Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CIÊN0004 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO COLEGIADO DE ENGENHARIA MECÂNICA Docente: Prof. Nelson Cárdenas Olivier email: nelson.cardenas@univasf.edu.br TEMA – ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÕES NOS SÓLIDOS 2 OBJETIVOS Que uma vez concluída a aula o aluno deve ser capaz de: • Conhecer a Estrutura Atômica dos Sólidos. • Identificar os Modelos Atômicos. • Entender as Forças e Energias das Ligações Atômicas. • Saber os Tipos de Ligações Atômicas e suas característica. 3 SUMARIO 1. Introdução à estrutura atômica nos sólidos. 1.1. Conceitos Fundamentais. 2. Modelos Atômicos. 3. Ligações Atômicas nos Sólidos. 3.1. Forças e Energias de Ligação. 3.2. Tipos de ligações. 3.2.1. Ligações Primárias. 3.2.2. Ligações Secundárias. 4 1.INTRODUÇÃO À ESTRUTURA ATÔMICA DOS SÓLIDOS Muitas das propriedades mais importantes dos materiais sólidos dependem dos Arranjos Geométricos dos átomos e do Tipo de Ligação interatômica. EXEMPLO: O carbono pode existir na formas de: GRAFITE – mole e escuro DIAMANTE - extremamente duro e brilhante Essa diferença nas propriedades é diretamente atribuída ao tipo de ligação que é encontrada no GRAFITE e NÃO no DIAMANTE. CONCEITOS 5 1. INTRODUÇÃO À ESTRUTURA ATÔMICA NOS SÓLIDOS CONCEITOS FUNDAMENTAIS ÁTOMO Formado por um núcleo muito pequeno composto de PRÓTONS e NÊUTRONS, e circundado por elétrons em movimento. Núcleo (prótons e nêutrons) Elétrons em Orbitas 6 1. INTRODUÇÃO À ESTRUTURA ATÔMICA NOS SÓLIDOS CONCEITOS FUNDAMENTAIS NÚMERO ATÔMICO (Z) Número de PRÓTONS no núcleo de um elemento químico. Ex: 1 para o hidrogênio e 94 para o plutônio. MASSA ATÔMICA (A) Soma das massas de PRÓTONS e NÊUTRONS no interior do núcleo de um átomo. A ≈ Z + N Onde: N - número de nêutrons no núcleo do átomo. 7 1. INTRODUÇÃO À ESTRUTURA ATÔMICA NOS SÓLIDOS MODELOS Núcleo (prótons e nêutrons) Elétrons em Orbitas M próton = M nêutron = 1,66x10-24g A ≈ Z + N M próton = 1822 M elétron praticamente toda a massa do átomo está no núcleo 8 2. MODELOS ATÔMICOS - Modelo Atômico de Bohr - Modelo Mecânico-Ondulatório 9 2. MODELOS ATÔMICOS MODELO ATÔMICO DE BOHR Os elétrons orbitam ao redor do núcleo atômico em orbitais distintos, onde a posição de qualquer elétron em particular é mais ou menos bem definida em termos do seu orbital. MECÃNICA-ONDULÁTORIA 10 2. MODELOS ATÔMICOS MODELO MECÃNICA-ONDULÁTORIA Considera-se que o elétron exibe características tanto de uma onda como de uma partícula. Um elétron não é mais tratado como uma partícula que se move em um orbital distinto. 11 2. MODELOS ATÔMICOS MODELO MECÃNICA-ONDULÁTORIA A posição do elétron é considerada como sendo a probabilidade de um elétron estar em vários locais ao redor do núcleo (a posição é descrita por uma distribuição de probabilidades ou uma nuvem eletrônica). ESTÁVEL 12 2. MODELOS ATÔMICOS Os elementos se ligam para formar os sólidos para atingir uma configuração mais estável: oito elétrons na camada mais externa. 13 2. MODELOS ATÔMICOS A ligação química é formada pela interação dos elétrons de valência através de um dos seguintes mecanismos: - ganho de elétrons; - perda de elétrons; - compartilhamento de elétrons. Força LIGAÇÃO 14 3. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO FORÇAS INTERATÔMICAS Responsáveis pela união de átomos, ditam muitas propriedades físicas dos materiais. À medida que os átomos se aproximam, cada um exerce forças sobre o outro. Essas forças são de dois tipos: - forças atrativa (Fa); - forças repulsiva (Fr); 15 3. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS 16 3. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS A Força líquida (Fl) entre os dois átomos é exatamente a soma dos componentes de atração e de repulsão: Fl=Fa+Fr 17 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO A distância entre 2 átomos é determinada pelo balanço das Forças Atrativas e Repulsivas. Quanto mais próximos os átomos maior a Força Atrativa entre eles, mas maior ainda são as Forças Repulsivas devido a sobreposição das camadas mais internas. Quando a soma das Forças Atrativas e Repulsivas é ZERO, os átomos estão na chamada distância de equilíbrio (ro). 