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Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Machado – Capítulo 11 Nervos Cranianos Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles liga-se ao tronco encefálico, excetuando-se apenas os nervos olfatório e óptico, que se ligam, respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo. O V par, nervo trigêmeo, é assim denominado em virtude de seus três ramos: nervos oftálmico, maxilar e mandibular. O VIII par, nervo vestíbulococlear, apresenta dois componentes distintos, que são por alguns considerados como nervos separados. São eles as partes vestibular e coclear, relacionados, respectivamente, com o equilíbrio e a audição. Classificação funcional das fibras dos nervos cranianos: Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Componentes aferentes Órgãos de sentido mais complexo (visão, audição, gustação e olfação), possuem receptores denominados “especiais” para distingui-los dos demais receptores, que, por serem encontrados em todo o resto do corpo, são denominados gerais. As fibras nervosas em relação com estes receptores são, pois, classificadas como especiais. Assim, temos: Componentes Eferentes Músculos mootômicos e branquioméricos, embora originados de modo diferente, são estruturalmente semelhantes. Entretanto, os arcos branquiais são considerados formações viscerais, e as fibras que inervam os músculos neles originados são consideradas fibras eferentes viscerais especiais, para distingui-las das eferentes viscerais especiais, relacionadas com a inervação dos músculos lisos, cardíaco e das glândulas. As fibras eferentes viscerais gerais pertencem à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e terminam em gânglios viscerais, de onde os impulsos são levados às diversas estruturas viscerais. As fibras que inervam músculos estriados miotômicos são denominadas fibras eferentes somáticas. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Nervo olfatório (I) É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo, pois, classificados como aferentes viscerais especiais. Nervo óptico (II) Penetra no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se, pois, como aferentes somáticas especiais. Nervo Oculomotor (III); Troclear (IV); Abducente (VI) São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular. As fibras nervosas são classificados como eferentes somáticas. Como o oculomotor inerna alguns músculos da visão que são músculos lisos, as fibras que os inervam classificam-se como eferentes viscerais gerais. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Nervo trigêmeo (V) Possui uma raiz sensitiva e uma raiz motora. Os três ramos ou divisões do trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular são responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigadores, os quais são inervados por fibras eferentes viscerais especiais. Nervo facial (VII) O nervo emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz sensitiva e visceral, o nervo fascial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg). Juntamente com o (VIII), os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno. Emerge do crânio pelo forame estilomastóideo, as fibras de inervação são eferentes viscerais especiais, aferentes viscerais gerais, aferentes somáticas gerais e aferentes viscerais gerais. As fibras aferentes são prolongamentos periféricos de neurônios sensitivos situados no gânglio geniculado; os componentes eferentes originam-se em núcleos do tronco encefálico. a) Fibras eferentes viscerais especiais: para os músculos mímicos, músculos estilo- hioídeos e ventre posterior do digástrico; b) Fibras eferentes viscerais gerais: responsáveis pela inervação pré-ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) c) Fibras aferentes viscerais especiais: recebem impulsos gustativos originados nos 2/3 anteriores da língua e seguem inicialmente junto com o nervo lingual. Nervo vestíbulococlear (VIII) O nervo vestíbulococlear é um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino. Ocupa, juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal. Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear, que, embora unidas em um tronco comum, tem origem, funções e conexões centrais diferentes. A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular do ouvido interno. A parte coclear do VIII par é constituída de fibras que se originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição. As fibras do nervo vestíbulococlear classificam-se como aferentes somáticas especiais. Nervo glossofaríngeo (IX) O nervo glossofaríngeo é um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõe em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame julgular. Fibras aferentes viscerais gerias, eferentes viscerais gerais. Nervo vago (X) O nervo vago, o maior dos nervos cranianos, é misto e essencialmente visceral. Emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. O vago possui dois gânglios sensitivos, o gânglio superior (ou jugular), situado ao nível do forame jugular, e o gânglio inferior (ou nodoso), situado logo abaixo desse forame. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) As fibras eferentes do vago originam-se em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas, nos gânglios superior (fibras somáticas) e inferior (fibras viscerais). Nervo acessório (XI) É formado por uma raiz cranial (ou bulbar) e uma raiz espinhal. a) Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da laringe do nervo laríngeo através do nervo laríngeo b) Fibras eferentes viscerais gerais: inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais. Nervo Hipoglosso (XII) O nervo hipoglosso, essencialmente motor, emerge do sulco lateral anterior do bulbo, emergindo do crânio pelo canal do nervo hipoglosso (occipital). Suas fibras são consideradas eferentes somáticas. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Aula 26/07 Nervos cranianos A ordem (numeração) é em virtude de aparição de anterior para posterior 1- Sensitivo; Trato oftálmico 2- Sensitivo; Quiasma ótico 3- Motor; Emerge no pedúnculo cerebral (mesencéfalo e ponte) 4- Motor; Próximo ao pedúnculo cerebelar da ponte (motor) 5- Sensitivo e motor; posterior ao troclear no pedúnculo 6- Motor; sulco bulbo-pontino 7- Sensitivo e motor; lateral ao VI 8- Sensitivo; Equilíbrio e audição; não possui origem aparente craniana 9- Sensitivo e motor; Emerge proximalmente as olivas 10- Sensitivo e Motor; Fibras aferentes e eferentes relacionadas as vísceras;maior dos nervos cranianos 11- Motor; Paralelo as pirâmides do bulbo 12- Motor; Proximal as olivas Origem o real – núcleos e gânglios o Aparente encefálica – origem encefálica o Aparente craniana – saída do crânio Típicas – relação com o tronco encefálico Atípicas – nervo olfatório (telencéfalo); nervo óptico (diencéfalo) 1. Nervo olfatório Componente: aferente visceral especial Origem aparente encefálica: bulbo olfatório (superior a lamina cribriforme) Origem aparente craniana: lâmina cribriforme o Epitélio olfatório 2. Nervo óptico Componente: aferente somática especial Origem aparente encefálica: quiasma óptico Origem aparente craniana: canal óptico Thiago Picco Medicina UFMT (LX) o Bulbo do olho Músculos intrínsecos do olho - M. dilatador da pupila (sistema simpático) - M. esfíncter da pupila (sistema parassimpático) – oriundo do oculomotor Músculos extrínsecos do olho - M. reto superior e inferior (III); supra e infra adução, respectivamente - M. reto medial (III) e lateral (VI), adução e abdução, respectivamente - M. obliquo superior (IV) e inferior (III), infra-adução e abdução; supra-adução e abdução 3. Nervo oculomotor Componente: eferente somático; Eferente visceral Origem aparente encefálica: sulco medial do pedúnculo cerebral Origem aparente craniana: fissura orbital superior Inerva o músculo levantador da pálpebra superior Forma o gânglio ciliar (inerva o m. esfíncter da pupila) Uma disfunção nesse nervo pode ocasionar: 1- Miose: 2- Midríase: dilatação da pupila 4. Nervo troclear Componente: eferente somático Origem aparente encefálica: véu medular superior Origem aparente craniana: fissura orbital superior Inerva o m. obliquo superior Uma disfunção desse nervo ocasiona um olho que tende a supra-adução; o paciente tende a inclinar a cabeça para compensar o desnível. 