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INTRODUÇÃO Os instrumentos de medição são essenciais para qualquer laboratório ou indústria que necessita de medições corretas de volumes. A qualidade dos resultados das análises é dependente da exatidão com que são medidos os volumes das amostras ensaiadas ou dos reagentes adicionados. Estes instrumentos de medição devem ser escolhidos levando-se em consideração sua aplicação. Mesmo os mais sofisticados instrumentos automáticos de análise oferecem resultados confiáveis somente quando o material volumétrico empregado na preparação de reagentes e amostras for suficientemente preciso e direcionado ao uso pretendido. A calibração e o uso adequado dos instrumentos de medição têm grande influência no resultado final de um ensaio. É importante avaliar e reduzir, onde for possível, os erros sistemáticos e aleatórios que possam influenciar o bom desempenho do laboratório (LABTEST, 2010). Dentre os mais utilizados, têm destaque as pipetas, que têm por função a transferência de volumes de um recipiente para outro. A pipeta é um instrumento de uso diário nos laboratórios. Sem ela seria inviável realizar os processos de análise devido aos volumes de reagentes e de amostra envolvidos. Uma pipeta deve apresentar precisão (reprodutividade) e exatidão (relacionada com o valor absoluto). A maioria das pipetas apresentam precisão, mas a exatidão é também fundamental (MAIA, 2015). Existem diversos outros tipos de vidrarias utilizados para a medição, como o béquer, proveta, bureta, etc. Objetiva-se através desta prática aprender os conhecimentos básicos sobre as medições em um laboratório. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Apresentação do béquer Os alunos foram divididos em três bancadas, tituladas de B1, B2 e B3. Para cada bancada foi entregue um béquer, da marca PHOX do tipo boro 3.3, de diferente volume. Cada grupo ficou responsável de colocar uma medida de água destilada (H2O) no seu respectivo béquer, como mostra a Tabela 1. Tabela 1 – Béquer Grupo Medida do béquer Quantidade de H2O adicionada B1 50 ml 50 ml B2 25 ml 10 ml B3 10 ml 10 ml Fonte: Própria Após a colocação da água destilada, cada grupo observou o béquer e fez a sua leitura. 2.2 Apresentação da proveta Apresentou-se para cada grupo, uma proveta da mesma medida do béquer, respectivamente. Pediu-se para passar a água do béquer para a proveta e analisar se tinha a mesma quantidade de H2O. 2.3 Apresentação da pipeta Entregou-se para cada grupo algumas pipetas, sendo algumas volumétricas e outras graduadas. Pediu-se em seguida para os alunos pipetarem, para se habituar ao uso das pipetas. Essas pipetagens foram feitas com água da torneira. 2.4 Apresentação da bureta Mostrou-se aos alunos a Bureta, um equipamento que serve para a titulação e que fica na vertical, em um suporte, e tem uma escala graduada e rigorosa, por isso é usada para titulação. Em sua extremidade inferior contém uma torneira de precisão para dispensa de volumes. 2.5 Titulação utilizando a bureta A titulação é um processo físico para determinação da concentração em valores específicos de uma substância desconhecida podendo ser esta de natureza ácida ou alcalino-básica. Quando a substancia de concentração desconhecida é um ácido usamos uma base de concentração conhecida para determinar a concentração do ácido e vice-versa. O professor mostrou uma amostra de Hidróxido de Sódio (NaOH) e colocou em um erlenmeyer e em seguida colocou um indicador, colorindo assim a amostra de rosa. Após esse processo, colocou-se na bureta, até o 0, o ácido clorídrico (HCl) e através da torneira de precisão misturou-se as duas substâncias. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Béquer Após colocar suas respectivas medidas nos béqueres, evidenciou-se uma curva na superfície do líquido, e, por não saberem, os grupos fizeram de forma errada a leitura. A curva é denominada Menisco e sua leitura de forma certa é fundamental. O menisco é a curva vista na parte superior de um líquido em resposta ao seu recipiente, e pode ser côncavo ou convexo. Um menisco côncavo (água em vidro) ocorre quando as moléculas do líquido são mais fortemente atraídas pelas moléculas do recipiente (força de adesão) do que pelas próprias. Um menisco convexo (mercúrio em vidro) é produzido quando as moléculas do líquido são mais fortemente atraídas pelas outras de mesma origem (força de coesão) do que pelas moléculas do recipiente (NICÉSIO, 2014). O grupo B1 e B3 ao realizar a leitura viram o menisco de forma errada (linha vermelha Figura 1) e o grupo B2 viu o menisco de outra forma, mas também de forma errada (linha vermelha Figura 2) Figura 1 – Leitura do menisco de forma errada.1 Fonte: <: