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Constitucional I - G1 Thiago Varela

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Constitucional I – G1
Importância do Direito Constitucional
Relação com todas as áreas do Direito 
Constituição X Lei
Norma fundamental de Kelsen 
A primeira Constituição do mundo moderno foi a de 1787, o que é muito recente. Todas as civilizações possuíam leis fundamentais, a lei das leis. Na antiguidade via-se um caráter muito religioso, uma lei fundamental regida por Deus.
Criamos o Estado para dar ao soberano o poder da força física, para que ele possa assegurar os direitos naturais do povo.
E se o soberano violar? 
Hobbes: Não há resposta, pois o povo deve obedecer ao soberano ainda assim, para não voltar ao Estado de natureza.
Locke: O povo tem direito a resistência, pois o soberano violou o contrato social, assim o Estado nasceu para proteger os homens, e se ele descumpre essa obrigação, o povo tem direito a pegar em armas e lutar por um novo governo. Nasce assim o direito de resistência. 
Confederação
Criação de Estados soberanos e independentes. Tem algo em comum, a base é um tratado que organiza a confederação, definindo como ela vai funcionar. O objeto é a defesa externa e manutenção da base interna, pois não existe unanimidade de nada, nem todo mundo era favorável a independência das colônias, havia um medo de que houvesse uma contra independência, por isso a “manutenção da paz interna”
CONFEDERAÇÃO
	A 
Soberano
	B soberano
	C soberano
	D soberano
Tratado
Existiam pessoas contra a federação, em 1987 houve uma reunião para discutir a Confederação Americana, foi chamada de Convenção de Filadélfia. A tese federalista venceu.
FEDERAÇÃO
	A autônomo
	B autônomo 
	C autônomo 
	D autônomo
Uma única pessoa de direito internacional, cada um dos Estados possuem independência interna. Estavam Constituindo um novo pais, tendo assim que haver uma Constituição.
Constituição
Preocupações:
- Organizar o Estado: organizar o poder político, precisavam-se discutir como fariam. Eles sabiam que não queriam rei, não queriam um absolutismo, o que eles lutavam contra.
- Limitar o poder: A Constituição serve para limitar o poder político. É um dos principais pontos do direito constitucional, entender que a Constituição serve para limitar o poder.
Art. 6º da CF dos EUA: A Constituição é a lei suprema da nação, ela é a mais importante do ordenamento pela sua função de limitar o poder político, não se pode permitir que o governante possa tirar as amarras para seu poder, para haver a limitação do poder, precisa-se que a Const. Seja soberana, seja o mais alto cargo.
Marchall: Porque o juiz pode declarar uma lei inconstitucional?
“Se permitisse que o governo desobedecesse a Constituição, ela seria uma absurda tentativa de limitar o poder que é ilimitado”.
Declarar uma lei inconstitucional é limitar o poder, impedindo que a constituição seja ferida, pois limitando o poder político, eu garanto um Estado de direito.
*Declaração de direito do homem e do cidadão 1989 – Art. 5º da nossa Constituição foi baseada nessa declaração.
Direitos fundamentais
A França coloca os direitos fundamentais na Constituição Federal, os EUA percebe e coloca na sua Constituição como emendas. Relação vertical entre o indivíduo e o Estado, garantias contra o Estado.
Esses 3 pontos são conteúdos base para a Constituição
A magna carta de 1915 não é uma Constituição. O rei descumpria acordos, quando o rei João sem terra descumpre acordos com os Barões, esses impões a magna carta para limitar o poder político. A magna carta já coloca questões tributárias, os juízes são do povo, pois não se confia nos juízes do rei.
EUA 1787
França 1781
A 1ª Constituição a nascer com os 3 elementos estruturados foi a Constituição brasileira de 1824.
Conceitos de Constituição 
Constituição no seu aspecto sociológico:
Fernand Lassalle
A Constituição tem que reconhecer os fatores reais de poder que existem na sociedade. Lassalle diz que a Constituição é o somatório dos fatores reais de poder, ela tem que aceitar a existência desses poderes. Para Lassalle não é só o poder político, não temos só o poder político. Temos também o poder econômico, que as vezes até determina o poder político. Além disso há também o poder militar que aqui no Brasil teve uma grande força no golpe de 64. Temos também a religião que é um forte poder até hoje. Para Lassalle a Constituição deve reconhecer as várias formas de poder, pois esses fatores de poder são reais na sociedade, para ele “Se a Constituição não reconhece os fatores reais de poder, ela não é nada mais nada menos que uma mera folha de papel”. Para Lassalle ela deve aceitar as formas de poder que existem na sociedade. Esses fatores são reais. Tá escrito na Constituição, mas que “se dane”. 
Muitos governantes já falaram “que se dane” para a Constituição. Como por exemplo, Getúlio Vargas que volta e meia aparece como estadista, um modelo a ser seguido. Nunca se matou tanto no Brasil quanto na época de Getúlio, se matou muito mais do que em 64. Getúlio Vargas nos outorgou uma Constituição, e ele dizia que “A Constituição são como as virgens, existem para serem violadas”. 
Constituição em sentido político:
Carl Schmitd – livro “Teoria da Constituição” 
Usa-se ainda na questão material e formal. Carl Schmidt é muito combatido, deve-se saber citá-lo e como citá-lo. Ele era extremamente nazista, não se floreia seus pensamentos. 
Para ele Constituição é decisão política fundamental do poder Constituinte originário. Para ele só é Constituinte a decisão política, último fundamento de validade onde todas as outras devem estar em harmonia com ela. Fundamental, ou seja, aquela que é tomada para organização do Estado, delimitação do poder político, limitação do poder e instituição dos direitos fundamentais do indivíduo. Tudo aquilo que está na Constituição, no produto da Assembleia Constituinte e não trata desses pontos, é texto constitucional, mas não é propriamente Constituição, não é norma constitucional porque não é norma fundamental política. 
Ex.: 242 parágrafo 2º da CF.
Constitucional:
Organização do Estado
 Delimitação de poderes
 Instituição de direitos fundamentais dos indivíduos
Schmitd assume que há normas na Constituição que não são Constituição, são textos constitucionais.
O Brasil não adota essa visão. 
Constituição no sentido jurídico
Hans Kelsen
A Constituição é a norma jurídica fundamental da nação que está no absido ordenamento jurídico. É a norma jurídica fundamental do ordenamento jurídico, subordinando todas as demais normas do ordenamento jurídico. É o último fundamento de validade do ordenamento jurídico. A Constituição é o fundamento de validade do Estado, pois todas as outras normas são subordinadas a ela, é a norma fundamental. Fundamento de validade é que, uma norma é válida se ela está de acordo com a norma imediatamente superior. É a norma superior que dá para a norma inferior, o fundamento de validade. 
Pode-se enxergar Constituição por esses 3 lados. Não são excludentes, uma visão complementa a outra.
Objeto da Constituição
Objeto da Constituição é organizar o Estado, delimitar o poder e instituir os direitos fundamentais básico dos indivíduos.
Elementos da Constituição
 José Afonso da Silva
Elementos:
Orgânicos
Limitativos
Sócio ideológicos
Estabilidade constitucional
Formais de aplicabilidade
Orgânicos
Organização do Estado e dos poderes. 
Índice 
Título 3 da organização do Estado - elementos orgânicos 
Título 4 da organização dos poderes 
Limitativos 
Limitar o poder político
Ex.: impetchiman, controle de constitucionalidade, a ideia de separação de poderes.
Tudo que está na Constituição para limitar o poder político.
Sócio ideológicos
Compromisso as Constituição com o Estado social.
Ex.: Capítulo 2 do Titulo 2 – Estado Social
 Título 8º da CF – Da ordem social
De estabilização Constitucional
Se ocupam da defesa do Estado e instituições democráticas. São aqueles elementos para manter a ordem, aquele poder de polícia para situações da normalidade e anormalidade,tudo para defesa do Estado e da ordem jurídica. A Constituição coloca de cara as polícias.
Ex.: Título 5 da CF 
Para unir as polícias, precisaria de emenda.
São as polícias os responsáveis pela estabilização do Estado.
Formais de aplicabilidade
São aqueles que visam garantir a efetiva aplicação da Constituição, para garantir que a Constituição não seja uma mera folha de papel, a Constituição de 88 tem que ganhar as ruas. É todo aquele elemento que visa garantir aplicação prática da Constituição. 
Classificação das Constituições ou Tipologia das Constituições
José Afonso e Gilmar Mendes
A gente faz para termos uma noção do texto Constitucional. É importante para entender qualquer Constituição, principalmente a nossa. 
