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Curitiba 2016 Caderno de Atividades Física I Apoena Calil – 3 – Estudo de Caso – Turbo Compressor O estudo de caso será a análise do processo de adaptação do turbo com- pressor, e o resultado final visando um desempenho dinâmico, conforto, dura- bilidade e dirigibilidade do veículo antes e após a adaptação. Veja a Figura 1: Figura 1: Sistema de turbo compressor Saída de gases do escapamento da turbina Disco da turbina Descarga de ar do compressor Entrada de gases do escapamento da turbina Disco do compressor Entrada de ar ambiente do compressor Carcaça do compressor Carcaça da turbina Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do RJ, 2015. Daremos ênfase para uma adaptação de turbo compressor que possibi- lite ganhos de potência entre 60% e 80% do original do veículo. Para o caso desenvolvido utilizaremos um veículo nacional. O modelo utilizado será um GM Corsa hatch, 1,6L, 8 válvulas MPFI, ano 1996. Verifi- caram-se diferentes metodologias de alimentação, diferentes pressões no cole- tor e presença ou não de intercooler. Porém é importante comparar o desempenho da solução adotada com outras existentes. Confira as três soluções: 2 Aspiração natural: 2 Sobre alimentação por compressor mecânico (ou blower); 2 Sobre alimentação por turbo compressor. Legislação Aplicada ao Direito Ambiental – 4 – 1. Aspiração natural É a maneira mais comum de motores a combustão interna ciclo Otto. Para facilitar o entendimento e estudo, focaremos apenas em motores com combustível a álcool ou gasolina, deixando o diesel de lado, devido a algumas singularidades que possui. A aspiração natural é caracterizada por: 2 Dificuldade em se preencher totalmente o cilindro com mistura ar- -combustível, já que existem perdas de carga no sistema de admis- são; 2 Resposta instantânea de entrega de potência, conforme carga no acelerador e rotação; 2 Dificuldade de ganhos de potência expressivos sem perda de dirigi- bilidade, ou soluções de difícil adaptação. A maneira clássica de ganho de potência em motores com aspiração natural visa manter o torque em um patamar constante e aumentar a rotação máxima do motor (BELLS, CORKY, 1997). Dado que: P = τ × ω Onde: P = Potência [W]; τ = Torque [N.m]; ω = Velocidade Angular [rpm]. Assim, para termos um aumento de 30% na potência máxima, teríamos que ter uma elevação de 30% na rotação, para um mesmo torque. Tendo que as forças inerciais aumentam quadraticamente com a rotação. ω² α FInercial ωNova = 1,30 × ωAntiga → FInercial Nova = 1,69 × FInercia Antiga – 5 – Logo, teríamos um aumento de 69% nas forças inerciais. As forças iner- ciais têm uma ordem de grandeza igual ao da pressão de combustão em um motor de um automóvel moderno. Assim, um aumento desta magnitude pode ser danoso ao motor, e certamente irá fatigá-lo rapidamente, já que um dos maiores problemas do aumento das forças inerciais é que se alteram entre compressão, quando no ponto morto inferior após a queima; e tração, quando no ponto morto superior e válvulas de escape e admissão abertas. Para sabermos se um ganho de 60% a 80% em potência é suficiente para aceleração de 0 a 100 km/h ao redor de 8s, será utilizado um modelo para verificar a validade da hipótese, levando em conta algumas simplificações: 2 A aceleração média do veículo será constante; 2 Haverá duas trocas de marcha, cada uma com 0,25s, totalizando uma penalização de 0,5s no resultado; 2 As perdas dissipativas são pequenas. Modelo de Carro 1: um veículo nacional, de pequeno porte, GM Corsa 1,6 8V ano 96. Massa: 1100 kg (com motorista) Tempo de aceleração: 11,0 s Potência original: 92cv = 69 kW Modelo de Carro 2: um veículo nacional, de pequeno porte, VW Gol 1,0 16V ano 02, que validará o modelo: Massa: 1100 kg (com motorista) Tempo de aceleração aspirado: 16,0 s Potência de aspiração = 69 cv Tempo de aceleração turbo: 10,0 s Potência de turbo = 112 cv Modelo de Carro 3: um veículo nacional, de médio porte, VW Golf 1,8 20V Turbo ano 02, que analisará o peso/potência: Legislação Aplicada ao Direito Ambiental – 6 – Massa: 1300 kg (com motorista) Tempo de aceleração turbo: 8,2 s Potência turbo: 150 cv Ficha do automóvel: GM Corsa Hatch Vinho 1,6L 8v MPFI ano 96 Apresentação do veículo: Este automóvel foi adquirido com 9700 km já pensando neste estudo (o veículo foi escolhido pelo motor e baixa quilometragem). Com o motor GM primeira geração de 1,6L e injeção eletrônica. Figura 2 : Veículo GM Corsa Hatch Vinho 1,6L 8v MPFI ano 96. Fonte: NAKANO, 2007. – 7 – Questões Objetivas 1 - Após ler e interpretar atentamente o estudo do caso de um turbo compressor, e observar que existe um modelo padrão e três modelos de