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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PONTO 04

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PONTO 04
Fase postulatória: inicial, requisitos, pedidos(alteração, aditamento, cumulação); pedidos alternativo e sucessivo; resposta (contestação, reconvenção, exceções);ação declaratória incidental; razões finais. Fase instrutória: conceito e características; prova: conceito, sistemas, ônus e sua distribuição, princípios aplicáveis ao tema;a vedação constitucional das provas ilícitas; classificação dos meios probatórios. Meios de prova em espécie(depoimento pessoal, confissão, documentos,testemunhas, perícia,inspeção), natureza e conceito de cada um, hipóteses de cabimento,procedimentos respectivos, incidentes. Fase decisória:sentença, natureza e conceito, classificação, requisitos, funções, vícios, efeitos, eficácia natural e autoridade.Coisa julgada: natureza, conceito, classificação, limites objetivos e subjetivos.Desconstituição da coisa julgada, decisões rescindíveis e anuláveis; ação rescisória: conceito, natureza, cabimento, condições específicas, juízos rescidente e rescisório, aspectos competenciais, procedimento, tutela de urgência na hipótese; a relativização da coisa julgada. Processo nos tribunais. Coisa julgada inconstitucional.
Atualizado por Tiago Borré em agosto de 2012.
4.1 Fase postulatória: petição inicial
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Requisitos da petição inicial
Art. 282. A petição inicial indicará:
 I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
 II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
 III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
 IV - o pedido, com as suas especificações;
 V - o valor da causa;
 VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
 VII - o requerimento para a citação do réu.
 Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
“A legislação processual em vigor (art. 282 e 283 do CPC) não prevê a exigência de autenticação dos documentos indispensáveis para a propositura da ação, a ponto de possibilitar o indeferimento de plano da petição inicial.” (TRF 5ª R. – AC 2004.83.00.012044-8 – 1ª T. – PE – Rel. Des. Fed. José Maria de Oliveira Lucena – DJU 15.12.2005 – p. 582). A ausência de documentos indispensáveis à propositura da demanda enseja emenda da inicial, gerando, assim, vício sanável.
Considerações:
 Petição inicial é a forma (instrumento); demanda é o conteúdo (ato jurídico)
A petição inicial tem duas funções: provocar a instauração do processo e identificar a demanda, tendo em vista a necessária menção às partes, causa de pedir e pedido. 
 A postulação inicial, como regra, deve ser escrita, sendo ato processual solene, mas se admite a postulação oral nos Juizados Especiais e no procedimento especial da ação de alimentos.
A petição inicial deve ser assinada por advogado. Há, no entanto, exceções: se não houver advogado na comarca ou, havendo, todos negarem patrocínio à causa; ação de alimentos (art. 2º da Lei nº 5.478/68); habeas corpus; Juizados Especiais Cíveis, na primeira instância apenas, em causas cujo valor não exceda a 20 salários-mínimos, no caso de Juizados Estaduais, ou até o limite de alçada de 60 salários, no caso de Juizados Federais. No Juizado Criminal, a assistência por um advogado é indispensável.
 É possível demanda contra pessoa incerta, caso o autor ignore a qualificação do réu, devendo declinar tal fato na petição inicial. Neste caso, deve se proceder a um esboço da identificação e promover a citação editalícia (art. 231, I, CPC).
Nos casos de litisconsórcio passivo multitudinário flexibiliza-se a regra de identificação do réu, admitindo-se que se faça referência apenas às pessoas que o autor consiga identificar ou ao líder do movimento.
 A pessoa jurídica de direito privado, para manifestação em Juízo, deve apresentar cópia de seu estatuto social e da documentação que comprove a regularidade da representação.
 “A representação judicial das autarquias e fundações públicas por seus procuradores ou advogados ocupantes de cargos efetivos dos respectivos quadros, independe da apresentação do instrumento de mandato.” (art. 9º, Lei nº 9.469/97). O mesmo ocorre com os representantes judiciais da União, mas não com os de empresas públicas (CEF, por exemplo).
 O valor da causa, quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, deve levar em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
 “Quando o valor a ser atribuído à causa é taxativamente previsto em lei, é possível ao julgador, de ofício, corrigir aquele consignado na petição inicial, mormente quando apresenta grande discrepância com o valor real da causa. Pelo mesmo motivo, pode ser acolhida a impugnação do réu, ainda que não autuada em apenso, mas aduzida em preliminar de contestação (STJ, RESP 256157, Terceira Turma, DJU 01/04/2002).
 No Juizado Especial, no caso de litisconsórcio, sua competência há de ser aferida em relação ao valor de cada uma das causas cumuladas, visto que cada autor exerce um direito de ação distinto dos demais. Aplica-se a orientação da Súmula 261, do extinto TFR, que dispõe que, no litisconsórcio ativo voluntário, determina-se o valor da causa, para efeito de alçada recursal, dividindo-se o valor global pelo número de litisconsortes. Nesse sentido, o Enunciado FONAJEF n. 18 explicita que “No caso de litisconsorte ativo, o valor da causa, para fins de fixação de competência, deve ser calculado por autor”.
O STJ (REsp 329.034/MG, 3ª. Turma, 14.02.2006) já entendeu que, mesmo tendo sido realizado pedido genérico de produção de provas na inicial ou na contestação, haverá preclusão caso a parte não reitere sua vontade de produzi-las no momento em que intimada para especificá-las.
Fato e fundamentos jurídicos do pedido: é a causa de pedir.
Causa de pedir remota: relaciona-se com o fato.
Causa de pedir próxima: é relacionada com as conseqüências jurídicas desse fato (não é a transcrição das normas, mas a conseqüência: bateu no meu carro: fato – quem causa prejuízo culposamente deve indenizar o prejudicado: conseqüência jurídica).
O CPC adotou a teoria da substanciação da causa de pedir, segundo a qual se exige do demandante indicar, na inicial, qual o fato jurídico e qual a relação jurídica dele decorrente. Contrapõe-se à teoria da individualização, segundo a qual basta a indicação da relação jurídica, sem que se indique qual o fato jurídico que lhe deu causa.
O pedido:
Pedido imediato é a providência jurisdicional; pedido mediato é o bem da vida.
Deve ser certo e determinado. Em alguns casos, é possível pedido genérico (ex.: ações universais, quando as conseqüências do fato ilícito ainda não foram todas determinadas). O pedido imediato será sempre determinado; já o pedido mediato pode ser relativamente indeterminado (genérico).
Pedido cominatório: é o pedido de pena pecuniária para o descumprimento da sentença ou da antecipação de tutela, nos casos de obrigação de fazer, não fazer ou de entregar coisa.
Pedido alternativo: é quando o réu pode cumprir a prestação de mais de um modo.
Pedido subsidiário: é a formulação de mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, se não puder acolher o anterior.
Pedido de prestações periódicas: o juiz pode incluir na condenação prestações periódicas ou de trato sucessivo, ainda que o autor não tenha requerido.
Cumulação de pedidos:
simples: os pedidos são absolutamente independentes (ex.: cobrança de duas dívidas)
sucessiva: quando há uma relação de dependência entre os pedidos, de forma que o acolhimento de um pressupõe o do pedido anterior (ex.: investigação de paternidade e alimentos)
eventual ou subsidiária: quando a cumulação é de pedidos subsidiários
incidental:quando o autor requer a declaração da existência ou inexistência de relação jurídica prejudicial.
alternativa: o autor formula dois pedidos, sendo que não estabelece uma hierarquia entre eles, restando satisfeito com o acolhimento de qualquer deles.
Requisitos da cumulatividade: compatibilidade dos pedidos (este requisito não se aplica à cumulação subsidiária e alternativa, mas apenas à cumulação simples e sucessiva), competência do juízo para conhecê-los e adequação do procedimento. A conexão não é requisito da cumulação de pedidos.
Interpretação do pedido: é feita de forma restritiva, mas compreendem-se como pedidos implícitos os juros legais, correção monetária, custas processuais, honorários e prestações vincendas de trato sucessivo.
Alteração do pedido: somente antes da citação é que o autor pode alterar ou aditar o pedido. Após a citação, depende de consentimento do réu. Após o saneamento, é vedada qualquer alteração objetiva (estabilização da demanda).
Redução da demanda (Barbosa Moreira): é a redução do pedido: a) desistência parcial; b) renúncia parcial; c) transação parcial; d) convenção de arbitragem relativa a parte do objeto; e) interposição, pelo autor, de recurso parcial contra a sentença de mérito desfavorável.
Emenda da petição inicial: quando não preenchidos os requisitos do 282 e 283, o juiz determinará ao autor que emende a inicial em 10 dias, sob pena de indeferimento. O STJ tem entendimento (REsp 812.323/MG) de que a emenda da petição é um direito do autor, não podendo o juiz indeferir a inicial antes de oportunizar a emenda, sempre que seja possível.
