco elétrico Fonte de calor: arco elétrico originado pela polarização da peça e do eletrodo. 2007B – Soldagem e Uniões – 3 Maçarico de baixa pressão Maçarico misturador A polarização pode ser contínua ou alternada (gerando corrente contínua ou alternada). Arco é mais estável em corrente contínua. Tensões necessárias para formação do arco: - CC: 40 a 50 V - CA: 50 a 60 V Para manutenção do arco são necessárias tensões mais baixas (15 a 30 V para eletrodo metálico, 30 a 35 V para eletrodo de carbono). O metal de deposição é fundido e geralmente depositado na forma de gotas como mostra a figura a seguir. O eletrodo pode ser consumível (se trata do próprio metal de adição) ou não consumível (fabricado em tungstênio ou carbono) 5.1 Soldagem com eletrodos revestidos Eletrodo revestido: - alma metálica (material de adição) - revestimento composto de materias orgânicas e minerais 2007B – Soldagem e Uniões – 4 O eletrodo é consumido. Funções do revestimento: - formar nuvem gasosa protetora (evita oxidação da solda) - estabilizar o arco elétrico - formar escória que retarda o resfriamento da peça (escória deve ser posteriormente removida) - introduzir elementos de liga É possível a soldagem em posições variadas e o operador utiliza apenas uma das mãos. Mas a qualidade da solda depende fortemente da habilidade do operador. 5.2 Soldagem TIG TIG – Tungsten Inert Gas Arco é formado por eletrodo não consumível de tungstênio e proteção atmosférica é obtida pela cobertura de gás inerte (mistura de hélio e argônio). Tungstênio suporta altas correntes, eletrodo pode ter diâmetro pequeno e assim uma menor área da peça é afetada pelo calor. Pode-se soldar chapas de pequena espessura sem adição de metal (une-se as peças fundidas localmente). 5.3 Soldagem MIG-MAG As soldagens MIG (metal inerte gas) e MAG (metal active gas) utilizam eletrodo consumível que é alimentado automaticamente. Proteção atmosférica é obtida de forma semelhante à do processo TIG. 2007B – Soldagem e Uniões – 5 Proteção gasosa devido ao revestimento Alimentação automática: deposição uniforme do metal de adição, baixa dependência da habilidade do operador e alta produtividade. 5.4 Soldagem a arco submerso Eletrodo consumível sem revestimento. Proteção contra oxidação é obtida pela submersão do arco elétrico em fluxo granulado. Fluxo é isolante térmico: concentra calor na região de interesse (eletrodo e peça) Funções do fluxo: - proteger contra oxidação - estabilizar o arco - formar camada superficial que retarda o resfriamento da peça - evitar respingos (100% do material é depositado) Parte não fundida do fluxo pode ser reaproveitada. Processo totalmente automático, formação de cordões de solda uniformes com bom acabamento. Alta produtividade. Limitação: soldagem apenas na posição horizontal. 2007B – Soldagem e Uniões – 6 Equipamentos da soldagem a arco submerso Variações da soldagem a arco submerso: - “twin arc”: dois eletrodos em paralelo (camada de deposição mais larga) - “tanden arc”: dois eletrodos em série (camada de deposição mais espessa) - eletrodo em fita: eletrodo na forma de fita (camada de deposição mais larga) Perguntas 1. Cite qual é o elemento que protege a região de soldagem quanto à oxidação em cada caso: soldagem à gas, eletrodo revestido, TIG, MIG-MAG, arco-submerso 2. O elemento protetor possui alguma outra função? Quais funções? 2007B – Soldagem e Uniões – 7 3. Ordene os métodos de soldagem acima por ordem crescente de automação. Qual é a relação dessa ordem com os custos e a qualidade do processo? 6. Soldagem por resistência Aquecimento (abaixo do ponto de fusão) por passagem de corrente elétrica e aplicação de pressão. Os eletrodos são compostos de ligas de cobre e materiais refratários como o tungstênio. Existem alguns tipos de montagem diferentes: - soldagem por pontos - soldagem de topo - soldagem por costura (eletrodos circulares, permite a obtenção de tubos com costura) 2007B – Soldagem e Uniões – 8 7. Brasagem Utilizada para unir partes de metais diferentes com a adição de metal que possua soldabilidade com ambas as partes. Apenas o metal de adição é fundido (maçarico, fornos, resistência elétrica) Partes devem estar ligeiramente afastadas (0,013 a 0,075 mm) para que o metal de adição líquido penetre por capilaridade. Materiais de adição: ligas de cobre (latão), ligas de prata, ligas de alumínio. Juntas podem ser sobrepostas ou de topo Utilizado na fixação de pastilhas de corte. Dependendo dos materiais de adição e de suas temperaturas de fusão, classifica-se: - soldabrasagem (650 – 920 oC) - soldagem forte (400 – 450 oC) - soldagem fraca (300 oC) A soldabrasagem também se diferencia pela deposição ser semelhante a de uma soldagem (sem capilaridade). É utilizado fluxo granulado para a proteção contra oxidação. Perguntas: 1. Em qual tipo de soldagem você classificaria a “solda” com ferro de solda (componentes eletrônicos) 2. Qual é a principal diferença entre a soldagem por resistência e as soldagens a arco? 2007B – Soldagem e Uniões – 9 UNIÃO MECÂNICA 1. Introdução União de peças por meio de dispositivos mecânicos, interferência, etc. Existem duas classes: - permanentes - não-permanentesPrincipais vantagens: facilidade de montagem, desmontagem (quando possível) e inspeção, uso de ferramentas simples e de mão de obra não qualificada. Principal desvantagem: podem ser custosas se o tempo de montagem for elevado (pode chegar a 50% do tempo de fabricação). Procura-se minimizar a necessidade de montagem. Padronização: diminuição de custos de fabricação de elementos fixadores e equipamentos, redução do tempo de montagem. Produtos grandes podem ser transportados não-montados e montados já no local de entrega. Desmontagem: permite manutenção (substituição de peças desgastadas, ajustes). Tolerâncias exigidas para montagem automática podem ser maiores que as requeridas para o produto. 