5. Nervo trigêmeo Componentes: aferente somática geral; eferente visceral especial Origem aparente encefálica: entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio Origem aparente craniana: fissura orbital superior (n. oftálmico), forame redondo (n. maxilar) e forame oval (n. mandibular) impressão tregeminal Thiago Picco Medicina UFMT (LX) 1- Nervo oftálmico (V1) -Sensitivo -Fibras aferentes -Inerva o terço superior 2- Nervo maxilar (V2) -Sensitivo -Fibras aferentes -Inerva o terço médio 3- Nervo mandibular (V3) -Misto (sensitivo e motor {relacionados aos músculos da mastigação}) Músculos da mastigação: m. temporal; m. masseter; m. pterigoideo medial e lateral -Inerva o termo inferior -Fibras aferentes e eferentes Neuralgia do trigêmeo: qualquer dilatação da artéria cerebelar superior, culmina em uma compressão do n. trigêmeo. Nervo trigêmeo 1- Nervo oftálmico (V1) n. lacrimal: sensibilidade a glândula lacrimal n. frontal n. supraorbital lateral n. supraorbital medial n. supratroclear n. masociliar n. infratroclear: sensibilidade a pálpebra medial n. etmoidal posterior m. etmoidal anterior 2- Nervo maxilar (V2) n. infraorbital n. alveolar superior posterior n. alveolar superior médio n. alveolar superior anterior n. infraorbital n. nasopalatino: sensibilidade do terço anterior do palato duro n. palatino descendente n. palatino maior: sensibilidade do palato mole nn. palatino menores: sensibilidade dos dois terços posteriores do palato duro n. zigomático n. zigomático facial Thiago Picco Medicina UFMT (LX) n. zigomático temporal 3- Nervo mandibular (V3) n. alveolar inferior n. mentual ramos incisivos n. milo-hióideo n. lingual: sensibilidade de dois terços posteriores da língua n. bucal: sensibilidade da gengiva e bochecha n. auriculotemporal: sensibilidade da ATM n. massetérico; n. pterigoideo medial; n. pterigoideo lateral; nn. temporais profundos (dão motricidade aos músculos da mastigação) atrofia do músculo masseter; mandíbula pendente, desviada para o lado da lesão 6. Nervo abducente Componentes: eferente somático Origem aparente encefálica: sulco bulbo-pontino Origem aparente craniana: fissura orbita superior Inerva o m. reto lateral Uma disfunção nesse nervo, o olho tende a estar em adução (visão para medial) 7. Nervo Facial Componentes: aferente somático geral; aferente visceral geral; aferente visceral especial; eferente visceral especial; eferente visceral geral Origem aparente encefálica: sulco bulbo-pontino Origem aparente craniana: forame estilomastóideo (canal do nervo facial) Ramos cervical, marginal da mandíbula, bucal, zigomático e temporal. n. petroso maior n. corda do tímpano: gustação de dois terços posteriores da língua (em conjunto com o n. lingual n. para m. estapédio: inervação dos músculos da mímica 8. Nervo vestíbulococlear Componentes: aferente somático especial Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Origem aparente encefálica: sulco bulbo-pontino Origem aparente craniana: não sai do crânio nervo vestibular: equilíbrio nervo coclear: audição 9. Nervo glossofaríngeo Componentes: aferente somático geral; aferente visceral especial; aferente visceral geral; eferente visceral especial; eferente visceral geral Origem aparente encefálica: sulco lateral posterior do bulbo Origem aparente craniana: forame jugular o Fibras parassimpáticas – gânglio ótico o Ramos para o m. estilofaríngeo o Ramo para o seio carótico 10. Nervo vago Componentes: aferente somática geral; aferente visceral especial; aferente visceral geral; eferente visceral especial; eferente visceral geral Origem aparente encefálica: sulco lateral posterior Origem aparente craniana: forame jugular Partes Craniana Ramo meníngeo Ramo auricular Cervical Ramo faríngeo Ramos cardíacos cervicais N. laríngeo superior N. laríngeo recorrente direito São visíveis os gânglios superior e inferior do n. vago Torácica N. laríngeo recorrente esquerdo Ramos cardíacos torácicos Plexo pulmonar Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Plexo esofágico Abdominal Ramos esofágicos Ramos gástricos Ramos hepáticos Ramos renais Ramos intestinais Quando lesionado, pode ser ocasionado uma queda do arco palatino, paralisia dos músculos da vocalização .... 11. Nervo acessório Componentes: eferente visceral especial; eferente visceral geral Origem aparente encefálica: sulco lateral anterior do bulbo e medula Origem aparente craniana: forame jugular Dificuldade de elevar o ombro, em virtude da lesão do nervo acessório 12. Nervo hipoglosso Componente: eferente somática Origem aparente encefálica: sulco lateral anterior do bulbo adiante da oliva Origem aparente craniana: canal do n. hipoglosso Relacionado a motricidade da língua Quando lesionado: atrofia da língua; desvia a direita Thiago Picco Medicina UFMT (LX) ANATOMIA ORIENTADA PARA Clínica – MOORE: CAPÍTULO 9: RESUMOS DOS NERVOS CRANIANOS Nervos cranianos são feixes de fibras sensitivas ou motoras que inervam músculos ou glândulas, conduzem impulsos de receptores sensitivos ou têm uma associação de fibras motoras e sensitivas. 