Indeferimento da inicial: quando o autor não emendar a petição, nos casos de não preenchimento dos requisitos do 282/283, quando faltar as condições da ação, por erro de procedimento (e não puder ser adaptado), ou quando a petição for inepta. É inepta quando:
 I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
 II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
 III - o pedido for juridicamente impossível;
 IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
A petição inicial válida (ou apta) é um pressuposto processual de validade.
É possível o indeferimento da inicial com julgamento de mérito (Didier). O magistrado reconhece a improcedência do pedido e não admite sequer a citação do réu. Exemplos: reconhecimento ex officio da decadência ou da prescrição; nos casos do novel art. 285-A�; nos casos de juízo de improcedência antes da citação do réu, em ação de improbidade administrativa (art. 17, §8º� da Lei 8.429/92).
O indeferimento pode ser total ou parcial (cumulação de pedidos). No primeiro caso, o recurso cabível é a apelação; no segundo, o agravo de instrumento.
A Lei Federal nº 10.931/2004 trouxe nova hipótese de inépcia, bastante específica, em seu art. 50: “Nas ações judiciais que tenham por objeto obrigação decorrente de empréstimo, financiamento ou alienação imobiliários, o autor deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o valor incontroverso, sob pena de inépcia.” (ações relativas ao SFH, por exemplo)
4.2 Resposta do réu
Pode ser feita por meio de contestação, exceção ou reconvenção, em 15 dias. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público e em dobro quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores.
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Princípio da eventualidade ou da concentração: toda a matéria de defesa deve ser exposta no momento oportuno, ainda que haja contradição entre uma e outra defesa. As matérias não impugnadas ficam sujeitas à revelia.
Ônus da impugnação específica: não se admite a formulação de defesa genérica. Não se aplica tal ônus quando a defesa tiver sido apresentada por advogado dativo, curador especial ou membro do MP. A Fazenda Pública submete-se a esse ônus, pois nem sempre as causas que lhe dizem respeito versam sobre direitos indisponíveis (ex.: ACP em que o ente público é réu, o interesse público está, preponderantemente, do lado ativo).
Revelia: não ocorre apenas em alguns casos:
 I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão (direitos indisponíveis);
 II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;
 III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Mitigação ao efeito processual da revelia (Lei 11.280/2006): antes, o processo prosseguia sem intimação do réu revel; agora, o réu revel que tenha patrono nos autos deverá ser intimado dos atos processuais.
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Suspeição ou impedimento de todo o tribunal ou de sua maioria absoluta: a competência para apreciar a exceção e julgar a própria causa (se for mesmo o caso de impedimento ou suspeição) é do STF.
Atuação em instância administrativa enseja impedimento?
P/ o STF, sim: “O termo instância previsto no art. 252, III, do CPP (“Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no mesmo processo em que:... III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;”) abrange as esferas administrativa e judicial” HC 86963/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 12.12.2006. (HC-86963)
P/ o STJ, não: MAGISTRADO. IMPEDIMENTO. ESFERA ADMINISTRATIVA. PROCESSO JUDICIAL: (...)“a regra prevista no art. 134, III, do CPC somente se aplica aos casos em que o magistrado tenha participado em outro grau de jurisdição, em um mesmo processo judicial, e não quando sua participação anterior tenha ocorrido na esfera administrativa”. Precedente citado: RMS 18.099-PR, DJ 12/6/2006. EDcl nos EDcl no RMS 8.966-GO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgados em 5/12/2006.
Reconvenção
deve haver legitimidade das partes
a reconvenção provoca uma ampliação objetiva ulterior (passa o processo a contar com duas ações: uma originária e uma reconvencional) e é mera faculdade processual (o réu poderá ingressar com ação autônoma em momento posterior)
o réu não pode reconvir quando o autor age como legitimado extraordinário. O curador do réu não pode reconvir
deve haver conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa
deve haver competência do juiz para analisá-la
rito idêntico ao da ação principal
é apresentada em petição escrita, junto com a contestação
é juntada aos autos (não é autuada em apartado)
a intimação do reconvindo é na pessoa do advogado
as sentenças serão conjuntas
a extinção ou desistência da ação principal não acarreta a extinção da reconvenção
não cabe:
nas causas dúplices (ex.: possessórias e prestação de contas)
ações de rito sumário (só pedido contraposto)
ações do juizado especial (só pedido contraposto)
no processo cautelar
no processo de execução
se a Justiça Estadual for competente para conhecer a ação e a Justiça Federal a reconvenção
ampliação subjetiva do processo: a princípio não se admite; há precedentes do STJ, no entanto, admitindo a inclusão de terceiro, em reconvenção, como litisconsorte do autor da demanda inicial, quando for o caso de litisconsórcio necessário. Admite-se, contudo, a diminuição subjetiva na reconvenção.
a reconvenção (como os embargos à execução) não se sujeitam ao pagamento de custas na Justiça Federal.
Súmula 258, STF: É admissível reconvenção em ação declaratória.
Reconvenção da reconvenção: hipótese rara e admitida. Há parcela da doutrina que só vislumbra seu cabimento nas hipóteses de conexão com os fundamentos da defesa
Reconvenções sucessivas: podem ser inadmitidas no caso concreto, sob o fundamento da economia processual
Institutos parelhos:
Ação dúplice: é uma conseqüência lógica da relação de direito material posta em juízo (a contestação do réu já basta à obtenção do bem da vida).
Pedido contraposto: é uma técnica que implica formulação de pedido pelo réu na mesma oportunidade de oferecimento da defesa, mas apenas na hipótese de o pedido contrapostoter como fundamento os mesmos fatos que já constituem objeto da lide (limites mais estreitos que a reconvenção).
4.3 Ação declaratória incidental
Art. 5o. Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença.
Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5o).
A ADI tem a função de ampliar objetivamente os limites da coisa julgada material: confere-se efeito panprocessual ã questão incidente
O pedido é autuado nos próprios autos e julgado junto com a ação principal.
Juiz deve decidir, na sentença, primeiro a questão prejudicial.
Não é cabível no sumário nem nos juizados especiais.
ADI e reconvenção: são demandas incidentes, que agregam ao processo pedido novo. Distinguem-se, todavia:
	RECONVENÇÃO
	AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL
	Legitimidade: só o réu pode reconvir
	Qualquer das partes pode ajuizar
	Não há necessidade de contestar a ação principal
	A efetiva contestação é requisito para a ADI
	Tem autonomia
	É dependente da ação principal
	Tipo de demanda: qualquer natureza
	Sempre declaratória
	Aumenta a carga cognitiva do juiz
	Mesma carga cognitiva (questão prejudicial já posta)
4.4 Razões finais
Art. 454 - § 3o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por memoriais, caso em que o juiz designará dia e hora para o seu oferecimento.
Questionamento: segundo o CPC, o prazo é comum. Porém, como as razões finais são consideradas também como meio de defesa, o correto é o juiz determinar a manifestação do autor primeiro, depois a do réu.
4.5 Fase saneadora
Providências preliminares: findo o prazo para resposta do réu, o juiz em dez dias:
Verificando os efeitos da revelia: profere o julgamento antecipado da lide (lembrando: há alguns casos em que, mesmo o réu não contestando, não há os efeitos da revelia – ex.: ações de estado).
Se não ocorrerem os efeitos da revelia: manda o autor especificar provas ou profere o julgamento antecipado.
O réu contesta direito que constitui fundamento do pedido: o autor é intimado para, querendo, propor em dez dias ação declaratória incidental.
O réu alega fato impeditivo, modificativo, extintivo ou preliminares: ouve-se o autor em dez dias.
Juiz manda sanar irregularidades.
Saneamento:
A atividade saneadora é permanente e complexa. Consiste em preparar o processo para um julgamento válido, quando possível, ou extingui-lo quando o juiz verificar que não reúne os requisitos necessários para o julgamento da lide.
Ocorrendo as hipóteses do art. 267 (extinção sem resolução do mérito), art. 269 II a V (reconhecimento do pedido, transação, decadência, prescrição ou renúncia), bem como 330 I e II (efeitos da revelia ou matéria exclusivamente de direito, ou ainda de direito e fato, mas sem necessidade de dilação probatória): extinção ou julgamento antecipado – o processo prescinde da fase instrutória, sendo o julgamento antecipado para o saneamento.
Não se admite o julgamento antecipado da lide nos casos de processos cumulativos, se uma das ações exigir a realização de audiência de instrução e julgamento
Versando a causa sobre direito que não admite transação e havendo necessidade de provas: o juiz profere decisão saneadora, deferindo as provas a serem produzidas.
Versando sobre direito que admite transação: designa audiência de conciliação, com prazo máximo de 30 dias, à qual devem comparecer as partes e os procuradores habilitados a transigir, ou somente estes.
Na audiência:
Obtém a conciliação: homologação (extinção do processo pelo art. 269, III).
