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AULA 07 ECONOMIA POLÍTICA

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Aula 06 – Teorias Econômicas sobre Recursos Humanos.
O Setor Público e Tributação II
 Nova CPMF reforça sistema tributário que penaliza os mais pobres
(o Globo - On Line, 16/09/2015)
 Imaginemos que dois pais de família brasileiros com salários bem
distintos resolvam comprar hoje, um dia após o Governo anunciar
um pacote de novos impostos, uma bola oficial da CBF para seus
respectivos filhos. Ela custa 400 reais, sendo que quase metade
desse valor (185,96 reais) vem de impostos embutidos no produto.
Se o primeiro pai for da classe A, com um salário mensal de 30.000
mensais, o peso do imposto seria de apenas 0,62% do salário
mensal. Se o segundo pai for da emergente classe C, com um salário
de 1.200 reais, ele significa 15,5% do seu ganho mensal. O caso
hipotético, citado pelo presidente executivo do Instituto Brasileiro
de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, serve para
exemplificar o funcionamento do atual sistema tributário brasileiro:
como não se aplica de acordo com a faixa de renda de cada um,
acaba penalizando mais a classe com menor poder aquisitivo. Em
outras palavras, ele tributa igual os desiguais.
 O mesmo princípio pode ser aplicado no resgate da CPMF proposta
nesta segunda-feira [...]. Ela deve incidir diretamente sobre todas as
movimentações financeiras por via bancária, como em saques em
dinheiro e pagamento de cartão, por exemplo. Dessa forma, se os
dois pais comprarem pela internet através do cartão essa bola ou
qualquer produto terão um desconto de 0,2%, se a proposta for
aprovada. Nesse caso, o peso para o pai da classe A será muito
menor do que para o pai da classe C. "Não há dúvidas de que a
classe mais baixa sofre mais com esses impostos indiretos e que
são regressivos. No caso dos impostos da bola, por exemplo, o pai
mais pobre acabou pagando proporcionalmente 25 vezes mais que
o outro", explica Olenike. O exemplo é hipotético, mas pode se
fazer o mesmo paralelo para outros bens que consumidores de
faixas de renda diferente forem comprar: um refrigerante, a carne, a
roupa...
 Embora os especialistas admitam que a CPMF é "menos pior" que os
demais impostos brasileiros, caso seja ressuscitada, com aval do
Congresso, contribuirá para aumentar a carga tributária da país que
hoje é a maior da América Latina.
 Segundo dados da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o total de impostos pagos
pelos brasileiros atinge 35,7% de toda a riqueza produzida do país.
A taxa está acima de países desenvolvidos como Estados Unidos
(25,4%), Suíça (27,1%), Canadá (30, 6%) e Reino Unido (32,9%).
 Isso acontece em grande medida porque o Brasil possui um volume
alto de impostos indiretos, que estão embutidos nos produtos e
serviços e são cobrados de forma igual para todos. Por outro lado,
os brasileiros pagam menos impostos sobre a renda que a média
dos países da OCDE. [...]
 Para Olenike, falar em um aumento de impostos sobre a renda é
mais justo que cogitar subir as taxas que incidem sobre a produção
e comercialização de produtos "que são repassados aos
consumidores" ou em movimentações financeiras. "Como nos
impostos indiretos não há distinção entre classes e todos pagam o
mesmo, a parcela mais pobre da população acaba pagando,
proporcionalmente, mais taxas tributárias", explica. [...]
 Indagações:
 A partir do texto, comente sobre o sistema
tributário brasileiro e como ele afeta os princípios
gerais de tributação.
 Comente, com base no texto, sobre a necessidade
de uma reforma tributária no país.
 No Brasil, tributos indiretos como o ICMS (Imposto sobre circulação
de mercadorias e serviços) e ISS (Imposto sobre serviços)
apresentam como característica o seu caráter regressivo, vistos que
não incidem diretamente sobre determinada renda dos indivíduos,
sendo aplicados sobre o valor dos produtos e serviços,
indistintamente da renda dos consumidores.
 Assim, o caráter regressivo destes tributos está no fato de que,
tendo a mesma alíquota para todos, seu “peso” nas finanças
pessoais dos indivíduos diminui à medida que a renda se torna
maior.
 O exemplo da bola de futebol, apresentado no caso concreto
demonstra que as famílias mais pobres acabam por suportar uma
carga tributária proporcionalmente maior que as famílias mais ricas.
 Desta maneira, é necessária a reflexão sobre o Princípio da
Equidade, aplicado aos tributos, segundo o qual o tributo deve ser
justo, ou seja, os indivíduos devem contribuir com uma parcela
justa para arcar com o custo do governo.
 É possível perceber que a regressividade presente no pagamento de
tributos como o ICMS E ISS apresentam uma contradição em relação
ao Princípio da Equidade, tributando de maneira igual os desiguais.
 Assim, por meio de uma reforma tributária seria possível rever
aspectos como a regressividade presente em tais tributos,
tributando proporcionalmente os indivíduos de acordo com a sua
renda.
