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Livro de 
Baruque. 
INTRODUÇÃO 
O livro de Baruc chegou até nós por meio da versão grega da Septuaginta, onde se 
encontra entre Jeremias e as Lamentações. São Jerônimo absteve-se de traduzi-lo para o 
latim porque, a seu ver, "os hebreus nem liam, nem possuíam" este livro; por isso, o que 
foi inserido na Vulgata é a tradução latina da Vetus Latina. Na Vulgata , Baruc se situa 
geralmente entre as Lamentações e Ezequiel - juntamente com a Carta de Jeremias que, 
na Vulgata , vem logo em seguida e constitui o seu capítulo sexto. 
A primeira leitura, a obra se apresenta como tendo sido redigida por Baruc , "secretário" 
de Jeremias , durante o exílio na Babilônia , para proveito da comunidade que ficara em 
Jerusalém . Mas as numerosas discrepâncias entre as informações dos escritos 
contemporâneos relativos à tomada de Jerusalém e ao Exílio e os dados de Baruc 
tornam impossível a atribuição desta obra ao "secretário" de Jeremias (cf. notas em Br 
1,1.2.8.10.12 e 14). O livro inclui-se, portanto, na literatura pseudonímica; a 
pseudonímia implica um autor diferente, bem como outra situação e outros destinatários 
que os enunciados no texto. Daí decorre a principal dificuldade para ler Baruc. Ele 
segue o modelo das narrativas referentes à tomada de Jerusalém por Nabucodonosor em 
587 e aos anos de exílio , sem deixar de introduzir certo número de alterações, cuja 
função é adaptar o modelo à situação histórica do seu tempo. Tais diferenças são os 
sinais característicos do processo de atualização. Para situar Baruc no espaço e no 
tempo, e para compreender sua função, mister é tentar descobrir, por trás do que diz o 
texto, o que ele, na realidade, designa. 
As quatro partes do livro. Mas a leitura esbarra ainda com outra dificuldade: o caráter 
compósito da obra. De fato, ela é constituída de quatro partes heterogêneas, que não 
podem ser nem do mesmo autor, nem da mesma época: uma introdução histórica, uma 
oração penitencial, uma meditação sobre a Sabedoria, e finalmente uma exortação a 
Jerusalém . 
Esses trechos diferem tanto pela língua original que supõem, como pelo gênero literário 
e a doutrina: daí provêm os problemas da unidade da coletânea em sua composição atual 
e o da sua função global. 
a) A introdução histórica (1,1-14). Descreve-nos as circunstâncias em que o livro de 
Baruc teria sido composto, e com que finalidade. Teria esta introdução sido redigida 
diretamente em grego, por um escritor familiarizado com a Septuaginta, ou remontaria a 
um original semítico? Ambas as hipóteses foram defendidas, mas a segunda parece mais 
verossímil. 
b) A oração penitencial (1,15-3,8). Duas partes se podem distinguir (1,15 nota): de 
início, uma confissão (1,15-2,10), a seguir uma súplica (2,11-3,8). O texto grego desta 
oração , mosaico de citações bíblicas, é, com toda a verossimilhança, tradução de uma 
prece inicialmente redigida em hebraico. Ela pertence a um gênero literário bem-
definido, o da confissão nacional. 
O início da oração (1,15-2,19) depende da de Daniel , inserindo-lhe, porém, algumas 
modificações. Em especial, Baruc omite as passagens de Daniel relativas a Jerusalém e 
ao santuário desolado (Dn 9,16.17b.18b.19); mas Baruc acrescenta desenvolvimentos 
sobre a situação do povo no Exílio (Br 2,3-5.13.14b). Essas modificações sugerem que a 
oração penitencial de Baruc provém de uma comunidade judaica da diáspora , para a 
qual a situação do Templo já não se apresentava de modo tão dramático quanto a 
evocada por Daniel . Do ponto de vista cronológico, várias hipóteses foram 
apresentadas para explicar este parentesco estreito entre as confissões nacionais de 
Daniel e as de Baruc; caso se conclua por um empréstimo tomado diretamente de Daniel 
por Baruc, a oração conservada no segundo é posterior ao primeiro; mas não é 
impossível tampouco que essas duas confissões sejam translados de uma oração mais 
antiga (a respeito de um arcaísmo doutrinal, cf. 2,17, nota) que teriam sido inseridos 
posteriormente e de forma independente nos dois livros. 