Não obtida a conciliação, o juiz fixa os pontos controvertidos, decide as questões processuais pendentes, defere a produção de provas e designa a audiência de instrução e julgamento.
Efeitos da decisão saneadora:
Matéria sobre condições da ação e pressupostos processuais pode ser revista na sentença. Não opera preclusão.
Matéria privada: preclui.
Conciliação em causas que envolvam pessoas jurídicas de direito público: é possível e há previsão legal (art. 4º, VI da LC 73/93 e arts. 1º e 2º da Lei 9.469/97) 
4.6 Fase instrutória
Conceito: é a fase processual na qual as partes litigantes produzem as provas em defesa de suas alegações.
Objeto das provas: são os fatos que fundamentam o direito das partes (e não o próprio direito, salvo exceções: a parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz).
o fato probandum deve ser: relevante, determinado e controvertido. 
O pedido de produção de provas é feito na petição inicial e na contestação, mas a individualização das provas é feita apenas na fase de providências preliminares.
Juiz pode determinar provas, mas nunca pode quebrar o princípio da isonomia. Ou seja: deve agir com cuidado.
Não há critério valorativo para as provas. No Brasil, vige o princípio da livre convicção motivada do juiz (persuasão racional), que pode decidir até mesmo contrariamente a uma prova, desde que motive sua decisão.
Prova de fato ocorrido no estrangeiro: rege-se pela lei que nele vigorar quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça (art. 13, LICC).
O juiz é o destinatário da prova.
Princípios Relativos à Prova:
1) Constitucionais:
a) Princípio da ampla defesa (art. 5.º, V, da CF): estabelece que o Juiz deve conferir ampla oportunidade às partes para que possam fazer valer, em juízo, as suas pretensões. O Juiz deve dar a oportunidade para que as partes demonstrem, comprovem nos autos, as suas alegações. O indeferimento sem motivo de alguma prova requerida pelas partes acarreta o cerceamento de defesa (art. 332 do CPC). A prova somente poderá ser indeferida quando for inútil, meramente protelatória (art. 130 do CPC), ou ainda quando for ilícita. 
b) Proibição da prova obtida ilicitamente (art. 5.º, LVI, da CF): essa questão relacionada à prova obtida ilicitamente é controvertida na doutrina no que tange à sua aceitação ou à sua recusa. Vicente Greco Filho afirma que essa regra não é absoluta, devendo ser analisada e conciliada com outras garantias constitucionais. Nelson Nery Júnior afirma que devem ser afastados os extremos, ou seja, a negativa absoluta e a aceitação pura e simples, portanto, estabelece um princípio denominado “princípio da proporcionalidade”, ou seja, deve ser analisado o interesse juridicamente tutelado, então pretendido na ação, e, de outro lado, o mal relacionado à prova obtida ilicitamente, visto que, às vezes, não há outra forma de demonstrar o fato, o que levaria ao julgamento improcedente do pedido. 
Prova ilícita se relaciona ao aspecto material, ou seja, é a prova obtida ilicitamente (ex.: documento obtido por furto). 
Prova ilegal é aquela que viola o ordenamento jurídico como um todo (ex.: a reconstituição de um fato que afronta os bons costumes). 
2) Gerais ou Processuais:
a)Princípio do livre convencimento motivado do juiz: o juiz aprecia livremente as provas, porém deverá fundamentar suas decisões. 
b) Princípio da oralidade (art. 336 do CPC): estabelece que as provas devem ser realizadas preferencialmente em audiência de instrução e julgamento.
c) Princípio da imediação (art. 446, II, do CPC): estabelece que o Juiz é quem colhe direta e imediatamente as provas requeridas, sendo facultado às partes as reperguntas. 
d) Princípio da identidade física do Juiz (art. 132 do CPC): o Juiz que concluir a audiência de instrução fica vinculado ao processo, devendo proferir a sentença, salvo se forpromovido, convocado ou aposentado. 
e) Princípio da aquisição processual ou da comunhão da prova: estabelece que a prova produzida é adquirida pelo processo, sendo irrelevante saber quem a produziu. 
Sistemas 
Sistema da Prova Legal (prova tarifada): provas tinham seu valor fixado por lei, que não deixa ao julgador qualquer margem de liberdade na valoração. Atualmente, ainda há resquícios deste sistema como, por exemplo, o art. 401, CPC (prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados).
Sistema da Livre Convicção/ Convicção íntima: no século XVIII foi o sistema da prova legal substituído pelo da livre convicção, onde o juiz era livre para apreciar as provas produzidas. O julgamento das causas não dependia das provas produzidas, mas da íntima convicção formada pelo magistrado acerca da sua certeza, o que não se compadecia com o estado de direito. Vige no Tribunal do Júri.
Sistema da persuasão racional (livre convencimento motivado): é uma terceira fase da evolução do sistema de valoração das provas, em que se passou a exigir a fundamentação da decisão como forma de controle.
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Ônus da prova incumbe:
 I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
 II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
O artigo 333, incisos I e II, prevê a distribuição estática do ônus da prova. 
Obs.: pode haver convenção sobre a produção de provas, exceto se a prova:
 I - recair sobre direito indisponível da parte;
 II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
Teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova: Quando a prova se mostrar impossível ou excessivamente onerosa para uma das partes (prova diabólica), o juiz pode redistribuir o ônus da prova à parte que tem melhores condições de produzi-la.
Inversão do ônus da prova: pode ocorrer conforme previsão legal, convenção ou decisão judicial. Ex.: na responsabilidade objetiva estatal, ao Estado incumbe provar a ocorrência de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima. Também no Código de Defesa do Consumidor há previsão de inversão. Em causas ambientais, a inversão do ônus da prova decorre do princípio da precaução; da interpretação extensiva do artigo 21 da LACP, para que ele abarque o artigo 6º, VIII, do CDC; caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado.
Momento da inversão do ônus: a discussão ganha relevo nos casos em que a inversão decorre de decisão judicial. Há dois entendimentos doutrinários: a) saneamento do processo; b) sentença (corrente majoritária e mais correta). O importante é que a parte possa se desincumbir da inversão. 
Em relação ao CDC o STJ firmou entendimento de que a inversão do ônus da prova é regra de instrução, que deve ser proferida preferencialmente até a fase de saneamento, ou pelo menos, assegurada à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo, a reabertura de oportunidade, senão vejamos:
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. LEI 8.078/90, ART. 6º, INC. VIII. REGRA DE INSTRUÇÃO.
DIVERGÊNCIA CONFIGURADA.1. O cabimento dos embargos de divergência pressupõe a existência de divergência de entendimentos entre Turmas do STJ a respeito da mesma questão de direito federal. Tratando-se de divergência a propósito de regra de direito processual (inversão do ônus da prova) não se exige que os fatos em causa no acórdão recorrido e paradigma sejam semelhantes, mas apenas que divirjam as Turmas a propósito da interpretação do dispositivo de lei federal controvertido no recurso. 2. Hipótese em que o acórdão recorrido considera a inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, inciso VIII, do CDC regra de julgamento e o acórdão paradigma trata o mesmo dispositivo legal como regra de instrução. Divergência configurada. 3. A regra de imputação do ônus da prova estabelecida no art. 12 do CDC tem por pressuposto a identificação do responsável pelo produto defeituoso (fabricante, produtor, construtor e importador), encargo do autor da ação, o que não se verificou no caso em exame. 4. Não podendo ser identificado o fabricante, estende-se a responsabilidade objetiva ao comerciante (CDC, art. 13). Tendo o consumidor optado por ajuizar a ação contra suposto fabricante, sem comprovar que o réu foi realmente o fabricante do produto defeituoso, ou seja, sem prova do próprio nexo causal entre ação ou omissão do réu e o dano alegado, a inversão do ônus da prova a respeito da identidade do responsável pelo produto pode ocorrer com base no art. 6º, VIII, do CDC, regra de instrução, devendo a decisão judicial que a determinar ser proferida "preferencialmente na fase de saneamento do processo ou, pelo menos, assegurando-se à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo, a reabertura de oportunidade" (RESP 802.832, STJ 2ª Seção, DJ 21.9.2011).5. Embargos de divergência a que se dá provimento. (EREsp 422.778/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 29/02/2012, DJe 21/06/2012)
Não demandam prova os fatos:
 I - notórios;
 II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
 III - admitidos, no processo, como incontroversos.
Máximas da experiência: são o conjunto de juízos sobre a observação do que de ordinário acontece (ex. é de nove meses o período de gestação da mulher; as praias são mais freqüentadas aos fins de semana). Distinguem-se dos fatos notórios, que são os fatos que ocorreram e ao qual têm acesso, de maneira geral, as pessoas que vivem no ambiente sócio-cultural em que se acha inserido o juiz.
Indício é um fato que se liga a outro fato e que uma vez provado autoriza que se presuma que um outro fato aconteceu. É, a um só tempo, objeto de prova, como meio de prova.