 TEORIAS ECONOMICAS SOBRE RECURSOS 
HUMANOS
 Sua origem está ligada ao surgimento da disciplina Economia da
Educação, nos Estados Unidos, em meados dos anos 1950. Theodore
W. Schultz, professor do departamento de economia da Universidade
de Chigago à época, é considerado o principal formulador dessa
disciplina e da ideia de capital humano. Esta disciplina específica
surgiu da preocupação em explicar os ganhos de produtividade
gerados pelo “fator humano” na produção. A conclusão de tais
esforços redundou na concepção de que o trabalho humano, quando
qualificado por meio da educação, era um dos mais importantes
meios para a ampliação da produtividade econômica, e, portanto, das
taxas de lucro do capital. Aplicada ao campo educacional, a ideia de
capital humano gerou toda uma concepção tecnicista sobre o ensino e
sobre a organização da educação, o que acabou por “esconder” seus
reais objetivos. Sob a predominância desta visão tecnicista, passou-se
a disseminar a ideia de que a educação é o pressuposto do
desenvolvimento do indivíduo, que, ao educar-se, estaria
“valorizando” a si próprio, na mesma lógica em que se valoriza o
capital.
 O capital humano, portanto, deslocou para o âmbito
individual os problemas da inserção social, do
emprego e do desempenho profissional e fez da
educação um “valor econômico”, numa equação
perversa que equipara capital e trabalho como se
fossem ambos igualmente meros “fatores de
produção” (das teorias econômicas neoclássicas).
Além disso, legitima a ideia de que os investimentos
em educação sejam determinados pelos critérios do
investimento capitalista, uma vez que a educação é o
fator econômico considerado essencial para o
desenvolvimento. Em 1968, Schultz recebeu o prêmio
Nobel de Economia pelo desenvolvimento da teoria
do capital humano.
 Diante do cenário de crise econômica mundial e do mercado,
nos últimos anos, onde jovens europeus com diplomas
universitários e educação de alto padrão enfrentam a realidade
do desemprego, com índices que demonstram que apenas 38%
dos jovens europeus em idade produtiva conquistaram postos
de trabalho, a Teoria do Capital Humano, agora apoiada numa
base material bastante distinta da dos anos 50 e 60, passa por
um processo de reconceptualização, o que implica, em manter
alguns princípios que sustentavam aquela perspectiva, mas
articulando-os a novos diagnósticos sobre as atuais condições
de regulação dos mercados (especialmente do mercado de
trabalho). Diferentemente da teoria do Capital Humano, a
Neoteoria do capital humano afirma que um incremento no
capital humano individual aumenta as condições de
empregabilidade do indivíduo, o que não significa que ele terá
um lugar garantido no mercado.
 Incrementos na educação e formação profissional
apenas darão melhores condições de competição na
disputa pelos poucos empregos disponíveis. A noção
de empregabilidade tem cumprido um importante
papel ideológico. Atribuindo aosindivíduos a
responsabilidade por sua inserção no mercado esse
conceito acaba por ser responsável pela ¿construção
e legitimação de um novo senso comum sobre o
trabalho, sobre a educação, sobre o emprego e a
própria individualidade¿ Restringe-se a possibilidade
de reivindicação do direito de todos ao trabalho, e
passa-se a valorizar a lógica da competição
individual num mercado estruturalmente excludente,
assumindo que, como resultado dessa competição,
será natural que alguns fracassem.
 Esta teoria defende que o êxito do empresário e do trabalhador
no século XXI terá relação com a maximização das suas
competências cognitivas. Cada um deles produzirá mais na razão
direta de sua maior capacidade de aprender a aprender, na
medida em que o que o empresário e o trabalhador conhecem e
fazem hoje não é sinônimo de sucesso no futuro. [...] A
capacidade de adaptação e de aprender a aprender e a
reaprender, tão necessária para milhares de trabalhadores que
terão de ser reconvertidos em vez de despedidos, a flexibilidade
e modificabilidade para novos postos de trabalho vão surgir cada
vez com mais veemência. Com a redução dos trabalhadores
agrícolas e dos operários industriais, os postos de emprego que
restam, vão ser mais disputados, e tais postos de trabalho terão
que ser conquistados pelos trabalhadores preparados e
diferenciados em termos cognitivos“. Percebe-se que duas
importantes características, exigidas dos trabalhadores da
atualidade pelos defensores da sociedade do conhecimento são
autonomia na construção do conhecimento e formação
permanente
 A educação passou a ser produtivista, ou seja,
se aproxima da teoria do capital humano, pois
encara cada indivíduo como tendo uma
capacidade produtiva potencial, cujo
desenvolvimento exige esforço tanto do próprio
como de seus instrutores e familiares. Cabe ao
individuo buscar na escola e fora dela as
habilidades e competências que garantam sua
empregabilidade. Nessa perspectiva, o sucesso
financeiro do indivíduo e sua mobilidade social
dependem de sua integração no mercado de
trabalho da melhor forma possível.
 POLÍTICA MONETÁRIA E LEGISLAÇÃO 
APLICADA
 Art. 164. A competência da União para emitir
moeda será exercida exclusivamente pelo
banco central.
