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Casos Concreto - Processo Penal

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A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da boite TheNight Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado então determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se: 
a)Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responde pelo cime do art. 330 do CP? 
Como o inquérito policial é um ato administrativo, o fato de Plininho não comparecer para prestar declarações não poderá ser considerado desobediência e nem ser enquadrado no art 330 CP. Poderá o delegado conduzir coercitivamente Plininho á delegacia para prestar o depoimento. 
b. E se houvesse processo penal tramitando regularmente e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão?
Sim. Como a intimação foi feita na seara judicial, caso Plininho se recusasse a comparecer ao interrogatório poderia o Juiz da vara Criminal poderia imputar-lhe o crime de desobediência.
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Jorginho, jovem de classe média, de 19 anos de idade, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Tininha, menina com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Jorginho foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório diga quais são os direitos de Jorginho durante o processo penal, mencionando ainda as características do nosso sistema processual.
Á luz do sistema acusatório é direito de Jorginho ter acesso ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, para isso se faz necessária à presença de um defensor. Segundo o art 261 CPP, nenhum acusado mesmo que foragido, poderá ser processado ou julgado sem a presença de um defensor. Se o acusado não tiver um advogado, deverá o juiz nomear um, ressalvado o seu direito de, a qualquer tempo, nomear outro defensor de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. 
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Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e diz ter ocorrido um crime de homicídio e que o autor do crime é Paraibinha, conhecido no local. A simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial. Pergunta-se: é possível instaurar inquérito policial, seguindo denúncia anônima? Responda, orientando-se na doutrina e jurisprudência.
Sim, é possível instaurar o inquérito policial, com base em denuncia anônimas, conforme artigo 5, inciso 3, CPP que nos diz que qualquer pessoa que tiver conhecimento de uma infração penal poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial. É possível a instauração de um inquérito policial a partir de uma denuncia anônima, porém antes disso deverá a autoridade policial verificar a procedência da denuncia, se realmente ocorreu toda a situação narrada. 
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Em um determinado procedimento investigatório, cujo investigado estava solto, a autoridade policial entendeu com base nos indícios apontados em encerrar a investigação apresentando como termo final, o relatório conclusivo do feito com indiciamento do sujeito, bem como encaminhou as respectivas peças a autoridade judiciária, na forma do artigo 10, parágrafo primeiro do CPP. Tendo como parâmetro o nosso sistema processual penal, analise a questão à luz da adequada hermenêutica constitucional.
O código de processo penal determina que concluído o inquérito o delegado faça o relatório final e encaminhe os autos do inquérito para o juiz competente devendo este abrir vista para o ministério público. Devemos lembrar que o sistema adotado por nossa constituição é o sistema acusatório e que a função de fazer a acusação nas ações penais públicas é do ministério público, que decidirá se oferecerá a denúncia ou irá requerer o arquivamento do inquérito, em razão disso o delegado deveria encaminhar o inquérito para o MP e não para o juiz.
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João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto à José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF?
Sim, o caso trata de um arquivamento implícito subjetivo porque o MP ofereceu denúncia em face de um dos agentes e permaneceu calado com relação ao outro agente. Quanto a Súmula 524 STF, a mesma diz que arquivado o IP, não poderá a ação pela ser iniciada sem novas provas, assim essa súmula só será aplicada pelo MP caso haja novas provas para que ocorra a denuncia de João. 
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João, diretor de uma empresa de marketing, agride sua mulher, Maria, modelo fotográfica, causando-lhe lesão de natureza leve. Instaurado inquérito policial, este é concluído após 30 dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, e remetido ao Ministério Público. Maria, então, procura o Promotor de Justiça e pede a este que não denuncie João, pois o casal já se reconciliou a lesão já desapareceu e, principalmente, a condenação de João (que é reincidente) faria com que este perdesse o emprego, o que deixaria a própria vítima e seus três filhos menores em situação dificílima. Diante de tais razões, pode o MP deixar de oferecer denúncia?
Não, nos casos de lesão corporal cometidos contra a mulher, no âmbito doméstico e familiar (Lei Maria da Penha) a ação penal será incondicionada, assim o MP não depende mais da representação da vítima para iniciar a ação penal.
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Paula, com 16 anos de idade é injuriada e difamada por Estevão. Diante do exposto, pergunta -se :
De quem é a legitimidade ad causam e ad processum para a propositura da queixa? 
A legitimidade ad causam é da Paula, mas a legitimidade ad processum é do seu representante legal segundo o art. 30 CPP.
