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Redes de Campo HART Prof. Ralf Moura, MSc PMP, PRINCE2, COBIT, CTAL-TM, IS20F, ISFS, ITIL, MOF, CTFL, CPRE-FL, CCF, CI-SCS, MCP • O protocolo Hart foi introduzido pela Fisher Rosemount em 1980. Hart é um acrônimo de “Highway Addressable Remote Transducer”. • Em 1990 o protocolo foi aberto à comunidade e um grupo de usuários foi fundado. • A grande vantagem oferecida por este protocolo é possibilitar o uso de instrumentos inteligentes em cima dos cabos 4-20 mA tradicionais. Como a velocidade é baixa, os cabos normalmente usados em instrumentação podem ser mantidos. • Os dispositivos capazes de executarem esta comunicação híbrida são denominados smart. Hart • Acesso remoto a todos os parâmetros e diagnósticos de instrumentos. • Suporte a instrumentos multi-variáveis. • Estado do dispositivo ON-LINE. • Compatível com fiação analógica existente para 4-20mA. • Padrão aberto. • Na prática, a comunicação HART é mais utilizada para calibração, configuração e diagnóstico de transmissores de variáveis de processo, como pressão, vazão, temperatura, nível e etc. Hart - Características • Foi desenvolvido para configuração remota e diagnóstico. Para que eu pudesse via um computador trabalhar no loop e configurar/parametrizar um instrumento. • O protocolo é Mestre-Escravo em 98% das aplicações. O direito de acesso ao meio consiste de um token que passa entre os dispositivos conectando- os ao canal. • Topologia ponto-a-ponto: simultâneo analógico e digital e ponto-a-ponto somente digital. • Cadeia Multidrop – somente digital Hart - Características Estrutura do Protocolo A camada física (1) especifica como os dispositivos serão conectados mecanicamente e eletricamente (tipo de cabo, distâncias, aterramento) e define de que forma o sinal digital será codificado. A camada de enlace (2) divide a informação a ser transmitida em pacotes, adiciona o bits referentes a detecção de erros e controla o acesso ao meio. A camada de aplicação (7) define os comandos, respostas, tipos de dados e decodifica os relatórios de status do dispositivo. Estrutura do Protocolo • O sinal Hart é modulado em FSK (Frequency Shift Key) e é sobreposto ao sinal analógico de 4..20 mA. • Para transmitir 1 é utilizado um sinal de 1 mA pico a pico na frequência de 1200 Hz e para transmitir (zero) 0 a frequência de 2400 Hz é utilizada. • A codificação derivada do padrão Bell 202 FSK. • A comunicação é bidirecional. • A modulação é feita com sinais senoidais com 0,5mA de pico de corrente. • Como o valor médio de uma onda senoidal é igual a zero, a informação digital não altera o valor da corrente analógica. Hart – Camada Física Hart - Sinal Hart - Sinal • A topologia pode ser ponto a ponto ou multi drop. • O protocolo permite o uso de até dois mestres (Token Pass). • O mestre primário é um computador ou CLP ou multiplexador. • O mestre secundário é geralmente representado por terminais hand-held de configuração e calibração. Hart - Topologia • Os mestres possuem os circuitos que provocam as variações de correntes na linha (modulador). • Os escravos possuem circuitos que transformam estas variações de corrente em tensão e decodificam o sinal recebido (demodulador). • Durante uma resposta os papéis são invertidos. Mestre-Escravo Hart - Arquitetura Arquitetura convencional ponto a ponto Modo Multidrop - HART • Na topologia ponto a ponto um segundo mecanismo de transferência de dados é possível. O instrumento pode enviar de forma autônoma e periódica o valor de uma variável. • No intervalo entre estes envios o mestre pode executar um ciclo de pergunta e resposta. • A taxa de transmissão neste caso se eleva para 3 ou 4 por segundo. Este modo é denominado burst ou broadcast mode. • O mestre pode enviar uma mensagem para interromper este envio contínuo de mensagens de reply, segundo sua conveniência. • Cada mensagem pode comunicar o valor de até quatro variáveis. Cada dispositivo HART pode ter até 256 variáveis. Hart – Modos de comunicação • Modo “Broadcast” ou “Burst” • Envio de mensagens periódicas • Elemento escravo envia repetidamente (3 a 4 vezes por segundo) um valor especificado. • Há intervalos para que o mestre envie comandos ou mude o modo de acesso. • Usado somente com redes com um escravo. Hart – Modos de comunicação • O protocolo HART pode utilizar diversos modos de comunicação. • O