Função litúrgica, data e ambiente de origem das duas primeiras partes de Baruc: o jejum 
e as lamentações, os sacrifícios oferecidos no santuário , a confissão nacional, tudo isso 
indica que o quadro litúrgico das duas primeiras partes de Baruc é o de uma liturgia 
penitencial celebrada com vistas a reconciliar o povo com seu Deus , depois de alguma 
catástrofe nacional. Vários períodos particularmente conturbados podem ser levados em 
consideração: 169 e os anos subseqüentes, sob Antíoco Epífanes, a tomada de Jerusalém 
por Pompeu em 63 a.C.; finalmente a efetuada por Tito em 70 d.C. Mas o saque do 
Templo por Antíoco IV em 169 e a restauração do culto por Judas em 164, portanto, 
cinco anos mais tarde (cf. 1,2.8) são o que parece explicar melhor as discrepâncias 
significativas da tipologia usada neste escrito. A intercessão em prol de Nabucodonosor 
e do seu filho Baltasar (1,11) nos faria remontar a Antíoco IV e a seu filho, o futuro 
Antíoco Eupátor. Quanto ao ambiente de origem dessas duas primeiras partes, não há 
dúvida de que seja uma comunidade judaica da diáspora , talvez de Antioquia, 
profundamente apegada às tradições religiosas da Judéia - ao contrário dos partidários 
da helenização integral, como o sumo sacerdote Menelau (cf. 2Mc 4,23ss.) -, mas 
politicamente hostil a uma resistência armada contra os selêucidas (1,11-12; 2,21.24). 
c) A meditação sobre a Sabedoria (3,9-4,4). À oração penitencial segue-se uma 
meditação sobre a Sabedoria (3,9 nota). O texto retoma a interrogação sobre a causa das 
desgraças do povo no Exílio, mas a resposta é formulada nos termos característicos dos 
escritos sapienciais. 
A meditação sobre a Sabedoria se situa numa virada da história das doutrinas 
sapienciais judaicas. A idéia de uma Sabedoria dispensada universalmente (Pr 8,17.31), 
definida como temor de Deus (Pr 1,7; 9,10; 15,33; Sl 111,10; Jo 28,28), é precisada: ora 
é identificada com a Lei, cujo depositário único é o povo eleito (Sr 24,8-12; Br 4,1); ora 
é apresentada como participante da obra criadora de Deus (Pr 8,22-31; Sr 24,9; e talvez 
Br 3,32-35, cf. nota ao v. 32), depois, habitando entre os homens. 
Por causa das afinidades doutrinais que esta meditação sobre a Sabedoria apresenta com 
o Sirácida, é cabível datá-la do século II a.C.; mas é difícil defini-lo com maior 
precisão. Também aqui as opiniões acerca da língua em que este trecho foi composto se 
dividem. Todavia, parece mais verossímil um original grego. A questão do seu 
relacionamento com as demais partes do livro está longe de ter recebido uma resposta 
satisfatória: houve quem propusesse reconhecer nele uma homilia pronunciada por 
ocasião de um dia de penitência . 