18 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO A inclinação da curva no ponto de equilíbrio dá a força necessária para separar os átomos sem promover a quebra da ligação. Os materiais que apresentam uma inclinação grande são considerados materiais RÍGIDOS. Ao contrário, materiais que apresentam uma inclinação mais tênue são bastante FLEXÍVEIS. A RIGIDEZ e a FLEXIBILIDADE também estão associadas com módulo de elasticidade (E) que é determinado da inclinação da curva tensão x deformação obtida no ensaio mecânico de resistência à tração. Deformação medida () Inclinação fornece Módulo E CURVAS 19 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS EAço = 210 GPa E Ligas de alumínio = 70 GPa 20 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS TABELA 21 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS ENERGIA 22 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO Às vezes é melhor trabalhar com a Energia (potencial) entre dois átomos em vez das Forças entre eles. Matematicamente, Energia (E) e Força de ligações (F) estão relacionadas por : E= F.dr 23 FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO 24 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO - Quanto mais profundo o poço de energia potencial maior a temperatura de fusão do material. - Devido as forcas de repulsão aumentarem muito mais com a aproximação dos átomos a curva não é simétrica. Por isso, a maioria dos materiais tendem a se expandir quando aquecidos. 25 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO • Quando energia é fornecida a um material, a vibração térmica faz com que os átomos oscilem próximos ao estado de equilíbrio. • Devido a assimetria da curva de Energia de LigaçãoxDistância Interatômica, a distância média entre os átomos aumenta com o aumento da temperatura. 26 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO Material Tfusão (°C) C (diamante) ≈3550 Cu 1085 Polietileno ≈120 TIPOS 27 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS TIPOS DE LIGAÇÕES INTERATÔMICAS - Ligações Primárias - Ligações Secundárias 28 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS LIGAÇÕES PRIMÁRIAS - Metálicas - Covalentes - Iônicas LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS - Van der Waals 29 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS METÁLICA • Encontradas em metais e suas ligas. • Forma-se com átomos de baixa eletronegatividade (apresentam no máximo 3 elétrons de valência). Elétrons de valência Átomo+elétrons das camadas mais internas 30 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS METÁLICA • Os elétrons de valência são divididos com todos os átomos (não estão ligados a nenhum átomo em particular) e assim elesestão livres para conduzir. Elétrons de valência Átomo+elétrons das camadas mais internas 31 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS METÁLICA • A ligação metálica tem caráter NÃO-DIRECIONAL. • A ligação metálica é geralmente forte (um pouco menos que a iônica e covalente) E= 20-200 kcal/mol. Elétrons de valência Átomo+elétrons das camadas mais internas 32 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS METÁLICA Características dos METAIS ocasionados pelo tipo de ligação: - bons condutores de calor; - bons condutores eletricidade; Elétrons de valência Átomo+elétrons das camadas mais internas COVALENTE 33 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS COVALENTE • As configurações eletrônicas estáveis são adquiridas pelo COMPARTILHAMENTO de elétrons de valência entre átomos adjacentes. • Forma-se com átomos de alta eletronegatividade. 