modo básico é o mecanismo mestre-escravo. Cada ciclo de pedido e recebimento de valor dura cerca de 500 ms, o que implica na leitura de dois valores por segundo. Hart - Modos de Comunicação • Quando usando uma topologia do tipo multidrop, a rede HART suporta até 15 instrumentos de campo. Apenas o modo mestre escravo pode ser utilizado. Hart – Modos de comunicação • A grande deficiência da topologia multidrop é que o tempo de ciclo para leitura de cada device é de cerca de meio segundo podendo alcançar um segundo. • Neste caso para 15 dispositivos o tempo será de 7,5 a 15 segundos, o que é muito lento para grande parte das aplicações. Hart – Modos de comunicação • Corrente fixa em 4mA. • Até 15 dispositivos com TAGs diferentes. • Até 3.000 metros de comprimento. • (1 par) Tempo de varredura de 0,5 seg por dispositivo. • O protocolo HART permite montar uma rede de comunicação, totalmente digital, com até 15 dispositivos escravos acessados por até dois mestres, em um mesmo par de fios, com até 3.000 metros de comprimento a uma taxa de transmissão de 1200 bps. Hart – Características • A distância máxima do sinal HART é de cerca de 3000 m com cabo com um par trançado blindado e de 1500 m com cabo múltiplo com blindagem simples. Hart - Cabos • Os comandos e respostas enviadas pela rede são divididas em pacotes e cada pacote divididos em bytes. Cada byte é transmitido em 11 bits seguindo o padrão 11-UART usando o código ASCII. • O Preâmbulo consiste de 5 a 20 caracteres hexadecimais 0xFF usados para sincronização entre os modems transmissor e receptor. • O byte inicial indica se a mensagem é um comando ou resposta e o tipo de endereçamento usado (curto ou longo). Estrutura do telegrama • O endereçamento pode ser longo ou curto usando 1 ou 5 bytes. • O byte de comando pode assumir valores de 0x00 a 0xFD representando um dos comandos suportados pelo equipamento. • O contador de bytes (0 a 25) informa o tamanho da mensagem propriamente dita sem o checksum(paridade), permitindo a identificação do final da mensagem e inicio do checksum. • Os dois bytes de status são enviados a cada resposta e indicam o resultado do comando recebido ou erro de comunicação no primeiro byte e a saúde do escravo naquele instante no segundo byte. • Nem todos os comandos e respostas utilizam o campo de dados. Os dados podem estar codificados usando o código ASCII, Números Inteiros ou Flutuantes, dependendo do tipo de comando. • O byte de checksum, chamado de paridade, é formado pela operação lógica XOR entre todos os bytes da mensagem a partir do caractere de START. Estrutura do telegrama • Padrão 11-UART (Transmissor Receptor Universal Assíncrono) • 1 Start Bit, 8 Bits de dados • 1 Bit de paridade ímpar e 1 Stop bit • Endereçamento Longo – 40 bits para Universal ID • Código de identificação do fabricante – 6 bits • Código do tipo de dispositivo – 8 bits • Código identificador do dispositivo – 24 bits • Endereçamento Curto – 8 bits • Endereços de 1 a 15 – 4 bits Transmissão de bytes • Todo dispositivo HART deve aceitar um repertório mínimo de comandos denominados comandos universais ou common practice commands. • Para cada dispositivo existirão comandos particulares denominados devicespecific commands. Os comandos universais asseguram a interoperabilidade entre os dispositivos de campo. Hart - Comandos Exemplo de aplicação • Fortes: • Posso perder o HART (frequência) e o meu sistema de controle continua a funcionar (4-20mA) • Distância no ponto a ponto – dependendo somente da Lei de Ohm. Saio com 24 V e o meu instrumento funciona com 18 V (queda de até 6 V). • Custo do instrumento mais barato que o fieldbus. Dependendo do porte do projeto. • Posso escolher: ponto a ponto ou rede. • Simples é ponto-a-ponto (4 a 20 mA) para projeto e manutenção. • Com 4 a 20 eu continuo operando e com HART mantenho a configuração/diagnose. • Exige pessoal com menor capacitação (multiteste) Pontos Fortes e Fracos do HART • Fracos: • Velocidade: para monitoração de controle. • Custo: infraestrutura para 1 cabo para cada instrumento. Ex.: 30.000 instrumentos exigem 30.000 pares. No FieldBus seriam 3000 pares. • Em geral não é usado com rede. Velocidade baixa e custo alto. • Para sair de projetos HART e ir para protocolos Digitais a equipe deve encarar desafios. • HART é mais voltado para plantas de processo e pessoas mais conservadoras.