d) Exortação e consolação de Jerusalém (4,5-5,9). A última parte do livro pertence a 
outro gênero literário (cf. 4,5 nota); trata-se de um poema de estímulo e reconforto, cujo 
estilo é muito parecido com o do Segundo Isaías . O problema da língua original, 
semítica ou grega, é tão controvertido para esta parte quanto para a precedente. O 
undécimo salmo de Salomão , redigido pouco depois da tomada de Jerusalém por 
Pompeu em 63 a.C., é muito parecido com esta seção de Baruc; a comparação dos dois 
escritos permite concluir pela anterioridade de Br 4-5. Ao contrário da introdução 
histórica e da oração penitencial que se situam no início do Exílio e preconizam uma 
política de conciliação com as nações, aqui o texto lhes é francamente hostil e supõe a 
iminência da volta dos dispersados. Pertence, por conseguinte, a uma época e um 
ambiente sensivelmente diferentes dos das duas primeiras partes. Anterior a 63, pode ser 
datado da segunda metade do século II, e atribuído a uma comunidade dadiáspora que 
se tinha apartado dos selêucidas, estimulada a isso pelas conquistas políticas e militares 
dos hasmoneus. 
O livro em seu conjunto. Baruc é um escrito da diáspora judaica, que convida os 
hierosolimitanos a celebrar uma liturgia penitencial. As duas primeiras partes, mais 
antigas, devem ser contemporâneas ou pouco posteriores aos acontecimentos de 164 e 
parecem provir de uma comunidade da dispersão, politicamente situada a meia distância 
entre os partidários de Menelau e os partidários dos macabeus. A quarta parte, 
acrescentada posteriormente, provém, sem dúvida, de um ambiente conquistado à causa 
da independência judaica. Quanto à elucubração sobre a Sabedoria, é difícil definir sua 
proveniência: por razões de estilo, atinentes em particular à unidade de locutor, inclinar-
nos-íamos de preferência a ligá-la à exortação a Jerusalém . Com toda a 
verossimilhança, o livro recebeu a forma definitiva no decorrer da segunda metade do 
século II. 
CAPÍTULO 1 
1 Eis o conteúdo do livro que Baruc, filho de Nerias, filho 
de Maasias, filho de Sedecias, filho de Hasadias, filho de 
Helcias, escreveu em Babilônia, 
2 no quinto ano, no sétimo dia do mês, na época em que os 
caldeus haviam tomado Jerusalém e a tinham devastado pelo 
fogo. 
3 Baruc fez a leitura do conteúdo deste livro na presença 
de Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá, e de todo o 
povo que viera para escutar o livro, 
4 na presença das autoridades, dos filhos dos reis, dos 
anciãos, em suma, na presença de todo o povo do menor até o 
maior, de todos os que habitavam em Babilônia às margens do 
rio Sud. 
5 As pessoas choravam, jejuavam, oravam diante do Senhor. 
6 A seguir, eles ajuntaram dinheiro, dando cada qual 
conforme os seus meios, 
7 e o enviaram a Jerusalém, ao sacerdote Joaquim, filho de 
Helcias, filho de Salom, bem como aos outros sacerdotes e a 
todo o povo que se encontrava com ele em Jerusalém. 
8 Antes disso, Baruc tomara os objetos da Casa do Senhor os 
que tinham sido levados para fora do santuário para fazer 
com que voltassem à terra de Judá no décimo dia do mês de 
sivan tratava-se dos objetos de prata mandados fazer por 
Sedecias, filho de Josias, rei de Judá, 
9 depois que Nabucodonosor, rei de Babilônia, deportou 
Jeconias de Jerusalém, e o levou para Babilônia, bem como 
os chefes, os prisioneiros, as autoridades e o povo da 
terra. 
10 E eles disseram: "Eis que vos enviamos dinheiro: com 
esta quantia, comprai vítimas destinadas a holocaustos e 
sacrifícios pelos pecados, comprai incenso fazei oferendas, 
apresentai sacrifícios sobre o altar do Senhor, nosso Deus, 
11 e orai pela vida de Nabucodonosor, rei de Babilônia e 
pela do seu filho, Baltasar, a fim de que seus dias sejam 
como os dias do céu sobre a terra. 
