Buscar

Relação Parasita Hospedeiro Prof. Roney R. Guimarães 2010.1

Prévia do material em texto

Prof. Roney R. Guimarães 
http://www.mcguido.vet.br/parasita-hospedeiro.htm 
 
RELAÇÃO PARASITA–HOSPEDEIRO 
 
Para o estudo da história natural da doença, podemos agrupar a relação parasita-hospedeiro em duas categorias: 
Relações intrínsecas e extrínsecas. 
 RELAÇÕES INTRÍNSECAS 
 PARASITA - seres menores que vivem às custas de seus hospedeiros, independentemente da ação desenvolvida 
e de sua classificação zoológica. 
 PARASITISMO – Relação íntima entre o parasita (intimidade de tecidos ou superfície)e outro ser de maior porte 
(hospedeiro), do qual se alimenta. O parasita se beneficia e o hospedeiro sofre as conseqüências. 
 Podemos ter relações chamadas: 
 Parasitose – parasita patogênico – acarreta agravos ao organismo do hospedeiro, sinais e sintomas evidentes de 
doença. 
 Parasitíase – embora passível de provocar danos á saúde – relacionamento equilibrado – portadores 
assintomáticos. 
 Equilíbrios harmônicos - podem passar a ser desarmônicos (decréscimo de defesas) 
 Relações consideradas como simbiose e parasitismo, são uma fotografia momentânea, não são relações 
estáticas. 
 Primeiro passo do agente no organismo – instalar-se e desenvolver sua ação. 
 INFECÇÃO – Processo caracterizado pela invasão do organismo do hospedeiro por um agente biológico e sua 
subseqüente multiplicação. O agente penetra, necessariamente na intimidade dos tecidos do hospedeiro. 
 INFESTAÇÃO – Caracterizado pela colonização do agente etiológico na superfície do corpo do hospedeiro (pele e 
mucosas). 
 PROCESSO DOENÇA 
Pode ocorrer: 
 Ausência de luta do hospedeiro contra o parasita – resistência ou insuscetibilidade (não ocorre a instalação do 
parasita.; ou estado de latência, alberga o parasita porém não há condições de desenvolvimento da doença. 
Reação do hospedeiro contra o parasita: pode ocorrer duas possibilidades: 
 Relacionamento harmônico - O parasita se instala e se multiplica sem causar danos funcionais graves no 
hospedeiro – não apresenta sintomatologia. 
 Ex: infecções naturais de caráter subclínico ou inaparente, e infecções decorrentes da utilização de vacinas vivas. 
Importante: O hospedeiro se torna disseminador do agente. 
 Relacionamento desarmônico – O parasita se instala e se multiplica no hospedeiro provocando alterações 
orgânicas e funcionais capazes de interferir com a sua condição de equilíbrio. O hospedeiro reage e provoca uma 
situação de incompatibilidade total ou parcial. 
 Incompatibilidade total – Morte do hospedeiro ou do parasita , normalmente a morte do hospedeiro leva a morte 
do parasita, com exceção nos casos onde existe formas de resistência (Bacillus anthracis) . Quando ocorre a 
vitória do hospedeiro, na maioria dos casos não ocorre o desenvolvimento da imunidade ativa naturalmente 
adquirida (Ex: doenças produzidas por agentes piogênicos, estafilococos, estreptococos). 
 Incompatibilidade parcial – A luta se arrasta por um período bastante longo. Pode ocorrer a impotência para 
destruição do agente, mas também não ocorre a aceitação do agente, como no caso de doenças crônicas. Pode 
ocorrer a reação do hospedeiro a fase aguda da doença e, os sintomas desaparecem, mas o parasita persiste em 
seu organismo estabelecendo uma trégua entre eles. O parasita se nutre do hospedeiro e o hospedeiro desenvolve 
imunidade contra infecções posteriores do mesmo agente. Ex: anaplasmose, babesiose. 
A pré-imunização se vale desse mecanismo de relação parasita-hospedeiro. 
 