http://www.biomedicinabrasil.com/2014/01/a-leitura-do-menisco.html > Acesso Abril 2018 Figura 2 – Leitura do menisco de forma errada.2 Fonte: <: http://www.biomedicinabrasil.com/2014/01/a-leitura-do-menisco.html > Acesso Abril 2018 Explicou-se em seguida a forma certa de visualizar o menisco e está demonstrado na linha preta pontilhada na Figura 3. Figura 3 – Forma certa de visualizar o menisco Fonte: <: http://www.biomedicinabrasil.com/2014/01/a-leitura-do-menisco.html > Acesso Abril 2018 3.2 Proveta Ao passar-se a água do béquer para a proveta pode-se visualizar que as medidas não coincidiam, isso se deu pois a proveta, no caso do grupo B3, é cinco vezes mais precisa que o béquer. A tabela 2 mostra o resultado obtido na proveta dos três grupos, e quantas gotas foram adicionadas, através da pipeta de Pasteur, para se alcançar a medida desejada. Tabela 2 – Proveta Grupo Leitura na proveta Gotas adicionadas Resultado B1 49,5 ml 95 50 ml B2 9,1 ml 16 10 ml B3 8,8 ml 15 10 ml Fonte: Própria 3.3 Titulação Titulação (ou volumetria) é o método pelo qual se determina uma quantidade desconhecida de uma substância particular, mediante a adição de um reativo-padrão que reage com ela em proporção definida e conhecida. No processo de titulação ácido-base, faz-se reagir um ácido com uma base para que se atinja o ponto de equivalência ou viragem. À medida que é adicionado o titulante ao titulado, o pH da solução (titulante+titulado) vai variar, sendo possível construir um gráfico desta variação, ao qual se dá o nome de curva de titulação. Nesta aula tem-se como titulante o ácido clorídrico (HCl) e como titulado o hidróxido de sódio (NaOH) conhecido também como soda caustica. A titulação foi feita duas vezes, pelo professor e por um aluno voluntário e teve os resultados, aparentemente, iguais. O primeiro passo foi colocar no erlenmeyer o titulado e na bureta o titulante. O segundo foi colocar o erlenmeyer sob a bureta e balança-lo conforme for deixando o titulante descer, através da torneira de precisão. O terceiro passo é observar o ponto de viragem, que é bem rápido, e ver o produto final, uma substância neutra, incolor que é o cloreto de sódio, mais conhecido como sal de cozinha. Agora, basta ler o volume de titulante que foi necessário para neutralizar o titulado, equacionar a reação que ocorreu e, com os outros dados em mãos, fazer as contas para descobrir a concentração do titulado. A mesma titulação foi realizada no INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA BAHIA - IFBA - CAMPUS PAULO AFONSO em 2016, e os resultados obtidos foram os mesmos. 4. CONCLUSÕES Ao chegar no laboratório de química, os alunos tiveram o intuito de conhecer as vidrarias, aprender a manuseá-las corretamente e principalmente, o cuidado que se dever ter dentro do laboratório. Ao se deparar com os equipamentos, a maioria dos alunos tiveram grande dificuldade na parte de medição, mas ao longo do experimento foram familiarizando e perceberam que a precisão dos aparelhos pode variar. Ao se fazer o experimento com o béquer, ficou claro que ele não é um equipamento de grande precisão, por não ter tantas graduações. Já a proveta possui maisgraduação, o que facilita a medição desses volumes, entretanto, justamente por ser graduada e não ter um volume fixo, as variações decorrentes já não são tão precisas para certos tipos de reações. A pipeta volumétrica é a mais precisa, pelo simples fato de ter volume fixo em suas graduações, sendo assim, a precisão mostrada aos olhos dos alunos nas medições realizadas. Evidenciou-se também, a utilidade da bureta, e através dela fez-se uma volumetria, técnica comum de laboratório em análise química quantitativa, usado para determinar a concentração de um reagente conhecido. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LABTEST, Uso correto de pipetas. In. <labtest.com.br/wpcontent/uploads/2016/09/INFOTEC___Uso_correto_de_pipetas-1.pdf> Acesso em: 30 mar. 2018. MAIA, Daltamir. Iniciação no laboratório de química. São Paulo: Átomo, 2015. 172 p. ISBN: 9788576702498. SILVA, L. Aulas práticas da disciplina química analítica IV. In. <ufjf.br/baccan/files/2011/05/Aula_pratica_1_2012_3.pdf> Acesso em: 30 mar. 2018. Disponível em <:http://www.labnetwork.com.br/especiais/a-importancia-dapipetagem-nos-processos-analiticos/:> Acesso em 31 mar. 2018. NICÉSIO, A leitura do menisco, 2014. In <biomedicinabrasil.com/2014/01/a-leitura-do-menisco.html> Acesso em 31 mar. 2018. BACCAN, N. et al. Química Analítica Quantitativa Elementar. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. 308 p. ISBN 9788521202967. Disponível em <:https://www.infoescola.com/materiais-de-laboratorio/bureta/:> Acesso em: 31 mar. 2018. 9
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