12 Então o Senhor nos dará a força e iluminará nossos 
olhos; viveremos à sombra de Nabucodonosor, rei de 
Babilônia, e à sombra de seu filho Baltasar, servi-los-emos 
durante numerosos dias e encontraremos graça diante deles. 
13 Rezai igualmente ao Senhor nosso Deus por nós, pois 
pecamos contra o Senhor nosso Deus, e até este dia o furor 
e a cólera do Senhor não se afastaram de nós. 
14 Enfim, fareis a leitura deste livro que vos enviamos, 
para que se faça a confissão dos pecados na casa do Senhor, 
no dia da Festa e nos dias em que for conveniente. 
15 Direis: 
Oração Penitencial 
A confissão. Ao Senhor nosso Deus pertence a justiça, mas a 
nós, a vergonha no rosto, como hoje se vê! A vergonha para 
o homem de Judá e os habitantes de Jerusalém, 
16 para nossos reis, nossos chefes, nossos sacerdotes, 
nossos profetas e nossos pais. 
17 Pois nós pecamos contra o Senhor, 
18 não lhe fomos fiéis e não escutamos a voz do Senhor 
nosso Deus, que nos mandava andar segundo os preceitos que 
ele colocou diante de nós. 
19 Desde o dia em que o Senhor fez sair nossos pais da 
terra do Egito até este dia, não cessamos de ser infiéis ao 
Senhor nosso Deus e procedemos levianamente, não escutando 
a sua voz. 
20 Por isso, como hoje se vê, as desgraças se colaram a 
nós, assim como a maldição proferida por ordem do Senhor 
pelo seu servo Moisés, no dia em que fez sair nossos pais 
da terra do Egito, para nos dar uma terra que mana leite e 
mel. 
21 Nós não escutamos a voz do Senhor nosso Deus, conforme 
todas as palavras dos profetas que ele nos enviou, 
22 mas íamos, cada qual, seguindo o desígnio do seu coração 
perverso, servir a outros deuses, fazer o que é mau aos 
olhos do Senhor, nosso Deus. 
 
CAPÍTULO 2 
 
1 Por isso, o Senhor pôs em execução a palavra que 
pronunciara contra nós, contra nossos juízes que governaram 
Israel, contra nossos reis, contra nossos chefes e contra 
os habitantes de Israel e de Judá: 
2 não se fizeram debaixo do céu inteiro coisas semelhantes 
às que ele fez em Jerusalém, de conformidade com o que está 
escrito na Lei de Moisés 
3 a tal ponto que chegamos a comer, um, a carne do seu 
filho, o outro, a carne de sua filha. 
4 E o Senhor os entregou ao poder de todos os reinos que 
nos rodeiam, para sofrerem ultraje e desolação entre todos 
os povos dos arredores, onde ele os dispersou. 
5 Eles foram subjugados, em vez de levar vantagem, porque 
pecamos contra o Senhor nosso Deus, não escutando a sua 
voz. 
6 Ao Senhor nosso Deus pertence a justiça, mas a nós e a 
nossos pais, a vergonha no rosto, como hoje se vê! 
7 Tudo o que o Senhor anunciara contra nós, todas essas 
desgraças desabaram sobre nós. 
8 E nós não imploramos a face do Senhor, para que apartasse 
cada um de nós dos pensamentos do seu coração perverso. 
9 Por isso, o Senhor velou por essas desgraças e as mandou 
contra nós; porque o Senhor é justo em tudo o que nos 
mandou fazer, 
10 mas nós não lhe escutamos a voz, que nos dizia para 
andar de acordo com os mandamentos que o Senhor pusera 
diante de nós. 
A súplica. 