Caso Paula fosse casada, estaria dispensada a representação por parte do cônjuge ou do seu ascendente? Em caso positivo por quê? Em caso negativo quem seria seu representante legal? 
A emancipação pelo casamento produz efeitos na esfera civil e não na esfera penal, razão pela qual Paula continuaria sem poder propor a ação diretamente, dependendo do representante legal para tal ato.
Se na data da ocorrência do fato Paula possuísse 18 anos a legitimidade para a propositura da ação seria concorrente ou exclusiva?
Exclusiva. Ao completar 18 anos, Paula alcaçaria a capacidade plena e passa a poder atuar sozinha tanto na esfera civil quanto na esfera penal não tendo mais aplicação a legitimidade concorrente do art. 34 CPP.
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Determinado prefeito municipal, durante o mandato, desvia verbas públicas repassadas ao Município através de convênio com o Ministério da Educação, sujeitas a prestação de contas, visando ao treinamento e qualificação de professores. Referida fraude somente é descoberta após a cessação do mandato, instaurando-se inquérito policial na DP local. Concluído o Inquérito, no qual restaram recolhidos elementos de prova suficientes para a denúncia, o Promotor de Justiça oferece denúncia contra o ex-prefeito. Diante do exposto, diga qual o juízo competente para julgar o ex prefeito.
Como o agente não é mais prefeito deverá ser julgado por um juíz federal de 1* grau. Caso estivesse no exercício função de prefeito possuiria fórum privilegiado por prerrogativa de função devendo ser julgado no Tribunal de Justiça, art. 29 inciso X CF/88.
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Aristodemo, juiz de direito, em comunhão de desígnios com seu secretário, no dia 20/05/2008, no município de Campinas/SP, pratica o delito descrito no art. 312 do CP, tendo restado consumado o delito. Diante do caso concreto, indaga-se:
Qual o Juízo com competênciapara julgar o fato? 
Como Aristodemo e seu secretário estão em concurso de agentes e o Juiz tem foro por prerrogativa de função, estarão em continência por cumulação subjetiva Art.77, I CPP, ambos deverão ser julgados no mesmo juízo, havendo reunião de processos e julgamentos, tal reunião dar-se-á no TJ/SP por ser o órgão de maior hierarquia, consoante regra do Art.78, III do CPP.
b)Caso fosse crime doloso contra a vida, como ficaria a competência para o julgamento? Segundo a súmula 721 STF, o juiz e seu secretario deverão ser julgados no Tribunal do Júri, porque o fórum privilegiado pela prerrogativa da função do juiz esta estabelecido na Constituição Estadual.
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Deoclécio, pistoleiro profissional, matou um desafeto de Pezão, a mando deste, abandonando o cadáver numa chácara de propriedade de Lindomar, que nada sabia. Temeroso de que lhe atribuíssem a autoria do homicídio, Lindomar sepultou clandestinamente o cadáver da vítima. Isso considerado, indaga-se:
A hipótese é de conexão ou continência? 
Existe continência em relação a Deoclécio e Pezão pois houve co-autoria entre o mandante e o executor do homicídio e existe conexão objetiva entre o crime de homicídio e a ocultação de cadáver, previsto pelo Art.76, II do CPP.
Haverá reunião das ações penais em um só juízo?
Sim, ambos os crimes serão julgados no Tribunal do Juri por força do art. 78 inciso I do CPP.
 c) Qual será o juízo competente para julgar Cabeção, Pezão e Lindomar? 
Segundo o art 78, inciso I CPP, o juízo competente para julgar esse caso será o Tribunal do Júri. 
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Seguindo denúncia anônima sobre existência de “boca de fumo”, uma equipe de policiais combina dar um flagrante no local. Lá chegando, ficam de espreita, presenciando alguma movimentação de pessoas, entrando e saindo do imóvel, que também servia de residência. Já passava das 21h, quando telefonaram à autoridade policial e esta autorizou o ingresso para busca e apreensão. Assim foi feito e os policiais lograram apreender grande quantidade de pedra de crack, que estava escondida sob uma tábua do assoalho. Levado o morador à DP local, foi ele submetido ao procedimento legal de flagrante, sendo imediatamente comunicada a prisão ao juízo competente. O defensor público requereu o relaxamento do flagrante, por ilegalidade manifesta. Assiste razão a defesa?
Uma parte da doutrina entende que não existe ilegalidade pois não houve violação do domicílio em razão do estado de flagrante delito, assim apesar da policia ter entrado na residência após às18 horas pois houve êxito em efetuar a prisão em flagrante. Além disso, no crime de drogas, guardar, ter em depósito, trazer consigo ou transportar, caracteriza estado de flagrância permanente.