A presunção é uma conclusão de raciocínio (que é feito pelo magistrado) levando-se em consideração os indícios provados e da aplicação das regras de experiência. Não é meio de prova. As presunções podem ser:
PRESUNÇÕES LEGAIS: são as presunções feitas pelo legislador, que presume o fato como corrido. Dividem-se em tipos:
PRESUNÇÕES LEGAIS ABSOLUTAS: não admitem a produção de qualquer prova em contrário. São hipóteses raras, porque muito drásticas. EXEMPLOS: presunção absoluta de parcialidade do juiz no caso de impedimento; registro torrens.
PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS: admitem a produção de provas em contrário. EXEMPLO: registro da propriedade imóvel; declaração de estado de pobreza no pedido de assistência judiciária gratuita.
PRESUNÇÕES LEGAIS MISTAS (PONTES DE MIRANDA): admitem prova em contrário, somente alguns meios de prova e não todos.
PRESUNÇÕES JUDICIAIS ou PRESUNÇÕES SIMPLES ou PRESUNÇÕES DE HOMEM: essa é a presunção que o juiz faz no caso concreto, a partir dos indícios e das regras da experiência. Não são nem absolutas e nem relativas.
Súmula 301 do STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. 
Prova emprestada: é aquela produzida num processo e trasladada para outro, no qual se quer provar determinado fato. Pode-se referir a documentos, testemunhos, perícia ou qualquer outra prova. Segundo a doutrina, tem o mesmo valor da prova colhida por meio de precatória, desde que atendidos os seguintes requisitos:
que tenha sido colhida em processo entre as mesmas partes (parte da doutrina diz que não é vedada a juntada de provas de outro processo no qual não participaram as mesmas partes, devendo prevalecer o livre convencimento motivado do juiz – teria a qualidade de simples prova documental);
que tenham sido, na produção da prova, no processo anterior, observadas as formalidades legais;
que o fato probando seja idêntico.
LEGITIMIDADE DA PROVA EMPRESTADA – DEPENDE DA EFETIVIDADE DO PRINCÍPIODO CONTRADITÓRIO
Há três situações distintas:
a) Uso da prova emprestada em relação a meios de prova que sempre admitem o contraditório integral posteriormente à sua produção. É o caso da prova documental, que sempre admite o contraditório, já que pode ser produzida a qualquer tempo. O empréstimo aqui será tranquilo.
b) Tentativa de empréstimo de uma prova (não documental) de um processo para outro, ambos contendo as mesmas partes. Aqui também não há problema, pois se houver necessidade de cogitar sobre novos fatos, somente será possível emprestar a prova se for viável reabrir o contraditório a seu respeito ou, ao menos, separar a prova anterior dos novos aspectos, permitindo-se a produção de nova prova.
c) Situação em que se busca emprestar prova de um processo em que litigaram “A” e “B” para um processo entre “A” e “C” ou entre “C” e “D”. Em tais situações, como o contraditório das partes não foi garantido na produção da prova, será necessário examinar se é possível cumprir com tal garantia no processo para o qual se pretende exportar a prova. Sempre que for possível garantir o contraditório – com a mesma eficácia que se teria caso o contraditório houvesse sido observado no processo primitivo -, o empréstimo da prova será admissível. Caso contrário, em princípio, a prova emprestada será inviável.
De todo modo, não se pode levar em conta apenas o contraditório. Eventualmente, ainda que não se consiga efetivá-lo, haverá situação em que a proibição do seu uso redundará na impossibilidade de se sustentar certa pretensão em juízo. Ex: contraditório que não pode ser reconstituído (elementos irrecuperáveis, partes distintas). Haverá conflito entre direitos fundamentais processuais (contraditório x tutela jurisdicional). Deverá ocorrer ponderação por meio de regra de proporcionalidade.
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Provas ilícitas: Atualmente, há três teorias sobre a admissão ou não das provas ilícitas no processo civil: A primeira Teoria é a obstativa ou restritiva, em que afirma ser inadmissível qualquer uso de provas obtidas por meios contrários ao que a norma determina, não sendo admitida em qualquer caso, não comportando nenhuma exceção – dessa corrente advém a teoria dos frutos da árvore contaminada –; a segunda teoria é a permissiva ou liberal que assevera a possibilidade do uso de provas ilícitas na busca da verdade real e entende ainda que o ilícito é causado pelo meio realizado e não seu conteúdo, o qual é lícito para ser usado no processo; a última teoria, intermediária, não admite o total desprezo pela prova ilícita, porém, nem todas são aceitas, devendo o magistrado analisar caso por caso, observando se, à luz da proporcionalidade, o bem a ser tutelado é mais importante do que o meio utilizado para a descoberta da verdade. Portanto, observa-se que quem irá analisar o bem jurídico a ser discutido em juízo é o magistrado, devendo o mesmo ponderar a questão e verificar se a prova obtida por meios não permitidos em lei prejudicou em algum ponto as partes ou se ajudou consideravelmente na busca de uma decisão mais justa as partes. Entendo que em casos extremos, onde possa prejudicar o interesse de alguém de modo irreparável, como no exemplo dado mais acima, possa ser usada a prova obtida por meios ilícitos�.
Depoimento pessoal
Conceito: é o meio de prova oral pelo qual o juiz interroga a parte, com vistas ao esclarecimento de certos pontos controvertidos da demanda, ou mesmo para obter a confissão.
Sob o título de depoimento pessoal, o CPC trata de duas figuras distintas: o depoimento pessoal (propriamente dito) e o chamado interrogatório livre.
Interrogatório livre: é mais uma forma de esclarecimento do que propriamente meio de prova. Faz-se a qualquer tempo, inclusive de ofício pelo juiz. Apenas ao juiz é dado o poder de iniciativa no questionamento, podendo ser único ou múltiplo, no sentido de que a parte pode ser ouvida várias vezes em um único processo.
Depoimento pessoal: tem nítido e específico fim probatório, já que seu objetivo primário é obter a confissão da parte adversa. Tem momento próprio no iter processual – audiência de instrução e julgamento. Exige requerimento da parte contrária. O advogado da parte contrária pode formular perguntas (art. 416). É momento único – normalmente ocorre na audiência de instrução e julgamento.
Iniciativa e conseqüências:
De ofício (interrogatório livre): não acarreta pena de confissão.
A requerimento da parte adversa: se intimado, não comparecer ou, comparecendo se recusar a depor ou responder com evasivas: confissão.
O MP pode requerer o depoimento pessoal quando atua como parte ou fiscal da lei.
Obs.: a parte não pode requerer o próprio depoimento.
Exceção à obrigatoriedade de depor:
fatos criminosos ou torpes, que forem imputados à parte;
quando deva guardar sigilo, por estado ou profissão.
Procedimento: o depoimento se dá nos mesmos moldes da inquirição das testemunhas. Porém, o advogado da parte que está sendo interrogada não pode fazer perguntas.
Procurador: admite-se que o depoimento seja prestado por procurador com poderes especiais.
	DEPOIMENTO PESSOAL
	INTERROGATÓRIO
	Requerimento da parte contrária
	Determinação de ofício
	Objetivo: confissão expressa ou tácita e, secundariamente, o esclarecimento dos fatos
	Esclarecer os fatos. Não há confissão tácita, embora seja possível a confissão expressa
	Momento: audiência de instrução e julgamento
	A qualquer momento do processo.
	Geralmente é colhido apenas uma vez
	Existirão tantos interrogatórios quanto o juiz entender necessário
	Admite-se pergunta do advogado da parte contrária
	Perguntas privativas do juiz
Confissão
Conceito: é a admissão de um fato contrário ao interesse do confitente. É diferente do reconhecimento da procedência do pedido (pode-se confessar um fato, mas contestar sua conseqüência jurídica, por exemplo).
Espécies de confissão:
Judicial (feita nos autos):
provocada (quando requerida pela parte contrária – depoimento pessoal. Pode ser expressa ou tácita)
espontânea (por iniciativa do próprio confitente)
Extrajudicial
Requisitos:
capacidade do confitente
inexigibilidade de forma solene
disponibilidade do direito confessado
Efeitos:
Judicial e extrajudicial feita por escrito à parte ou a quem a represente: faz prova plena contra o confitente, mas não prejudica os litisconsortes.
Feita por escrito a terceiro, ou contida em testamento: serve como prova subsidiária.
Feita verbalmente: pode servir como prova subsidiária, se a lei não exige prova literal.
Revogação:
Em que pese o artigo 352 do CPC referir-se à revogação, doutrina majoritária aponta para a irrevogabilidade da confissão, levando seus eventuais vícios à invalidade. Por seu turno, o Código Civil (art. 214) deixou de prever o dolo como apto a invalidar a confissão, bem como dispôs que somente o erro de fato invalida a confissão
A anulação não pode ser declarada incidentalmente no processo, devendo ser reconhecida mediante:
ação anulatória, se pendente o processo;
ação rescisória, se a sentença já transitou em julgado.
