MODELO AÇÃO DE CONCESSÃO DE AUXILIO ACIDENTE PREVIDENCIARIO.doc

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ERIKA VITULIO	
Advocacia e Consultoria Jurídica
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIARIA DE BARUERI - SP
LUIZ GUILHERME SANTOS DA SILVA, maior, brasileiro, solteiro, desempregado, portador da Cédula de Identidade RG nº 49.741.189 e devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº 408.359.298-25 (doc. 01), residente e domiciliado na Rua Zico n° 281, Cotia – SP CEP 06720-000 por sua advogada e bastante procuradora, com endereço eletrônico erika.dpvat@hotmail.com que a presente subscreve, conforme instrumento de mandato anexo (doc. 02), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor a pertinente.
AÇÃO DE CONCESSÃO DE AUXILIO ACIDENTE PREVIDENCIARIO
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquia federal, com agencia na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, pelas razões a seguir aduzidas:
PRELIMINARMENTE
DA ASSISTÊNCIA JUDICIARIA
Conforme os preceitos da Lei 1060/50, § 2° e § 4°, o Requerente não possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais e honorários advocatícios em detrimento de seu sustento.
Desta forma, obedecendo rigorosamente à dicção do artigo 4º do referido diploma legal, segue anexa declaração de pobreza do Requerente (doc. 0), cópia da carteira de trabalho (doc. 0) e ultimas declarações de imposto de renda (doc. 0) para a concessão do benefício da gratuidade judicial.
I – DOS FATOS
O Requerente é segurado obrigatório da previdência social, sendo que suas contribuições decorrem de contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, ocorrendo descontos compulsórios recolhidos por seus empregadores em sua folha de pagamento e repassados à Autarquia, como determina a legislação.
Ressalta-se que o Requerente, exercia à época do seu afastamento, e em registros subsequentes, a função de arte finalista, conforme cópia da inclusa CTPS.
Ressalta-se que para o exercício de tal função, faz-se necessário habilidade técnica específica a qual, exige esforços físicos multivariados, para a manutenção e limpeza dos equipamentos, instrumentos e materiais utilizados, bem como do local de trabalho, executando trabalhos de encadernação de impressos, livros, desmanchando, ordenando, costurando ou colando, recortando; e organização de arquivos, como exigindo-se o máximo da higidez física para à realização completa da atividade laboral.
Ocorre que, na data de 18/07/2012, o Requerente sofreu acidente automobilístico, sofrendo lesões no ombro esquerdo, sendo submetido à tratamento cirúrgico conforme se extrai do prontuário médico anexo (doc 0).
Portanto, devido ao sinistro, o Autor sofreu lesões irreparáveis em ombro esquerdo, percebendo benefício auxílio-doença número 5527638677 até a data de 14/10/2012 (doc. 0), porém deixando o INSS de lhe conceder o benefício auxílio-acidente (Espécie 31) que é devido.
Atualmente encontra-se o Requerente com sua capacidade laboral habitual comprometida, haja vista que a lesão o persegue, comprometendo sua plena capacidade laborativa, comprovando assim o nexo causal entre a moléstia de que padece e a redução da capacidade para o trabalho que exercia habitualmente.
II – DO DIREITO
O Auxílio-acidente é o benefício concedido ao segurado, quando consolidada lesão decorrente de acidente de qualquer natureza, resulte em sequelas que impliquem na redução da capacidade física para o trabalho que habitualmente exercia, ainda que essa redução seja mínima ou em grau leve. Assim prescreve o artigo 86 da Lei n.º 8.213/91 com redação dada pela Lei n.º 9.528/97:
“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.”
Nesta senda, destaca-se a essência dos benefícios acidentários na legislação brasileira descritas pelo procurador federal Hermes Arrais Alencar, em sua obra Benefícios Previdenciários (2006, p. 225, ed leud) que assim demonstra: 
“O auxílio-acidente ostenta nível intermediário entre o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez. Estes somente têm lugar quando verificada a incapacidade total do segurado, ao passo que o auxílio-acidente é passível de ser deferido sempre que presente incapacidade parcial, porém, permanente, em virtude de sequela deixada por infortúnio”. 
O tema é revelado com apoio doutrinário de Tupinambá Miguel Castro do Nascimento, que esclarece:
"É elemento componente da conceituação do acidente do trabalho a ocorrência da lesão corporal de perturbação funcional que resulte em morte, incapacidade total ou definitiva ou temporária ou em redução da capacidade. Não se repara, infortunisticamente, o simples dano objetivamente visto; sim aquele que repercutindo na atividade laboral, ocasione morte, a perda, redução permanente ou temporária da capacidade do trabalho" (Comentários à Lei de Acidente do Trabalho, Aide, 5ª ed., 1984, págs. 52/53).