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Após uma longa investigação da delegacia de polícia local, Adamastor foi preso às 21h em sua casa, em razão de um mandado de prisão temporária expedido pelo juiz competente, por crime de descaminho. A prisão fora decretada por 10 dias. O advogado de Adamastor impetrou Habeas Corpus requerendo a sua liberdade provisória com fundamento no art. 310 do CPP. Em no máximo 10 linhas, discorra sobre o exposto acima, analisando as hipóteses de cabimento, prazo da prisão temporária.
A prisão temporária configura-se ilegal por vários motivos: a CRFB/88 estabelece em seu texto que ordem judicial só poderá ser cumprida durante o dia, prisão temporária tem um prazo de 05 dias prorrogáveis por mais 05 e não 10 dias como foi decretada e por fim não cabe prisão temporária em crime de descaminho, 
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Flávio foi preso em flagrante delito por estar portando três papelotes de cocaína, que alegou ser para uso próprio, nas proximidades de uma casa noturna. Conduzido à Delegacia, o Delegado lavrou o APF, indiciando Flávio pela prática do crime previsto no art. 33 da Lei 11.343/06, representando ao juízo pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. O advogado de Flávio ajuizou junto à 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo pedido de liberdade provisória, que foi negado sob o argumento de que o art. 44 da Lei de Drogas veda a concessão de liberdade provisória e este crime ser considerado inafiançável nos termos do art. 5º, XLIII, da Constituição, sem indicação fundamentada dos requisitos do art. 312, CPP, que ensejam a prisão preventiva. Agiu de forma adequada o magistrado? Justifique sua resposta.
Para pessoas que estão enquadradas no artigo 33 da Lei 11.343/06 é vedado o pedido de liberdade provisória. Cabe ao juiz responsável pelo caso, determinar se a quantidade de droga encontrada com o agente faz dele usuário ou traficante. Provavelmente no caso de Flavio, o juiz levou em consideração o fato de o agente ter sido preso próximo a uma casa noturna, estabelecimento propício para pratica do trafico de drogas. 
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O Promotor de Justiça com atribuição requereu o arquivamento do inquérito policial, em razão da atipicidade, com fundamento no artigo 395,II do CPP. O juiz concordou com as razões invocadas e determinou o arquivamento do IP. Um mês depois, o próprio promotor de justiça tomou conhecimento de prova substancialmente nova, indicativa de que o fato realmente praticado era típico. Poderá ser instaurada ação penal? A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada material?
O Art 395 do CPP tem as hipóteses para rejeição da denúncia e não para um arquivamento, ou seja, se o representante do MP fundamentou seu pedido com base nesse art é por que entende que não é caso de arquivamento e sim para rejeição da denúncia. 
e ofereceu a denúncia, mas o Juiz, entendendo não ser caso de deflagrar a ação penal rejeitou a denúncia. No mais, pode-se dizer que o artigo 18, CPP, bem como a Súmula 524, do STF autorizam a persecução criminal diante de novas provas, o que afasta a coisa julgada material. Entretanto, o próprio STF, no julgamento do HC 80560/GO - Rel. Min. Sepúlveda Pertence - J. 20//2/2001 - informativo n° 218, decidiu que "O arquivamento requerido pelo Ministério Público e deferido pelo juiz, com fundamento na atipicidade do fato, produz coisa julgada, impedindo a instauração de nova ação penal". 
Diante disso é possível concluir que, em regra, a decisão que homologa o arquivamento não faz coisa julgada material, nos termos do artigo 18, CPP, e da Súmula 524, do STF. Entretanto, caso o arquivamento seja com base na atipicidade do fato, a decisão que arquivar o Inquérito Policial fará coisa julgada material e impossibilitará a futura instauração da ação penal.
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João foi condenado por crime de latrocínio a uma pena de 25 anos de reclusão a ser cumprida no regime fechado. Ocorre que no curso da execução de tal pena privativa de liberdade sobrevêm doença mental ao condenado. Diante de tal situação, na qualidade de juiz da execução como decidiria? E se a doença mental ocorresse no curso do processo de conhecimento e posteriormente ao crime? E se a doença mental já existia no momento da prática da infração?
Na hipótese em que a doença mental ocorre durante a execução da pena esta será substituída por tratamento psiquiátrico que irá durar o tempo fixado na sentença para a sanção penal. Se a doença mental se manifesta durante o processo, o mesmo ficará suspenso até que o réu se restabeleça. Se o réu era portador de doença mental ao tempo do crime o processo deverá prosseguir com a presença de um curador e deverá o juiz aplicar uma medida de segurança.
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