1. Nervo olfatório Função: sensitivo especial (aferente visceral especial) – isto é, o sentido especial do olfato. “olfato é a sensação de odores que resulta na detecção de substancias odoríferas aerossolizadas no ambiente”. Olfato da mucosa nasaldo teto de cada cavidade nasal e das partes laterais superiores do septo nasal e concha superior. Em resumo: os nervos olfatórios (NCI) têm fibras sensitivas ao sentido especial do olfato. Os neurônios receptores olfatórios estão no epitélio olfatório (mucosa olfatório) no teto da cavidade nasal. Os processos centrais dos neurônios receptores olfatórios ascendem através dos forames na lâmina cribriforme do etmoide para chegar aos bulbos olfatórios na fossa anterior do crânio. Esses nervos fazem sinapse em neurônios nos bulbos, e os processos desses neurônios acompanham os tratos olfatórios até as áreas primárias e associadas no córtex cerebral. 2. Nervo óptico (NC II) Função: sensitiva especial (aferentes somático especial) – isto é, o sentido especial da visão. O nervo segue posteromedialmente na órbita, saindo através do canal óptico para entrar na fossa média do crânio, onde forma o quiasma óptico. Aqui, as fibras da metade nasal (medial) de cada retina decussam no quiasma e se unem a fibras não cruzadas da metade temporal (lateral) da retina para formar o trato óptico. A maioria das fibras dos tratos ópticos termina nos corpos geniculados laterais do tálamo. A partir desses núcleos, os axônios são retransmitidos para os córtices visuais dos lobos occipitais do encéfalo. 3. Nervo oculomotor (NC III) Funções: motor somático (eferente somático geral) e motor visceral (parassimpático-eferente visceral geral). o Motor para o músculo estriado de quatro dos seis músculos extrínsecos do bulbo do olho (retos superior, medial e inferior e oblíquo inferior) e pálpebra superior; o Parassimpático através do gânglio ciliar para o músculo liso do esfíncter da pupila, responsável pela acomodação (permitindo que a lente torne-se mais arredondada) para a visão de perto. Esses nervos originam-se do tronco encefálico, emergindo medialmente aos pedúnculos cerebrais, e seguem na parede lateral do seio cavernoso. Esses nervos entram na órbita através das fissuras orbitais superiores e dividem-se em ramos superior e inferior. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) 4. Nervo troclear (NC IV) Funções: motor somático (eferente somático geral) para um músculo extrínseco do bulbo do olho (oblíquo superior – abdução, depressão e rotação medial). Esse nervo atravessa a fissura orbital superior, onde supre o m. oblíquo superior – único extrínseco do bulbo do olho que usa uma roldana, ou tróclea, para redirecionar sua linha de ação. 5. Nervo trigêmeo (NC V) Funções: sensitivo somático (geral) e motor somático (branquial) para derivados do 1º arco faríngeo. É o principal nervo sensitivo somático (geral) para a cabeça [face, dentes, boca, cavidade nasal e dura-máter da cavidade craniana]. a) Nervo oftálmico As fibras sensitivas somáticas (gerais) são distribuídas para a pele, túnica mucosa e conjuntiva da parte anterior da cabeça e nariz. Sensibilidade da córnea, pele da fronte, couro cabeludo, pálpebras, nariz e túnica mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais. b) Nervo maxilar Saindo da cavidade craniana através do forame redondo, sus fibras sensitivas somáticas (gerais) costumam ser distribuídas para a pele e as túnicas mucosas associadas à maxila. Sensibilidade da pele sobre a maxila, inclusive o lábio superior, dentes maxilares, túnica mucosa do nariz, seios maxilares e palato. c) Nervo mandibular É a única divisão do V a conduzir fibras motoras somáticas. Sensibilidade da pele da face sobre a mandíbula , incluindo lábio inferior, dentes mandibulares, articulação temporomandibular, túnica mucosa da boca, dois terços anteriores da língua e e orelha externa (orelha, meato acústico externo superior e membrana timpânica) Motor para os músculos da mastigação, milo-hióideo, ventre anterior do M. digástrico, M. tensor do véu palatino e M. tensor do tímpano. 