11 E agora, Senhor Deus de Israel, que fizeste sair o teu 
povo da terra do Egito com tua mão forte, com sinais e 
prodígios, com grande poder e com teu braço estendido, que 
adquiriste um Nome como hoje se vê, 
12 nós pecamos e agimos como ímpios, cometemos a injustiça, 
Senhor nosso Deus, contrariando todas as tuas prescrições. 
13 Que a tua ira se aparte de nós, pois estamos 
abandonados, número reduzido no meio das nações nas quais 
nos dispersaste. 
14 Escuta, Senhor, nossa prece e nosso pedido, poupa-nos 
por causa de ti e concede-nos graça diante dos que nos 
deportaram, 
15 a fim de que toda a terra saiba que tu és o Senhor nosso 
Deus, pois o teu Nome foi invocado sobre Israel e sobre a 
sua descendência. 
16 Senhor, olha do alto da tua santa morada e leva-nos em 
consideração; inclina, Senhor, o teu ouvido e escuta; 
17 abre os olhos e vê: não são os mortos no Hades, aqueles 
cujas entranhas não têm mais alento, que darão glória e 
justiça ao Senhor, 
18 mas é a alma em extremo aflita, o que caminha curvado e 
enfraquecido, é o olhar vacilante, e a alma esfomeada quem 
te dará glória e justiça, Senhor! 
19 Por isso, não é apoiando-nos nas obras de justiça dos 
nossos pais e dos nossos reis que depomos nossa súplica 
diante de tua face, Senhor nosso Deus 
20 pois desencadeaste a tua ira e tua cólera contra nós, 
como tinhas anunciado por intermédio dos teus servos, os 
profetas, dizendo: 
21 "Assim fala o Senhor: Curvai os ombros, servi ao rei de 
Babilônia, e permanecereis na terra que eu dei a vossos 
pais. 
22 Mas se não escutardes a voz do Senhor que vos manda 
servir ao rei de Babilônia, 
23 eu farei com que a voz da alegria e a do prazer, a voz 
do recém-casado e a da jovem esposa abandonem as cidades deJudá e saiam de Jerusalémtoda essa terra ficará desolada, 
vazia de seus habitantes". 
24 Mas nós não escutamos a voz que nos mandava servir ao 
rei de Babilôniapor isso puseste em execução as palavras 
que pronunciaras pela boca dos teus servos, os profetas: 
arrancar-se-iam dos seus túmulos as ossadas de nossos reis 
e as ossadas de nossos pais. 
25 E ei-las jogadas aos ardores do dia e ao gelo da noite; 
eles morreram em cruéis sofrimentos, pela fome, a espada e 
o exílio 
26 e a Casa sobre a qual foi invocado o teu Nome, 
reduziste-a ao estado em que hoje se vê, por causa da 
perversidade da casa de Israel e da casa de Judá. 
27 E, no entanto, agiste para conosco, Senhor, segundo toda 
a tua eqüidade e toda a tua grande compaixão, 
28 conforme o que tinhas anunciado por intermédio do teu 
servo Moisés, no dia em que lhe ordenaste que escrevesse a 
tua Lei perante os filhos de Israel, dizendo: 
29 ‘Se não escutardes a minha voz, pois bem, esta imensa 
multidão ruidosa ficará reduzida a pouca coisa em meio às 
nações nas quais os dispersarei; 
30 pois eu sei que não me escutarão, porque é um povo de 
dura cerviz. 
Mas eles cairão em si, na terra onde terão sido deportados, 
31 e saberão que sou eu, o Senhor, seu Deus. Eu lhes darei 
um coração e ouvidos que ouvem, 
32 eles me louvarão na terra onde tiverem sido deportados e 
lembrar-se-ão do meu Nome. 
33 Renunciarão à sua obstinação e às suas más ações, pois 
se lembrarão do caminho de seus pais, que pecaram contra o 
Senhor. 
34 E eu os farei voltar à terra que prometi a seus pais 
Abraão, Isaac e Jacó apossar-se-ão dela; eu os tornarei 
numerosos e, na verdade, eles não serão mais diminuídos! 