A legitimidade ativa é exclusiva do confitente, mas, uma vez proposta a demanda e falecendo este, os herdeiros e sucessores passam a ter legitimidade superveniente (sucessão processual).
Indivisibilidade:
Em geral, é indivisível. 
Pode ser cindida quando, além de confessar, o confitente alega fato impeditivo, modificativo ou extintivo.
Observações:
Somente a confissão espontânea pode ser feita por procurador com poderes especiais.
Há confissão modificada quando a parte reconhece ou expõe os fatos de modo diverso ao apresentado pela parte contrária.
Exibição de documento ou coisa
Ninguém se exime de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.
	Contra a própria parte:
Petição nos próprios autos
Intimação da parte contrária (5 dias)
Faz a exibição: encerra o incidente
Não exige, Juiz decide:
julga improcedente
julga procedente:admite como verdadeiros os fatos que pretendia provar com o documento ou coisa.
Não pode recusar exibir:
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III - se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
	Contra terceiro:
Petição autuada em apartado
Citação do terceiro
O terceiro faz a exibição: encerra o incidente
Se não exibe, sentença:
acolhe a escusa do terceiro
ordena o depósito
se 3º não deposita:
busca e apreensão
ação penal
Não é obrigado a exibir:
I - se concernente a negócios da própria vida da família;
II - se a sua apresentação puder violar dever de honra;
III - se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangüíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição.
Oportunidade:
incidente da fase probatória
medida preparatória (medida cautelar).
Finalidade:
prova direta
prova indireta
Prova documental
Conceito: documento é a prova histórica real, consistente na representação física de um fato. Em sentido lato, documento compreende não apenas os escritos, mas também desenhos, pinturas, mapas, fotografias, gravações sonoras, filmes, etc.
Documento público:
Presunção de verdade quanto à parte extrínseca do documento.
Fazem a mesma prova que os originais:
certidões
traslados
reproduções autenticadas ou conferidas em cartório
Não admite suprimento da falta quando for da substância do ato.
Se foi lavrado por oficial incompetente ou sem observância das formalidades legais: o mesmo valor de documento particular.
Documento particular:
A declaração presume-se verdadeira em relação ao signatário.
Contestada a assinatura, cessa a fé do documento.
Cabe a quem produziu o documento provar-lhe a autenticidade.
Momento da prova documental: qualquer fase. Os documentos que constituem pressuposto da causa devem acompanhar a inicial. No mandado de segurança, documentos devem vir logo na inicial (não cabe dilação probatória).
Observações:
Em se tratando de fotografias, devem ser acompanhadas do negativo (e as fotos digitais?).
O CC tentou dar tratamento ao tema (ainda que de forma genérica), ao prever, em seu art. 225, que “as reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão”. O preceito, que repete, em linhas gerais, a regra do art. 383 do CPC, não se encontra em condições de reger à matéria, já que sua aplicação é restrita à hipótese em que não surgir qualquer impugnação a respeito do teor da fotografia exibida.
E quando há impugnação? Poder-se-ia imaginar na juntada do meio físico em que a fotografia foi registrada (como o cartão de memória), o que seria ideal. Contudo, é hábito apagar a memória da máquina para que esta seja reutilizada. Além disso, não raro há captação das fotos direto pela internet, bem como a parte se vale do photoshop para corrigir defeitos de fotografia.
Na impossibilidade de obter-se o meio físico, não se deve, por isso, deixar de apreciar tal prova. Por isso sugere Marinoni que se submeta essa prova fotográfica ao livre critério de valoração do juiz. Ele avaliará a harmonia da prova com o conjunto probatório dos autos, a conduta regular da parte (ao desfazer-se do meio físico de registro) e até eventuais elementos indicativos da perícia (possivelmente realizada sobre a fotografia).
Argüição de falsidade
Espécies de falsidade: ideológica e material. Somente a falsidade material pode ser objeto de incidente.
A declaração de falsidade pode ser obtida por ação declaratória autônoma ou por incidente de falsidade (verdadeira ação declaratória incidental).
Momento da argüição:
Se o documento instruiu a inicial: prazo da contestação.
Se o documento foi juntado em outro momento: dez dias a contar da intimação da juntada.
Procedimento do incidente de falsidade:
Proposto antes de encerrada a instrução: processamento nos próprios autos.
Depois de encerrada a instrução: processa-se em autos apartados.
Suspensão do processo logo depois que for suscitado.
Intimação da parte contrária para responder em dez dias.
Sentença única par a ação principal e o incidente.
A coisa julgada alcança também a questão incidente.
Prova testemunhal
Testemunha: é a pessoa que, por algum dos sentidos, direta ou indiretamente, conhece ou participou dos fatos, fatos jurídicos ou circunstâncias de fato ou até de direito da causa, cujos sujeitos são outras pessoas.
Testemunha instrumentária: aquela que participou, por exigência legal, da formação do negócio jurídico (ex.: testemunha de casamento, testamento, contrato, etc).
Testemunha informante: aquela que depõe sem prestar juramento.
Testemunha referida: quando o nome, a referência aos fatos que possa conhecer, surge no depoimento de outra testemunha ou parte.
Testemunha contraditada: quando impugnada por qualquer das partes por não merecer fé ou ser incapaz.
Se juiz ou promotor da causa souberem de informação e tiverem que depor como testemunhas: devem se afastar da causa.
É admitida:
contrato até 10 SM: Tanto a doutrina como o STJ tem aplicado essa regra de forma temperada, no sentido de que só não se permite a prova exclusivamente por depoimentos no que concerne à existência do contrato em si, não encontrando óbice legal, inclusive para evitar o enriquecimento sem causa, a demonstração, por testemunhas, dos fatos que envolveram os litigantes, bem como das obrigações e dos efeitos decorrentes desses fatos.
contrato de qualquer valor:
quando houver começo de prova escrita
quando a prova escrita não puder ser obtida
contratos exclusivamente verbais (entendimento de alguns autores)
Não é admitida:
para fatos já provados por documentos ou confissão da parte
para fatos que só puderem ser provados por documentos ou exame pericial
para contratos de valor superior a 10 SM (ver exceção acima)
Podem depor todas as pessoas, exceto:
quem for parte na causa
incapazes: CÓDIGO CIVIL – ADMITE DEPOIMENTO, NA CONDIÇÃO DE INFORMANTE, DO MENOR DE 16 ANOS (artigo 228, I c/c parágrafo único)
interditos
suspeitos
condenado definitivamente por crime de falso testemunho
quem, por seus costumes, não for digno de fé
inimigo capital da parte
amigo íntimo da parte
quem tiver interesse no litígio
Produção da prova:
depositar rol 10 dias antes da audiência ou no prazo fixado pelo juiz (no sumário, é na petição inicial)
número máximo de testemunhas:
10 para cada parte
3 para cada fato
Só poderá ser substituída a testemunha:
 I - que falecer;
 II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
 III - que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.
Regra: testemunhas são ouvidas em audiência.
Exceções: algumas autoridades (ex.: Presidente, deputados, desembargadores, embaixadores) são ouvidas em suas residências ou onde exercem suas funções.
Prova pericial
Conceito: é a prova produzida por especialistas ou pessoas com conhecimento técnico sobre a matéria objeto da lide. É considerada prova mediata.
Pode ser:
exame: inspeção para certificar a existência de algum fato ou circunstância que interesse à solução da lide (inspeciona-se: documentos, coisas móveis, livros comerciais e até mesmo pessoas, etc.)
vistoria: é a perícia que recai sobre bem imóvel
avaliação: é o exame pericial destinado a verificar o valorem dinheiro de alguma coisa ou obrigação.
Segundo a Súmula 232 do STJ, a Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorários do perito.
Artigos mais importantes sobre o tema: Arts. 421, 422, 427, 431-A, 431-B, 433 e 435.
Inspeção judicial
Conceito: consiste no exame ou verificação de fatos ou circunstâncias relativas a lugar, coisas ou pessoas, diretamente pelo juiz.
Principais artigos: Arts. 440 a 443.
4.7 Audiência de Instrução e Julgamento
Não se realiza:
extinção do processo (art. 267 e 269 – II a V)
julgamento antecipado da lide (matéria de direito ou já provada)
quando não houver necessidade de produzir prova oral
quando não houver necessidade de esclarecimentos orais de perito e assistentes técnicos
Momento de designação: despacho saneador. Adota-se o sistema presidencial.
Em regra, é pública, exceto quando intimidade e interesse social exigirem portas fechadas.
Realiza-se em dias úteis, na sede do juízo, em regra.
Razões de adiamento:
convenção das partes (só uma vez)
pelo não comparecimento motivado do perito, das partes, das testemunhas e dos advogados.