34 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS COVALENTE • A ligação covalente é DIRECIONAL e forma ângulos bem definidos. • A ligação covalente é forte. E = 125-300 kcal/mol. 35 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS COVALENTE Tipo de ligação comum em compostos orgânicos, por exemplo em Materiais Poliméricos e Diamante. IÔNICA 36 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS IÔNICA • Encontrada em compostos cuja composição envolve tanto elementos METÁLICOS como NÃO-METÁLICOS. • Os átomos de um elemento metálico perdem facilmente os seus elétrons de valência para os átomos não-metálicos. Adquirem assim configurações estáveis além de uma carga elétrica; isto é, eles se tornam íons. 37 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS IÔNICA 38 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS IÔNICA • A ligação iônica é NÃO-DIRECIONAL, ou seja, a magnitude da ligação é igual em todas as direções ao redor do íon. 39 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS IÔNICA • A ligação é forte E= 150-300 kcal/mol (Tf dos materiais com esse tipo de ligação é geralmente alto). • A ligação predominante nos materiais CERÂMICOS. CONSIDERAÇÕES 40 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS CONSIDERAÇÕES SOBRE LIGAÇÃO IÔNICA E COVALENTE • Muito poucos compostos exibem ligação iônica e covalente puras. • A maioria das ligações iônicas tem um certo grau de ligação covalente e vice-versa, transferem e compartilham elétrons. 41 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS • O grau do tipo de ligação depende da eletronegadividade dos átomos constituintes. • Quanto maior a diferença nas eletronegatividades mais iônica é a ligação. • Quanto menor a diferença nas eletronegatividades mais covalente é a ligação. VAN DER WAALS 42 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS OU DE VAN DER WAALS • Comparadas às ligações primárias, as ligações de Van der Waals são consideradas fracas. • São ligações secundárias ou físicas. • A polarização (formação de dipólos) devido a estrutura da ligação produz forças atrativas e repulsivas entre átomos e moléculas. 43 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS OU DE VAN DER WAALS • A ligação de Van der Waals é Não direcional. • A ligação é fraca. E < 10 kcal/mol. 44 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS OU DE VAN DER WAAL 45 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS FORÇAS E ENERGIAS DE LIGAÇÃO Material Ligação Tfusão (°C) NaCl Iônica 801 C (diamante) Covalente ≈3550 Cu Metálica 1085 Polietileno Cov./Sec. ≈120 H2O Sec 0 DIAMANTE 46 4. LIGAÇÃO ATÔMICA NOS SÓLIDOS GRAFITA DIAMANTE Ligação fraca Ligação forte Os átomos de carbono na grafita também são unidos fortemente através de ligações COVALENTES, mas só dentro de um plano, diferentemente da rede 3D das ligações do diamante. Estes planos de átomos de carbono simplesmente empilham-se uns sobre os outros, sendo as forças de união entre os planos, muito fracas. Os planos de átomos de carbono podem então deslizar facilmente uns sobre os outros, e por isto a grafita é importante lubrificante! RESUMO 47 RESUMO DA AULA BIBLIOGRAFIA 1. Introdução à estrutura atômica nos sólidos. 1.1. Conceitos Fundamentais. 2. Modelos Atômicos. 3. Ligação Atômica nos Sólidos. 3.1. Forças e Energias de Ligação. 3.2. Tipos de ligações. 3.2.1. Ligações Interatômicas Primárias. 3.2.2. Ligações Secundárias. 48 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: BIBLIOGRAFIA BÁSICA: EXERCÍCIO PARA FAZER EM CASA [1]. CALLISTER Jr, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma introdução, Rio de Janeiro, 5a Ed. LTC. 2002. [2]. SHACKELFORD, J. F. Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo, 6ª Ed. Pearson Prentice Hall. 2008. [3]. VAN VLACK, L. H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais. Rio de Janeiro, 4ª Ed. Elsevier. 2003. [4]. CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica Vol. 1, São Paulo. Ed. Pearson,1976. 49 EXERCÍCIO PARA FAZER EM CASA TEMA DA PRÓXIMA AULA Responder Lista de Exercícios No. 1 Entrega: Folha A4 Manuscrito com caneta azul ou preta Data de entrega sugerida - 05/06/2018 50 TEMA DA PRÓXIMA AULA ESTRUTURA CRISTALINA NOS SÓLIDOS FIM
Compartilhar