Quanto ao conteúdo 
Material ou Formal – Carl Schmitd
Material – É aquela que é a decisão política fundamental da Assembleia Nacional Constituinte. Se encarrega da organização do Estado, delimitação do poder e instituição dos direitos fundamentais. 
Ex.: Constituição Brasileira de 1824. Art. 178: “É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos, e individuais dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.”
Só é Constitucional a decisão política fundamental, tudo que não é Constitucional pode ser alterado por lei, não necessita de todas as formalidades. As que são decisão política fundamental, precisa de emenda constitucional. 
Formal – É o texto da Constituição, diga ou não respeito a decisão política fundamental. Tem consequências práticas. É Constitucional o que está no texto.
Todas as Constituições após a de 1824 utilizaram esse critério, inclusive a CF 88. 
É Constitucional todo o resultado da Assembleia Nacional Constituinte, pouco importa se é decisão fundamental ou não. Se alguma lei viola texto da Constituição, é inconstitucional. 
Constituição Mista
Para garantir a supremacia da Constituição, é necessário fazer uma hierarquia das normas.
 
 CF CF
De 1891 até 2014 eu observarei se a lei está e acordo com o texto Constitucional. Se tiver, ela é Constitucional. 
Pedro XX diz que a Constituição, na verdade, é mista.
No Art. 5º parágrafo 3º da CF -> tratados e convenções internacionais de direitos humanos.
	CD 
	SF
	3/5
	3/5
	3/5
	3/5
 
Art. 60, parágrafo 2º emenda Constitucional
O Constitucionalista fez: tratados de Direitos Humanos aprovados pelo mesmo procedimento, é igual a emenda. A emenda altera o parâmetro, ela pode fazer algo que era inconstitucional virar constitucional, e ao contrário também. Se a emenda muda o parâmetro, assim como tratado internacional de direitos humanos, ela também é parâmetro de inconstitucionalidade. Qualquer lei que vá contra a emenda ou o tratado, é inconstitucional. A doutrina acredita que a Constituição de 1988 é formal, mesmo acrescida dos tratados.
Há um só tratado aprovado na forma do art. 5º parágrafo 3º da CF, é o tratado da Convenção de Nova Iorque que trata dos deficientes físicos, o direito das pessoas portadoras de deficiência. Qualquer norma eu viole esse tratado, é inconstitucional pelo fato de ser uma emenda, ou seja, uma norma Constitucional derivada.
Art. 5º par. 3º DIFERENTE Art. 60 parág. 2º
 Art. 3º parag. 3º Art. 60 parag. 2º 
	CD
	SF
	3/5
	3/5
	3/5
	3/5
	CD
	SF
	3/5
	3/5
	3/5
	3/5
 
 
Lei X Convenção de NY ADI
O tratado era equivalente a lei ordinária, depois de 2004 deu-se uma valorização e se ele passar por esse procedimento, será equivalente à emenda.
Art. 5º, parágrafo 2º -> Gilmar Mendes diz que tratados que não obedecerem ao art. 5º parág. 2º são norma supralegal infra constitucional
Art. 5º parag. 3º -> ilegalidade
Quanto ao conteúdo:
Mista (Lenza) – Pois tem Emenda Constitucional e Tratado Internacional de Direitos Humanos
Formal (Gilmar) – Texto da Constituição + Tratado Internacional de Direitos Humanos, se aprovados de acordo com o art. 5º 
Quanto à forma
Produção escrita: está codificada em documento único. Não nos oferece dificuldade, estamos habituados com isso, constituição escrita reunida em ordenamento único, codificada posta em documento jurídico único.
Produção não-escrita: aquela que não está positivada em documento único. Norma não escrita que não está posta em documento jurídico único. Isso não quer dizer que não tenha Constituição, ela tem. Só não existe uma constituição escrita.
Ex.: Inglaterra
Existem 5 sistemas:
Civil law
Common law
Comunista: um partido domina todas as estruturas de poder. Não há separação de poderes.
Oriental: cultura do povo, uma política contra conflitos.
Muçulmano: ligados a religiosidade
Inglaterra 
Trata de elementos constitucionais, porém é não escrita. Eles têm ótimos livros de direito constitucionais, porém não tem uma constituição escrita. Se você vai em uma livraria e pede um livro constitucional, não existe. Isso não quer dizer que eles não tenham, eles têm, ela só é não escrita.
Direito, o que é?
As regras necessárias para se viver em sociedade, com as suas sanções. Direito é um fenômeno cultural, é cultura. Todas as sociedades sempre tiveram direito, pois tem regra de conduta, de como viver junto, em harmonia, e as sanções para caso de descumprimento. Por isso se diz, que onde há sociedade, há direito, pois o direito é um fenômeno cultural. Esse direito é passado de geração em geração. Nós somos criados com essa ideia, os pais passam a ideia do que você pode ou não fazer para viver em sociedade. Até mesmo em pequenas sociedades, o direito é passado de geração em geração. A sociedade vai se tornando complexa, porém esse costume continua se perpetuando. 
Nós adotamos outra família do Direito, diferente desse direito não escrito inglês, por influência de Roma. Roma vai invadindo e dominando, formando impérios, eles conseguiram conquistar todos os locais conhecidos da época. Eles possuíam um exército formidável. Você domina alguém ou um povo, fazendo elas respeitarem suas regras. Roma conquistava um povo, aplicando seu direito. "Estou te dizendo que as regras são essas, essas são as formas de convivência a partir de agora, vocês pagarão tributos a Roma e seguirão nosso Direito." Apesar do local ter outras formas de organização, forma de fazer alguma coisa, Roma entrava e aplicava a sua forma de direito, um direito completamente complexo, elaborado. Quando Roma caiu, séculos depois, continuavam a ser aplicado o Direito Romano, já que era o único conhecido, o anterior já tinha caído há muito tempo. Portugal e Espanha foram os primeiros estados a serem criados, por isso, os primeiros a se lançarem ao mar. Quando ele invadiu o Brasil, ele impôs o Direito português, o Direito português que tem por base o Direito Romano. Quando o Brasil se torna independente, ele muda o Direito, criando um português. Mas Direito é cultura, e o Direito Brasileiro vai ser organizado por base o Direito Português, que tinha como base o Direito Romano.
Oriente - Roma conquistou todos os povos conhecidos, inclusive o Oriente, por isso o Oriente também tem como base o Direito Romano, porém muito menos, a dominação foi de forma muito menor. 
O Direito Muçulmano - é totalmente ligado à Religião, são sistemas ligados a religiosidade. 
Comunista - Um único partido que tem todas as cadeiras do parlamento, sendo totalmente ocupado do legislativo, judiciário, logo o partido lidera o país inteiro.
Common Law 
A Inglaterra é uma ilha, Roma chegou lá, porém, o mar é agitado, a navegação pelo canal da mancha é totalmente complicado. Não era tão simples a Inglaterra ser invadida, ainda mais naquela época, eles possuem uma segurança natural. A Inglaterra já está protegida, já está naturalmente protegida. Júlio César poderia deixar seus soldados na Ilha, e garantir a aplicação do Direito Romano na ilha, mas o problema era a linha de frente contra osBárbaros que queriam ocupar, a Inglaterra ficou com pouca guarnição Romana, então houve uma autorização não escrita para que os Ingleses continuassem a aplicar o Direito que já existia lá, com algumas partes dos Romanos. A Inglaterra continuou a aplicar o seu Direito habitual. Um Direito baseado no costume, na jurisprudência, na Inglaterra não havia a supremacia da Constituição, e sim uma supremacia do Judiciário. Eles têm normas de caráter constitucional, como organização do Estado, sobre os direitos humanos, os direitos fundamentais (bill of rights), leis de caráter materialista, porém não está codificado em um ordenamento jurídico único. Eles têm lei de ordem Constitucional, leis tributárias, leis de sucessão ao trono, eles possuem uma norma materialmente constitucional que cuida da organização do estado, e etc., porém, essa norma tem o mesmo peso de uma lei de trânsito, é lei, lei. O parlamento pode com uma canetada mudar toda a lei de sucessão, toda lei de Parlamento, o rei pode decidir fechar o parlamento. Porém, eles não se preocupam com isso, apesar de estar na lei, são utilizados precedentes, costumes, e se não houver costumes, não tem como mudar. Para eles é muito mais seguro a tradição, a lei muda de uma hora pra outra, lá é necessário costume. A Inglaterra ainda é muito focada em tradições, costumes, simbolismos. A abertura do ano parlamentar inglês há um simbolismo onde a rainha precisa bater para entrar no parlamento, como se ela não tivesse poder ali, só entraria com a permissão.  