Quando a audiência tem sua data remarcada antes de sequer iniciar, surge nova oportunidade para apresentação do rol de testemunhas, o que não acontece no caso em que o juiz decide determinar, no curso da audiência, a sua continuação em uma nova data.
Conseqüências do não comparecimento:
da parte que iria depor: confissão
do advogado, sem justificativa: audiência é realizada normalmente
da testemunha, sem justificativa, em relação a qual se tenha pedido intimação: condução coercitiva
do MP: audiência é feita normalmente
Procedimento:
juiz manda apregoar partes e respectivos advogados
tenta conciliação
esclarecimentos do perito e assistentes técnicos – podem levar esclarecimentos escritos
depoimento das partes (primeiro do autor, depois do réu)
testemunhas do autor
testemunhas do réu
obs.: a inversão só causa nulidade se provado o efetivo prejuízo.
debates orais: autor, réu, MP – 20 minutos cada (prorrogáveis por + 10 minutos); se houver opoente, sustenta primeiro
sentença na própria audiência ou em 10 dias
4.8 Fase decisória: sentença
Conceito: é o ato pelo qual o juiz põe fim à fase de conhecimento ou ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. A Lei nº 11.232/2006 alterou o CPC para definir a sentença como sendo o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269. Assim, pode não haver fim ao processo, mas apenas à fase de conhecimento, para posterior prosseguimento na fase de execução (processo sincrético).
Sentença definitiva: quando extingue o processo com resolução do mérito.
Recurso cabível: apelação.
Coisa julgada: material e formal (se não houver recurso).
Sentença terminativa: quando extingue o processo sem resolução do mérito.
Recurso cabível: apelação.
Coisa julgada: apenas formal (se não houver recurso).
Sentença condicional: nula é a sentença que julga a ação procedente, condicionada esta procedência ao preenchimento de determinados requisitos legais pelo autor. Na verdade, a vedação é que o conteúdo da sentença esteja sujeito a evento futuro e incerto.
Requisitos:
Quanto à estrutura:
relatório (dispensado em alguns casos, como juizado especial e sentenças homologatórias. Admite-se relatório per relationem)
fundamentos ou motivação (a sentença, em regra, é nula se não fundamentada; mas a fundamentação deficiente ou mal formulada não anula a sentença)
dispositivo ou conclusão (a ausência provoca o vício de inexistência da sentença)
Quanto à inteligência:
Clareza: sentença não obscura a fim de não permitir ambigüidades ou equivocidade. Embora não gere nulidade, enseja embargos de declaração.
Precisão: Limitação, a sentença deve-se restringir-se à causa, a inicial é projeto da sentença. 
Quanto ao conteúdo:
Classificação ternária (trinária – seguidores de Liebman):
condenatória (efeitos ex tunc – data da citação válida. Para os partidários dessa classificação, englobam a mandamental e executiva lato sensu)
declaratória (efeitos ex tunc – exceção: art. 27 da Lei n. 9.868/1999)
constitutiva (efeitos ex nunc, exceto nas anulatórias de ato jurídico ou na sentença de interdição, cujos efeitos são a partir da publicação em 1º grau e não do trânsito em julgado)
b) Classificação quinaria (quíntupla – seguidores de Pontes de Miranda):
as três acima
executiva lato sensu
mandamental
Sentença x Pedido: Princípio da congruência, da correlação ou adstrição
Citra petita – aquém do pedido.
Ultra petita – além do pedido: não deve ser anulada pelo tribunal, mas reduzida aos limites do pedido. Não é ultra petita: concessão de correção monetária, juros legais, despesas e honorários de advogado, prestações vincendas, restituição de prestações pagas em ação de rescisão de promessa de compra e venda.
Extra petita – diferente do pedido. Em grau de recurso, pede-se a anulação.
Observações:
Em regra, a sentença deve estar de acordo com o pedido. Pedido certo e determinado: sentença líquida.
A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional.
Na ação que tenha por objeto obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa diferente de dinheiro, poderá o juiz:
conceder tutela específica ou equivalente (antecipada ou final)
impor multa por tempo de atraso e medidas de apoio.
No momento da decisão, cabe ao juiz levar em consideração fato superveniente à propositura da ação.
Uma vez publicada, a sentença só pode ser alterada para corrigir erros ou inexatidões materiais (de ofício ou a requerimento da parte), ou através de embargos de declaração.
Capítulos da sentença: muitas vezes a decisão judicial, embora formalmente seja uma, é substancialmente complexa, ou seja, substancialmente ou objetivamente é complexa, porque embora una formalmente é um feixe de decisões. EXEMPLO: sentença que decide 03 pedidos terá vários capítulos, cada um correspondendo a uma decisão que ela contém.
Sentença subjetivamente complexa: é uma decisão proferida por mais de um órgão jurisdicional. É a decisão do júri, que é composta por 03 partes: i. pronúncia (proferida pelo juiz); ii. condenação (proferida pelo júri) e iii. dosimetria da pena (proferida pelo juiz). 
Sentença e fato superveniente: se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. É necessário observar o contraditório.
Funções da sentença (teorias):
A sentença, como afirma Carnelutti, compõe a lide e traduz o imperativo da lei, na sua aplicação ao caso concreto. Em conseqüência, o direito pré-existente se manifesta e se concretiza com a declaração jurisdicional. Para esta corrente doutrinária, a função da sentença é declarar o direito.
Por outro lado, Stamler, Bülow, ligados à Escola do Direito Livre, entendem que a sentença cria direito, mormente nos casos em que a lei é lacunosa ou omissa. Vem adquirindo relevo a posição doutrinária que entende que a sentença cria direito, mas não sob o enfoque da superada Escola de Direito Livre. Cabe ao juiz, intérprete da realidade social, subsumir os fatos na norma, extraindo dela o direito aplicável e, pois, criando o direito.
Recansés Siches, com base na diferenciação de Kelsen entre normas gerais, abstratas e individualizadas, estatui que as normas gerais não são direito já diretamente aplicável, para concluir que a norma individualizadora da sentença contém elementos novos que não se dão na norma geral, tendo a função judicial dimensões criadoras, enquanto revela novos ingredientes.
Efeitos da sentença:
Efeitos principais (resolver as crises de certeza, de situação jurídica ou de adimplemento):
Declaratório - seu efeito principal é a certeza jurídica de existência ou inexistência deuma relação jurídica.
Constitutivo - seu efeito principal é o surgimento da nova situação jurídica que é da sentença decorrente.
Condenatório - seu efeito principal é permitir o início da atividade executiva do Estado para fazer valer a condenação.
Efeitos secundários:
Não decorrem do conteúdo da sentença, decorrem diretamente da lei, ou seja, são efeitos ex vi legis. Decorrem independentemente de pedido e de pronunciamento judicial; o próprio fato da sentença determina a produção dos efeitos anexos. EXEMPLOS: perempção é efeito anexo da terceira sentença de extinção; a presunção da existência do crédito a fim de autorizar o arresto de bens do devedor; a hipoteca judiciária (hipoteca que tem como título executivo uma sentença; a simples existência da sentença já é suficiente para o registro da hipoteca, mesmo pendente o recurso).
Eficácia natural da sentença: Consiste na capacidade própria da sentença de produzir efeitos. A eficácia natural da sentença produz-se não do momento em que é esta proferida, mas sim do em que se precludem os recursos de efeitos suspensivo. Liebman bem distingue a eficácia natural da sentença da autoridade da coisa julgada. Dessa distinção extrai dois princípios: 1o) a eficácia natural da sentença vale para todos; 2o) a autoridade da coisa julgada forma-se e existe somente para as partes. De tal modo, o que vale para todos (erga omnes) é a eficácia natural da sentença, não a coisa julgada, que vale somente entre as partes.
Correção das sentenças: como regra a sentença é irretratável, mas há exceções:
Apelação contra sentença que indefere a petição inicial ou julgue improcedente nos termos do 285-A: há efeito regressivo a permitir a retratação.
Embargos de declaração.
Erro material e erro de cálculo.
Novidade na Lei nº 11.418/2006 (regulamenta a repercussão geral no recurso extraordinário): Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. Julgado o mérito  do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. Trata-se de um caso de retratação de julgados (acórdãos).
Novas disposições da Lei 11.232/2005: arts. 466-A, 466-B e 466-C.
Sentença por afinidade (ou padronizada) – Lei 11.277/06: Art. 285-A
matéria só de direito
a citação poderá (e não “deverá”) ser dispensada.
4.9 Coisa julgada
Conceito: é a eficácia que torna imutável a sentença, seja definitiva ou terminativa, não mais sujeita a recurso de qualquer espécie.
	Coisa julgada formal = Preclusão
	Coisa julgada material
	Ocorre com o trânsito em julgado da sentença terminativa.
Torna imutável e indiscutível o que foi decidido na sentença, ou seja, o encerramento da relação processual.
Não tem qualquer repercussão no direito material controvertido, de forma que ele pode ser discutido em outro processo.