35 Firmarei para eles uma aliança eterna, a fim de que eu 
seja para eles Deus, e eles sejam um povo para mim; e não 
farei mais sair o meu povo Israel da terra que lhes dei’. 
 
CAPÍTULO 3 
 
1 Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, quem clama a ti é 
uma alma angustiada, um espírito acabrunhado. 
2 Escuta, Senhor, e tem compaixão, pois pecamos contra ti; 
3 tu, permaneces para sempre, mas nós, para sempre estamos 
perdidos! 
4 Por isso, Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, escuta a 
oração dos mortos de Israel, dos filhos daqueles que 
pecaram contra ti: eles não escutaram a voz do Senhor seu 
Deus, então as desgraças se colaram a nós. 
5 Não te recordes das injustiças dos nossos pais, mas, 
nesta ocasião, lembra-te da tua mão e do teu Nome, 
6 pois tu és o Senhor nosso Deus, e nós te louvaremos, 
Senhor! 
7 Foi por isso que inspiraste o temor em nossos corações: 
para que invocássemos o teu Nome. Nós te louvaremos no 
nosso exílio, pois arrancamos de nossos corações toda a 
injustiça dos nossos pais, que pecaram contra ti. 
8 Eis-nos hoje neste exílio em que nos dispersaste, 
expostos ao ultraje e à maldição e para nossa emenda, por 
causa de todas as injustiças dos nossos pais que se 
separaram do Senhor, nosso Deus. 
Meditação sobre a Sabedoria 
Exortação 
9 Ouve, Israel, os preceitos de vida, prestai ouvido para 
aprender a discernir. 
10 Que acontece, Israel? Por que estás em terra de 
inimigos? Por que envelheceste em terra estrangeira? 
11 Por que te contaminaste com os mortos e por que foste 
incluído no número dos que descem ao Hades? 
12 Foi porque abandonaste a fonte da Sabedoria. 13 Se 
tivesses seguido o caminho de Deus, habitarias na paz para 
sempre. 
14 Aprende onde está o discernimento, onde, a força, onde, 
o saber, para conhecer, ao mesmo tempo, onde estão a 
longevidade e a vida, onde estão a luz dos olhos e a paz. A 
Sabedoria inacessível 
15 Quem encontrou a morada da Sabedoria e quem entrou em 
seus tesouros? 
16 Onde estão os chefes das nações, e os que domam os 
animais selvagens da terra? 
17 Onde estão os que se divertem com os pássaros do céu, os 
que põem em reserva a prata e o ouro, nos quais os homens 
puseram sua confiança, eles, cuja fortuna não tem limites? 
18 Onde estão os que lavram a prata e fazem dela o objeto 
de seu cuidado, eles, cujas obras superam a imaginação? 
19 Foram aniquilados, desceram ao Hades, e outros surgiram 
em seu lugar. 
20 Outros mais jovens viram a luz e habitaram sobre a 
terra; mas eles não conheceram o caminho da ciência, 
21 não prestaram atenção a suas veredas e não se 
preocuparam com ela; os filhos ficaram à parte do caminho 
de seus pais. 
22 Ela tampouco foi ouvida em Canaã nem vista em Teman 
23 até os filhos de Agar que andavam em busca do saber 
sobre a terra, os mercadores de Merran e Teman, os 
narradores de fábulas e os pesquisadores do saber, não 
conheceram o caminho da Sabedoria e não se lembraram das 
suas veredas. 
24 Ó, Israel, como é grande a casa de Deus, como é vasto o 
domínio que lhe pertence! 
25 Ele é grande e não tem fim, é elevado e sem medida! 26 
Ali é que foram gerados os famosos gigantes, os do 
princípio, de alta estatura e versados na arte da guerra. 