2. Elementos Rosqueados 2.1 Parafusos Fixadores mais freqüentes, geralmente não permanentes. Podem ser fixados por porcas ou parte rosqueada. Existem diversas geometrias, porém padronizadas (padrão ISO, padrão americano) 2007B – Soldagem e Uniões – 10 Parafuso de porca Parafuso de calota Prisioneiros: parafusos “sem-cabeça” Os parafusos são geralmente conformados a frio. Podem ser usinados. São empregados diversos materiais: aços de baixo e médio carbono, aços inoxidáveis, ligas de alumínio, ligas de níquel e poliméricos. Aço geralmente é revestido com elemento resistente à corrosão: níquel, cromo, zinco. Tensões nos parafusos: - tração do corpo do parafuso - compressão das partes unidas - cisalhamento do corpo do parafuso - cisalhamento dos filetes É necessário dar pré-tensão ao parafuso para boa união (aperto e resistência). Controle de pré-tensão é realizado pelo controle do torque. Deve-se preferencialmente manter a cabeça do parafuso fixa e apertar a porca. Evita-se tensões e ruptura próxima à cabeça do parafuso. Com o aperto os filetes da porca sofrem conformação plástica, o que permite a distribuição da força por alguns filetes. Além disso ocorre encruamento e aumento da resistência do material da porca. Assim, porcas nunca devem ser reutilizadas. 2007B – Soldagem e Uniões – 11 2.2 Insertos Roscas internas fixadas por interferência em materiais pouco resistentes como ligas leves de magnésio, madeira e plásticos. Também existem variações soldadas e fixadas com rebites. 2.3 Arruelas Acessório que garante melhor junção por parafusos. - distribuem as tensões - permitem maior folga entre parafuso e furo passante - veda a junção - previne o afrouxamento do parafuso 3. Rebites Juntas mecânicas permanentes de alta produtividade e baixos custos. Pino com cabeça é introduzido em furos passantes de chapas e ponta do pino é conformada a quente ou a frio por martelamento ou prensagem para conformação de segunda cabeça. 2007B – Soldagem e Uniões – 12 Vários formatos: sólido, semi-tubular, bifurcado, de compressão Tubulares: mais baratos (redução de material). São mais facilmente conformados e utilizados em fixação de partes sob baixas solicitações. Podem ser rosqueados (semelhantes a insertos). Rebites de repuxo: tubulares montados com pino para o repuxo (conformação). 4. União por interferência Encaixe de peça com dimensões maiores que dimensões do furo onde é encaixada. Gera tensões de compressão e tração capazes de fornecer atrito resistente a torques. Montagem pode ser feita por prensagem de peça com extremidade em formato de cunha, forçada contra o furo ou por variações dimensionais causadas por efeitos térmicos. Geralmente aquece-se a parte com o furo. Eventualmente pode-se também resfriar a parte com o pino. 2007B – Soldagem e Uniões – 13 5. Encaixes de engate rápido União propiciada pela geometria das partes. Partes ficam alinhadas automaticamente levando a montagem rápida (mesmo por operador humano) sem a necessidade de equipamentos especiais. 6. Anéis de retenção (elásticos) Permitem o posicionamento de peças a eixos. Podem ser tanto externos como internos. 7. Juntas Metálicas Conformação de extremidades de chapas. Perguntas: 1. Por que as chapas da carenagem de navios e aviões são preferencialmente unidas por rebites (e não parafusos)? 2007B – Soldagem e Uniões – 14 2. Existe a possibilidade de união por interferência de materiais com fluência elevada? ADESIVOS 1. Introdução União permanente por material geralmente polimérico que se adere às superfícies de duas partes. Resistência do adesivo é obtida por sua cura (polimerização, vulcanização, etc). Às vezes é necessário aquecimento, porém bastante brando. 2. Características Tipos: - naturais: baixa tensão - inorgânicos: baixa tensão - sintéticos: tensões moderadas Deve ser feita limpeza prévia das superfícies (retirada de poeira, óleos e óxidos). Preferencialmente não utilizar sobre superfícies muito lisas (provocar certa rugosidade proposital). Principais vantagens: aplicavél a diversos materiais e geometrias, não há mudança na microestrutura do material. Principais desvantagens: restritos a baixas tensões solicitantes, temperatura de trabalho limitada, necessidade de limpeza e preparamento das superfícies, dificuldade de inspeção. Tempo de cura pode ser longo a ponto de inviabilizar o processo. Adesivo também pode ser usado para vedação de outras junções. Perguntas: 1. Quais as vantagens e desvantagens do uso de adesivos para a união de peças? 2. Existe alguma outra aplicação de adesivos além da união de peças? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - Chiaverini, V. - Tecnologia Mecânica, Volume II, 2a ed., Makron Books, 1986 - Kalpakjian, S., Manufacturing Engineering & Tecnology, 4th ed, Addison Wesley, 2000 - Groover, M. P., Fundamentals of Moder Manufacturing, Prentice Hall, 1996 2007B – Soldagem e Uniões – 15
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