	Ocorre com o trânsito em julgado da sentença definitiva.
Além de encerrar o processo, compõe o litígio, operando uma modificação qualitativa na relação de direito material.
Torna imutável e indiscutível não só a relação processual extinta, mas também o direito material acertado na sentença.
Pressupõe a coisa julgada formal.
Pressupostos da coisa julgada material: decisão jurisdicional; exame de mérito; cognição exauriente; coisa julgada formal.
Efeitos: a) negativo (impedir nova apreciação principaliter tantum); b) positivo (deve ser observada quando for fundamento de outra demanda); c) preclusivo (o deduzível, mas não deduzido, reputa-se deduzido e repelido).
Coisa soberanamente julgada: ocorre com o transcurso do prazo para ajuizamento de ação rescisória.
Limites da coisa julgada:
Objetivos: só faz coisa julgada o que constar do dispositivo (os fatos e os fundamentos da decisão não fazem coisa julgada). As questões prejudiciais só transitam em julgado se forem objeto de ação declaratória incidental.
Subjetivos: Há 3 tipos de eficácia subjetiva da coisa julgada:
Coisa julgada inter partes: a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros. O terceiro pode ser alcançado pelos efeitos naturais da sentença (ex.: nas ações de estado), mas não pela imutabilidade e indiscutibilidade que emanam da coisa julgada, visto que a autoridade da coisa julgada atua apenas para as partes da relação processual.
Coisa julgada erga omnes: excepcionalmente, a coisa julgada pode ser aplicada erga omnes, vinculando a todos (ex.: julgada relativa a direitos difusos ou individuais homogêneos, na ação de usucapião, na ação que reconhecer o Registro Torrens).
Coisa julgada ultra partes: a coisa julgada extrapola quem não foi parte, mas atingindo somente algumas pessoas e não todas as pessoas. É uma eficácia menos abrangente do que a coisa julgada erga omnes (ex.: coisa julgada coletiva para direitos coletivos, coisa julgada que vincula o adquirente de coisa litigiosa, mesmo sendo terceiro (§ 3o., artigo 42), coisa julgada no processo conduzido por substituto processual atinge o substituído que não era parte).
Relação jurídica continuativa: autoriza a revisão, em outra relação processual, da matéria já decidida. Tratando-se de relação continuativa, a coisa julgada é apenas formal. Atualmente, reconhece-se a existência da coisa julgada material nas relações continuativas (alimentos e revisional de aluguel), admitindo-se sua revisão em razão da modificação da causa de pedir, o que afasta a tríplice identidade.
A coisa julgada é fenômeno típico do processo de conhecimento, porquanto somente nesse processo há composição de litígio. Inexiste coisa julgada no processo de execução e no processo cautelar, exceto se, no processo cautelar, o juiz reconhecer a prescrição ou a decadência do direito do autor.
Eficácia preclusiva da coisa julgada ou princípio do deduzível do deduzido: a coisa julgada reputa deduzida e repelida qualquer alegação que poderia ter sido feita e não o foi. Outro causa de pedir, entretanto, pode dar ensejo a nova demanda.
Regimes da coisa julgada (3):
REGIME PRO ET CONTRA: a coisa julgada ocorre independentemente do resultado da causa, ou seja, ela ocorrerá para beneficiar ou para prejudicar o autor, havendo decisão de mérito favorável ou desfavorável fará coisa julgada. Essa é a regra geral do CPC (juntamente com a vinculação entre partes).
REGIME SECUNDUM EVENTUM LITIS: ocorre de acordo com o evento da lide, ou seja, somente ocorrerá a depender do resultado do julgamento, é a coisa julgada que somente ocorrerá se o pedido for julgado procedente, assim em caso de perda não há coisa julgada podendo o autor retornar com nova ação (ex.: coisa julgada coletiva para direitos individuais homogêneos)
REGIME SECUNDUM EVENTUM PROBATIONIS: ocorre quando o juiz entender que houve o esgotamento da prova a ser produzida. Se o julgamento for de improcedência por falta de prova não gera a coisa julgada (ex.: coisa julgada na ação popular, coisa julgada coletiva em relação a direitos difusos ou direitos coletivos, coisa julgada no MS). alguns autores colocam a coisa julgada do regime secundum eventum probationis como espécie do regime secundum eventum litis.
Sentenças sujeitas ao duplo grau de jurisdição:
 Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
 I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
 II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). 
 § 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
Súmula 490, STJ (NOVÍSSIMA!): A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a 60 (sessenta) salários mínimo, não se aplica a sentenças ilíquidas.
 § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
Causas de reexame previstas na legislação esparsa: Lei da Ação popular (se julgada a carência ou a improcedência da ação popular); MP nº 2.180-35/2001 (Art. 12. Não estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório as sentenças proferidas contra a União, suas autarquias e fundações públicas, quando a respeito da controvérsia o Advogado-Geral da União ou outro órgão administrativo competente houver editado súmula ou instrução normativa determinando a não-interposição de recurso voluntário); Lei 12.016/2009/MS (Art. 14. § 1º: Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição). 
Obs: Reexame necessário na Lei da Ação Civil Pública: 4 posições: a) não há reexame necessário; b) aplica-se a regra geral do art.475 do CPC (Mazzilli); c) aplica-se a Lei de Ação popular, por analogia. d) os 2 regimes são aplicáveis: “Condenada a Fazenda Pública em ACP, há remessa necessária; julgada improcedente ACP ou extinto o processo por carência de ação, envolva ou não o ente público, há também, remessa necessária” (Didier e Zaneti, op.cit pág. 367). STJ já decidiu que: “Por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário" ((AgRg no REsp 1219033/RJ, DJe 25/04/2011); Obs: Na lei dos portadores de necessidades especiais o Reexame Necessário é em favor do deficiente e não do Poder Público.
4.10 Desconstituição da coisa julgada
Meios:
Ação rescisória.
Ação anulatória: os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
Embargos à execução.
Querela Nullitatis Insanabilis: É uma ação autônoma, datada da Idade Média, para a impugnação de sentenças. É a ação declaratória de nulidade da sentença por vício insanável como diz o próprio nome. Insanáveis são as nulidades tidas como absolutas, sobre as quais não se opera a preclusão, ou seja, podem ser apontadas a qualquer momento, pelas partes ou ex officio. Entretanto, nulidade, de tal monta que faz com que o processo esteja padecendo da falta de algum pressuposto processual, outrossim, deve ter trazido prejuízo à parte sucumbente; este é um princípio segundo o qual não há nulidade sem que haja prejuízo. Esta ação tem por escopo desconstituir a sentença de mérito inconstitucional que, aparentemente, tenha transitado em julgado, pois em análise aprofundada, conclui-se que não houve trânsito em julgado e para essas hipóteses é que se utiliza a ação declaratória de nulidade da sentença. Esta é a principal função da diferenciação entre sentenças nulas e sentenças inexistentes. Aquelas, para serem desconstituídas, por meio de ação rescisória, ficam sujeitas ao prazo decadencial do art. 495. Estas podem ser, como inexistentes, declaradas a qualquer tempo. Vício de citação, por exemplo, é um caso inconteste da ação em exame, mesmo que a sentença tenha transitado em julgado e passado o prazo de dois anos para a rescisória�.
Pressupostos:
Sentença de mérito com trânsito em julgado (os demais atos judiciais, como arrematação, acordo em separação judicial etc., podem ser rescindidos – ou anulados – por meio de ação anulatória).
Argüição de algum motivo de rescindibilidade.
Obs: a sentença inexistente não faz coisa julgada e não é rescindível.
Motivos de rescindibilidade:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
Não é necessário que exista ação penal contra o juiz, podendo tais fatos serem provados no curso da rescisória.
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
Nem a suspeição nem a incompetência relativa autorizam o ajuizamento da rescisória.
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida (ex.: rasura ou falsificação de documento), ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei (ex.: cônjuges, agindo em conluio, pleiteiam a anulação do casamento fora dos casos previstos em lei);
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar literal disposição de lei;
Não ocorre quando o julgador, dentre diversas interpretações cabíveis, elege uma delas.
VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória; 
É indispensável que haja relação de causa e efeito entre a prova inquinada de falsa e o conteúdo da sentença. Se a sentença se baseou em mais de um fundamento, não haverá motivo para a rescindibilidade.
VII - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença; 
Desistência aqui deve ser entendida como renúncia, pois a sentença terminativa por desistência do réu não impede a propositura de nova a ação.
Quanto à transação, o STJ já decidiu que a ação cabível para atacar sentença homologatória de transação é a anulatória e não a rescisória.
Já quanto à confissão, a sentença só pode ser rescindida se a confissão foi o seu único fundamento.
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
Cabível é a rescisória se o juiz, por não examinar prova depositada nos autos, considerar verdadeiro documento falso. No caso, se o juiz tivesse examinado a prova, o julgamento seria outro.
