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INTERNATIONAL NURSING CONGRESS Theme: Good practices of nursing representations In the construction of society May 9-12, 2017 1 Violência contra o idoso: Um problema de saúde para se discutir Lays de Matos Ribeiro (UNIT), e-mail: lays-m@hotmail.com; Matheus do Couto Santana (UNIT), e-mail: matheus.dcs@hotmail.com; Naiane Regina Oliveira Goes Reis (Orientadora, Professora do curso de Enfermagem-Universidade Tiradentes), e-mail: naianegoes@hotmail.com; Linha Assistencial 03 – Modelos e impactos do cuidado de enfermagem nas condições de saúde da população. Sublinha de pesquisa: Práticas avançadas de cuidado de enfermagem direcionados aos 4 grupos humanos: criança, adolescente, adulto (homem e mulher) e idoso. INTRODUÇÃO O processo de envelhecimento é uma realidade mundial, onde acarreta diversas mudanças nas políticas sociais e constitui um dos grandes desafios da Saúde Pública. A maioria dos problemas de saúde que acometem os idosos são associados a condições crônicas e essas mudanças somadas as desigualdades sociais, falta de informação, desrespeito e preconceito à pessoa idosa agravam os desafios da Saúde Pública (DUQUE et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2013; WHO, 2015). O idoso é muitas vezes visto pela sociedade como um fardo e como incapaz para os seus responsáveis, acontecendo assim à exclusão familiar e social. Considerando a vulnerabilidade desse grupo torna-se crescente a prevalência da violência contra os idosos (CASTRO et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2013). A Organização Mundial de Saúde - OMS (2002), define violência contra idoso como um ato de acometimento ou negligência que pode ser intencional ou involuntária, podendo ser de natureza física, psicológica, maus-tratos financeiros ou materiais (KRUG et al., 2002). O ato de violência contra o idoso pode ocasionar lesões físicas e consequências psicológicas graves (WHO, 2016). Estima-se que a cada mês 1 em 10 idosos são abusados, sendo que apenas 1 em 24 casos é notificado. A subnotificação está associada, na maioria das vezes, ao medo de denunciar o agressor, que geralmente é um ente familiar (WHO, 2016). No Brasil há uma escassez de estudos sobre violência contra idosos, embora o conhecimento sobre esta temática seja indispensável para promoção, prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento das vítimas e dos envolvidos (DUQUE et al., 2012). Justifica-se o presente estudo devido a relevância e influência desta temática nas políticas de saúde pública, porque atualmente a violência é considerada um problema de saúde e há uma necessidade de programas para intervenção diante destes casos. OBJETIVOS Discutir sobre a violência contra o idoso, através de uma revisão não sistemática, no que se refere aos seus determinantes, principais lesões, características da vítima e do agressor, além dos principais tipos de violência. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos científicos, realizada nas bibliotecas / base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da US National Library of Medicine National Institutes of Health (PUBMED), onde foram utilizados os seguintes descritores de acordo com o Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Violência”, “Maus-tratos ao idoso”, “Envelhecimento” e “Enfermagem forense” e seus respectivos correspondentes nos idiomas espanhol e inglês. No primeiro momento foi realizado uma busca INTERNATIONAL NURSING CONGRESS Theme: Good practices of nursing representations In the construction of society May 9-12, 2017 2 bibliográfica utilizando o descritor “Maus-tratos ao idoso” combinado com os demais, utilizando o operador booleano “and”. Foram encontrados identificados 506 artigos. Foram aplicados como critério de inclusão: disponibilidade livre e íntegra; ter sido publicado entre os anos de 2012 e 2016, no âmbito nacional e internacional, nos idiomas inglês e/ou português e/ou espanhol. Foram excluídos os artigos que não atenderam os critérios de inclusão acima estabelecidos e àqueles que não abordavam a temática da pesquisa de forma satisfatória. Do total de 272 artigos que foram selecionados após os critérios de inclusão, após leitura do trabalho restaram 100, mas apenas 15 foram utilizados para compor o presente resumo expandido. RESULTADOS E DISCUSSÃO Mundialmente há um aumento na expectativa de vida, onde a maioria das pessoas espera viver até pelo menos os 60 anos. Em 2050 é esperado que a proporção da população idosa dobre de 12% para 22% (WHO, 2015). O envelhecimento mundial é um desafio para o poder público no desenvolvimento de políticas para população idosa, uma vez que esse envelhecimento gera novas demandas de cuidados, dentre elas a violência contra idosos que requer uma atenção especial (SILVA; DIAS, 2016). A OMS, diante de um consenso internacional que envolveu os países da Rede Internacional de Prevenção contra Maus-Tratos em Idosos foram catalogados sete tipos de violências: abuso físico (uso da força física), abuso psicológicos (agressões verbais ou gestuais), a negligência (recusa/omissão por parte do responsável de cuidados ao idoso), a autonegligência (fracasso em se auto cuidar), o abandono, abuso financeiro e o abuso sexual (KRUG et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2013; REIS et al., 2014). Casos de discriminação, exclusão do mercado de trabalho, exploração de mão de obra e violência medicamentosa também são considerados atos abusivos (SILVA; DIAS, 2016). Há alguns anos, a atenção social era voltada para os casos de violência contra a criança e a violência doméstica, recentemente os abusos contra idosos tem despertado o interesse. Os maus-tratos contra os idosos é uma violação dos direitos humanos e se torna uma das grandes causas de lesões, doenças, isolamento e desmotivação (MOREIRA et al., 2013). Um estudo de revisão sistemática e meta- análise identificou uma prevalência mundial de abuso contra idosos igual a 15,7%, ou seja, cerca