FORMAS DE OCORRÊNCIA INDIVIDUAL DA DOENÇA 
 Forma Típica 
 Apresenta forma clara, ocorrência de sinais e sintomas que ocorrem com regularidade. 
É também denominada forma aguda. 
Formas atípicas 
 Não apresentam de foram clara e defina os sinais e sintomas que constituem a característica da fase água da 
doença. Podem ser: 
a) Formas sub-agudas – quadro suave e menos letal da doença 
b) Formas super-agudas – processo de evolução extremamente rápido e geralmente fatal, por isso não 
possibilitam o aparecimento do quadro clínico característico da doença. 
c) Formas crônicas – apresentam uma evolução lenta, sendo muitas vezes conseqüência do quadro agudo. 
PERÍODO PATOGÊNICO 
Desenvolvimento do processo doença desde o momento da interação inicial agente-hospedeiro até sua resolução 
final 
 PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
 Período que decorre desde o momento em que o agente etiológico se instala no organismo do hospedeiro até o 
início dos sinais ou sintomas clínicos da doença. 
Prof. Roney R. Guimarães 
http://www.mcguido.vet.br/parasita-hospedeiro.htm 
 
 É importante o seu conhecimento para estabelecimento de medidas de profilaxia como quarentena e vigilância 
sanitária dos comunicantes, que deverão ter como duração o intervalo de tempo correspondente ao período 
máximo de incubação da doença. 
 PERÍODO PRÉ-PATENTE 
 Espaço de tempo entre o momento em que se deu a infecção ou infestação do hospedeiro e a detecção do agente 
em seus tecidos, secreções ou excreções. 
 PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE 
 Intervalo de tempo durante o qual um indivíduo infectado é capaz de eliminar o agente etiológico ao meio externo, 
seja qual for o mecanismo de transmissão envolvido, contanto que torne possível a sua transmissão a outro 
hospedeiro. 
Pode incluir o período clínico da doença, parte do período de incubação e do período de convalescença da 
mesma. É importante para indicação das medidas sanitárias. 
 PERÍODO PRODRÔMICO 
 Pode ocorrer em algumas doenças no final do período de incubação, onde o indivíduo apresenta alterações 
orgânicas e funcionais indefinidas, sugerindo estar acometido por um agravamento de saúde, todavia sem que se 
confirme um diagnóstico. 
 RELAÇÕES EXTRÍNSECAS 
O GRAU DE CONTAMINAÇÃO DO AMBIENTE 
 Há relação direta entre o nível de contaminação do ambiente e o risco de exposição de exposição do hospedeiro 
ao agente de doença prevalente na área correspondente. 
Essa condição de risco é favorecida pela existência de outros fatores a serem considerados. 
 NÚMERO DE FONTES DE INFECÇÃO 
 Nos casos de doenças em que o agente é eliminado regularmente pelas secreções e excreções, quando maior for 
o número de unidades excretoras, maior será o nível de contaminação ambiental. Importante o período de 
transmissibilidade. 
 CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS 
 O nível sócio-econômico-cultural e a disponibilidade tecnológica da sociedade irá influir decisivamente na adoção 
ou não de medidas adequadas de promoção da saúde capazes de limitar o grau de contaminação ambiental. 
 RESISTÊNCIA DO AGENTE 
 Agentes de elevada resistência ás condições ambientais, em ausência de parasitismo, podem persistir por 
períodos longos no meio externo, contribuindo para a elevação do seu grau de contaminação. Essa condição é 
ainda mais importante quando o agente tem a capacidade de evoluir ou multiplicar-se fora do corpo do seu 
hospedeiro. 
 POSSIBILIDADE DE INTRODUÇÃO DO AGENTE NA ÁREA 
 As oportunidades de introdução do agente de uma doença em uma área são enormes, seja por meio de indivíduos 
infectados, seja por meio de produtos contaminados ou mesmo por outros veiculadores como roedores ou vetores. 
 DENSIDADE POPULACIONAL 
 Tratando-se de doenças transmissíveis, quanto maior for o número de contatos, maior será o coeficiente de 
transmissão. 
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DE HOSPEDEIROS 
 Os agrupamentos de indivíduos de uma determinada população ou de populações diferentes, apresentam 
características muito variadas. 
Vamos encontrar famílias, rebanhos, ninhos, na dependência da espécie considerada. 
Contatos relacionados a cadeia alimentar, transito de animais em busca de alimentos, contaminando o ambiente 
por onde passam. 
PROPORÇÃO DE SUSCETÍVEIS E IMUNES DE UMA POPULAÇÃO 
A proporção de suscetíveis é importante para a propagação de uma doença. A ascenção ou queda de uma onda 
epidêmica está relacionada com o número de suscetíveis em determinada região. 
Quanto maior for aproporção de imunes em uma região menor será o número de suscetíveis e menor a 
possibilidade de propagação da doença.

Continue navegando