Não será rescindível a sentença, ainda que injusta, se o juiz, errando na apreciação da prova, disse que decidia como decidiu porque o fato ocorrera (apesar de provada nos autos a não-ocorrência), ou porque o fato não ocorrera (apesar de provada a ocorrência).
§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.
Legitimidade ativa:
Quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular.
O terceiro juridicamente interessado.
O MP:
se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.
Legitimidade passiva: aquele que a sentença rescindenda beneficiou. O MP pode ser réu na rescisória.
Competência: somente os tribunais têm competência para rescindir sentença ou acórdão. Rescisória de sentença, competente é o Tribunal que teria competência para julgar eventual apelação. Rescisória de acórdão deve ser analisada pelo Tribunal que o proferiu.
Prazo: dois anos, contados do trânsito em julgado da decisão rescindível. Prazo decadencial.
Aspectos:
A propositura da ação rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda.
Na ação rescisória a revelia não opera efeitos.
Admite-se rescisória da rescisória.
O MP funciona como fiscal da lei.
Relativização da coisa julgada: A coisa julgada por muito tempo foi um dogma para os processualistas, não se permitindo grandes discussões sobre o tema. Mas com o passar do tempo foi necessário pensar em uma relativização da coisa julgada. A questão fundamental é saber se há alguma hipótese em que se poderá relativizara coisa julgada sem rescisória. Se é cabível a rescisória, utiliza-se esse caminho. Existe uma divisão doutrinária grande:
CONTRA (ADA PELLEGRINI, BARBOSA MOREIRA, DIDIER, OVÍDIO BAPTISTA, MARINONI, ARAKEN DE ASSIS, NELSON NÉRY): é melhor proteger a segurança jurídica, é melhor ter uma sentença injusta, do que se procurar eternamente por uma sentença justa
A FAVOR (HUMBERTO THEODORO, CÂNDIDO DINAMARCO): as garantias constitucionais não são absolutas (BOBBIO no direito quase tudo é relativo, só dois são absolutos: tortura e escravidão), o próprio direito à vida é relativizado, pois admite-se a pena de morte. A lei não é vetor hermenêutico da CF, ao revés, a CF é que é o vetor hermenêutico para a lei. Os argumentos dessa teoria são:
1) Alegação de injustiça da decisão: a mera alegação de injustiça é causa de relativização – algumas injustiças qualificadas: manifestas, graves. CRÍTICA: se for adotado esse posicionamento é o mesmo que dizer que a coisa julgada não existe mais. O juiz para saber se é justo ou injusto, terá que apreciar a questão novamente, acabando assim, com a coisa julgada, pois, acaba com o efeito negativo da coisa julgada. A mera alegação de injustiça (qualificada como se quiser) reduz a coisa julgada a zero.
2) Ofensa à Constituição: inclusive dando-se o nome de coisa julgada inconstitucional. Não seria razoável admitir a imutabilidade de uma decisão judicial que ofende a CF. Afinal, a coisa julgada protegida pela CF é somente aquele que está em sintonia com o texto constitucional.
Coisa julgada inconstitucional: O art. 741, parágrafo único e o art. 475-L, § 1o, trazem previsão de matérias alegadas em sede de defesa típica do executado (embargos e impugnação) e que afastam a imutabilidade da coisa julgada material. Admite a inexigibilidade do título ao fundamento de que a sentença que se executa funda-se em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF, ou funda-se em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. Decisão em controle concentrado ou difuso? DIDDIER: inicialmente afirmava que somente se aplicava em caso de controle concentrado. Mas, atualmente, entende que mesmo em sede de controle difuso isso se aplica, porque o STF tem aplicando ao controle difuso características de controle abstrato (abstrativização do controle difuso). 
Súmula 487, STJ (NOVÍSSIMA!): O parágrafo único do art. 741 do CPC não se aplica às sentenças transitadas em julgado em data anterior a da sua vigência.
Coisa julgada injusta inconstitucional: é criação doutrinária e jurisprudencial. Admite que, em casos de extrema injustiça – nos quais haja ofensa clara e direta a valores e preceitos constitucionais –, a coisa julgada não é valor absoluto, podendo ser legitimamente afastada por um juízo de proporcionalidade que aponte ser mais benéfica, no caso concreto, a proteção do valor constitucional violado por meio da sentença. 
Problema da competência: Se se admite a relativização, cria-se o problema de o juiz de primeira instância desconsiderar uma decisão proferida por um órgão jurisdicional superior a ele.
Tutelas de urgência nas ações rescisórias: A Lei nº 11.280/2006 deu nova redação ao art. 489, para tratar da possibilidade de se conceder medida de natureza cautelar ou antecipatória, em casos excepcionais e sob os pressupostos previstos em lei, para se suspender o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo. Trata-se de consagração normativa de prática que já vinha sendo adotada nos Tribunais.
4.11 Processos nos tribunais
Incidente de uniformização de jurisprudência
Conceito: é o incidente instaurado no julgamento do recurso ou de causa originária, cujo objetivo é a uniformização da jurisprudência interna de determinado tribunal.
Pressupostos para a instauração do incidente:
Julgamento de recurso ou de causa originária perante turma, câmara ou grupo de câmara.
Divergência prévia ou ocorrida durante o julgamento sobre a tese jurídica a ser aplicada.
Suscitação do incidente.
Legitimidade para suscitar o incidente:
Qualquer juiz do órgão julgador do recurso.
Partes (nas razões de recurso ou em petição avulta). Também admite provocação pelo MP.
Diferem dos embargos de divergência, sendo estes recurso, de finalidade corretiva, contra acórdão proferido em REsp e Rex.
Incidente de inconstitucionalidade:
Conceito: incidente surgido no julgamento de recurso ou de causa originária, que consiste em cindir a competência, de forma que a inconstitucionalidade é julgada pelo tribunal pleno (ou órgão especial) e a matéria remanescente pelo órgão fracionário. Trata-se de controle difuso, incidenter tantum.
Legitimidade:
Partes.
MP, quando funcionar como parte ou fiscal da lei. Ou algum dos magistrados do órgão julgador.
Momento para a argüição: qualquer momento antes do julgamento no tribunal.
É admissível amicus curiae.
Efeitos da declaração de inconstitucionalidade:
A decisão do tribunal pleno ou órgão especial acerca da inconstitucionalidade ou constitucionalidade vincula o órgão fracionário.
Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão. A interpretação conforme a Constituição não precisa observar o art. 97, CF.
Tratando-se de inconstitucionalidade argüida em recurso extraordinário e o STF a declarar, far-se-á a comunicação ao Senado para suspender a execução da lei.
Pontos em comum entre os incidentes de uniformização e de inconstitucionalidade
Natureza jurídica: incidente processual. 
Objetivo: transferir a outro órgão do tribunal a competência funcional para a análise de determinadas questões de direito, incidenter tantum e relevantes para o deslinde da causa.
Inexistência de coisa julgada: como seu objeto é uma questão não-principal, a decisão do incidente compõe a fundamentação da decisão, não sendo abarcada pela coisa julgada material.
Irrecorribilidade: A decisão do incidente é irrecorrível. Recorrível é o acórdão do órgão originário que completará o julgamento após o incidente.
Intervenção do MP: é obrigatória em ambos.
Vários incidentes: é possível num mesmo processo.
Homologação de sentença estrangeira:
Competência: STJ. Antes da EC/45, era do STF.
· Competência para a execução após homologação: Justiça Federal.
· Regulamentação: Resolução 09/STJ, LICC, CPC, CF e Lei 9.307/1996.
· O processo de homologação: natureza tipicamente jurisdicional. Decisão que acolhe o pedido de homologação de sentença estrangeira, seja qual for a natureza desta, é constitutiva.
· Finalidade: reconhecimento da eficácia jurídica da sentença estrangeira (de jurisdição voluntária ou contenciosa) perante a ordem brasileira.
· Se um procedimento aqui no Brasil deve ser judicial (ex.: divórcio consensual), mas no exterior é administrativo, ainda assim precisará ser homologado.
· Protocolo de Las Leñas: a regra é a homologação por requerimento da parte interessada, diretamente no STJ. Porém, o Protocolo de Las Leñas permite a homologação por meio do envio da carta rogatória ao STJ, sem necessidade do interessado entrar com requerimento aqui, bastando apenas que requeira isso junto ao juiz prolator da sentença, que será enviada por rogatória via diplomática.
· A petição inicial deve conter as indicações constantes da lei processual, e ser instruída com a certidão ou cópia autêntica do texto integral da sentença estrangeira e com outros documentos indispensáveis, devidamente traduzidos e autenticados.
O STJ verifica apenas: se foi proferida por autoridade competente; se as partes foram citadas ou foi legalmente verificada a revelia; ter transitado em julgado; estar a sentença autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil; se não ofende a soberania e a ordem pública.
O controle

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