27 Não foi a eles que Deus escolheu, nem a eles que indicou 
o caminho da ciência; 
28 e pereceram, pois não tinham discernimento; pereceram 
por causa de sua irreflexão. 
29 Quem subiu ao céu, quem se apoderou dela para fazê-la 
descer das nuvens? 
30 Quem foi além do mar, quem a encontrou 
31 Ninguém há que lhe conheça o caminho, ninguém mesmo que 
deseje seguir-lhe a vereda. Só Deus a conhece e a doou a 
Israel 
32 Mas Aquele que sabe todas as coisas a conhece, ele a 
descobriu com sua inteligência; ele preparou a terra para a 
eternidade, depois, povoou-a de quadrúpedes; 
33 ele envia a luz e ela se põe a caminho; chamou-a: ela 
obedeceu-lhe tremendo; 
34 as estrelas brilharam em suas vigílias e se alegraram; 
35 ele as chamou, e elas responderam: "Ei-nos aqui!" 
Brilharam com júbilo para seu Criador. 
36 Ele é o nosso Deus, e não se contará outro fora dele. 
37 Ele descobriu todo caminho que leva à ciência e o 
indicou a Jacó, seu servo, e a Israel, seu bem-amado. 
38 Depois disso, ela foi vista na terra e viveu entre os 
homens. 
 
CAPÍTULO 4 
 
1 A Sabedoria é o livro dos mandamentos de Deus, a Lei que 
existe para todo o sempre Todos os que se apegam a ela irão 
para a vida, mas os que a abandonam morrerão. 
Exortação 
2 Volta-te, Jacó, apanha-a; põe-te a caminho da claridade, 
ao encontro de sua luz. 
3 Não cedas a tua glória a um outro, nem os teus 
privilégios a uma nação estrangeira. 
4 Felizes somos nós, Israel, pois nos é possível conhecer o 
que agrada a Deus! Exortação e consolação de Jerusalém 
Exortação aos exilados 
5 Coragem, meu povo, tu que és o memorial de Israe! 
6 Vós fostes vendidos às nações, mas não foi para a vossa 
destruição; foi porque irritastes a Deus que fostes 
entregues aos inimigos; 
7 pois exasperastes vosso Criador, sacrificando a demônios 
e não a Deus 
8 olvidastes o Deus eterno que vos alimentou afligistes 
também aquela que vos criou, Jerusalém. 
9 Ela viu desabar sobre vós a cólera de Deus e disse: 
Jerusalém exorta e reconforta seus filhos Escutai, vizinhas 
de Sião, Deus infligiu-me uma grande dor; 
10 pois eu vi o cativeiro que o Eterno infligiu a meus 
filhos e filhas; 
11 eu os tinha criado com alegria, mas deixei-os partir na 
dor e no sofrimento. 
12 Que ninguém se alegre se estou viúva e abandonada por 
muitos. Fizeram-me ficar deserta por causa do pecado dos 
meus filhos, porque eles se afastaram da Lei de Deus 
13 eles não conheceram suas prescrições, não caminharam 
pelos caminhos dos preceitos de Deus , nem seguiram as 
sendas da educação conforme sua justiça. 
14 Que venham, as vizinhas de Sião! Lembrai-vos do 
cativeiro que o Eterno infligiu a meus filhos e filhas!15 Pois ele arremessou contra eles uma nação vinda de 
longe, uma nação insolente e de língua estranha, homens que 
não tiveram respeito ao ancião nem compaixão da criança, 
16 que levaram os filhos queridos da viúva e a reduziram à 
solidão, privando-a de suas filhas. 
17 Mas eu, como posso vir em vosso socorro? 
18 Aquele que vos infligiu essas calamidades é quem vos 
arrancará às mãos de vossos inimigos. 
19 Andai, filhos, andai! Quanto a mim, eis-me abandonada e 
deserta; 
20 despi a veste da paz, pus minha vestimenta de suplicante 
clamarei ao Eterno no decorrer de todos os meus dias. 