6. Nervo abducente (NC VI) Funções: Motor somático (eferente somático geral) para um músculo extrínseco do bulbo do olho, o reto lateral. 7. Nervo facial (NC VII) Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Funções: Sensitivo — sensitivo especial (paladar) e sensitivo somático (geral). Motor — motor somático (branquial) e motor visceral (parassimpático). o nervo facial supre principalmente os músculos da expressão facial e os músculos da orelha. Também supre os ventres posteriores dos músculos digástrico, estilohióideo e estapédio. NC VII envia fibras parassimpáticas pré-ganglionares para o gânglio pterigopalatino, para inervação das glândulas lacrimais, e para o gânglio submandibular, para inervação das glândulas salivares sublinguais e submandibulares. As fibras conduzidas pelo nervo corda do tímpano se unem ao nervo lingual do NC V3 para conduzir a sensibilidade gustativa dos dois terços anteriores da língua e do palato mole. 8. Vestíbulococlear (NC VIII) Funções: sensitivo especial (aferente somático especial) – isto é, o sentido especial da audição, do equilíbrio e do movimento (aceleração-desaceleração). O nervo coclear é sensitivo para o órgão espiral (para o sentido de audição). O nervo vestibular é sensitivo para as cristas ampulares dos ductos semicirculares e as máculas do sáculo e utrículo (para o sentido do equilíbrio e movimento). 9. Nervo Glossofaríngeo (NC IX) Funções: sensitivo – sensitivo somático (geral), sensitivo especial (paladar) e sensitivo visceral. Motor – motor somático e motor visceral (parassimpático). NC IX é aferente da língua e faringe e eferente para o músculo estilofaríngeo e a glândula parótida. o Motor somático: as fibras motoras seguem para o m. estilofaríngeo. o Motor visceral: fibras parassimpáticas pré-ganglionares são levadas ao gânglio ótico para inervação da glândula parótida. o Sensitivo somático: a. Nervo do seio carótico: um pressorreceptor sensitivo a alterações na pressão arterial, e para o glomo carótico, um quimiorreceptor sensível aos gases no sangue (nível de 02 e CO2). b. Nervos faríngeo, tonsilar e lingual: além da sensibilidade geral (tato, dor, temperatura), os estímulos táteis (reais ou ameaças) considerados incomuns ou desagradáveis. o Sensitivo especial (paladar): fibras gustativas são conduzidas do terço posterior da língua até os gânglios inferiores do NC IX. 10. Nervo Vago (NC X) Funções: sensitivo - sensitivo somático (geral), sensitivo especial (paladar), sensitivo visceral. Motor – motor somático e motor visceral o Sensitivo somático (geral) na parte inferior da faringe e na laringe Thiago Picco Medicina UFMT (LX) o Sensitivo visceral nos órgãos torácicos e abdominais o Paladar e sensibilidade somática (geral) a partir da raiz da língua e dos calículos gustatórios na epiglote. o Motor somático para o palato mole; faringe; músculo extrínseco nominal da língua, o palatoglosso. o Proprioceptivos para os músculos citados anteriormente o Motor visceral (parassimpático) para as vísceras torácicas e abdominais 11. Nervo acessório (NC XI) Funções: Motor somático para os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. 12. Nervo Hipoglosso Funções: motor somático para os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. LESÕES DOS NERVOS CRANIANOS Nervo olfatório 1. Anosmia – perda do olfato Muitas vezes a perda do olfato (anosmia) está associada a infecções respiratórias altas, doenças dos seios parnasais e traumatismo craniano. Há perda de fibras olfatórias com o envelhecimento. A principal queixa da maioria das pessoas com anosmia é perda ou alteração do paladar; a razão é que a maioria das pessoas confunde paladar com sabor. A anosmia costuma ser unilateral. A ruptura de todos os feixes nervosos de um lado causa perdaAlucinações olfatórias. As vezes pode haver alucinações olfatórias (falsas percepções do olfato) associadas a lesões no lobo temporal do hemisfério cerebral. Uma lesão que irrite a área olfatória lateral pode causar epilepsia do lobo temporal ou “convulsões do uncilado”, que são caracterizadas por odores desagradáveis imaginários e movimentos involuntários dos lábios e da língua. Nervo óptico Como a bainha de mielina que circunda as fibras sensitivas é formada por oligodendrócitos, os nervos ópticos são suscetíveis aos efeitos das doenças desmielinizantes do SNC, com a esclerose múltipla (EM), que não costuma afetar outros nervos da parte parassimpática do sistema nervoso. 