CRITÍCA: Nagib Slaib Filho diz que o Direito Inglês é sim escrito, pois escrito é reduzido a termo. Ele diz que a Constituição Inglesa não é codificada pois não é posta em documento jurídico único. Ele diz que a doutrina erra ao dizer que escrito é tudo aquilo que é posta em documento jurídico único, escrita na verdade é aquela que é reduzida a termo, e todas são. 
Classificação quanto ao modo de elaboração:
 Dogmática
É aquela que é elaborada por uma assembleia nacional constituinte, é feita em um determinado momento histórico, em um determinado momento da história, e não ao longo dos anos. 
História
É adotada pelos usos e tradições de um povo. Determinada pelos costumes e tradições ao longo dos anos.
Ex: Inglaterra: Quanto ao modo de elaboração, ela é histórica. 
Quanto à origem:
1. Outorgada
Aquela que é imposta pelo detentor do poder. Não limitam o poder político. De fato, estão limitando o povo, mas todos precisam ter constituição. É imposta, para legitimar o uso de força
2. Promulgada
Uma Constituição elaborada de maneira democrática pelos representantes do povo eleitos para aquela finalidade (de elaborar a Constituição). 
3. Cesarista (ou Bonapartista)
Vem de César e Bonaparte (líderes e carismáticos). A cesarista fica entre a outorgada e a promulgada, em uma zona cinzenta. É organizada pelo líder político, ele faz a constituição, mas ele não outorga ao povo. "Eu líder tenho apoio popular para fazer isso", não é criada por representantes do povo para aquela finalidade, é o próprio governante que cria e outorga para o povo, manda o povo aprovar. Ele procura legitimar sua constituição pelo voto popular. Ele coloca sua constituição a referendo do povo. Se o povo falar sim, ela é usada. Dizendo que não, ela é rejeitada, em teoria. A Constituição Francesa de 58 é assim.
4. Pactuada ou Dualista
É algo bem teórico. Passa da ideia de uma separação, cisão de um poder político. Formada de um pacto entre 2 poderes constituintes, dualidade de um poder constituinte. É a Constituição fruto de um acordo entre o governante e os governados.
Ex.: Magna carta (porém ela não é uma Constituição), formada pela dualidade entre os Barões e o Rei João Sem Terra. 
A Origem não muda, nasceu outorgada morre outorgada e etc., não é porque agora tem uma legitimidade, que muda e etc. A Origem não muda, permanece a mesma. A Constituição nasce e morre igual.  
CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
As instituições do Direito são criadas pelos movimentos culturais ocorridos, qual a nossa história.
O Brasil se torna independe em 1922. A partir dali que discutiremos o direito brasileiro, com base no direito que conhecia, o direito português (tinha como base o direito romano-germânico). 
Constituição de 1824 - Nossa primeira constituição é de 1824. Em 23 o Brasil teve uma Assembleia para determinar um Direito democrático, a ideia de limitação do poder do rei já era uma realidade na Europa e passa a influenciar o modelo brasileiro. Montamos uma Assembleia Constituinte para começar a discutir essa Constituição, Don Pedro se desentendeu com a Assembleia, e levaram para a dissolução da Assembleia, Don Pedro desejava uma monarquia mais absolutista, Don Pedro então disse que faria um trabalho melhor do que a da assembleia de 1823, seria 2x mais liberal e democrática. Foi uma realidade, a Constituição de 1824 era realmente mais liberal. Foi uma constituição outorgada, colocada pelo poder Constituinte, o imperador. O Brasil era um estado unitário. NÃO SE ESCREVE CF, CR, CRFB etc. 
Essa constituição foi longa, foi em um período de estabilidade política razoável. Quando Don Pedro volta para Portugal, ele deixa o seu filho sem idade para assumir o poder, foi o período de regência, onde houveram várias revoltas populares. Don Pedro II assume (golpe da maioridade), em 1888. Em 13 de maio, temos a assinatura da Lei Áurea, depois veio a lei do sexagenário ("escravo livre após os 60 anos", expectativa de vida dos ricos era de 50 anos, dos negros então, uns 40), e a lei do ventre livre ("filho de uma escrava nasce livre", mas a mãe e o pai são escravos, mas a criança é livre para ficar na senzala). O Brasil resistiu tanto a abolição da escravatura pois o poder era daqueles que tinham poder econômico, os senhores de terra que não gostaria nada disso. O império perdeu o apoio da elite econômica depois da Abolição da escravatura pela Princesa Isabel, que foi em 1888. Houve uma revoltada militar, Deodoro então sabia que ou ele voltava para a sua taverna ou derrubava o rei. Ele então derruba o rei e declara República em 15 de novembro 1889. Proclama República e Estado Federativo. Não poderia assim continuar com uma constituição daquelas. 
Constituição de 1891 - Nasce assim a nova Constituição, em 1891. Era uma Constituição liberal, democrática, promulgada. O povo dormiu império e acordou república, ou seja, um golpe militar. A promulgação da República foi um golpe. Deodoro era marechal, alto calão militar, não era democrático. Nisso, demos início a uma república velha, iniciou o coronelismo. Dá início também a Política do café com leite, alternância de um presidente de Minas e um de São Paulo, sucessivamente.  As elites econômicas agrárias tomaram conta do poder político, não se tinha um Estado democrático, só passa em uma mudança no período de 30 do século passado, com o movimento tenentista, foi muito importante para o fim da república velha, vem puxando essa linha mais democrática de combate dessas práticas oligárquicas viciadas e fraudulentas. Liderada pelo Getúlio Vargas, a Revolução de 30 é absolutamente importante, ele desejava acabar com essa política antiga, fraudulenta, então o movimento da rev. de 30 já trazia a ideia de uma nova constituição para o Brasil. Ele flertava com o nazismo, fascismo, e não faz a constituição no Brasil. Passa 31,32 e nada é feito. São Paulo começa a se incomodar com isso, já que eles acreditavam que Vargas traia os ideais da revolução de 30. Em 1932, houve a Revolução Constitucionalista, SP se levantou em armas contra o Governo Federal, exigindo que uma Constituição seja feita. Esse embate militar, para os Paulistas eles vão levar a pior, o Governo Federal tem exército treinado. A Rev. Constitucionalista de 32 militarmente foi uma derrota, mas politicamente foi bem sucedida, foi um banho de sangue em São Paulo. Vargas não tinha mais o que fazer, então, criou uma constituição elogiadíssima. 
Constituição de 1934 - Promulgada, liberal, democrática, foi muitoboa. Nós copiamos o modelo de federação dos EUA, os Estados são independentes, autônomos (por isso votamos em dep. estadual). Porém é uma autonomia de papel, o governador - presidente Antônio Carlos, procura da mais economia. Éramos Estado unitário e ganhamos autonomia. 34 começou a dar um Estado melhor de federação, dir. fundamentais são apresentados, tem uma inspiração na constituição alemã de 1919 (uma das maiores obras de democracia alemã). Essa Constituição foi muito boa, mas muito curta. 
Constituição de 1937 - Em 1937, Vargas que está no poder, dá um golpe nele mesmo e encerra as eleições presidenciais, instaurando o Estado Novo. São movimentos históricos diferentes, apesar dos 2 terem Vargas como presidente. É um Estado ditatorial, Vargas coloca uma ditadura e outorga uma Constituição, de 1937. Essa constituição regula muito bem como poderia fazer uma decretação federal. Qualquer movimento contrário a ele, ele tirava. O Vargas tirava o governador do poder, e colocava quem queria, causando medo nas pessoas de quem entraria. 
Constituição de 1937 – Art. 96. Parágrafo único - No caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, seja necessária ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta, poderá o Presidente da República submetê-la novamente ao exame do Parlamento: se este a confirmar por dois terços de votos em cada uma das Câmaras, ficará sem efeito a decisão do Tribunal.  
O presidente poderia então fazer tudo aquilo que quisesse, muito perigoso. 
Vargas sabia usar o carisma, ele promulgou a CLT em um estádio de futebol, lotado. Em 1939 temos a segunda guerra mundial, vai até 1945 e a 2ª G.M. é um evento onde identifica-se facilmente vilão e mocinho, normalmente é difícil definir quem está certo ou errado, mas a 2ª G. M. foi um evento muito fácil de identificar. No conflito da Segunda Guerra, o Brasil entra nessa guerra. O Brasil tenta ficar de fora, mas depois que os EUA em Bill Harbor vai, ele sofre pressão para ir. Vargas apesar de ser muito mais para o lado dos Nazistas foi com os aliados, e vai com o exército, marinha e etc. A tomada de Monte Castelo foi um dos maiores feitos do exército brasileiro. Nós mandamos gente para Europa para ajudar a tirar a Europa de Hitler e Mussolini, os maiores ditadores. Terminada a guerra, em 45, os soldados voltam e encontram um ditador, eles acham estranho isso, inclusive Vargas. Ele sabia que a Era das ditaduras tinha acabado, assim, no primeiro movimento ele entrega o governo. Em 1945 então, termina a ditadura.