Com efeito, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, entende seja concedido o benefício auxílio-acidente conforme aqui requerido:
ACIDENTÁRIA–Motorista–-Lesão no ombro esquerdo – Nexo concausal reconhecido – Redução total e temporária da capacidade laborativa – Auxílio-doença acidentário devido a Partir do dia seguinte ao da cessação administrativa – Valores em atraso que devem ser atualizados na forma do art. 41 da Lei nº 8.213/91, afastada a adoção do INPC– Incidência do IPCA-E a partir da elaboração da conta de liquidação – Juros de mora a partir da citação, de forma englobada sobre o montante até aí devido e, depois, mês a mês, de forma decrescente – Aplicação do art. 5º da Lei nº 11.960/09, todavia, apenas no que tange aos juros, em face do resultado do julgamento da ADI nº 4.357 pelo STF – Questão relativa ao termo final dos juros relegada para fase de execução – Honorários advocatícios fixados segundo a orientação da Súmula nº 111 do STJ – Recurso oficial e do autor parcialmente provido (Apelação nº1004636-42.2014.8.26.0053, órgão julgador 16° Câmara de Direito Público, Des. João Antunes dos Santos Neto, data de julgamento: 29/12/2015)
Impende informar que, o membro afetado é de extrema importância para a função exercida, pois necessariamente, o Requerente utiliza-se dos membros superiores para realizar sua atividade laboral, essa eminentemente braçal.
Portanto, comprovados o nexo concausal entre a atividade laborativa e a lesão sofrida pelo Requerente, bem como a necessidade de despender maior esforço, ainda que mínimo (RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA Nº 1.109.591 - SC) para desempenhar sua função, pois a sua atividade laboral requer necessariamente a utilização total da higidez física, há de ser reconhecido o direito à concessão do benefício de auxílio-acidente.
III – DO PREQUESTIONAMENTO
Por cautela, na remota hipótese de improcedência da presente demanda, desde já, prequestiona a violação ao disposto no art. 86, da Lei 8.213/91, art. 104, do Decreto Lei 3.048/99 e o art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal, requerendo a manifestação expressa, a fim de atender requisitos objetivos da cadeia recursal.
IV – DOS PEDIDOS
Isso posto, requer:
 seja a Autarquia Previdenciária - INSS citada para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob as penas da lei;
 A produção de todos os meios de provas em direito admitidas, dentre elas: a testemunhal, com a oitiva das testemunhas, especialmente a prova pericial, a documental, bem como a juntada de novos documentos e outras que se fizerem necessárias para o deslinde do feito;
a determinação de perícia médica, bem como, que o Instituto réu, traga aos autos os documentos referente ao processo administrativo de auxilio doença e antecedentes médicos do Requerente nos termos do art. 355 do CPC;
 a condenação do INSS ao pagamento do benefício auxílio-acidente no percentual de 50% sobre o salário-de-benefício desdeo dia seguinte a cessação do benefício auxílio-doença, nos termos do art. 86 da Lei n. 8.213/91, bem como o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, estas corrigidas monetariamente nos termos da lei;
a condenação do INSS ao pagamento dos honorários advocatícios em 15% (quinze por centos) sobre o valor total da ação, mais custas processuais, juros e correção monetária;
deferir a assistência judiciária pleiteada por ser pobre o Requerente na acepção da palavra, conforme declaração anexa;
Requer ainda, a manifestação expressa sobre o prequestionamento acima levantado, a fim de cumprir o requisito da cadeia recursal;
finalmente, requer a total procedência do pedidos;
QUESITOS PERICIAIS		
Qual a profissão do periciando e quais suas atribuições?
Possui o periciando limitação na amplitude de movimento do membro afetado em decorrência do acidente? Qual grau? Possível indicar o CID-10?
O periciando teve de enfrentar procedimento cirúrgico em decorrência da lesão sofrida no MSE?
Estas seqüelas estão consolidadas?
A incapacidade é definitiva ou temporária, levando em consideração a atividade laboral que exercia habitualmente? 
Caso a resposta acima seja temporária, necessita intervenção cirúrgica? E se outro procedimento, será totalmente recuperado para a atividade laboral que exercia habitualmente?
As lesões/doenças reduzem parcialmente ou totalmente a capacidade laborativa para o trabalho que exercia habitualmente?
As lesões/doenças reduzem, ainda que minimamente ou em grau leve, a plena capacidade laborativa para a função laboral que exercia habitualmente? 
É possível indicar qual o grau de redução de sua capacidade laborativa para a atividade laboral que exercia habitualmente?
A doença/moléstia ou consequências desta(s) irradia sintomas para algum ou alguns membros do corpo além do afetado pela enfermidade? Caso positivo, irradia para qual ou quais membros ou partes do corpo?
Que tipo de sintomas são irradiados?
O membro atingido pelo sintoma e irradiações descritos nos quesitos anteriores, afetam, ainda que minimamente ou em grau leve, a capacidade laborativa da função de soldador? 
Quais os exames e testes clínicos realizados na perícia médica judicial que fundamentam, as respostas aos quesitos anteriores?
Demais esclarecimentos que entender necessários.
Dá se à presente causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para fins de alçada.
Termos em que,
Pede Deferimento
Cotia, 1 de junho de 2017
ERIKA VIRGINIA VITULIO
OAB/SP 284.653
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