carros distintos para serem avaliados, pede-se: o tempo médio de aceleração com troca de marcha(s), a velocidade média (m/s) e a aceleração média (m/s2), relacionados ao carro modelo 1. Alternativas a) 0,5 (s) ;27,78 (m/s) ; 5,5 (m/s2). b) 11 (s) ; 20,72 (m/s) ; 1,88 (m/s2). c) 10,5 (s) ; 27,78 (m/s) ; 2,65 (m/s2). d) 11 (s) ; 27,78 (m/s) ; 2,65 (m/s2). e) 10,5 (s) ; 20,72 (m/s) ; 2,65 (m/s2). Feedback de Acerto A letra C é a resposta correta, pois temos que: O tempo médio de aceleração com troca de marcha é: Δt = taceleração – ttroca de marcha = 11 – 0,5 = 10,5 (s) A velocidade média é: vmédia = vfinal – vinicial = 100 (km/h), como a questão pede em metros por segundo, é necessário dividir por 3,6, sendo assim vmédia = 27,78 (m/s). A aceleração média é: amédia=vmédia / Δt = 27,78 / 10,5 = 2,65 (m/s2) Feedback de Erro As outras alternativas encontram-se erradas devido alguns dos compo- nentes, ou todos, não serem os verídicos, como nas alternativas em que a Legislação Aplicada ao Direito Ambiental – 8 – velocidade é 20, 72 m/s não é o resultado correto da conversão, nesse caso são as alternativas A e E que utilizam esse dado. Ou como no caso das alternativas A, B e D, que colocam os tempos errados, ou é o inicial ou o final. Nesse caso, como os dados estão errados, consequentemente, quando usar a formula da aceleração não se chegará na resposta correta. A questão faz parte dos capítulos 1 e 3. 2 - Qual o trabalho realizado, a potência original, a potência turbo e a eficiência entre a potência turbo e a original, do carro modelo 1, sendo a velocidade usada no estudo do caso. Alternativas a) 42,445 kJ - 38,38 kW – 11,000 kW – 1,40 b) 5500 kJ – 53,380 kW - 56,56 kW – 1,40 c) 5500 kJ – 53,380 kW - 11,000 kW – 0,20 d) 424,45 kJ – 38,38 kW - 56,56 kW – 1,10 e) 424,45 kJ - 40,42 kW - 56,56 kW – 1,40 Feedback de Acerto Para calcular o trabalho e a potência será usado a formulação que é extra- ída do princípio da conservação de energia, em que : E a potência é a derivada do trabalho em relação ao tempo, ou seja: E o ganho é dado por: Feedback de Erro As demais alternativas não são corretas devido a algum dos componentes ter sido calculado com valores errados - como não transformar a velocidade para metros por segundo -, dessa forma, erramos na fórmula do trabalho, ou – 9 – se usamos o valor do tempo errado para o cálculo da potência original, que é de 10,5 s, e da potência turbo 11s. A questão faz parte do capítulo 5. 3 - Qual a força exercida por cada modelo de carro 1 e 3, respectivamente, com velocidade constante de 100 km/h (converter para m/s). Supondo que o carro possa ter o momento linear do modelo de carro 2, calcule-o. Dica : 1 CV = 0,745 KW Alternativas A) 2,48 (N) ; 4,02 (N) ; 30558 (kg.m/s) B) 12.100(N); 10.660(N) ; 11.000(kg.m/s) C) 2.48 (N) ; 5.39(N); 30.558(kg.m/s) D) 0,69 (N) ; 1,5 ; (N) 11.000(kg.m/s) E) 0,69(N) ;0,0402(N); 30.558(kg.m/s)Feedback de Acerto A alternativa correta é a letra A, isso porque, existe uma relação entre força e trabalho que se relaciona com a potência. Sabemos pelas leis de Newton que originalmente: F = m × a E que o momento linear é dado por : p= m × v Onde: p = momento linear m = massa v = velocidade Legislação Aplicada ao Direito Ambiental – 10 – Ao relacionarmos força com potência temos que: P = = = Força x VelocidadeTrabalho Força x distância Tempo Tempo Isolando a força obtemos: F = Potência Velocidade Feedback de Erro As questões estão erradas devido ao uso equivocado das conversões, como não converter a velocidade, e não converter a potência de CV para KW. Além desses erros, existe o mais errado deles, que é a aplicação da lei de Newton, porque neste caso não pode ser usada, devido a velocidade ser cons- tante, se a velocidade é constante, a aceleração é nula, logo a força seria zero. Essa questão faz parte dos capítulos 1, 3, 4, 5 e 6. 4 - Analise as sentenças a seguir, supondo que os automóveis acima tenham um ciclo térmico. Utilizando os conhecimentos sobre a primeira e segunda lei da termodinâmicam responda cada opção com verdadeiro (V) ou falso (F), e depois assinale a alternativa correta. ( ) Máquina térmica é um sistema que realiza transformação cíclica: depois de sofrer uma série de transformações ela retorna ao estado inicial. ( ) É impossível construir uma máquina térmica que transforme inte- gralmente calor em trabalho. ( ) O calor é uma forma de energia que se transfere espontaneamente do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. ( ) Quando um gás recebe 400 J de calor e realiza um trabalho de 250 J, sua energia interna sofre um aumento de 150 J. Alternativas a) V, F, F, V b) V, V, F, V – 11 – c) F, V, F, V d) V, V, V, V e) F, F, F, F