Constituição de 1946 - É proclamada a Constituição de 1946, que era democrática, liberal e muito boa. Dizem que foi a melhor constituição brasileira até hoje (a maioria não), se preocupa em direitos fundamentais, reforça o poder dos Estados. 
Em 59, tivemos a Revolução Cubana, chegada de Fidel Castro ao poder em Cuba. O mundo já estava polarizado, com o muro de Berlim, Guerra Fria entre EUA e URSS. Fidel Castro chega e tira o ditador cubano, e rapidamente determina que são marxista, assim a URSS, declara total apoio de Cuba, os EUA não consegue tirar. Então se tem um governo socialista nas barbas dos EUA. O fato é que o governo americano polarizado como está o mundo, determina que não haverá comunismo na América do Sul, em suas barbas, não irá permitir. 
Em 1960 o Brasil elege Jânio Quadros como presidente da república com uma das maiores votações do Brasil, é eleito vice, João Goulart. Votava-se em presidente E vice-presidente, mas poderia-se votar em partidos diferentes, e não é bom um conflito dentro da presidência. Foi o primeiro governo em Brasília! O vice Jango era de uma linha totalmente oposta ao presidente. Jânio Quadros começa seu governo e não consegue conversar com o Congresso Nacional, tem uma dificuldade muito grande com o Parlamento. 10 meses de governo, ele não consegue aprovar nada, então ele renunciou à presidência da república. Ele morreu antes de explicar, mas o mais aceito será que como ele não conversou com o parlamento, e como ele foi eleito com uma votação enorme, ele voltaria nos braços do povo, que não aceitariam a renúncia dele. Ele não combinou isso com o vice, e mandou Jango para o Japão, com o vice-presidência longe, ele dá a carta de renúncia. Não se tem uma movimentação de rua, pois Brasília nem tinha povo. Impede-se a volta de Jango, comunista e maior latifundiário do Rio Grande do Sul, a última coisa que ele queria era repartir, mas era um governo mais à esquerda, mais social. Brizola consegue fazer a mobilização do povo, dizendo que o vice-presidente deveria assumir, como estava na Constituição. Em 1961 ele voltaria, mas houve uma emenda constitucional do parlamentarismo, Jango voltaria assim. Brizola até impediu que houvesse a ditadura. Houve uma movimentação popular perguntando se desejaria que fosse presidencialista e parlamentarista, porém entendia-se que o parlamentarismo era um golpe para o presidente eleito não governar, assim o parlamentarismo foi derrotado. João Goulart então assume a presidência em sua totalidade. Em 1964 então se implementa a ditadura militar, o Brasil entra em um dos seus períodos históricos mais complicados, a ditadura de 1964. 
O golpe militar de 1964 foi chamada de revolução, porém, de revolução não tinha nada. Se instaurou uma ditadura. Veio com a desculpa esfarrapada de que iria entrar em um socialismo. Dizem então que o golpe era civil-militar, mas não foi, seria na verdade empresarial-militar, já que foi auxiliada principalmente por multinacionais americanas. A ditadura de 64 foi absurdamente cruel, pelo simples fato de você pensar conta o governo, não podia-se pensar contra o governo. Era extremamente complicado, viver em 1964 era muito difícil. Em 64 já houve perseguição a sindicatos, a esquerda, a grupos estudantis. Na América Latina, os golpes eram: sai da caverna, derruba o governo, volta pra caverna. Depois de 59 tudo mudou.
Constituição de 1967
Outorgada pelos militares, foi elaborada por um projeto de Castelo Branco, o general de plantão. Ele faz o projeto da constituição e manda para o senado, o senado tinha então 1 mês para trabalhar em cima da Constituição do Castelo, porém é difícil discutir com uma arma na mesa, e o senado não foi eleito para ser assembleia constituinte, na democracia não tem prazo, é até acabar. A Constituição de 88 começou a ser feita em 87. O Congresso alterou pouquíssimas coisas.
Corrente Minoritária (Celso Ribeiro Bastos) - Isso é uma emenda da Constituição pois está escrito que é uma emenda, é um critério formal do texto dos ministros militares daquela época. Corrente muito fraca.
Corrente Majoritária - Em 1969 nós tivemos uma Constituição. Não adianta falar que é uma emenda se alterou tudo, todo o texto constitucional, até o nome da Constituição. Essa é a posição majoritária. 
A coisa foi absurdamente violenta nessa época. Essa cultura de torturada foi uma cultura dos militares, e ainda é amplamente utilizada pelas polícias militares. O clima era esse durante a ditadura de 64. As diretas já começam no Mato Grosso, quando o movimento das Diretas Já chega em São Paulo, você tem mais pessoas na rua, o Jornal Nacional noticiou o movimento das Diretas Já como comemoração pelo aniversário de São Paulo. Chegamos no Rio de Janeiro com 100 mil pessoas na rua e a rede globo não tem mais como esconder, não era simples levar 100 mil pessoas para a rua nessa época, onde não havia internet. Ai os principais membros da esquerda vão se pronunciar, a lei da Anistia já tinha sido aprovada. A ditadura militar, então agoniza. A eleição direta é decotada no Congresso Nacional, ai RJ e SP, Brasília resiste e teve quebra quebra, era uma ditadura, a última eleição indireta feita em 95 elege Tancredo Neves, que foi contra o Maluf. Tancredo Neves é eleito, vice José Sarney e Tancredo morre antes de tomar posse. Ao que tudo indica ele teve uma infecção intestinal, adiam a internação para que ele possa tomar posse, o médico um dia antes levouele a um hospital e se discute "O que é que eu faço?", e o vice deveria tomar posse, mas ele não poderia, já que o presidente não tomou posse. Isso já em 1995. Ai começa-se a se discutir uma nova Constituição. A Constituinte foi convocada em 1987, houve a eleição para Assembleia Constituinte que leva a Constituição de 1988.
Constituição de 1988
Promulgada, rica, liberal, era uma constituição plural. Essa Constituição começa com a "Carta para os Brasileiros", começa com as diretas já, e vai para a Assembleia. Essa Constituição foi aprovada pelo povo, ela nasce com ajuda do povo. Ela não é uma constituição que pertence aos donos de poder, é uma constituição muito atacada. Ela é muito atacada, mas não é derrubada. A Constituição hoje está no centro da vida do advogado, ela ganhou a rua e o mundo jurídico. Com a promulgação da Constituição, o presidente da Assembleia Constituinte promoveu um discurso, deputado Ulisses Guimarães. A ideia de cidadania cresceu cada vez mais, a Constituição de 88 ainda não é o mesmo de tanto que foi modificada e alterada. 
Constituições:
1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969, 1988
Rosa: Outorgada
Verde: Promulgada
Uma Constituição para cada marco histórico do Brasil. 
Poder Constituinte 
É o poder que cria e modifica a Constituição.
Poder Constituinte originário: Cria a Constituição.
Poder Constituinte Derivado: emendar a Constituição Federal
1. Reformador: Altera a Constituição por força de emenda.
2. Decorrente: É o poder dos Estados, da federação, de criarem e modificarem as Constituições Estaduais.
Todo país possui o poder constituinte originário, para criar a Constituição e o poder constituinte derivado, que é para alterar a Constituição. Porém, os países de Federação, como o nosso, possui também o poder Constituinte Decorrente. 
A sociedade Medieval era uma sociedade Estamentária, que não tinha mobilidade social. A França era dividida em:
1º Estado - alto clero
2º Estado - nobreza
3º Estado - resto (burguesia)
Momentos antes da revolução francesa há diversas crises. O Estado francês sustentava a nobreza e o clero, que não pagavam impostos. Houve, com isso, uma crise econômica, já que somente o terceiro Estado pagava tributos e produzia. Inglaterra e França fazem um tratado, Inglaterra deveria manufaturar sem imposto na França. A França venderia vinhos na Inglaterra sem precisar pagar nenhum tipo de tributo. Os ganhos que a França teve com esses tratados foram baixos e efeito na economia inglesa, nenhum. Esses efeitos no mercado inglês não afetou o produtor de vinhos inglês, pois normalmente os ingleses consomem cerveja. No mercado inglês esse tratado não trouxe nenhum problema. Já no mercado francês, ele foi um desastre, pois a entrada de manufatura inglesa na França acabou com o terceiro Estado. As manufaturas inglesas no estado francês geram grandes problemas, já que não consegue produzir produtos de melhor qualidade do que os ingleses e eles ainda possuíam preços competitivos. A crise financeira foi agravada ainda pela França ter ajudado na Rev. Americana, colocando dinheiro nos colonos americanos. A crise já era ruim, chegamos no inverno de 1779 que foi um dos mais rigorosos da história da francesa, o que acabou com as colheitas. Ou seja, fome. Escassez de alimentos e aumento dos preços. Houve então uma crise econômica e financeira, e ai, a fome. 