 § 1º É vedado ao banco central conceder,
direta ou indiretamente, empréstimos ao
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira.
 § 2º O banco central poderá comprar e
vender títulos de emissão do Tesouro
Nacional, com o objetivo de regular a oferta
de moeda ou a taxa de juros.
 Sistema Financeiro Nacional (SFN) 
 Autoridades Monetárias
 Dispõe sobre a Política e as Instituições 
Monetárias, Bancárias e Creditícias.
 Cria o Conselho Monetário Nacional e dá 
outras providências.
 Órgão colegiado ao Ministério da Fazenda - é
o órgão deliberativo máximo do Sistema
Financeiro Nacional.
 Ao CMN compete:
 1 - Estabelecer as diretrizes gerais das
políticas monetária, cambial e creditícia;
 2 - Regular as condições de funcionamento e
fiscalização das instituições financeiras
 3 - Disciplinar os instrumentos de política
monetária.
 Ministro da Fazenda, como Presidente do 
Conselho; 
 Ministro do Planejamento, Orçamento e 
Gestão; 
 Presidente do Banco Central do Brasil.
 O Banco Central do Brasil, autarquia federal 
integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi 
criado em 31.12.64, com a promulgação da 
Lei nº 4.595/64.
 Antes da criação do Banco Central, o papel de 
autoridade monetária era desempenhado pela 
Superintendência da Moeda e do Crédito -
SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo 
Tesouro Nacional.
 a) a emissão de moeda;
 b) o recebimento dos depósitos obrigatórios
dos bancos comerciais;
 c) realização de operações de redesconto de
liquidez e seletivo;
 d) controle do crédito e das taxas de juros;
 e) a fiscalização das instituições financeiras e
a concessão da autorização para seu
funcionamento;
 a) Emissões 
 b) Depósitos compulsórios 
 c) Operações com mercado aberto (open 
market) 
 d) Operações de redesconto 
 a) Emissões - o Banco Central controla o montante de moeda na 
economia, decidindo sobre as necessidades de novas emissões e 
respectivos volumes;
 b) Depósitos compulsórios - os bancos comerciais são obrigados 
a depositar no Banco Central um percentual determinado sobre 
os depósitos à vista. Caso o governo queira restringir a oferta 
monetária, poderá aumentar a porcentagem dos depósitos á 
vista que os bancos comerciais são obrigados a depositar no 
Banco Central;
 c) Operações com mercado aberto (open market) - consistem na 
compra e venda, pelo Banco Central, de títulos da dívida pública;
 d) Operações de redesconto - correspondem à liberação de 
recursos pelo Banco Central aos bancos comerciais, que podem 
ser classificados como empréstimos ou redesconto de títulos. Se 
o Banco Central elevar a taxa aplicada às operações de 
redesconto, poderá desestimular o sistema bancário em recorrer 
a este tipo de socorro financeiro.
 Pode-se dividir os títulos de crédito em duas 
grandes classes –
 a) títulos públicos; 
 b) títulos particulares ou comerciais.
 São títulos públicos aqueles emitidos pelo 
Poder Público, onde se destaca os Títulos da 
Dívida pública.
 O Código Civil, Lei 10.406/2002, trata nos 
arts. 887 a 926 sobre os títulos de crédito, 
classificando estes títulos como:
 Ações emitidas pelas sociedades comerciais
 Debêntures
 Nota promissória
 Cheque
 Duplicata mercantil
 a) Ações emitidas pelas sociedades comerciais - é a unidade de 
capital das sociedades anônimas.
 b) Debêntures - são títulos de crédito de emissão das sociedades 
por ações, representando empréstimos contraídos por estas 
sociedades junto aos particulares.
 c) Nota promissória - é o título de crédito pelo qual alguém 
promete pagar a outrem certa quantia em determinado prazo. 
Trata-se de uma promessa de pagamento, exigindo na sua 
constituição, um emitente, que é o devedor que a assina, e um 
beneficiário ou portador, que é o credor.
 d) Duplicata mercantil - é um título de crédito de emissão nas 
vendas mercantis a prazo, realizadas entre comerciantes 
residentes no país.
 e) Cheque - é a ordem de pagamento à vista emitido em favor 
próprio ou de terceiro, sem prazo ou vencimento, sacada por 
uma pessoa contra instituição financeira autorizada. Emissor ou 
emitente é a pessoa que emite o cheque. Sacado é o banco que 
tem fundos à disposição do emitente.
 1) São objetivos da política do Conselho 
Monetário Nacional com EXCEÇÃO:
 a) zelar pela liquidez e solvência das instituições 
financeiras
 b) participar do conselho de administração das 
empresas públicas 
 c) adaptar o volume dos meios de pagamento ás 
reais necessidades da economia nacional 
 d) regular o valor interno da moeda 
 e) propiciar o aperfeiçoamento das instituições e 
dos instrumentos financeiros
 2) NÃO é um título particular ou comercial:
 a) Ações emitidas pelas sociedades comerciais. 
 b) Cheque. 
 c) Duplicata Mercantil. 
 d) Título Público. 
 e) Nota Promissória.
 1 B.
 2 D.

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