1. Neurite óptica Refere-se a lesões do nervo óptico que causam diminuição da acuidade visual, com ou sem alterações dos campos visuais periféricos. 2. Defeitos do campo visual Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Os defeitos do campo visual resultam de lesões que afetam diferentes partes da via visual. O tipo de defeito depende do local de interrupção da via A secção completa de um nervo óptico resulta em cegueira nos campos visuais temporal e nasal do olho ipsilateral. A secção completa do quiasma óptico reduz a visão periférica e resulta em hemianopsia bitemporal, a perda da visão de metade do campo visual de ambos os olhos. A secção transversa completa do trato óptico direito elimina a visão dos campos visuais temporal esquerdo e nasal direito. Uma lesão do trato óptico direito ou esquerdo causa hemianopsia homônima contralateral, indicando que a perda visual ocorre em campos semelhantes. Esse defeito é a forma mais comum de perca do campo visual e é observado com frequência em pacientes que sofreram AVE. Nervo óculo motor A lesão do NC III resulta em paralisia oculomotor ipsilateral. 1. Compressão do nervo oculomotor Há dilatação progressiva da pupila no lado lesado. Consequentemente, há dilatação progressiva da pupila no lado lesado. Assim, o primeiro sinal de compressão do NCIII é a lentidão ipsilateral da reação pupila à luz. Nervo troclear As lesões desse nervo ou de seu núcleo causam paralisia do músculo oblíquo superior e comprometem a rotação inferomedial do bulbo do olho afetado. O sinal característico da lesão do nervo troclear é a diplopia (visão dupla) ao olhar para baixo. Nervo trigêmeo A lesão do NC V causa: Paralisia dos músculos da mastigação com desvio da mandíbula para o lado da lesão. Perda da capacidade de perceber sensações suaves táteis, térmicas ou dolorosas na face. Perda do reflexo corneano (piscar em resposta ao toque na córnea) e do reflexo de espirro (estimulado por irritantes para limpar as vias respiratórias). Nervo abducente Uma lesão expandida, como um tumor encefálico, pode comprimir o NC VI, causando paralisia do músculo reto lateral. A paralisia completa do NC VI causa desvio medial do olho afetado – isto é, adução completa por causa da ação sem oposição do músculo reto medial, deixando a Thiago Picco Medicina UFMT (LX) pessoa incapaz de abduzir o olho. A diplopia está presente em todas as amplitudes de movimento do bulbo do olho, exceto ao olhar para o lado oposto ao da lesão. Nervo facial Dependendo da parte do nervo envolvida, a lesão do NC VII pode causar paralisia dos músculos faciais sem perda do paladar nos dois terços anteriores da língua, ou alteração da secreção das glândulas lacrimais e salivares. A lesão o NC VII perto de sua origem ou perto do gânglio geniculado é acompanhada por perda das funções motoras, gustativas (paladar) e autônomas. A paralisia motora dos músculos faciais acomete as partes superiores e inferiores ipsilaterais da face. A paralisia de Bell é uma paralisia facial unilateral de início súbito resultante de uma lesão do NC VII. Nervo vestíbulococlear As lesões do NC VIII podem causar zumbido (campainha ou buzina nos ouvido) e comprometimento ou perda da audição. As lesões centrais podem acometer a divisão coclear ou vestibular do NC VIII. 1. Neuroma acústico É um tumor benigno de crescimento lento das células do neurolena (Schwann). O sintoma inicial do neuroma acústico geralmente é a perda de audição. Grande parte dos pacientes apresentam desequilíbrio e zumbido. Nervo glossofaríngeo O paladar está ausente no terço posterior da língua, e o reflexo de vômito está ausente no lado da lesão. A fraqueza ipsilateral pode causar uma alteração perceptível à deglutição. Nervo vago A lesão dos ramos faríngeos do NC X causa disfagia (dificuldade à deglutição). A paralisia dos dois nervos laríngeos recorrentes causa afonia (perda da voz) e estridor inspiratório (ruído respiratório forte e agudo). Nervo acessório Nervo hipoglosso A lesão do NC XII paralisa a metade ipsilateral da língua. Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Thiago Picco Medicina UFMT (LX) Thiago Picco Medicina UFMT (LX)
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