Haviam deputados eleitos pelo primeiro estado, segundo estado e terceiro estado. Os estados gerais se reuniram pela última vez antes dessa convocação de Luís 16, foi na Guerra dos 100 anos. Isso mostra o desespero do rei. Numa reunião de Assembleia não se votava por cabeça, era por ordem. O 1º Estado, um voto, o 2º outro voto e o 3º outro voto. Então teria-se votações de no máximo 3x0 nos Estados gerais. Na prática, o clero e nobreza se uniam e ganhavam todas as votações. Como havia muito mais deputados do terceiro estado, ele ganharia por cabeça, mas como era por Estado e os 2 sempre se uniam, eles derrotavam todo e qualquer proposta do 3º Estado por 2x0.
Sieyés lança seu livro sobre "O que é o terceiro Estado?” Ele não é nada, não tem força política. O que ele pode ser? Poderia fazer tudo, ele era maioria. Ele sozinho representava 25 milhões de franceses, enquanto o 1 e 2 Estado juntos só representavam 200.000. O que ele quer ser? Alguma coisa.
Os Estados Gerais foram chamados para resolver essa crise econômica. O 3º Estado pediu o fim dos benefícios para o 1º e 2º Estado, porém essa proposta não foi vitoriosa. O 1º e 2º Estado se uniram e resolveram manter todos os privilégios, já que consideravam justos. Para eles, a manutenção dos privilégios era uma questão de justiça. Então, a proposta vencedora foi a proposta de aumentar a carga tributária do 3º Estado. 
O 3º Estado então disse que eles representam a maioria, tem legitimidade de mudar os rumos da França, então criam uma Assembleia Nacional e votam pelo fim dos privilégios. O 3º Estado sozinho se intitula assim e vota. Luís 16 por pressão dos clero e nobreza nega tudo. Então, o 3º Estado foi marchando até Versalhes onde ficava o rei (que era muito longe de Paris, eles foram andando), tomaram a Bastilha e marcharam até o castelo. O rei é protegido por batalhão e tudo, porém o exército não dá conta. O povo força a entrada, entram no palácio, e prendem o rei e a rainha, Maria Antonieta e os levam para Paris. Eles vão então votando e levando ao rei, o rei ainda tinha seguidores e tenta escapar, no último vilarejo reconheceram ele, levaram de volta a Paris e foi julgado e condenado por traição, e arrancaram a cabeça dele e da rainha. Assim começou o terror, matavam a todos. A rev. francesa entrou então no seu período do horror. Em 1791 naquela revolta toda, a França resolve elaborar sua Constituição, inspirada na constituição escrita do mundo moderna. A constituição foi elaborada em uma Assembleia Nacional Constituinte, com o povo votando, para criar a constituição. Para Sieyés um ponto principal é a ideia de legitimidade e quem tem legitimidade do poder constituinte, só o povo tem legitimidade para ditar os rumos da nação, o 3º Estado. Quando povo se organiza para criar constituição faz-se uma Assembleia Nacional Constituinte.
Nosso preâmbulo diz:  Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte.
O poder Constituinte Originário
É o poder de criar a Constituição. O titular do poder constituinte originário, é o povo. O poder constituinte só se manifesta em momentos de ruptura com a ordem constitucional estabelecidas. A constituição não é uma lei qualquer, o poder constituinte é uma decisão do povo, pertence ao povo. Há um movimento de mudanças, só o povo tem esse poder, ele se manifesta e pertence sempre ao povo. O Congresso não pode resolver fazer uma nova Constituição.
Características:
Inicial: é inicial, é o poder inicial. Ele que cria os demais poderes.
Soberano: não existe nenhum poder superior a um poder constituinte, a Assembleia Nacional Constituinte é um poder soberano.
Incondicionado: não está sujeito a termo, a condição. Ninguém pode determinar prazo para alguém determinar uma Constituição. 
Ilimitado: poder constituinte originário não está sujeito a nenhum poder de limitação. Ele pode tudo. Tanto assim que uma Assembleia Nacional Constituinte não precisa se preocupar com cláusula pétrea da Constituição anterior, pois essa constituição será revogada em um todo. Quando uma nova constituição é criada, a outra fica de lado.
Ele tudo pode, o poder constituinte originário refunda o Estado, é a partir do zero. Uma Assembleia Nacional Constituinte.
DISCUSSÕES:
Limitações do poder constituinte originário - é ilimitado, mas alguns autores dizem que ele pode ter uma ou outra limitação. Elas são específicas, pontuais e justificáveis. 
Canotilho diz que a Assembleia Nacional Constituinte tem que estar de acordo com o ideal de justiça do povo, com uma consequência lógica do ideal do povo. Não é uma limitação propriamente dita. O direito adquiridoé aquele que você não pode retrocede com os direitos fundamentais adquiridos, já estão arraigados na sociedade, com uma questão de princípios. A Assembleia representa o povo, não vai retroagir com a ideia de direitos fundamentais, você pode somente ampliar. Numa ideia de não representa os desejos do povo. Não é uma limitação, é uma discussão. 
Raul Machado Horta ele chama atenção que a Assembleia Nacional Constituinte pode encontrar algumas limitações no seu ato convocatório. O Poder Constituinte Originário pertence ao povo, porém não dá pro povo se reunir numa praça e criar uma constituição, então irão eleger o Poder Constituinte. O ato convocatório chama, convoca a Assembleia Nacional Constituinte. "Serão realizadas eleições para.. " Quando há a convocação irá realizar a eleição para a Assembleia Nacional Constituinte. O Ato Convocatório dizia que não se pode abolir com a Federação e a República, com exceção da de 88. A de 88 só limitou de dizer que não se poderia abolir uma Federação, não se fala da República, pode-se até instaurar uma Monarquia, poderia até mesmo alterar a Federação só não abolir. Eu digo que é ilimitado pois se for abolir uma alteração dessa, o STF não poderá declarar algo inconstitucional, não passa pela cabeça de ninguém abolir, é mais de identificação que é colocado. Essa é uma limitação específica, pontual, não passa pela cabeça de ninguém, então posso ainda falar de poder constituinte ilimitado.
Poder Constituinte Derivado
O poder reformador, o poder de alterar a Constituição. Posso falar em poder constituinte derivado só, ele está se referindo ao poder de alterar a Constituição.
O ministro Carlos Ares Brito tem um entendimento: ele não apresenta a distinção de poder constituinte originário, derivado, ele fala que só existe um poder constituinte, que é aquele que cria a Constituição, isso é Constituinte. Para ele, o poder de alterar a constituição é um poder do Congresso. Para ele, o Congresso Nacional não é um poder Constituinte Derivado, é um poder constituído. Para ele, o congresso tem um poder reformador, isso não é constituinte, já que quem altera é um órgão constituído. Então, um poder constituindo é aquele que extrai sua legitimidade Se for autorizado pela Constituição. 
É uma posição muito boa, porém é minoritária, é dele.
Titularidade do Poder Constituinte Derivado
O Congresso Nacional é o titular do poder constituinte derivado. 
O que é legitimidade do congresso pelo poder do povo? A Constituição define que cabe ao congresso alterar a Constituição. 
Ele define quem pode e como pode alterar a Constituição, nada indica que eles vão ou não alterar a Constituição, é uma decisão deles. Ele exerce sim função criadora, mas ele vai exercer de acordo com as balizas, os limites definidos pelo poder constituinte originário. Definidos pelo Poder Constituinte Originário, ele exerce parcela de poder constituinte derivado, ou seja, deriva do poder constituinte originário. Ele tem função criadora, constituinte.
Art. 60 da CF:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Para realizar uma PEC (proposta de emenda constitucional)
Limitações:
Iniciativa: 1/3 câmara
                          1/3 senado
                          
                         Presidente da República: ele pode apresentar uma PEC pois estamos e um governo presidencialista. Ele pode apresentar uma PEC de qualquer tema, não só executiva. 