Feedback de Acerto De acordo com a teoria temos que: Maquina Térmica: são máquinas capazes de converter calor em trabalho. Elas funcionam em ciclos e utilizam duas fontes de temperaturas diferentes, uma fonte quente que é de onde recebem calor, e uma fonte fria, que é para onde o calor que foi rejeitado é direcionado. Com esta definição, podemos verificar que a primeira e segunda sentença são verdadeiras. Calor é um conceito do âmbito da Física que representa uma forma de energia, sendo a energia térmica em movimento entre partículas atômicas. A palavra calor também pode remeter para alguma coisa quente, ou seja, com temperatura elevada. Com a definição acima de calor também verificamos que a terceira sen- tença está correta. Como a fórmula da energia interna temos que: U = Q –W = 400 – 250 = 150J confirmando, assim, a quarta sentença. Feedback de Erro Devido à teoria mostrada acima, todas as outras sentenças estariam erra- das, por não estarem de acordo com a teoria. A questão faz parte dos capítulos 9 e 10. 5 – Sabendo-se que os automóveis têm sistema de motores e refrigera- ção, podemos trabalhar com as leis da termodinâmica, neste caso iremos ana- lisar o 2° princípio da Termodinâmica, que pode ser enunciado da seguinte forma: “É impossível construir uma máquina térmica operando em ciclos, cujo único efeito seja retirar calor de uma fonte e convertê-lo integralmente em trabalho.” (Só Física). Por extensão, esse princípio nos leva a concluir que: a) sempre se podem construir máquinas térmicas cujo rendimento seja 100%; Legislação Aplicada ao Direito Ambiental – 12 – b) qualquer máquina térmica necessita apenas de uma fonte quente; c) calor e trabalho não são grandezas homogêneas; d) qualquer máquina térmica retira calor de uma fonte quente e rejeita parte desse calor para uma fonte fria; e) somente com uma fonte fria, mantida sempre a 0°C, seria possível a certa máquina térmica converter integralmente calor em trabalho. Justificativa da Resposta Nessa questão devemos interpretar o enunciado da segunda lei da ter- modinâmica e, com isso, iremos excluir as alternativas erradas. Não existe uma máquina com rendimento de 100%, logo a letra a) está errada. Existem máquinas térmicas que só trabalham a frio, por exemplo, na refrigeração, então a letra b) está errada. Calor e trabalho são homogêneos, então a letra c) está errada. Precisa-se de duas fontes para se converter calor em trabalho. Com isso somente a letra d) é correta, nos baseando no seguinte enunciado: Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria, pois trata dire- tamente do rendimento das máquinas térmicas. Dois enunciados, aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica, os enunciados de Clausius e Kelvin-Planck: (Fonte: Só Física, 2015). 2 Enunciado de Clausius: O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta. – 13 – Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema. 2 Enunciado de Kelvin-Planck: É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em trabalho. Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por menor que seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em trabalho efetivo. A questão faz parte do capítulo 10. Referências bibliográficas BELLS, CORKY. Maximum Boost: Designing, Testing and Ins- talling Turbocharger System (Technical). Reino Unido: Motor Racing Publications, 1997. 2ª Lei da Termodinâmica. Só Física. Disponível em: < http://www.sofi- sica.com.br/conteudos/Termologia/Termodinamica/2leidatermodinamica. php>. Acesso em: 08 jan. 2016. NAKANO, Danillo Gabriel. Estudo sobre instalação de um turbo- compressor em automóvel nacional. 2007, 129f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Automotiva), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: < http://www.automotiva-poliusp.org.br/wp-content/uplo- ads/2013/02/nakano_danillo.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2016. TOFFOLI, Leopoldo. Máquina Térmica. InfoEscola: navegando e aprendendo. Disponível em: <www.infoescola.com/fisica/maquina-ter- mica/>. Acesso em: 08 jan. 2016. O QUE é calor. Significados. Disponível em: <http://www.significa- dos.com.br/calor/>. Acesso em: 08 jan. 2016. SEGUNDA lei da Termodinâmica. Física e Vestibular. Disponível em: <http://fisicaevestibular.com.br/exe_ter_11.htm>. Acesso em: 08 jan. 2016. Legislação Aplicada ao Direito Ambiental – 14 – TURBOCOMPRESSORES. Centro de Suprimento e Manutenção de Materiais Moto Mecanizados (CSM/Mmoto). Unidade do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http:// www.csmmoto.cbmerj.rj.gov.br/modules.php?name=News&file=article &sid=29>. Acesso em: 08 jan. 2016.
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