21 Coragem, filhos! Clamai a Deus e ele vos arrancará da 
dominação, das mãos de vossos inimigos; 
22 pois quanto a mim, depus no Eterno a esperança de vossa 
salvação e o Santo concedeu-me uma alegria: a misericórdia 
virá logo para vós da parte do Eterno, vosso Salvador . 
23 Pois eu vos deixei partir no sofrimento e na tristeza, 
mas Deus vos restituirá a mim na alegria e no regozijo para 
sempre. 
24 Assim como as vizinhas de Sião vêem agora vosso 
cativeiro, verão em breve a salvação que virá do vosso 
Deus: ela vos sobrevirá com a glória resplandecente e o 
esplendor do Eterno. 
25 Filhos, suportai com paciência a cólera que vos veio de 
Deus o inimigo te perseguiu, mas em breve verás a sua 
destruição e lhe pisarás a nuca . 
26 Meus tenros filhos percorreram caminhos pedregosos, 
foram levados como gado arrebatado à força pelos inimigos. 
27 Tende coragem, filhos, e clamai a Deus, pois aquele que 
vos conduziu para lá lembrar-se-á de vós. 
28 Assim como tivestes o propósito de vos afastar de Deus , 
depois de convertidos, multiplicai vossos esforços para 
procurá-lo! 
29 Pois aquele que vos infligiu essas calamidades fará vir 
sobre vós a alegria eterna junto com a vossa salvação". 
Consolação de Jerusalém 
30 Coragem, Jerusalém! Aquele que te deu o teu nome , ele 
te reconfortará. 
31 Desgraçados daqueles que te maltrataram e se alegraram 
com tua queda! 
32 Desgraçadas as cidades das quais os teus filhos foram 
escravos! Desgraçada aquela que recebeu teus filhos! 
33 Pois, assim como ela se alegrou com tua queda e se 
congratulou por tua ruína, assim também será afligida por 
sua própria devastação; 
34 eu a privarei da população numerosa que causa sua 
alegria, e sua insolência mudar-se-á em sofrimento. 
35 pois o Eterno fará cair um fogo sobre ela por longos 
dias, e ela será habitada por demônios durante mais tempo 
ainda. 
36 Olha para o oriente , Jerusalém , e vê a alegria que te 
vem de Deus , 
37 Eis que chegam os filhos que viste partir; chegam, 
reunidos do oriente até o ocidente pela palavra do Santo , 
alegrando-se pela glória de Deus . 
 
CAPÍTULO 5 
 
1 Jerusalém, despe o teu vestido de sofrimento e infortúnio 
e veste para sempre o teu belo adorno da glória de Deus. 
2 Cobre-te com o manto da justiça, que vem de Deus, e põe 
na cabeça o diadema da glória do Eterno; 
3 pois Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a terra que 
jaz debaixo do céu, 
4 e te dará este nome para sempre: "Paz-de-Justiça e 
Glória-de-piedade". 
5 Levanta-te, Jerusalém, coloca-te sobre o alto e volta o 
olhar para o oriente; vê os teus filhos, reunidos desde o 
poente até o levante pela palavra do Santo eles se alegram 
de que Deus se recorde. 
6 Saíram das tuas portas a pé, expulsos por inimigos, mas 
Deus os faz voltar para ti, carregados gloriosamente como 
um trono real. 
7 Pois Deus ordenou que toda a montanha elevada seja 
rebaixada, assim como as dunas sem fim; ele mandou encher 
os vales para que a terra seja nivelada e Israel possa 
avançar com passo seguro, na glória de Deus. 
8 Por sua ordem, também as florestas e cada árvore 
odorífera prepararam sombra para Israel 
9 Pois Deus guiará Israel, na alegria, à luz de sua glória, 
acompanhado da misericórdia e da justiça que lhe pertencem.

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