                         
                          + 1/2 Assembleia Legislativa (60 § 3º) : Os Estados podem apresentar uma proposta de emenda constitucional desde que mais da metade das assembleias legislativas do Brasil (aprova na AL do Rio de Janeiro, depois de Roraima, depois de São Paulo) e só então eles apresentam para a Câmara, para então aprovar ou não. Muito difícil, mas ocorre. Isso existe para que os Estados possam participar da formação da vontade nacional, não pode ser revogado.
Circunstanciais (Art. 60 § 1)
Só pode ser alterada em momento de tranquilidade, não de anormalidade. 
Art. 34 -> intervenções
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
--> Intervenção Federal
Exceção ao pacto federativo, a União intervém no Estado, é o momento de anormalidade, então eu não posso alterar a Constituição, já que o Presidente já está com seu poder exacerbado, e vou aumentar mais ainda. Para não transformar aquela exceção em regra. Então não se altera a Constituição nessas hipóteses.
--> Estado de Defesa Nacional (Art. 136)
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
      b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º - O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamenteao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º - Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
Algo que afete o funcionamento da cidade, o dia a dia, as pessoas têm que ficar trancadas em casa, algo muito sério. 
Isso é uma decisão do presidente, ele primeiro declara estado de defesa, depois você tem a aprovação pelo Congresso Nacional.
No caso de calamidades de grandes proporções na natureza, não é quando há uma grande enchente, mas sim que por uma calamidade da natureza e o Estado não consegue interver. 
--> Estado de sítio (Art. 137)
 Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. 
O Estado de sítio pode ser decretado em todo território nacional. Se o Estado de defesa não está funcionando, decreta-se estado de sítio, porém é muito grave e precisa de autorização do Congresso. 
(Art. 139) 
Decretado Estado de sítio nas hipóteses, só pode ser tomado contra as pessoas essas medidas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;  Pode acontecer das delegacias estarem lotadas e ter que prender pessoas em estádios de futebol por exemplo.
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;  Não há liberdade de expressão.
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio; Sem mandato.
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; Pode-se acontecer do ataque ao estado democrático vir de alguma instituição privada.
VII - requisição de bens. 
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
A constituição então dá essas opções para não precisar alterar a Constituição, dá os mecanismos legais.
Caso haja estado de defesa, estado de sítio e etc., se já foi votado o Primeiro turno de algo, não pode-se votar o Segundo turno quando acabar, deverá recomeçar - POSIÇÃO DA ORDEM
O povo pode ou não apresentar EC?
Iniciativa popular. 
Forma de democracia direta é quando o povo vai para praça fazer as leis.
 Democracia indireta onde se elege governantes para tomarem essas decisões.
A nossa democracia é uma democracia semidireta. Pois observa-se na nossa CF mecanismos de participação popular.
Plebiscito, referendo e iniciativa popular 
Plebiscito você vota em cima de uma ideia: povo, você quer isso ou não? Aprovado, o Congresso Nacional faz a lei. 
Ex.: Povo, você quer aprovar o aborto? Se sim, o Congresso vai analisar quanto tempo pode-se fazer o aborto, se precisa de autorização do pai da criança e etc.
 Referendo - O Congresso faz a lei, o artigo já existe e o povo vota na lei, referenda ou não a lei. 
Iniciativa popular é o poder que o povo tem para apresentar um projeto de lei. (61 CF)
Há uma separação em comissões para discutir a proposta 
Como o povo pode apresentar esses projetos: (61, artigo 2º)
1) 1% do eleitorado nacional
2) Devem estar distribuídos em 5 Estados, para ter um caráter nacional.
3) Em cada Estado precisa ter 0,3% do eleitorado.
É muito difícil, não acontece muito.
Ex.: lei da ficha limpa, o caso Daniela Perez
A lei da ficha limpa, um deputado levou para votação, porém, contendo grande apelo popular.
 PPEC (Projeto Popular de Emenda Constitucional)
Majoritária – Não: posso ter uma proposta de Emenda Constitucional pelo polo.
Porque os casos do art. 60 é um rol taxativo. Só os que estão ali podem apresentar. O interprete não pode dar uma interpretação extensiva para algo que o legislador colocou taxativamente.
O 61 diz q projeto de lei ordinária e complementar, não disse que sobre emenda constitucional. O povo então só pode apresentar projeto de lei ordinária e complementar.
Sim - José Afonso da Silva
Diz que você deve fazer uma interpretação sistemática da Constituição. Se o povo pode romper com a ordem constitucional estabelecida, se ele pode rasgar e fazer uma nova Constituição, não faz sentido que o titular do poder constituinte originário não possa nem sequer dar uma ideia. Em analogia com o art. 61 parágrafos 2. A Constituição diz que todo o poder emana do povo, então baseado nisso, deve-se fazer uma interpretação sistemática. Não é sobre referendar, é sobre o povo ter uma ideia, uma proposta de Emenda Constitucional. Tem que interpretar a Constituição sistematicamente.
Em Constituição estadual, algumas admitem a iniciativa popular.
 Art. 108, inciso 4 da Constituição do Estado do RJ admite uma iniciativa popular de emenda constitucional.
O STF nunca declarou isso inconstitucional. Não há posicionamento do Supremo em relação ao caso pois ele nunca julgou uma inciativa popular de emenda.
Limitações
Iniciativas (popular ou do Congresso)
Circunstanciais (estado de perigo, de sítio)
Formais/ procedimentais - Art. 60 parágrafos 2 e 3.
Formais 
A proposta é discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em 2 turnos. 
Apresentada então com 1/3 dos deputados federais. A casa iniciadora vai ser a câmara dos deputados e a casa revisora vai ser o Senado. Então quando a proposta é apresentada por 1/3 dos deputados, é discutida no Congresso primeiro e revisão no Senado. Se for apresentada pelo Senado, será revisada pela Câmara. 
Se for o presidente que está apresentando. Iniciação na Câmara pois são os representantes do povo. Se o presidente é eleito pelo povo ele vai discutir a proposta na cada de discussão do povo, e a casa revisora será o Senado Federal, já que é representante dos Estados. -- Art. 64
Se for apresentada por mais da metade das Assembleias Legislativas. Não se diz onde vai começar, porém é intuitivo que seja o Senado, pois essa proposta se iniciou pelos Estados, seria intuitivo que fosse iniciada pelo Senado Federal, a casa dos Estados. 
* Uma vez apresentada será discutida e votada em todas as casas em 2 turnos.  Com uma votação de 3/5 no primeiro turno e depois 3/5 no segundo turno. Fica em uma casa, vota o 1º turno, vota o 2º turno. Aprovada na casa iniciadora vai para a casa revisora e precisa de 3/5 no 1º turno e 3/5 no 2º turno. É o mínimo de 3/5 nas 2 votações.
São 3/5 em cada votação, em ambos os turnos. 
Ex.: No primeiro turnovenceu por 4/5 e no segundo por 2/5 não vale, pois é o mínimo de 3/5 em cada turno.
PEC:
60% DOS MEMBROS
Casa Iniciadora              Casa Revisora
3/5 (1)              3/5 (1)
3/5 (2)              3/5 (2)
     EC = 50, parag. 3
OBS: São 3/5 dos membros da Câmara e do Senado, e não dos presentes.
DOUTRINA: 
Você está mudando a norma que se encarrega de organizar o próprio Estado de direito, então, precisa ter 2 turnos, para se pensar melhor, com um intervalo de 5 sessões, para haver um tempo de reflexão. 
Mesma coisa no Senado, normalmente a casa inicial é o Congresso, então vai pro Senado para revisar e ter certeza.
Melhor doutrina, mas não é prático. 
- Teoria prática
Aconteceu do Senado votar uma proposta de emenda constitucional com 5 minutos de diferença. Isso tudo está valendo, o Supremo não encarou isso Constitucional, não apresenta nenhuma inconstitucionalidade, e na lei não fala sobre o intervalo entre os turnos. Apesar de estar nos regimentos da Câmara, é problema deles, pois é um regimento interno, eles só não podem ir contra a CF, já que ela não estipula intervalo entre o 1º e 2º turno.
Não faz sentido votar o 1º e 2º turno no mesmo dia, já que é intuitivo que se precisa de um intervalo, porque senão não haveriam 2 turnos.
Depois disso, vira uma Emenda Constitucional (50, parágrafo 3)
Não tem sanção nem veto de Emenda da Constituição. Ela é promulgada pela mesa da Câmara e do Senado, ele faz e ele promulga. Casa iniciadora e casa revisora, elas assinam a proposta de emenda. Cabe a eles promulgarem. Não tem possibilidade sanção ou veto da proposta de emenda constitucional pelo Presidente. A constituição existe para limitar o poder político, é feito goela abaixo do presidente da República. A CF existe para limitar o poder do governante.