de um a cada seis idosos sofrem abuso. Sendo a violência psicológica mais prevalente, seguida do abuso financeiro, negligência, violência física e abuso sexual (YON et al., 2017). Em uma pesquisa realizada em Recife com 274 idosos entrevistados, observou-se que desses, 57 apresentavam sinais de violência, que corresponde à prevalência igual à 20,8% (DUQUE et al., 2012). Já em Porto Alegre dentre 224 boletins de ocorrência notou-se que 175 se tratavam de situações de maus-tratos (IRIGARAY et al., 2016). No município de Aracaju, em um estudo realizado no ano de 2015, onde foram avaliados 112 inquéritos registrados no período de maio de 2012 até maio de 2013, referentes a idosos vítimas de maus tratos, onde a maioria dos casos, 96,4% ocorreram em ambiente residencial. Os casos ocorreram em sua maioria na zona Norte e na Oeste, correspondendo respectivamente à 33,0% e 30,4% (AGUIAR et al., 2015). Observou-se, nos artigos utilizados, que em relação ao envolvimento entre a vítima e o agressor, a grande maioria dos agressores são parentes das vítimas. No estudo de AGUIAR et al. (2015) apresentou como resultado 71,4% das agressões provocadas por parentes. No estudo realizado em Porto Alegre observou-se a predominância dos filhos (66,4%), seguido de companheiros (22,7%) (AGUIAR et al., 2015; IRIGARAY et al., 2016). Um dos problemas graves quando se trata de violência é a subnotificação dos casos, não só para o reconhecimento do ato de violência, mas também porque os dados epidemiológicos são base para ações e políticas públicas de enfrentamento (GARBIN et al., 2015). Quando se trata de idosos nota-se que devido à problemas clínicoscomuns à idade já se é esperado o óbito desse individuo, diferentemente de crianças e INTERNATIONAL NURSING CONGRESS Theme: Good practices of nursing representations In the construction of society May 9-12, 2017 3 adolescentes que geralmente são saudáveis e não se espera que morram precocemente. As condições clinicas desse grupo vulnerável e o envelhecimento causam características/atributos que mascaram os sinais de abuso e negligência, o que acaba dificultando a detecção dos atos de agressão (MATTOO; GARG; KUMAR, 2015). CONCLUSÕES Conclui-se que, há um aumento significante na expectativa de vida mundial, dessa forma aumentando a população idosa e com isso o envelhecimento é visto como um desafio por parte do poder público onde um dos desafios que podem ser citados é a ocorrência de casos contra os idosos. Observamos que não é só a violência física que afeta o bem-estar do idoso, bem como fere as leis do nosso país. Outros tipos de violência estão presentes na nossa realidade, como a psicológica e financeira que podem passar despercebidas no dia-dia. Nota-se que apesar da subnotificação é crescente o número de casos, porque na maioria das vezes o agressor possui um grau de parentesco com a vítima, que desta forma torna- se um obstáculo para que o agredido realize a denúncia. Por fim, vale ressaltar a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para uma melhor conduta frente aos casos de violência, além da elaboração de políticas públicas que tenham como objetivo a redução da violência contra o idoso. Palavras-chave: Violência, Maus-tratos aos idosos, Envelhecimento, Enfermagem Forense. REFERÊNCIAS AGUIAR, M. P. C. DE et al. Violência contra idosos: descrição de casos no Município de Aracaju, Sergipe, Brasil. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=127739655022>. Acesso em: 27 abr. 2017. CASTRO, A. P. DE et al. Violence in old age: the issue addressed in indexed national journals. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 5, p. 1283–1292, maio 2013. DUQUE, A. M. et al. Violence against the elderly in the home environment: prevalence and associated factors (Recife, State of Pernambuco). Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 8, p. 2199–2208, ago. 2012. GARBIN, C. A. S. et al. Desafios do profissional de saúde na notificação da violência: obrigatoriedade, efetivação e encaminhamento. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 6, p. 1879– 1890, jun. 2015. IRIGARAY, T. Q. et al. Maus-tratos contra idosos em Porto Alegre, Rio Grande do Sul: um estudo documental. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 33, n. 3, p. 543–551, set. 2016. KRUG, E. et al. WHO | World report on violence and health. Disponível em: <http://www.who.int/violence_injury_prevention/violence/world_rep ort/en/>. Acesso em: 27 abr. 2017. MATTOO, K. A.; GARG, R.; KUMAR, S. Geriatric forensics - Part 2 “Prevalence of elder abuse and their potential forensic markers among medical and dental patients”. Journal of Forensic Dental Sciences, v. 7, n. 3, p. 201–207, dez. 2015. MOREIRA, G. A. R. et al. Instrumentação e conhecimento dos profissionais da equipe saúde da família sobre a notificação de maus-tratos em crianças e adolescentes. Revista Paulista de Pediatria, v. 31, n. 2, p. 223–230, jun. 2013. OLIVEIRA, A. A. V. DE et al. Elderly maltreatment: integrative review of the literature. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 66, n. 1, p. 128–133, fev. 2013. REIS, L. A. DOS et al. Expression of domestic violence against older people. Acta Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 5, p. 434– 439, out. 2014. SILVA, C. F. S.; DIAS, C. M. DE S. B. Violência Contra Idosos na Família: Motivações, Sentimentos e Necessidades do Agressor. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 36, n. 3, p. 637–652, set. 2016. SOUSA, D. J. DE et al. Maus-tratos contra idosos: atualização dos estudos brasileiros. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 13, n. 2, p. 321–328, ago. 2010. WHO, W. H. O. Ageing and Health. Fact Sheet no 404. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs404/en/>. Acesso em: 27 abr. 2017. WHO, W. H. O. Elder abuse. Fact Sheet no 357. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs357/en/>. Acesso em: 27 abr. 2017. YON, Y. et al. 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