Se a emenda for rejeitada? Ex. Aprovada por 3/5 no 1º, 3/5 no 2º e depois na casa revisora 3/5 no 1º e 2/5 no 2º, ela foi rejeitada.
O deputado que apresentou pode apresentar de novo?
-> Art. 60 par. único.
A legislatura -> período de mandato do DF (4 anos). Cada legislatura durará 4 anos. 
Duas legislaturas - senador - 8 anos
Art. 44, parágrafo único
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Seção legislativa é o ano parlamentar e está definido ai, vai de 02/02 até 02/12, a seção ordinária. A extraordinária é quando o Congresso tá funcionando em tempo de recesso. 
Art. 60, paragrafo 5 
Só pode ser apresentada na próxima seção legislativa, se for rejeitada a proposta de emenda em 2014, só poderá ser apresentada de novo na seção de 2015.
Limitações temporais. 
AULA XXXXXXXX
Limitações 
Formais: Iniciativa
              Circunstanciais
             Procedimentais
              Temporais
Materiais: Expressas
               Implícitas
Expressas - 60 para. 4o 
Temos as limitações materiais expressas, as cláusulas pétreas. 
Inciso 3 - Separação de poderes
É possível uma EC instituir no Brasil o parlamentarismo?
PARLAMENTARISMO - 
Plebiscito - o povo não pode votar em plebiscito uma emenda inconstitucional. A Constituição serve pra qualquer coisa, para limitar o povo também. O povo pode criar uma nova Constituição sim, o povo pode rasgar a Constituição, romper com a ordem estabelecida e criar uma nova Constituição, isso é totalmente possível, o que o povo não pode é votar no plebiscito uma emenda Constitucional, se nós temos uma Constituição que está em vigor, essa Constituição deve ser respeitada, ela limita a todos. Senão, por uma Emenda Constitucional pode ser instaurado no Brasil a pena de morte. A questão é se o plebiscito pode debater sobre o tema: Não. Sendo uma cláusula pétrea, ela não pode ser abolida por emenda. Seja essa emenda aprovada por plebiscito ou não, essa emenda continuará a ser inconstitucional. 
Isso vale para qualquer coisa.
Referendo – Se houver um referendo para aprovar uma lei qualquer, a lei que institui no Brasil a pena de morte, vai a referendo e o povo aprova, o Supremo Tribunal Federal vai então dizer que essa lei é inconstitucional, a Constituição proíbe a pena de morte. 
Uma lei é feita para alterar o Colégio Pedro Segundo do âmbito federal para o âmbito Estadual, no art. 282 parágrafo 2º diz que o Colégio será mantido no âmbito federal, não pode uma lei federal transferir esse colégio para o âmbito municipal, inconstitucionalidade aqui. Se essa lei for referendo, esse referendo não vai salvar ela da inconstitucionalidade, vai continuar sendo inconstitucional. Pode ser alterado por Emenda Constitucional pois não é cláusula pétrea, porém uma lei não adianta o povo ter referendo. 
Se pudéssemos usar esse trunfo de referendo, não há nada para se discutir aqui, não tem o que se falar em cláusula pétrea.
2 posições sobre o parlamentarismo:
Não - posso ter uma EC para instituir o parlamentarismo. Porque no parlamentarismo o governo sai do parlamento, então tenho uma ligação íntima com o poder executivo e o legislativo. Inclusive, se o governo não tiver a maioria no parlamento, o governo cai. Então não pode, nossa Constituição estipula como cláusula pétrea o 60 parágrafo 4º inciso 3º, a separação de poderes. Não posso ter uma nova configuração de poderes dessa forma, não posso ter o executivo tão depende assim do legislativo, viola a separação de poderes.
Plebiscito era norma Constitucional Orgininária, norma originária pode fazer isso. Se o plebiscito aprovasse o parlamentarismo, teria revisão Constitucional no art. 3º da DCP. 
Sim (Maioria) - No 60 parágrafo 4º inciso 3º o que é cláusula pétrea não é a tripartição de poderes, é a separação de poderes. No parlamentarismo eu tenho separação de poderes. Na Inglaterra, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Índia há a separação de poderes, então não viola a cláusula pétrea, não viola a separação de poderes, então eu posso ter uma EC para instituir o parlamentarismo. Eu teria uma nova separação de poderes, seria diferente, mas no parlamentarismo tem uma separação de poderes. É diferente do presidencialismo, mas tem separação.
Divergência dentro dessa corrente. 
A divergência é para dizer como vai ter essa EC? Como essa Emenda Constitucional pode ser apresentada. 
EC pode ser aprovada pelo Congresso Nacional como uma Emenda Constitucional comum, basta seguir o procedimento comum. Pelo procedimento comum, porém não parece a melhor posição. Pois em 1993 houve uma votação, o Poder Constituinte Originário votou entre o Parlamentarismo e o Presidencialismo, e votou em favor do Presidencialismo. 
EC do parlamentarismo deve ser precedida por novo plebiscito ou sujeito a posterior referendo. Primeiro tem que ter um plebiscito para se dizer se se quer um novo parlamentarismo, ou então precisa passar por referendo para aprovação, precisa de aprovação popular. MAJORITÁRIA
Pois em 93 uma galera votou, e o povo optou pelo presidencialismo, então tem aqueles que digam que a EC do parlamentarismo deve ser precedida por novo plebiscito ou sujeito a posterior referendo. Então só o povo pode tomar posição, respeita a vontade do povo pelo plebiscito de 93.
60 parágrafo 4º inciso 4º. 
Esse inciso é tão famoso, que tem gente que acha que só tem esse inciso como cláusula pétrea. 
Se alguém tentar abolir por emenda constitucional o voto direto, instituir o voto indireto no Brasil e se responder que não pode pelo 60, parágrafo 4º inciso 4º pois voto é um direito individual, está errado, pois eu tenho uma cláusula pétrea especifica para voto, o 60, parágrafo 4º inciso 2º.
Emenda não pode abolir direito individual. Não posso abolir direitos e garantias indivudais, eles podem ser acrescentados, eu posso ter uma emenda para aumentar os direitos indivuais, até mesmo para modificar alguns direitos, porém abolir não pode. Direitos indivuais sempre são acrescentados, oEstado não pode retirar direitos, isso é fundamental para um Estado democrático. O Estado não retira direitos dos seus cidadãos, mesmo que ele queira, ele não pode, a Constituição proíbe. Se você permite que uma cláusula pétrea seja afastada por um bom motivo, você permite depois que outras cláusulas pétreas sejam afastadas por qualquer motivo. Então, não posso ter uma Proposta de Emenda tendente que possa chegar a abolir um direito individual. O que está escrito é direito individual, porém a interpretação do Supremo é mais elástica, você chega não só aos direitos fundamentais, mas um direito fundamental com expressão individual.
O direito fundamental é um gênero, e direito fundamental como gênero possui as seguintes espécies: 
Direitos individuais, direitos coletivos, direitos sociais, nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos. 
As espécies de direitos fundamentais se encontram no Índice Sistemático, o Índice 1º título 2 – Direitos Fundamentais. Cada capítulo corresponde a uma espécie dos direitos fundamentais.  
José Afonso da Silva defende que são 5. São direitos individuais, coletivos, sociais, nacionalidade e direitos políticos, exatamente o que está no índice. Para ele partido político é espécie do partido político. 
Pode-se então trabalhar com 6 modalidades como se encontra, ou com 5 segundo José Afonso. Porém, lembrando que direitos políticos vai englobar partido político.
Isso é direito fundamental.
De todas essas espécies de direitos fundamentais o 60, parágrafo 4º inciso 4º diz que a cláusula pétrea são os direitos individuais, porém eu teria ai dois caminhos, uma interpretação altamente restrita, não seria sistemática e iria contra a própria CF/88, ela quis alargar direitos, tanto que colocou os direitos fundamentais no Art. 5º, antes a Constituição tratava primeiro da Organização do Estado. O Constituinte inovou, tratando primeiro os direitos do cidadão e só depois organizando o Estado. Se organiza o Estado e os poderes, em função dos direitos da sociedade.
Então, o Supremo interpretou elasticamente mesmo, nisso ai se terá:
Os direitos fundamentais como cláusula pétrea, que tem uma expressão individual. 
Na prova da ordem apareceu uma questão bem interessante, onde havia uma proposta de Emenda à Constituição que seria patrocinada por produtores rurais para revogar a função social da propriedade. O art. 5º da CF, diz no inciso 22 que a propriedade é garantida, é garantia os direitos a propriedade, mas no inciso 23, diz que a propriedade atenderá a sua função social, isso é cláusula pétrea, não pode uma EC abolir a função social da sociedade, porque 60, parágrafo 4º inciso 4 estabelece isso como cláusula pétrea, pois se tem ai quase todos os direitos fundamentais todos abraçados como cláusula pétrea. Não é só o direito individual propriamente dito, pois a função social da propriedade é um direito coletivo, não é individual. 
CUIDADO:
A tendência é olharmos para o art. 5º que trata de direitos individuais e coletivos é dizer que o art. 5º é cláusula pétrea, e é verdade. Porém, não é só o 5º, pois tem direito individual espalhado pela Constituição inteira. 
Ex.: Art, 150, inciso 3º letra B: 
O governo não produz e precisa de dinheiro, ele não produz e o Estado é um regulador das atividades econômicas, é assim no capitalismo, a atividade é dada aos particulares e regula a economia, e ele precisa de dinheiro, mas ele consegue dinheiro, já que ele não produz tributando. Tudo que se paga tem imposto, tudo que compra tem imposto, os impostos podem ser aumentados, o governo pode criar imposto novo, porém pra ele aumentar, ele precisa dar um tempo para o povo se preparar para pagar. Se eu vou ter um aumento de imposto, e não posso deixar de pagar o imposto, qualquer tributo, deve dar um tempo para se preparar. Então esse artigo veta que o Estado cobre tributo no mesmo exercício financeiro em que lhe aja seja instituído ou majorado. Esse exercício financeiro é o ano fiscal (01/01 a 31/12). Essa é a regra, jhá exceções, mas não interessa quais. Se o imposto foi aumentado em março, em regra, ele pode ser cobrado em 1º de janeiro do ano seguinte. Se você aumenta imposto em um ano só pode cobrar no ano seguinte. Qualquer tributo do 150 inciso 3º letra B. Se você cria o tributo em um ano, só pode ser cobrado no exercício financeiro seguinte, princípio da anterioridade da lei. 
O governo então criou uma EC instituindo um tributo novo, esse tributo instituiu o imposto provisório sobre movimentação financeira (IPMF), ou seja, 0,30 de cada movimentação financeira ia ter que pagar tributo em relação a isso. E a emenda constitucional dizia que a esse imposto não se aplica o artigo 150, inciso 3º leta B. 
Pode isso?
Não! O STF disse que isso é inconstitucional, não pode haver isso, vocÊ não pode dizer que isso não se aplica a você, coloca-se uma restrição, e você diz que não se aplica? Não pode. Isso é direito individual de cada contribuinte de se preparar, é direito individual, é cláusula pétrea, não se pode abolir isso de acordo com o 60 parágrafo 4º inciso 4. O STF então declarou essa parte inconstitucional. Você criou esse imposto e queria cobrar imediatamente, não pode, a criação de imposto novo, por emenda pode, mas querer cobrar imediatamente não pode, terá que esperar pro próximo exercício financeiro. O governo então desistiu essa ideia e fez uma nova emenda criando uma Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a vantagem é que quando o governo cria imposto deve esperar o próximo exercício financeiro, mas contribuições não estão sujeitas a anterioridade, estão sujeitas a Noventena, assim só precisaria esperar 90 dias. Criou a CPMF e esperou 90 dias.
Posso ter também direitos fundamentais nos tratados internacionais, art. 5º parágrafo 2º da CF. Direitos individuais espelhados pela Constituição e também nos tratados internacionais a quais o Brasil faça parte. 
CAMPANHA:
Aécio tem uma proposta de emenda para reduzir a menoridade penal para crimes hediondos.
Constituição art. 228. Observando que isso não está no Código Penal. 
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial - ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
 
Então, eu posso ter uma Emenda a Constituição para reduzir a menoridade penal de 18 para 16?
 Mais aceita na doutrina, majoritária - NÃO. Não posso reduzir pois é direito individual, é direito de cada pessoa ser penalmente imputável até os 18 anos, até os 18 anos você tem a inimputabilidade, é um direito individual de você só ter uma responsabilidade penal a partir dos 18 anos de idade. (60, parágrafo 4 inciso 4). 
 SIM. Essa corte diz que você tem que entender ai o núcleo essencial dos direitos fundamentais, o que é direito fundamental mesmo? É você ser penalmente inimputável até os 18 anos? Então você teria direito aos 17 anos de estuprar uma mulher e pegar só prisão no ECA de no máximo 3 anos? É isso um direito? Eles dizem então que o que é direito fundamental é a inimputabilidade penal, isso eu tenho que ter, eu tenho que ter uma idade limite para que o indivíduo possa responder penalmente. Uma criança de 5 anos pegou um estojo do coleguinha, é ridículo uma criança de 5 anos praticar crime de furto e ser responsabilizado, vai sofrer uma punição no âmbito familiar, isso não é uma matéria criminal. Então, o que é direito fundamental é existir a inimputabilidade penal, 18 anos é medida da imputabilidade, é a parte ponderável do direito, o núcleo essencial do direito fundamental é a imputabilidade, não posso revogar e não ter isso, vou analisar caso a caso. O que essa corrente diz que a inimputabilidade é um direito fundamental, e 18 anos é a medida, e eu posso mexer na medida desde que seja proporcional. Então para essa corrente mudar de 18 para 16 não é razoável, eu não posso é ser desproporcional. O professor não concorda. Essa posição é majoritária no povo, porém não no ramo político. Não mexeu no núcleo fundamental, esse é o direitofundamental, que é a inimputabilidade, e sim na medida. Ela não é majoritária na doutrina mas é amplamente majoritária na sociedade brasileira, e como deve ser o âmbito político tende a reverberar o que o povo pede.
O povo tem que fazer uma nova Constituição para reduzir a menoridade penal?
Uma nova Constituição pode, rasgará a antiga Constituição. Porém, é necessário criar uma nova Constituição só para reduzir de 18 para 16? Faz sentido?
É a mesma discussão, o povo não pode votar no que é inconstitucional, para fazer um plebiscito se aceitará que isso é constitucional, então poderá ter uma EC. Se a EC não pode, o plebiscito também não pode.
 
IMPLÍCITAS
Existe cláusula pétrea implícita?
Sim, existe, não está escrito em lugar nenhum, mas existe. Temos uma tendência positivista de dizer que se não está escrito, não existe, mas eu tenho cláusula pétrea, não posso ter Emenda sobre isso, apesar de não estar escrito em lugar nenhum. Não precisa ser claramente dito, podem ser passadas. Eu posso ter isso, por serem óbvias.
Eu tenho limitações constitucionais ao poder de reforma que são implícitas. Eu posso ter isso, coisas que são óbvias. Para a maioria é lógico, é implícito. O recado foi dado, mas não foi dado de forma expressa. As limitações implícitas seguem uma ordem lógica, elas existem e não precisam ser escritas pois vem de uma ordem lógica. 
NELSON DE SOUZA SAMPAIO trabalha isso, dizendo que há limitações do poder de reforma que advém de uma ordem logica, do próprio sistema Constitucional em si, não precisa estar escrito que não se pode ter uma Emenda sobre isso, pois é logico que não se deve ter uma Emenda sobre isso, pois eu não preciso dizer.
Há 3 limitações implícitas:
* Relativas ao titular do Poder Constituinte Originário: o povo.
* Relativas ao titular do poder reformador
* Relativas ao processo de emendas.
Relativas ao titular do Poder Constituinte Originário
O titular do poder constituinte originário é o povo, não é necessário dizer que não pode uma Emenda dizer que “o Congresso Nacional se transforma em Assembleia Nacional Constituinte”, o Congresso é um órgão derivado, poder derivado, não pode usurpar o poder originário, não está escrito na Constituição que o Congresso não pode se auto declarar Assembleia Nacional Constituinte, pois não é necessário, isso é logico. Advém de uma ordem lógica.
 Relativas ao titular do poder reformador
O titular do poder reformados é o Congresso Nacional. O Congresso não pode abrir mão da prerrogativa de reformar a Constituição para nenhum outro órgão. O Congresso não pode autorizar o presidente da república a fazer EC. O objetivo da Constituição é limitar o poder do Estado, o poder do governante. Não precisa estar na Constituição, pois é óbvio que o Congresso não pode abrir mão disso para nenhum outro órgão. 
Relativas ao processo de emendas
Todo artigo 60 é cláusula pétrea implícita, não se pode haver uma emenda para facilitar o processo de emenda, se eu tiver uma emenda para facilitar o processo de emenda, essa emenda vai ser obviamente inconstitucional, pois eu estarei abolindo a Constituição rígida.

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